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Mensagem por Zeus Qua 30 Mar 2016 - 20:55

Teste para Filhos de Poseidon

Para ser reclamado pelo Senhor dos Mares, poste a ficha abaixo e o Respectivo Deus atualizará conforme a coesão e coerência disposta na narração que seus futuros filhos farão. No máximo três filhos a cada mês, sem mais.



Nome: nome completo do personagem, sem abreviações.
Idade: idade do personagem.
Porque quer ser reclamado por esse Deus: minimo de cinco linhas completas.
História: minimo de quinze linhas completas
Lute contra um monstro: Neste caso, o semideus deverá lutar com um monstro de nível mediano, atentem que a palavra é LUTAR e não MATAR. Um bestiário será disponibilizado no decorrer do mês de abril.
Habilidades:Você encontra aqui.
Presentes de reclamação: Presentes de reclamação que escolheu de acordo com o tópico aqui.

Atenciosamente a Administração
Zeus
Zeus
Deuses

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Teste para Filhos de Poseidon Empty Re: Teste para Filhos de Poseidon

Mensagem por Maven S. Young Qui 8 Dez 2016 - 23:25

oceans ♆
It feels like there's oceans between me and you once again. We hide our emotions, under the surface and tryin' to pretend. You know I'd rather drown than to go on without you, but you're pulling me down.


Nome: Maven Scott Young.

Idade: 16 anos.

Porque quer ser reclamado por esse Deus?: A bipolaridade do mar é algo que me atrai muito a atenção. O poder de ser completamente gentil e paciente em um momento e completamente brutal em outro, é algo muito precioso para a personalidade de Maven. Além disso, Poseidon é a personificação do lugar que mais amo do mundo e sempre foi meu sonho ser seu filho.

História & Luta

11 de dezembro de 2007, Newport Beach, Califórnia.


A manhã já dava sinais de sua chegada e apenas o Sol havia se esquecido de aparecer. O relógio na cômoda marcava a falta 3 minutos para completar 5 horas da manhã e a cidade já começava a se levantar. A mulher no quarto do lado saía do banho com o cabelo ainda pingando. As costas arqueadas denunciavam o cansaço do turno de 36 horas no Newport Bay Hospital. Com um suspiro, passou a mão pelos fios molhados em seu cabelo e resolveu que seriam apenas 10 minutos a mais, ela conseguiria.

Não dava para acreditar que todo aquele alvoroço era do simples e pequeno alarme ao lado da cama do mais novo. Os poucos dois toques que deu antes de ser desligado por Maven, foram o suficiente para dar a certeza a qualquer pessoa a dois quilômetros de distância que algum animal estava sendo maltratado. Maven mal abriu os olhos e já estava embaixo da água gelada do chuveiro. Seu pequeno corpo vibrava de animação pelo que estava para acontecer mais tarde. No andar debaixo, Hannah preparava o café da manhã do filho ao som de louça sendo lavada.

A cada dos Young não era nada demais. Pertencia à família a três gerações e Hannah havia herdado-a depois do falecimento de sua mãe, já que seu irmão William não tinha nenhum interesse em ficar preso em um só lugar. A casa era pequena, feita completamente de bambu com apenas pouquíssimos cômodos. No andar debaixo, a cozinha e a sala ocupavam um mesmo local, divididos apenas por um balcão de bambu utilizado como mesa de jantar. Um pequeno banheiro para hospedes ficava num corredor que a escada criava. Já no andar de cima, duas suítes pequenas finalizavam a casa. Tudo ali não deixava esquecer por nenhum momento a praia logo a frente, tão perto que a própria porta da casa tinha que lidar com os montes de areia que podia se acumular ali.

O barulho seco e rápido de pés, indicaram à mais velha que o garoto descia correndo as escadas. Maven mal se continha com tamanha ansiedade e nervosismo, estava explicito no pequeno sorriso e em suas palavras de bom dia ao se sentar no banco alto do balcão. Hannah terminou a panqueca, colocando-a no prato e deixando em frente ao seu filho.

— Nervoso para hoje? — sorriu ao se apoiar no balcão observando-o comer. Ele já havia crescido tanto para um garoto de apenas 7 anos. Ela conseguia ver os traços firmes de seu pai no garoto e aquilo a trazia lembranças boas. Não gostava de pensar no pior, quando pensava no homem que havia se apaixonado, ela só pensava em todos os carinhos, todo o amor compartilhados pelo jovem casal.

— Já venci muitos campeonatos, mamãe, sei o que estou fazendo. — seu balançar de ombros tentava passar uma confiança que claramente não existia ali. Hannah sorriu. Maven era uma criança muito amável, mas ainda não sabia lidar com suas emoções, muito menos controlá-las.

— Maven, é normal ficar nervoso, na verdade isso é até saudável. — afagou o rosto do garoto que tinha a boca cheia. — Significa que algo é importante para você. — ele assentiu com um suspiro, talvez aliviado por poder demonstrar seu nervosismo. — Só não deixe isso lhe dominar, use o seu nervosismo ao seu favor... Abrace-o sabendo que existe, mas use dele para lhe dar forças de lutar pelo seu desejo. — ela sorriu passando tranquilidade para o menor.

— Você estará lá hoje, mamãe? — perguntou o garoto, servindo-se de suco de morango. Era seu suco favorito da vida e nunca faltava naquela casa.

— Não perderia por nada! — depositou um beijo no alto da cabeça do garoto enquanto o observava voltar sorrindo para o andar de cima. Um último suspiro, só mais alguns minutos e poderia se deitar. O garoto voltou, descendo com a prancha embaixo do braço e com um beijo se despediu de Hannah, indo para seu reconhecimento.


O dia fora da casa já estava um pouco mais claro, o Sol finalmente havia começado a dar suas caras, embora o amanhecer ainda não tivesse realmente aparecido. O mar ainda estava calmo, parecia estar acordando aos poucos junto com o dia. Maven sentiu o corpo começar a relaxar ao sentir a água gelada do The Wedge molhar seu corpo. A correnteza ali estava constante, não muito forte, mas ao mergulhar o garoto sentiu sua força reprimida, sabia que na hora do pico, quando chegasse a hora do campeonato, aquele lugar estaria completamente irreconhecível comparado àquele momento.

*****

— Vamos vamos, finalistas por favor me acompanhem, vamos!

"Estamos nos preparando para mais uma final e as coisas estão bem quentes com esses finalistas, não acha Felton?"

— Maven Young, Kyle James, Logan Ferg, George Ylton, por aqui! Vamos rapazes! — escutei alguém chamar o meu nome e fui em direção a moça que falava. Meu corpo voltou a tremer sabendo que estava tão próximo. Eram muitas vozes ali, muitas pessoas falando, a produção gritando ordens uns para os outros, o auto falante com a locução de York e Felton deixava todos os torcedores a par do que estava acontecendo. Meu coração batia alto no meu ouvido e senti minha mão suar segurando a minha prancha.

— Preparado para os caldos, perdedor? — Kyle estava ao meu lado. Ele era o garoto mais irritante e prepotente de toda a Newport Beach Elementary School. Era o valentão da 5º série e vivia mexendo com os garotos da minha sala, sempre acompanhando dos amigos babacas dele. Por mais que fosse 3 anos mais velho, ele não nos deixava em paz.

— Quem deveria estar se preparando para eles é você, Kyle. Eu vim aqui pra mostrar pra vocês como se surfa de verdade em Newport. — terminei de fixar o leash. Já estávamos na linha de saída, esperando todos estarem prontos e então a largada. Era a minha primeira vez no sub 11. Era o mais novo do campeonato e apenas havia conseguido um lugar porque já estavam cansados de me ver ganhando de lavada dos garotos da minha idade.

— Haha, como se um pirralho como você fosse capaz de algo. — Agora era Logan quem falava. Um dos babacas de Kyle.

— Estou na final, não estou? — encarei-o por alguns segundos, vendo sua expressão ficar preocupada.

Alonguei meus braços um pouco e deixei que todo o burburinho das pessoas da praia e dos outros competidores sumissem. Era apenas eu, minha prancha e o mar. Ao pensar nisso, senti uma tranquilidade passar pelo meu corpo. Eu simplesmente adorava aquela sensação. Alguém disse algo perto de nós, mas não entendi. Não tinha o que pensar, no segundo seguinte o sinal tocou e todos nós corremos para água. Fui o último a entrar no mar, porém em poucos segundos eu já havia passado dos outros três. Todos ali estavam cansados por causa das outras baterias, mas eu não. Me sentia renovado sempre que entrava na água. Já havia passado a arrebentação fazia uns minutos quando os outros chegaram perto.

— Que vença o melhor. — soltei virando a prancha. A corrente havia mudado e com meus pés havia sentido isso, mas nenhum deles viu. Algum falava alguma coisa, mas não prestei atenção porque no segundo seguinte estava remando. Não havia nada aparente, não tinha nenhuma onda ali, mas eu sentia, estava vindo e aquela seria importante. Alguém estava zoando comigo, mas não conseguiu terminar ao ver a bela onda se formando. Com o canto do olho vi Kyle tentando inutilmente entrar, porém eu já estava dentro e ele tomava o caldo mais bonito que já tinha visto.

