A guerra havia começado. Esse pensamento puramente me traz lágrimas aos olhos. Provavelmente, daqui a pouco, minha mãe estará se unindo a deusa Lissa e tudo será um caos e sei que ela apontará para mim; como aliado ou oponente, não sei. Mas a guerra não era aquela que o lado do Caos destruíria o lado dos Olimpianos ou vice-versa. A guerra estava ali, nos conflitos entre amigos, na desconfiança dos olhares, no medo e carência que, como demônios, possuíram as pessoas. E elas sucumbiram. Mas eu não. Me sucumbir a esses pesadelos reais seria terrível, e eu só pioraria. Mas aos poucos, estou sendo consumido. Sair do Chalé é quase como um insulto aos outros campistas, olhares suspeitos e cochichos surgem. Eu estou morrendo. E não está sendo uma morte boa.

Me levanto pesadamente da poltrona, envolvendo a xícara de chá de menta como se fosse minha vida. Sua quentura já se dissipou a muito tempo no ar solitário do chalé da deusa da boa morte, mas eu tomo alguns goles antes de sair. Sair. Meu possível pesadelo atual.Pego minha adaga de bronze e a embainho, saindo de meu chalé. O ar traz uma nevasca gélida que me atinge em cheio. Estremeço, caminhando para a Arena.


Não há muitos semideuses presentes, o que me traz um pouco mais de segurança. Sem olhares acusadores. Tiro meu casaco de couro e largo-a em algum canto da arena. Desembainho a arma de bronze, que lança uma luz pálida. Seguro com firmeza, me dirigindo aos bonecos. Possuem armaduras de ferro e madeira, para dificultar. Suspirei, não será fácil. Vou para o de madeira, que possível é mais fácil. Apunhalo algumas vezes o boneco, mas a madeira é grossa. Dou um soco furioso no boneco, tirando seu elmo. Isso aqui é uma batalha. Imagine que esse boneco é um daqueles filhos de Ares. A fúria me atinge bem mais forte do que eu atinjo a armadura, e a lâmina atravessa a madeira rapidamente e atinge a pele fina de feno. Realizo mais um corte furioso que abre um profundo rasgo na madeira. Mas alguns golpes e a armadura de despedaça. Mas é só o começo.

Vou até o outro boneco, mas este é de ferro. Tento um golpe com a adaga, mas não causo muito mais que um arranhão. Tento uma perfuração, mas a lâmina ricocheteia. Não será fácil. O suor frio já me ensopa e a nevasca que logo chegará não é minha preocupação. Estudo meu oponente e observo brechas na armadura - o encontro do torso e das pernas, há uma fina abertura, perto dos joelhos, uma na axila. Dou uma cotovelada em seu rostou enquanto enfio a faca na fina brecha em sua cintura, penetrando-a até o fim. Faço um longo rasgo sté que o chæo esteja banhado em feno. Um sorriso malicioso cruzou meu rosto. Às vezes, o conhecimento é a melhor arma. Isso é suficiente por hoje. Derrubo um boneco enquanto retorno a meu chalé, buscando meu casaco no caminho.

• Adaga de bronze celestial

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