*****

A praia estava uma loucura. Eram muitas pessoas gritando em comemoração, em raiva. A narração do auto falante agora demonstravam suas próprias opiniões enquanto os garotos voltavam a areia. Uma rodinha foi formada em volta de Maven, enquanto ele tentava sorrir e cumprimentar todos que estavam ali. Um repórter junto com um câmera se aproximaram, abrindo espaço entre as pessoas para conseguirem uma exclusiva com o mais novo campeão estadual. Era então seu sonho começando a se realizar. O título do circuito estadual lhe dava garantia de participação no circuito nacional do sub 11, o que consequentemente poderia abrir portas para um sub 13 e assim por diante. Lá no fundo o garoto sentia que poderia ser o próximo mais novo campeão mundial de surf na categoria profissional, esse era seu sonho.

Hannah observava de longe, sorrindo orgulhosa pelo filho. O garoto estava cercado, o barulho era completamente caótico e no momento seguinte, viu o rapaz ser erguido no ombro de alguém, enquanto o carregavam para o pódio. Era visível a felicidade de Maven, assim como o reflexo dela em sua mãe. O garoto procurou seu rosto familiar pela multidão por alguns segundos, para então encontrá-la acenando e sorrindo. Seu sorriso duplicou de tamanha, ela estava ali e ela tinha visto. Seus lábios formaram um "Eu te amo" tendo uma resposta igual de sua mãe. Aquele momento era do menino e ela achou que seria melhor deixo-lo curtir a sua própria maneira.

No meio da multidão que aplaudia e comemorava com os rapazes ao pódio, entre as vozes alegres do auto falante, uma moça se destacava. Seus roupas eram mais formais, seu expressão séria e seus completamente penetrados no garoto ao meio. Parecia alheia a toda animação e alegria ao seu redor, já que seu semblante não demonstrava nem um pouco de empatia com a multidão e sim uma grande e visível impaciência. Parecia com pressa, como uma mãe cansada de esperar que tudo aquilo acabasse logo para que pudesse voltar ao trabalho.

Maven desceu, as pessoas começaram a se acalmar na comemoração, a organização a arrumar tudo e a mulher se aproximou. Barrou o caminho do garoto e o pegou pelo braço. Ninguém ali pareceu notar que uma mulher arrastava o campeão pelos braços. O garoto tentou se soltar, mas seu aperto era muito firme, mal houve tempo de tentar gritar, já que estavam longe demais das pessoas para tentar ser ouvido, ainda mais com todas as vozes ainda presentes.

— Não vamosss nosss demorar, certo semideusssss? — seu sotaque era estranho, um sibilo como o de... Ela se virou para o menor e seus olhos se arregalaram. A mulher não era mais uma mulher. Ou melhor, era, mas era algo mais também.

— O que tá acontecendo? — foi o que conseguiu falar antes que fosse atacado. Ele correu, se desviando das unhas do que antes era uma mãe executiva. Seu corpo humano agora era metade réptil. Onde ficam suas pernas finas e cumpridas, agora davam lugar para dois troncos de serpente. Seus olhos, antes humanos, eram fendas escuras em uma íris amarela, como felinos.

A Dracaenae atacou novamente fazendo um rasgo no braço de Maven que não conseguiu desviar rápido demais, porém não foi pego. Ele ainda tentava entender o que estava acontecendo, não conseguia ver as pessoas na praia mais e agora se perguntava onde estava sua mãe, com certeza ela saberia a resposta para aquilo, ela sempre sabia. Uma das pernas do monstro se adiantou, fazendo o garoto tropeçar. Sangue quente molhou seus cabelos escuros enquanto tentava inutilmente se levantar.

— Mãe! — gritou atordoado, se arrastando no chão. A Dracaenae riu, sua língua sibilando enquanto se aproximava lentamente, saboreando no ar o gosto de semideus tão fresco quanto aquele. Os mais novos costumavam ser uma delícia. — Mamãe! — o garoto choramingou, sentindo o sangue escorrer em sua testa, seu rosto. Sua visão começou a ficar embaçada, sentiu a pele fria reptiliana do monstro tocando suas pernas e então seu corpo foi virado, dando visão dos olhos famintos de sua perseguidora, enquanto suas unhas cravavam fundo em seus braços.

— Você é meu, garoto. — sua boca se contorceu no que parecia ser um sorriso, porém aquela visão era completamente assustadora. Sua língua para fora, a centímetros da ponta do nariz de Maven, era aquilo, era o fim.

— Mamãe... — um último suspiro saiu de sua boca, antes de tudo ficar preto.

*****

A enfermaria estava em silêncio, como de costume. Os campistas responsáveis por aquele turno caminhavam pelo local, checando os que já haviam acordado, enquanto no fundo na sala um gemido era audível.

— A quanto tempo ele está assim? — perguntou o sátiro ao adentrar a enfermaria.

— Desde que o deixou ai ontem. Acredito que deva estar em choque, está resmungando sobre o ataque, chamando pela mãe. É um garoto muito novo esse que conseguiu. — Octavia deu de ombros. Estava acostumada com aquilo, muitos campistas novos chegavam daquela forma, mas um simples olhar para Klub demonstrava que o sátiro não se sentia da mesma forma.

— Sim, ele é. Quase não chego a tempo para resgatá-lo... — sua voz saiu dolorosa ao se lembrar da cena.

— Está tudo bem agora. — a prole de Apolo tocou em seu ombro, confortando-o e continuou a andar, voltando ao trabalho.

Klub foi até a última maca e se sentou na cadeira ao lado. O garoto ainda se mexia muito, como que preso em um sonho ruim e aquilo pareceu mexer com o sátiro. Se ele tivesse chego só um pouco mais cedo, talvez... Ele nunca havia falhado em uma missão, mas estava com medo de perder aquele. Não parecia justo perder um garoto tão novo.

— MAMÃE! — Maven gritou, levantando-se tão rápido que o sátiro não conseguiu acompanhar. Mas no momento seguinte, o garoto já estava sendo acalmado e colocado de volta a cama por Octavia. — O que tá acontecendo? Quem é você? Cadê minha mãe? MÃE?! — o mais novo ofegava, seu corpo doía e ele sentia sua cabeça pulsar tão alto que quase podia imaginar que era assim que um prego se sentia ao seu martelado.

— Está tudo bem, Maven. — Klub falou e o garoto pareceu vê-lo pela primeira vez. — Você está seguro, está num hospital, estamos tratando da sua cabeça, você lembra que caiu e bateu? — Octavia dava um pouco de néctar e ambrósia misturado com um soro que o faria dormir, enquanto o garoto o encarava assustado. — Descanse um pouco, assim que acordar responderei todas as suas perguntas, agora relaxa. Você está seguro. — foi o que ouviu antes de ver os olhos do garoto pesarem e então se fechar.


Habilidades: Defesa e Resistência.

Presentes de Reclamação: ♆ Tridente de Atlantis — Forjado pelos ciclopes com um metal raro encontrado apenas no fundo do oceano, sendo uma réplica da famosa arma de seu pai. As três pontas do tridente representam três tipos de armas diferentes: a ponta esquerda representa uma espada, a do meio representa uma lança e a da direita representa um punhal. A arma poderá ser escolhida pela prole de Poseidon e, em questão de segundos, o tridente ganhará a forma escolhida. Além de poder ser utilizado em sua forma original. Só pode ser manuseado pela prole do deus, caso outro semideus ou criatura o empunhe, será consumido por várias chamas de fogo grego.

♆ Escudo Oceânico — Um escudo circular forjado com o mesmo material do tridente. Pode suportar até os mais fortes impactos, diminuindo a capacidade do contato em até 30%. O escudo, a cada choque de armas contra ele, reproduz uma onda de tremor de terra em direção ao seu inimigo, conseguindo, dessa forma, desequilibrá-lo e, com sorte, abrir uma abertura de ataque para a prole.

♆ Armadura de Hidra — O grande Herácles (talvez o mais poderoso semideus da história) derrotou a Hidra, deixando-a presa debaixo de uma enorme pedra. Como a Hidra é um monstro de natureza marinha (mesmo que se apresente, as vezes, em terra), Poseidon tem domínio sobre ela. Dessa maneira, uma armadura foi feita para os filhos do mar, usando couro e escamas da Hidra. Extremamente confortável, se adapta ao corpo de seu dono, não ficando nem folgada ou apertada e muito menos pesada. É quase como uma segunda pele. Além de proteger de qualquer ataque desferido com qualquer metal que não seja ferro estígio, a armadura ainda protege contra as ações do clima, resfriando quando for muito calor, e aquecendo em temperaturas baixas.
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Mensagem por Poseidon Sex 9 Dez 2016 - 17:33

Avaliações
Vamos lá, primeiramente vamos analisar a sua escrita que não conteve erros ou incoerências, mas, pude perceber alguns erros de digitação e falta de algumas palavras que seriam necessárias para a compreensão da frase, mas, nada alarmante. Quanto a história, achei interessante sua escolha em narrar algo que acontecera no passado, foi bem pensado, e, me deixou com vontade de saber mais sobre a história de seu personagem já que isto foi apenas um recorte, espero por BMO's suas, rapaz.

Bom, queria dizer que você foi aprovado. Seja bem vindo, filho.
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Mensagem por Lilith Stavros Dom 8 Jan 2017 - 2:06

M E R M A I D

NOME: Lilith Stavros

IDADE: 22 anos

DEUS(A) ESCOLHIDO(A): Poseidon

PORQUE QUER SER RECLAMADO POR ESSE DEUS: ”Sereia”, eles dizem, ”Com certeza ela deve ser filha de Poseidon”

Como uma devota assídua do Deus dos Mares, Lilith sempre está a orla da praia, admirando agradecida as belezas que a imensidão azul proporciona. Ensinada desde criança a amar os deuses gregos e a eles orar, pedindo proteção, aprendeu também a importância de Poseidon especialmente em seu cotidiano. A personalidade cativante, sedutora e deveras misteriosa, fazem marinheiros de todas as partes, abarcarem seus barcos na praia onde reside na Grécia, desejosos por experimentar os lábios daquela sereia. Como o pai, a morena jamais deixaria uma paixão ou as águas sedutoras perderem um voluptuoso romance, deixando rastros de corações atingidos por todos os lados. Além do mais, seu temperamento imprevisível é visto por muitos como um empecilho e irrepreensível, fazendo-a acreditar de que esse era o ponto chave que a conectava com o deus.


HISTÓRIA:
Carmélia e Lourenço jamais imaginavam que tamanha alegria chegaria aos seus corações ao verem a pequena Lilith em seus braços, logo após o nascimento da pequena. Os sentimentos de proteção e carinho pela pequena pareciam aumentar ainda mais quando a mesma abriu levemente os olhos, conectando-se pela primeira vez no mundo com aqueles que ela logo aprenderia a chamar de pais. Em suas mentes, o passado lhes enviava as preciosas e dolorosas memórias que os levaram ao fatídico dia. Eram uma pequena e simples família, oriunda de Irapetra, na Ilha de Creta. Haviam sido ensinados por seus pais sobre o Olímpio e sabiam da importância que oferendas, orações e pequenos rituais tinham em suas singelas vidas. Por isso, tinham em sua casa pequenos santuários para os deuses do Olímpio, jamais esquecendo-se das bênçãos recebidas. Sua felicidade transpassava o trabalho de Lourenço, braçal como pescador, e de Carmélia, uma árdua tarefa de ensinar as crianças de seu humilde bairro a ler e escrever. Entretanto, mesmo diante de tanto amor, devoção e esforço, nunca tiveram seus próprios filhos. Ano após ano, os pedidos para que a esposa engravidasse e pudessem ter esta dádiva dos céus jamais havia sido atendida, até aquele momento.

Lilith cresceu de graça em graça, preceito sobre preceito. Seu peculiar interesse sobre os deuses era notado por todos os que passavam por sua vida, mas em especial, por Poseidon. Os pais a incentivavam a continuar suas orações pelos outros para que a ira deles não recaísse sobre sua cabeça, e a morena fazia, mas não da mesma forma que pelo Deus dos Mares. Era uma menina agradável, que gostava de auxiliar o pai em suas viagens de pescaria, ficando grande parte do tempo admirando as águas e imaginando o que existia em suas profundezas. Lourenço, mesmo sendo amado pela menina, às vezes sentia-se desconfortável e até mesmo trocado por Poseidon, quando a mesma parecia ter mais interesse em realizar pequenas oferendas para serem entregas ao mar do que presentes ao mortal. Aos poucos, sua própria desconfiança fora sendo passada de lado, ao questionar um dos amigos que supôs que a menina havia sido abençoada de alguma forma pelo deus e agora estava somente recompensando.

Com o tempo, o corpo começou a desenvolver-se e com ele a percepção infantil do mundo começara a se tornar mais realista. Sua voz de anjo e melodiosa, olhar misterioso e um sorriso impossível de decifrar atraiam aqueles que estavam desesperados por mais do que uma noite de amor intensa. Contudo, ela vivia estes momentos intensamente e logo estava envolvido com outro, da mesma forma e desejo que vivera com o anterior. Aos desavisados, os homens rancorosos lhes davam o doloroso aviso: Lilith era uma perfeita sereia. Ela os seduzia até si, tirando-lhes proveito ao seu máximo, para depois jogá-los nas profundezas e seguir para o próximo, impenetrável. Entretanto, mesmo tendo seus amores e paixões, era sempre vista sozinha. Seu caminhar pela areia, com os pés tocando a água ou até mesmo com metade do corpo imerso, a desconectava completamente do mundo ao seu redor, deixando-se prender pelo barulho das ondas e o cheiro salino do mar. Sua personalidade paradoxal e cheia de entrelinhas confundia até mesmo os mais avançados na arte da sedução, dando a ela a sensação de estar ainda mais conectada a Poseidon do que nunca.

Devido seu amor pelo mar, havia dado o seu melhor para aprender tudo o que o pai sabia sobre o mar, navegação, preparo de nós dentro dos barcos e também pesca. Com prática, a grega já era capaz de guiar o barco de seu pai até o grande oceano, jogar sua rede e, ao fim do dia, trazer a porção de peixes necessária para a subsistência de sua família e comercio. Ainda mais quando seu pai começara a ficar muito doente e cismava não querer ir visitar um médico ou curandeiro. Preocupada tanto com o homem quanto com o comércio da família, sugeriu de ir ao mar para pescar. Já estava com dezessete anos e sabia muito bem se virar e havia feito tantas vezes antes e em todas elas o sucesso tinha sido a sua vitória. Nada poderia dar errado, pensou ela quando sugeriu – Vai dar tudo certo, papai. Nunca tive problemas antes. Pode deixar que voltarei com o que precisamos para o comércio e comida - Comentou, entoando uma pitada de orgulho pelos seus feitos anteriores. Lourenço deixara de relutar, concedendo a permissão para a menina que já estava lhe dando um beijo rápido na bochecha e corria, descalça, pela areia até o barco.

Ao pisar dentro do barco, fechou os olhos, respirando fundo - Poseidon. Deus dos Mares. Proteja esta viagem. Que eu meu caminho seja claro e eu consiga obter os peixes para a nossa subsistência e comércio - Colocou as mãos juntas, recitando algumas palavras em um grego arcaico. Quando terminou sua prece ao deus com quem mais se conecta, ligou o motor, dando ré no barco, girando o leme com cuidado para não bater em ninguém. Acelerou o permitido dentro da baía e quando se afastou do modesto porto, acelerou o barco, seguindo em direção ao mar aberto. O sol estava magnífico para navegar e a quantidade de vento ideal para que movesse o mar, fazendo com que os peixes pudessem passar por suas correntes e fossem envolvidos pela precisa rede. Olhou para trás por alguns segundos, vendo os outros barcos que também começavam a seguir seus próprios rumos de pesca. Não estava interessada em ir tão longe e pela distância da baía para onde havia atracado, parecia ser o ideal. Afastou-se do leme, seguindo em direção as redes do barco, começando a organizar os nós necessários para quando fosse necessário puxar ela conseguisse sem precisar estragar as mãos para isso. Em meio ao seu trabalho e focada no mesmo, não percebera que houvera uma mudança de peso no barco. Muito menos que algo se rastejava pelo convés e seguia em sua direção, sem olhar para trás. Lilith começou a puxar a rede para cima e estava prestes a enrolar a corda na haste da enorme “vara de pescar”, quando sentiu algo puxar o seu pé com força.

- AAAAH! - Gritou assustada, antes de bater sua cabeça no chão de madeira. Tateou com a mão uma corda ou qualquer coisa que a impedisse de continuar sendo levada, mas o que encontrou fora somente uma das afiadas facas. Fincou o metal afiado na madeira e se segurou com ambas as mãos, enquanto o que parecia ser um ser envolvia suas pernas, prendendo-as com firmeza. Seu coração batia apavorado, mas ela não poderia ser sequestrada, não mesmo! Lilith tinha uma família para cuidar e precisava ter certeza de que estavam bem e voltar para casa com peixes. Conseguiu, por alguns segundos, mover a cabeça para baixo, vendo que era uma espécie de escama que envolvia suas pernas. Brilhava contra o sol e as diversas tonalidades de verde e azul misturavam-se em uma assombrosa pintura – Sinto muito - Grunhiu a morena sentindo os nós dos dedos começarem a arder devido a intensa força depositada sobre eles - Não estou interessada - Começou a sacudir as pernas, tentando afastar-se, mas parecia ser ainda pior, já que o corpo musculoso do monstro envolvera seu quadril e abdômen, não dando outra opção a jovem. Arrancou a faca da madeira e deixou-se levar para as profundezas do mar gelado.

A primeira coisa que fez fora prender a respiração. O mar onde estavam parecia mais denso que o comum, impedindo Lilith de ver a distância que estavam dos outros barcos. ”Caramba!”, exasperou-se em pensamento, ”Preciso sair daqui. Voltou a debater as pernas e o tronco, podendo agora tocar na fria escama que envolvia firmemente seu corpo, apertando cada vez mais. Decidira mudar os movimentos, girando o tronco de um lado para o outro, quando algo movera em sua direção, aumentando ainda mais a sensação de perigo à sua frente. A figura, extremamente similar à uma serpente, tomou forma à sua frente e a jovem arregalou os olhos. Jamais havia visto monstros do mar e havia, claro, ouvido falar sobre os mesmos e sabia que suas lendas eram fatais. Pensou em como havia orado para Poseidon, pedindo proteção antes começar esta viagem e sua mente lhe dizia para esperar que ele a livraria, mas seu coração mandou fazer algo. O monstro tinha olhos amarelados, guelras medonhas e um aspecto doentio, quase faminto, como se estivesse usando suas últimas forças para prendê-la e, assim, matá-la.

Sem mais delongas, a serpente parecia já haver decidido seu ponto final e começou a prendê-la ainda mais, enrolando seu corpo em volta ao da morena. Já imaginando que estava ficando sem alternativas, olhou para a faca em sua mão direita, arregalando os olhos. Essa era a solução! Girou a faca que ainda estava em suas mãos e fincou no corpo do monstro. Sentiu as escamas sendo rasgadas e chegando até os músculos. O sangue negro começou a flutuar e a serpente afrouxou o cerco, dando a grega a única chance que tinha de nadar até a superfície, pegar o barco e voltar para a praia. Seus braços começaram a puxar seu corpo já cansado da batalha para cima e seus pés batiam o mais rápido que conseguiam. Ainda assombrada com as imagens que havia visto, não conseguia imaginar como iria explicar aos pais que havia voltado à orla sem peixes. Estava prestes a chegar a superfície quando foi atingida pela mesma serpente, na cabeça, perdendo instantaneamente a consciência.


Dias Depois...


Os barulhos e som de conversas causavam uma intensa dor de cabeça. A luminosidade parecia ser também outro fator determinante para a irritação maior que a habitual. Moveu os dedos, na esperança de levar a mão ao seu rosto e criar algumas sombras. Para diminuir o desconforto, iniciou um doloroso processo de mover o corpo para a lateral, mas foi impedida. A voz, que informava que ela deveria respirar fundo e relaxar, não conseguia fazer com que Lilith se sentisse mais segura mas sim, confusa. Abriu os olhos, piscando diversas vezes e pode ver estranhas pessoas que pronunciavam o seu nome e explicavam de forma rústica o que ela precisava saber: estava segura e dentro do Acampamento Meio-Sangue. O que quer que isso fosse, não parecia ser boa coisa. ”O monstro me levara para outra parte do mundo?”, questionou-se, antes de se entregar mais uma vez às trevas, pedindo para que os deuses não a deixassem ir ainda.


HABILIDADES: +1 Resistência | +1 Defesa

PRESENTES DE RECLAMAÇÃO:
♆ Tridente de Atlantis — Forjado pelos ciclopes com um metal raro encontrado apenas no fundo do oceano, sendo uma réplica da famosa arma de seu pai. As três pontas do tridente representam três tipos de armas diferentes: a ponta esquerda representa uma espada, a do meio representa uma lança e a da direita representa um punhal. A arma poderá ser escolhida pela prole de Poseidon e, em questão de segundos, o tridente ganhará a forma escolhida. Além de poder ser utilizado em sua forma original. Só pode ser manuseado pela prole do deus, caso outro semideus ou criatura o empunhe, será consumido por várias chamas de fogo grego.

♆ Escudo Oceânico — Um escudo circular forjado com o mesmo material do tridente. Pode suportar até os mais fortes impactos, diminuindo a capacidade do contato em até 30%. O escudo, a cada choque de armas contra ele, reproduz uma onda de tremor de terra em direção ao seu inimigo, conseguindo, dessa forma, desequilibrá-lo e, com sorte, abrir uma abertura de ataque para a prole.

♆ Armadura de Hidra — O grande Herácles (talvez o mais poderoso semideus da história) derrotou a Hidra, deixando-a presa debaixo de uma enorme pedra. Como a Hidra é um monstro de natureza marinha (mesmo que se apresente, as vezes, em terra), Poseidon tem domínio sobre ela. Dessa maneira, uma armadura foi feita para os filhos do mar, usando couro e escamas da Hidra. Extremamente confortável, se adapta ao corpo de seu dono, não ficando nem folgada ou apertada e muito menos pesada. É quase como uma segunda pele. Além de proteger de qualquer ataque desferido com qualquer metal que não seja ferro estígio, a armadura ainda protege contra as ações do clima, resfriando quando for muito calor, e aquecendo em temperaturas baixas. .
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Mensagem por Poseidon Sex 13 Jan 2017 - 19:39

Avaliações
Devo dizer que gostei bastante da sua forma de escrever, me deixou preso durante toda a leitura de sua ficha. Mas, percebi vários furos na história que você não explicou muito bem.

Ficou meio confuso se você já havia ou não vistou outros monstros, caso não, é meio difícil uma jovem de dezessete anos, sendo filha de um dos três grandes, não ter se deparado com nenhum monstro. MAS, vou considerar que você deixou isso implícito e que já tenha se encontrado.

A parte da batalha ficou interessante, mas, não entendi ao certo o motivo da serpente, vou considerar que ela tenha sido enviada por mim e tenha levado-lhe para o Acampamento a meu pedido.

Para finalizar, eu vou reclamá-la, pois, acho que sua ficha tem potencial e pode ter um bom desenvolvimento. Em suas próximas narrações evite deixar furos que podem levar o avaliador a ter uma outra percepção.

Sem mais delongas: Bem vinda, filha.
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Mensagem por Kieran C. Joseph Ter 27 Jun 2017 - 9:12

PROCURANDO O NEMO

p sherman 42 wallaby way sydney



NOME: Mufasa Hayes Reed.
IDADE: 16 anos.
HABILIDADES: Defesa e resistência.

QUAL DEUS DESEJA SER RECLAMADO? Poseidon.

POR QUE? Poseidon é o deus dos mares e oceanos, terremotos e cavalos. Tudo isso, ainda assim, tornam-se pouco perto do que ele, de fato, representa. As idas e vindas do mar seriam os sentimentos, os estados de espírito. Os terremotos seriam sua ira e os cavalos, suas paixões. É por isso que Mufasa se identifica com o deus, a calma e plenitude e ao mesmo tempo o perigo e ira que giram dentro dele como as ondas no mar.

Meu nome é Mufasa, Mufasa Hayes Reed. E, bom, sou um criminoso. Se você não gosta de criminosos ou de histórias de criminosos, vou entender. Pode parar de ler e, bom, fazer algo melhor. Mas, se você quer saber o que aconteceu, continue. Garanto que essa será a pior história que você vai ler na vida, sei disso por que é a minha história.

Eu nasci no Novo México, EUA. Não lembro muito bem da minha infância, morava com minha mãe, frequentava a escola e coisas do tipo. Era um garoto normal, sem pai. Acontece que, em determinado dia, quando cheguei em casa, minha mãe estava caída no chão da cozinha e uma poça de sangue estava ao redor da cabeça dela. Pelo que os vizinhos me contaram, fora um assalto. Mas não haviam levado nada. Aquele fora o primeiro assassinato que eu veria, não seria o último.

Então me tornei uma criança de 8 anos órfã. Fui levado pelo juizado de menores e encaminhado para uma família nova. Você deve estar pensando: coitado, pobrezinho, tão jovem... Tudo bem, eu sei. Já me disseram muito isso.

A minha família nova era composta por um casal e uma filhinha: Os Turner. Eles queriam um filho homem mas a Sra. Turner não havia conseguido engravidar de novo, então, decidiram adotar um garoto cuja mãe havia sido morta. Bela família, não se engane. Sempre me trataram muito bem, cuidaram de mim o melhor que puderam. Mas eu já não era o mesmo garoto bobo.

Na escola, havia entrado para o clube de boxe e dedicava horas suadas aos treinos. Estava crescendo e meu corpo e força acompanhando isso de perto. Chegou então o meu primeiro campeonato, era a liga escolar. Eu iria lutar defendendo o título da escola.

Estava indo tudo bem, eu juro. O campeonato, as lutas e até o confronto final, ganhei o troféu de primeiro lugar e finalmente pensei que fosse me encaixar naquele meio. Estava enganado.

Foi o meu primeiro colapso, digamos assim. Eu estava caminhando pelo corredor da escola e me deparei com uma cena que fez meu estômago revirar e minhas falanges pulsarem: um garoto três vezes maior que o outro estava ameaçando bater em um nerd e fazendo-o de palhaço na frente de todos.

Não sei o que me deu na cabeça naquele momento. Eu nem sequer conhecia o outro garoto mas sem pensar parti para cima do valentão e bati tanto nele que ficou em coma. Quando dei por mim, estava envolto em uma poça d'água que diluia o sangue do outro. Fui expulso da escola depois disso, óbvio, e fui levado até o juizado novamente. Meus pais adotivos já não me queriam mais além de que tive que ficar meses em um reformatório com outros garotos tão problemáticos quanto eu.

Bom, não acaba por aí: o mesmo episódio voltou a se repetir mais cinco vezes, com cinco famílias distintas e mais cinco reformatórios.

Eu estava em minha última chance, deveria provar que era digno e me controlar ao máximo possível antes de ser mandado para a prisão de verdade. Mas o que aconteceu? Bom, você já deve ter adivinhado.

Estávamos na véspera do campeonato regional de futebol, todos da escola estavam ansiosos para o grande jogo do dia seguinte, enquanto isso, os jogadores haviam levado uma garota indefesa para os fundos da escola e estavam se aproveitando dela, contra sua vontade.

Eu não estava espiando ou nada do gênero, estava apenas passando por perto quando ouvi alguém chorar e pedir que parassem. Em resposta um coro de risos.

Aquilo revirou meu estômago e deixou minhas mãos tão quentes que não pude ver o que estava acontecendo:  parti para cima deles e comecei a bater sem ver em quem. Quando parei para respirar me deparei com sete jogadores de futebol jogados no chão, seus membros em posições estranhas e sangue por todo lado.

A garota não me agradeceu, eu também não esperava por isso. Saiu correndo e em pouco tempo depois eu já estava com minhas mãos enfaixadas dentro de um utilitário preto do governo, a caminho de mais uma conversa com o juiz.

*


- Bom, senhor Reed. Vejo que já nos encontramos de novo. - O juiz já estava familiarizado com o meu rosto, não era uma novidade estar ali pelo menos motivo anterior.  - Seis famílias, oito casos de agressão física e vários troféus no boxe. Estou certo?

- Sim, senhor.

- Reed, você me deixou em uma situação complicada. Sabe, era sua última chance. Você tem um histórico negativo tão grande aos 16 anos que quando chegar a vida adulta terá de ser preso imediatamente. E não falo de uma sentença curta. Me entende?

- Sim, senhor.

- Novamente eu pergunto: o que o motivou a fazer isso? Você conhecia ela? Tinham uma espécie de romance?

- Não, senhor.

- Você conhecia os garotos, então? Tinha alguma rixa?

- Não, senhor.

- Bom, não há o que fazer. As mesmas respostas novamente, Reed. Você sabe que bater em pessoas dentro de um ringue não é contra a lei. Instituímos você a seguir carreira desde cedo afim de que as agressões chegassem ao fim. A prova disso é que você conseguiu alcançar o troféu estadual! Então, por quê as agressões continuaram?

- Não sei, senhor.

O juiz suspirou e olhou para a pilha de formulários e queixas a meu respeito. Eu já sabia o que estava por vir.

- Reed, você se arrepende de ter batido naqueles garotos?

- Não, senhor.

O juiz assentiu pesadamente.

- Mufasa Hayes Reed. Tenho duas soluções para você: a primeira é mandá-lo direto para a prisão. Prisão de verdade. Onde você ficaria com prisioneiros de verdade: assaltantes, assassinos, estupradores... Cumpriria uma sentença de dez anos e então analisaríamos novamente o seu caso para decidir o que fazer. Gosta da ideia?

- Não, senhor.

- A segunda alternativa, não melhor, é encaminhá-lo para a ilha Fênix. Uma ilha que oferece treinamento militar para jovens problemáticos. Lá você aprenderá o que é certo e o que é errado, não de uma maneira atrativa. Você ficará lá até os 18 e então veremos se estará apto a ser uma pessoa digna e ter todos esses antecedentes excluídos ou enviado para a prisão, onde ficará por mais 2 ou 3 anos. Isso dependerá do seu comportamento, jovem. Acha que pode conseguir?

- Sim, senhor.

- Ótimo. Ainda acho que dará um bom policial, Reed. - O juiz sorriu para mim. - Nos vemos daqui a dois anos.

Naquele momento eu imaginei que ficaria bem, passar dois anos em uma ilha não poderia ser tão ruim. Bom, eu estava completamente enganado.

*


O avião rangia e tremia devido as turbulências. Pelo tempo que estavamos voando, deveríamos estar muito afastados, não só dos EUA como da própria América. Haviam me conduzido em um utilitário, duas vans, um ônibus e um avião caindo aos pedaços.

Eu não estava sozinho, se é o que pensa. Mas também não fiquei animado em ver quem era minha companhia. Haviam garotos e garotas, de todas as idades e feições. Era louco de se ver. Alguns tinham feições de garotos de rua, outros aparentavam ser de gangues. E ainda haviam aqueles que não faziam a mínima ideia do motivo de estarem ali.

O avião se inclinou para frente, começava a descer. Estávamos chegando ao local. Meu estômago embrulhou, não fui o único. Alguns garotos se iinclinram e vomitaram no piso da aeronave. O cheiro não ajudou a manter as tripas no lugar, mas, mesmo assim, tentei.

Estiquei o pescoço para olhar o que me aguardava do lado de fora e quase perdi o fôlego. Abaixo de nós, ficando cada vez maior, estava a ilha Fênix. Era um círculo de terra coberto por uma imensa floresta, de forma que só o que se podia ver era o verde e o branco da praia. Ao seu redor, não havia mais nada além do oceano. "Sem escapatória". Engoli em seco e me segurei mais forte na poltrona enquanto o trem de pouso era solto e entrava em contato com o asfalto da pista.

O avião parou pouco depois, abrindo a porta e fazendo o mormaço da ilha ir de encontro conosco.

Um homem musculoso adentrou a porta da aeronave, no momento em que a escada foi movida, e nos encarou. Sua expressão era dura e severa, ele estava vestido com roupas pretas, como a swat, porem, sem mangas. Imaginei que deveria fazer calor o tempo todo ali.

- Vocês, levantem-se! Garotos de um lado, garotas do outro! Vamos, seus molengas!

Nem um "oi" como apresentação... Afinal, o que eu esperava? Uma festa de boas vindas? Quase tive vontade de rir com a ideia, mas, ao invés disso, agarrei minha mochila de lona e segui os outros em direção ao asfalto escaldante do lado de fora.

Outros homens e também mulheres nos aguardavam. Todos vestidos com a mesma roupa preta, postos lado a lado com espaços de mesmo tamanho entre eles. As filas foram separadas pelo homem que entrara no avião,  de forma que cada grupo ficasse posto a frente de um dos guardas.

Uma mulher utilizando uniforme mais completo e uma boina no estilo sargento adentrou a pista a passos largos e se postou no centro, de forma que todos pudessem vê-la bem.

- Bem-vindos a ilha Fênix. Esqueçam tudo o que deixaram para trás, vocês, a partir de agora, serão esquecidos pelo resto do mundo, assim como seus pais ao morrer, Órfãos.  - Quer dizer que todos ali eram órfãos? Engoli em seco. - Agora, derramem o conteúdo de suas bolsas no chão. Todos os eletrônicos serão confiscados, assim como todas as lembranças. Vocês são ninguém. Repitam: nós somos ninguém!

- Nós somos ninguém! - O grupo, inclusive eu, gritamos.

Os guardas que estavam posicionados em frente as nossas filas começaram a caminhar, enquanto despejávamos nossos pertences no asfalto. Minha bolsa não tinha muitas coisas, apenas um iPod, uma muda de roupas e uma medalha, a última lembrança da minha verdadeira mãe.

Um guarda baixo, mas não menos musculoso, parou ao meu lado e confiscou meu iPod, assim como a mulher - superiora, imagino - falara. Mas também se abaixou e levou minha medalha ao seu bolso.

- Essa medalha é minha! - Falei antes de pensar.

Os guardas pararam o que estavam fazendo e olharam com um sorriso no rosto na direção em que estavamos.

- Como?

- Disse que a medalha é minha! Você a pegou! Devolva!

- Vejam só, temos um valentão aqui, órfãos! - Falou o baixinho sorrindo. - Você é ninguém, garoto. Não tem nada e não pertence a lugar nenhum.

O homem deu um chute na minha panturrilha e eu caí com as mãos no asfalto fervente.

- Frente! Vamos, vinte flexões. Quando eu disser frente, você faz flexões.

Comecei a erguer meu corpo: cima, baixo, cima, baixo. Para quem praticara boxe por um longo período da vida, aquilo não era nada. Apenas o asfalto escaldante fazia minhas mãos ficarem tão quentes a ponto de sentir como se estivessem geladas. Meus sensores estavam pirando.

Então um garoto pareceu achar graça na situação e riu, atraindo o olhar do guarda até ele.

- Está achando engraçado, órfão?! Vamos lá, frente! Pague vinte!

O garoto se abaixou e, ao tocar o chão com as mãos desnudas, começou a praguejar. Seus braços finos treimam com o esforço.

- Vamos! Costas! Quando eu disser costas vocês fazem abdominais!

Me deitei de costas sentindo o asfalto torrar minhas costas. Mas continuei a fazer, pena que o outro garoto não teve o mesmo sucesso. Começou a choramingar.

- Eu não consigo!

- Vamos logo! Vinte flexões! Frente!

- NÃO CONSIGO! O chão está muito quente!

- ESTÁ ME DESACATANDO, ÓRFÃO?!

- Não, senhor! Mas não consigo!

- Vejam o que acontece quando alguém desacata alguma ordem! Guardas, levem-no para a solitária! Um dia inteiro sem comer e sem beber nada!.

O garoto começou a chorar e foi erguido por dois guardas, conduzido numa direção que não pude prestar atenção, estava concentrado nos meus abdominais e flexões. Já estava começando a achar que ficaria o dia todo naquela e que não aguentaria quando o homem baixo falou comigo.

- Levante-se, valentão.  Espero que tenha aprendido a lição. Você não tem nada, é ninguém.

Me enfiei de novo na fila, e, percebi uma garota loira de expressão engraçada sorrindo para mim. Como alguém poderia sorrir em um lugar como aquele?

- Bem vindo a Hogwarts, amigo! - Ela sorriu.

Eu não sabia o que era Hogwarts, mas com certeza não poderia ser tão ruim quanto aquele lugar.

A mulher de boina fez um sinal para nós e começamos a caminhar, fila ao lado de fila, em direção a quatro caminhões em estilo exército: com a carroceria coberta por uma lona.

Meu caminhão ficou com uma fila de garotas e  nos sentamos garotos de um lado e garotas do outro.

A minha frente, um garota de cabelos escuros e olhos demasiadamente azuis e expressão dura ficou olhando para o piso enlameado. Sua pele era tão pálida que me perguntei como poderia permanecer daquela cor após o sol escaldante que havíamos tomado. 

Então ele ergueu o olhar e eu desviei o meu. Já  havia visto de relance no ônibus, indo para o aeroporto. Sua expressão continuava a mesma. Me perguntei o que será que ele poderia ter feito para estar ali.

*


O caminhão parou em uma clareira protegida por uma grande cerca de arame farpado, descemos ali e ficamos em pé, um ao lado do outro.

- Vocês vão entrar, se despir, passar pela pesagem e pegar seus novos mantimentos. Na ordem da fila. Os que pegarem vão encaminhando-se de volta ao caminhão.

As cabanas não eram muito grandes: construções simples feitas de madeira com o teto de palha. Engoli em seco observando os garotos entrarem um após outro e saírem com um saco de lona branca contendo algumas coisas dentro. Até que chegou minha vez.

Subi as escadas e me deparei com o primeiro guarda. Ele ordenou que eu retirasse minhas roupas e adentrasse numa cabine que parecia de banheiro público.  Quando o fiz, ele acionou um jato tão forte de água que só não fui derrubado pois me agarrei as paredes no último momento. A dor em minhas mãos e em minhas costas, estranhamente passou, foi como se houvessem me dado uma injeção de adrenalina.

Ele me entregou uma calça jeans esfarrapada e uma camisa amarelada e um tanto folgada demais. Segui para a próxima sala onde encontrei mais dois guardas com pranchetas em mãos ao lado de uma balança.

- Nome?

- Mufasa Reed.

- O pai do Simba? - Perguntou rindo.

- Idade? - Falou o guarda número dois, cortando a piada do outro.

- 16 anos.

- Suba na balança.

Subi na balança metálica que mostrou meus 75 kg.

- 75kg e 1,80 m. OK. Pode ir.

Segui a diante para a próxima sala onde um dos guardas retirou uma especie de marca gado de um forno a lenha e puxou meu antebraço gravando ali um símbolo: uma ave de asas abertas com chamas em volta.

Fiquei tonto com  dor mas resisti ao impulso de gritar, o que pareceu agradar o soldado a minha frente. Ele me entregou uma sacola de lona e me encaminhou a saída.

Caminhei de volta ao caminhão e fiquei observando minha tatuagem nova, que ardia como se ainda estivesse acesa em brasa. A garota sorridente que falara comigo se pronunciou novamentganhei

- Não ganhei uma. É uma fênix, símbolo da ilha. De alguma forma agora é oficial, fazemos parte disso tudo.

- Por que tem fogo ao redor dela? - Perguntei mas a pergunta que estava em minha mente era: por que ela não havia sido marcada como eu?

- Dizem que a fênix quando morre irrompe em chamas e, em seguida, renasce das cinzas.

- Piadinha de mal gosto. - Falei ao perceber a referência a nós mesmos no símbolo da ilha.

Íamos parar ali como criminosos, deveríamos esquecer de tudo o que conhecíamos e assim nos tornar novas pessoas. Morrer e renascer das cinzas. Se não fosse bizarro, seria uma ótima filosofia.

*


Após mais meia hora de solavanco no caminhão, paramos em uma nova clareira, cercada por uma nova parede de arame farpado. O guarda levantou-se e nos encarou.

-Vamos todos, órfãos! Em filas! Garotas a direita e garotos a esquerda! Mexam-se!

Nos levantámos e seguimos o instrutor. Ele nos conduziu a uma cabana a esquerda e nossa fila foi dividida: três portas, três quartos, três grupos.

Meu grupo adentrou no primeiro quarto. Era uma construção simples, feita de madeira e com teto de palha. Cheirava a suor e podridão. Haviam quatro beliches: duas de cada lado. E dois baús ao lado de cada uma.

Nos dividimos em grupos de dois, orientados pelo guarda que ficara de braços cruzados na porta, nos observando.

Fiquei com a cama de baixo dos fundos da esquerda. O garoto de olhos azuis ia dividir o beliche comigo. Quase agradeci por não ter de subir as escadas para dormir. Minhas pernas estavam tão resistentes quanto mingau.

- Muitos de vocês podem afirmar que viram coisas ruins na vida. Mas nada, absolutamente nada, foi pior que a ilha Fênix. Essa marca em seus braços é para não se esquecerem, por nem um só dia, o que vieram fazer aqui. - O garoto ao meu lado se remexeu, incomodado e percebi que ele também não havia sido marcado. - Essas paredes do lado de fora, não são para isolá-los. Não são para impedir vocês de saírem e sim impedir o que tem lá fora de entrar. Existem criaturas selvagens por toda a ilha, sedentas pelo sangue de todos vocês.  Se tentarem fugir nadando, não terão mais sucesso. O mar está repleto de tubarões. Por isso eu digo: mantenham-se na linha. Estamos entendidos?

- Sim, senhor!

- Descansar!

O homem virou-se e apagou as luzes. Deixando oito garotos atônitos sem saber o que fazer. Suspirei e me deitei, percebendo o quão cansado estava.

Meus olhos estavam começando a fechar quando ouvi um barulho. Algo que já ouvira muitas vezes em outros reformatórios: o som de alguém arrancando partes da cama e afiando para usar como armas.

Ali não havia regras. Estavamos longe da civilização. Não eramos ninguém. Tudo poderia acontecer.

*


Um sonho começava a se formar em minha mente quando senti uma mão indo em contato com a minha boca. Abri os olhos alarmado e segurando o braço que me calava quando percebi quem era. O garoto de olhos extremamente azuis estava ao meu lado, pedindo que eu fizesse silêncio. Em sua mão havia algo que parecia uma bengala. Eu não havia reparado que ele era manco.

O garoto retirou a mão da minha boca de forma lenta e eu não gritei como um lunático, por mais que quisesse perguntar "mas que porra". Ele caminhou na direção da porta do nosso muquifo e eu o segui, andando na ponta dos dedos para não acordar la outros garotos.

A porta foi aberta e logo ambos estávamos do lado de fora, respirando o ar úmido daquela floresta. Foi o momento que eu o olhei e percebi que não era de fato manco. A sua suposta bengala era uma das vigas da cama que ele havia arrancado e afiado sabe-se lá como.

- Não sei quem é você mas já tive problemas demais para um dia só.

- Maven.

- O que?

- Meu nome.

E falou aquilo como se explicasse todo o resto. Pude perceber que ele olhava em direção ao chalé das meninas e torci para que ele não quisesse ir até lá. Foi quando uma garota de cabelos loiros saiu sorrateiramente e veio caminhando até nós.

- Hey, você é a garota de Hogwarts.

- E você é o pai do Simba. - Falou com a expressão impaciente. - Vamos vocês dois, temos que sair daqui.

Antes que eu pudesse protestar, a loira puxou meu braço e caminhou em direção ao portão de arame. O garoto, Maven, vinha logo atrás com sua viga afiada. Ou seja: não iam me deixar voltar. Só podíamos imseguir em frente.

Maven empurrou o cadeado com sua lança improvisada conseguindo rompê-lo e fazer muito barulho com isso. A garota loira puxou as correntes e abriu o portão, correndo em direção a selva. Maven me olhou e eu soube que tinha que fazer o mesmo. Em pouco tempo estávamos os três correndo em direção a lugar nenhum com sirenes alarmando as nossas costas.

*


Estavamos correndo a cerca de quarenta minutos. Pelos meus cálculos,  os guardas já deveriam estar em nossa perseguição. Se quiséssemos escapar, tínhamos que 1) nos esconder; 2) entrar em um mar repleto de tubarões. Nenhuma das duas me parecia agradável mas a primeira era, de fato, mais letal.

Foi então que ouvimos o primeiro indício que realmente haviam criaturas naquela floresta. Um leve tremor de terra nos fazia tropeçar a cada passo da coisa em nossa direção. Eu engoli em seco só de pensar. Me segurei em uma árvore, ainda ofegante. Os dois a minha frente pararam e se viraram.

- Vamos, não temos tempo! - Falou Maven.

- Talvez possamos descansar um pouco, irmão. - Falou ela acalmando-o.

- E virar espetinho ciclope, May?

- Seria uma pena, esqueci meu barbecue.

Eu quase consegui sorrir. Quase. Foi então que a coisa nos alcançou. Era o bicho mais feio e fedido que eu já vi na vida. Tinha cerca de três metros e um só olho. Usava trapos esfarrapados e tinha uma espécie de bucha de lavar pratos no lugar dos cabelos. Literalmente.


O homem gigante se aproximava e parecia atraído exatamente para onde nós estávamos.

- Ótimo. Vou lutar contra ele com esse palitinho de fósforos. - Reclamou Maven. - Ande, cara. Pegue alguma coisa!

- Tipo?! Aqui só tem folhas e pedras e...

Foi aí que eu avistei uns pedaços de cipó. Não podíamos vencê-lo, mas, se o agarrássemos,  ganharíamos tempo e conseguiríamos chegar a praia.

- Tenho um plano.

Falei isso e corri em direção a floresta, podendo ouvir a garota reclamar a plenos pulmões.

- Mas que porra, demoramos um mês pra encontrar ele e ele foge na primeira oportunidade!

Mas eu não ia fugir. Fiquei observando enquanto o garoto tentava afastar o gigante com sua lança improvisada. Meus olhos viajavam nas sombras caçando alguma espécie de cipó que eu pudesse usar. Fui pegando todos que via pela frente, quando já tinha uns sete em mãos, corri para o outro lado. Pela visão periférica pude ver o garoto com o braço machucado e a garota, May, curando-o para que pudesse continuar lutando. Pensei que estava delirando mas depois de tantas loucuras em um dia só, nada seria impossível.

Consegui atravessar a mata e comecei a subir em uma árvore, amarrando os ramos que segurava em galhos grossos e firmes. Comecei a pegar mais cipós soltos e atravessei a clareira novamente, fazendo o mesmo do outro lado. Até que, e um lado e outro, a clareira estava cercada, como um ringue grande e bruto.

Corri até onde Maven e May estavam e gritei para eles, gesticulando como um louco e chamando-os em minha direção. Eles passaram por um espaço que eu havia deixado e logo comecei a emendar os ramos um no outro enquanto o ciclope vinha a toda em nossa direção. Antes de saber se minha armadilha improvisada o aguentaria ou não, corremos.

Maven ia a frente, eu e May logo atrás. Em pouco tempo estavamos na pista de pouso novamente, o mar a nossa frente banhado de tons de preto e azul marinho. No céu estavam três cavalos com asas: pegasos.

Os três desceram ao nosso encontro e antes que pudéssemos pensar em alguma coisa, vimos o ciclope correndo em nossa direção. Montamos os cavalos voadores e partimos em direção a escuridão.

ONDE ELE ESTÁ?

Kieran C. Joseph
Kieran C. Joseph
Filhos de Poseidon

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Mensagem por Zeus Ter 27 Jun 2017 - 21:07

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Pai do Simba Mufasa

Então, eu não olhei rei leão.
Seu teste foi ótimo, maravilhoso, adorei, já quero May e Maven resgatando semideuses, eles fazem uma ótima equipe. Achei alguns erros, umas palavras muito loucas, mas tá tudo perdoado. Beijos de luz e bem vindo  a equipe Rocket filho de Poseidon.

Não esquece de mandar o presente opcional por MP.

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Mensagem por Eleonore Weiss Sex 3 Ago 2018 - 0:31



Iohoo!





Nome: Eleonore Weiss;

Idade: 23 primaveras;

O porquê de querer ser reclamada por ele: Bem, na verdade, minha primeira opção era ser prole de Perséfone, mas pelo que vi, não tem ela aqui (ou sou bem cega). Aí eu pensei na Deméter, porém, ao abrir os poderes, fiquei bem triste e desanimada, não dá para ser filha dela com aquelas habilidades. Então, a pessoa que me recomendou este fórum sugeriu Poseidon, e como eu nunca escolhi ele como progenitor, resolvi dar uma chance e ver se é legal mesmo como muitos dizem. Ah, também tem o peso de eu amar poderes relacionados a água, então... meio caminho andado para a diversão sem limites, né nom?

História e combate: O que você, caro leitor, está prestes a ler agora, é um pequeno resumo do resumo da vida resumida de L. No começo, poderá parecer que ela, ou você, está sob efeito de algum tipo de droga alucinógena, mas eu prometo que é apenas o inconsciente dela. Então, sem mais delongas, vamos ao show!

''Querido...''

— Não... querido não, fica parecendo falsidade... e eu não sou falsa, sou, Júnior? — Antes que Júnior, um gnomo imaginário, pudesse responder, ela tornou a falar. — Claro que não!

‘’Caro amigo diário...’’

— Ok, agora está mais aceitável. — Assentiu com a cabeça enquanto escrevia.

''Caro amigo diário, hoje foi um dia muito produtivo na minha vida, assim com os demais. De manhã, ao levantar da cama, pude perceber que os esquilos mutantes já não estavam mais devorando meus pés. Feliz com a situação, fui até o banheiro, e notei que estava linda — como sempre.''

— Não acha que está exagerando, L? — perguntou Júnior.

— Eu? Exagerar? Mas quando que eu fiz isso em 20 anos de amizade, meu pomposo? — questionou a mulher, que logo voltou a escrever.

‘’Apesar de me sentir sozinha, tenho meu querido pai, Kurt, e minha adorável mãe, Isabela, que me amam independente de tudo. E eu sei, que no final, eles estarão sempre ali, para me proteger, pagar minha fiança quando eu for presa por socar a cara de um policial, esconder toda química que eu produzo no porão para vender aos drogados da rua de trás... enfim... eles são a minha pessoa’’

— Te... tem... razão... — Por mais que Júnior, o gnomo imaginário de L, fosse contra tudo aquilo, e soubesse da verdade, ele jamais poderia dizê-la, pois saberia o que iria acontecer caso fosse contra as palavras da bela dama. — Está ficando tarde, não acha melhor acender a fogueira, para espantar os animais? Senhora...


Entre alucinações, ataques de loucura, devaneios, L nem sempre foi assim. Quando pequena, era filha de um grande empresário, que bancava uma vida perfeita para a garota e sua mãe, cuja não tinha as duas pernas e era cega de um olho — mas essa parte da história fica para outro dia. Certo dia, ao aceitar uma viagem no lugar de seu pai para fechar um negócio que renderia milhões, o avião que a pobre adolescente estava sofreu por problemas técnicos, e caiu numa ilha aleatória, sobrevivendo somente ela. Nas primeiras semanas, ou melhor, nos primeiros meses, L ainda tinha esperanças de que alguém viria a sua ajuda, ou de que conseguiria enviar algum pedido de socorro; mas com o passar do tempo, sua esperança foi morrendo, assim como sua sanidade mental.

Há mais de 5 anos ilhada, a garota, que agora uma mulher, estava sozinha. De vez em quando, ela tinha alguns dias lúcidos, o qual poderia se comparar com um inferno pessoal. Porém, ela cedia quase sempre, tentando se matar afogada, mas a maré sempre a jogava de volta para costa, e quando despertava, já se via em sua antiga casa. Novamente, alucinando.

Mas em dias de lucidez, quando esta não tentava dar um fim a sua vida, ela chorava por horas e questionava o que estava acontecendo. Para ela, aquela pessoa que enxergava no reflexo da água, era uma estranha. Chegou até a questionar-se se não tinha morrido e reencarnado em outra pessoa, algo totalmente fora do contexto.

O amanhecer. Pássaros cantando, o Sol raiando, a brisa batendo no rosto da mulher, que agora não estava mais dormindo. L levantou-se do chão, esticou os braços e torceu o pescoço, para estalar. Em sua visão, ela acabara de levantar da cama.

— Aí que belo dia para... — Uma pressão foi sentida em suas costas, logo, sendo atirada para frente. Algo a tinha desferido um chute, algo monstruoso. Enquanto se levantava, atordoada, L foi enxergando seus dois mundos colidirem. Enquanto erguia a cabeça, a cama que estava ao seu lado foi tomando forma de uma rocha, o armário virou uma árvore; até que todo aquele quarto majestoso foi desaparecendo, dando visão do verdadeiro local que ela se encontrava, juntamente de suas vestimentas, ou melhor, de sua nudez.

— Mas... mas... o que é isso? — falou para o Ciclope à sua frente. Um monstro gordo, muito maior que ela, com apenas um olho e um porrete de madeira em mãos. Ele parecia estar com fome, pois babava enquanto a encarava intensamente. — Você destruiu o meu quarto! — Mesmo sendo totalmente maluca, L sabia quando era hora de convidar para tomar um chá da tarde, e essa não era a hora. Dando um sorriso meio sarcástico, ela começou a correr na direção oposta do monstro, direto pro mar. Talvez ele não gostasse de água, pois estava fedido. Bem, este era o pensamento dela.

A cada passo que ele dava, L poderia sentir ao longe o estremecimento que o chão dava. A areia em seu pé saltava de um lado para o outro, como se tivesse uma criança brincando. Andando de um lado pro outro, com a mão na cabeça, nervosa e sem opções do que fazer, apenas pensando no nível de dor que sentiria ao ser devorada viva, das duas formas, por aquele brutamontes.

— Talvez a primeira comida não doa tanto, não pude enxergar o volume de seu monumento pela tanguinha... Mas a outra, jamais pensaria que sentiria a dor de ser comida viva! — Por mais que a cada segundo a morte se aproximava, L só imaginava como seria seu gemido após a penetração. Por mais que fosse bizarro, essa era a única coisa que a mulher conseguia imaginar naquele momento decisivo.

— Eleonore, você consegue. Não tema esta criatura abominável que é o dobro do seu tamanho e te mata com um assopro, você pode vencê-lo! Basta deixar fluir... — Júnior agora estava sentado nos ombros dela, com as pernas cruzadas e um cigarro em mãos. — Deixe fluir... somente... deixe... fluir... — E foi desaparecendo aos poucos, conforme falava coisas sem sentido.

L, de princípio, não entendeu nada do que Júnior havia falado. Ou melhor, nada estava fazendo sentido, tanto do que ele falou, quanto de sua atual situação. Presa entre a ilusão e realidade, vendo sua casa, mas também vendo uma ilha habitada somente por ela, vendo seu pai, mas que na verdade, era o ciclope. Na alucinação, ele foi se aproximando com um sorriso grande, e com os braços abertos, como se fosse abraçá-la. Mas, ao chegar perto o suficiente, um simples humano virou, novamente, uma besta caolha, que a desferiu um golpe certeiro contra o peito. L caiu contra o chão, cuspindo sangue e totalmente sem ar.

''Este... seria... o fim...?'' questionou-se mentalmente, enquanto agonizava de dor.

As ondas do mar faziam com que parte da água fosse mais além do que deveria, ultrapassando os limites da costa e chegando até ela. Conforme a água molhava seu rosto, uma sensação de conforto era sentida. Na terceira onda, os olhos de L tornaram-se tão azuis quanto a água que a tocava, e de uma maneira totalmente misteriosa, ela conseguiu se esquivar do terceiro ataque da criatura.

— Eu não sei o que houve, mas algo me diz que essa água é milagrosa! Ainda bem que eu tenho um oceano só dela para mim! — comentou, agora encarando a besta com um semblante sério, totalmente diferente de antes. — Senhor monstro, sabe quando dizem que você pode mais? — Riu. — Brincadeira, eu sei que nunca ninguém te disse isso, porque se você tem pais, eles não tem amam... como amariam algo tão feio? — Enquanto distraia o ciclope com insultos e ironias, ela se concentrava atrás dele, dando forma a cinco esferas d’águas. As duas primeiras, ela usou como uma corda, e prendeu os pés daquele ser; as restantes, fez com que fossem em toda velocidade contra ele, diversas vezes, até cair desacordado. As esferas explodiram, da mesma forma que uma bexiga explode quando está cheia de água. L só sabia rir, até cair novamente, descordada por conta do esforço extremo que realizou.


[...]


Diz-se que duas semanas depois a mulher despertou em um acampamento rondeada por quase-humanos que se denominavam filhos de deuses, ninguém sabe ao certo como ela foi parar ali, ou quem a trouxe, mas todos sabiam quem era o seu pai: Poseidon.  



Habilidades: (+1 defesa/+1 resistência)

Passivas
Perícia: Proles de Poseidon já nascem com a habilidade nata de manusear o tridente, arma mais conhecida de seu pai.
Anfíbios: Os filhos de Poseidon conseguem respirar em baixo d’água assim como se estivessem em terra, a única diferença é que terão de nadar para se locomover. Também poderão escolher se suas roupas molharão ou não.
Cura: Em contato com a água, as feridas mais superficiais das proles de Poseidon conseguem se curar, além de conseguirem recuperar um pouco da energia perdida e poder usar isso como vantagem em um combate.

Ativas
Bolas de Água: A prole de Poseidon porá criar até cinco esferas compostas de água e manipulá-las, no entanto, não terão tanto poder ofensivo. O nível de energia gasto é dado pelo narrador.
Água Curadora: Um liquido azulado pode ser controlado pelo filho de Poseidon, tendo poder curativo. Este liquido pode curar até 15% de quem ele quiser, tendo o gasto de 5 pontos de energia.

Presentes
Atlantis/Tridente [Forjado pelos ciclopes com um metal raro encontrado apenas no fundo do oceano, sendo uma réplica da famosa arma de seu pai. As três pontas do tridente representam três tipos de armas diferentes: a ponta esquerda representa uma espada, a do meio representa uma lança e a da direita representa um punhal. A arma poderá ser escolhida pela prole de Poseidon e, em questão de segundos, o tridente ganhará a forma escolhida. Além de poder ser utilizado em sua forma original. Só pode ser manuseado pela prole do deus, caso outro semideus ou criatura o empunhe, será consumido por várias chamas de fogo grego.]
Oceânico/Escudo [Um escudo circular forjado com o mesmo material do tridente. Pode suportar até os mais fortes impactos, diminuindo a capacidade do contato em até 30%. O escudo, a cada choque de armas contra ele, reproduz uma onda de tremor de terra em direção ao seu inimigo, conseguindo, dessa forma, desequilibrá-lo e, com sorte, abrir uma abertura de ataque para a prole.]
Oceana/Medalhão [Tal arma tem a capacidade de modificar a composição física da prole de Poseidon a ponto de conseguir alterar o seu estado físico e transformá-lo de sólido para líquido e visse versa, proporcionando a entrada do semideus em pequenos locais e deixando seu próprio corpo novamente.]




Thanks to Samanta Sink
Eleonore Weiss
Eleonore Weiss
Curandeiros de Asclépio

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Mensagem por Poseidon Sex 3 Ago 2018 - 20:15

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Querida L, já vi que gosta desse apelido então vou adotá-lo mesmo para te chamar assim, achei, digamos assim, tendência.

Ao iniciar a leitura da sua ficha percebi três coisas: sua escrita é divertida e leve, bastante fluída, o que nos faz vagar por ela com prazer em ler, e, vai por mim, isso é sensacional. Gosto de leituras em primeira e em terceira pessoa, sou bem tranquilo em relação a isso, mas, as que chamam mais minha atenção são as divertidas, e, certamente, a sua se encaixa nesse quesito.

Gostei da construção, gostei da elaboração mas, no fim, nem tudo são flores. Aprecio sinceridade, mas, nesse motivo aí, você me deixou em terceira opção? Nossa, magoou. Queria algo mais sentimental, no estilo: quero ser filha de Poseidon pois vou arrebentar com os babacas utilizando meus passos de Jesus!

Mas creio que o seu motivo também foi bem razoável, já entendi que queria Perséfone...

De qualquer forma, seja bem vinda filha, curta bastante a experiência e, acima de tudo: divirta-se!
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Mensagem por Todoroki Ria Sex 29 Mar 2019 - 16:12





Nome: Katheryna Fortune.

Idade: 18 para 19 anos.

Porque quer ser reclamado por esse Deus: Primeiramente, em função de trama: Katheryna viveu durante sua vida toda em Águas de Sentina, uma cidade portuária localizada no continente oculto de Runeterra. Lá, junto com sua mãe, Sarah Fortune, ela aprendeu o ofício que era viver em um lugar hostil, mas ao mesmo tempo acolhedor com aqueles que precisavam de um local para fugir. Pelos fatos que aconteceram em sua vida nesse local, ela acabou se tornando uma pirata, e quem melhor do que o deus dos mares para fazê-la se tornar a Rainha do Mar? Além disso, Poseidon muitas vezes é subestimado: embora sempre esteja ali em seu canto, ele pode simplesmente eliminar a raça humana com um piscar de olhos. O equilíbrio entre seu poder e sua resiliência é muito grande, o que o torna um deus maravilhoso.

História:

"Descansando no arquipélago das Ilhas da Chama Azul, Águas de Sentina é uma cidade portuária como nenhuma outra; lar de caçadores de moeda, gangues de docas e contrabandistas vindos de todos os cantos do mundo. Aqui fortunas são feitas e ambições despedaçadas em um piscar de olhos. Para aqueles que fogem da justiça, de dívidas ou de perseguição, ela é uma cidade de novos começos; ninguém nas ruas tortuosas de Águas de Sentina se importa com o seu passado. Mesmo assim, a cada novo amanhecer, viajantes desprevenidos podem ser encontrados flutuando no porto, seus bolsos vazios e gargantas cortadas... Apesar de ser incrivelmente perigosa, Águas de Sentina está cheia de oportunidades, livre das amarras de um governo formal e regulações de mercado. Se você tiver dinheiro, aqui quase tudo pode ser comprado, desde itens hextec proibidos até o favor de líderes locais do crime."

O barulho de coisa quente sendo esfriada ecoou pelos ares enquanto eu via minha mãe moldar.

Desta vez era um conjunto de munições que eu, orgulhosamente por sinal, havia ajudado a fazer. Seu dono era um homem chamado Malcom Graves, um mercenário de renome que até mesmo eu, em meus 8 anos, conhecia e sabia que precisava manter distância: mamãe dizia que esse tipo de homem só estava interessado em fazer fama e dinheiro, independente do que fosse e quais perigos corresse. Apesar de ser bonito e galante, eu o risquei da minha lista de pretendentes que casaria quando fosse mais velha, mesmo os considerando bons amigos já que sempre acabavam aqui para beber com minha mãe.

— Kath, encha os tonéis novamente, sim? — ouvi a voz de minha mãe soar de forma baixa, mas ao mesmo tempo autoritária, e então corri para fazer o que me foi pedido. Peguei um dos galões que havia em um dos cantos da oficina e virei-o no tonel, sentindo o cheiro do produto que era usado para o polimento das armas que ela fazia. Com certeza desejava polir as munições. — Bem, só falta o polimento. Acredito que o sr. Graves deve chegar às cinco, então vamos terminar isso, sim?

Concordei com a cabeça com alegria enquanto mamãe sorri para mim. Lembro de ter ajudado ela a polir uma por uma e, no horário combinado, o homem apareceu para pegar, seu charuto fedorento irritando minhas narinas. Estava acompanhado de Twisted Fate, o maior trapaceiro do porto de Sentina (boatos de que sua cabeça está a prêmio na região de Noxus), e enquanto Malcom conversava com mamãe, TF (como eu carinhosamente apelidei aquele homem) me divertia com um truque de cartas.

— Escolha uma e não me diga qual é. — ele sorria, galante, fazendo o sangue em minhas bochechas se concentrar e deixá-las vermelhas. Olhei para todas cartas que ele deixou viradas para mim e então pensei. Qual carta pegar? Sorri e estendi a mão na direção da mesma quando de repente a porta se abriu com violência, revelando um homem alto, com grande barba e chapéu com duas pontas.

Os olhos raivosos e o bacamarte velho, quase enferrujado, que trazia em mãos revelavam quem era: Grangplank. Todos ali conheciam o homem, claro: quem nunca havia ouvido falar de Gangplank, o auto intitulado Senhor dos Ladrões de Águas de Sentina e temido pelos 12 mares de Runeterra? Senti quando as mãos de Twisted se fecharam em meus pulsos e ele então me puxou para cima, me segurando em seu colo de uma forma protetora antes de abrir espaço para que o homem passasse.

Lembro-me perfeitamente daquele dia.

Gangplank adentrou a oficina de Sarah Fortune, minha mãe, com mais dois capangas. Eles eu não lembraria quem eram mais tarde, mas nunca me esquecerei das feições daquele maldito pirata. A passos lentos eu, do colo de TF, o vi se aproximar do balcão de trabalho de minha mãe. Ao lado dela, vi Graves assumir uma postura agressiva. Mamãe sequer piscou.

— Posso ajudá-lo, cavalheiro? — a voz era a mesma que usava com os clientes: polida, educada, formal. Sarah era extremamente profissional quando a situação pedia e eu, mesmo com minha pouca idade, entendia que o que estava acontecendo ali exigia muito cuidado. Se alguém desse um bola a fora, as coisas podiam acabar em morte e ninguém ali queria isso.

Pelo menos, por enquanto.

— Soube que a senhorita faz as melhores armas. Sarah Fortune, estou certo? — a voz arranhada do pirata feriu meus ouvidos. Levei uma das mãos à jaqueta de Twisted, segurando-a com força enquanto sentia meus dedos tremerem. Se aquele homem resolvesse nos assaltar ali mesmo, não havia nada que pudéssemos fazer para reagir. Mamãe concordou com a cabeça, sem hesitar ou se deixar rebaixar. — Quero encomendar uma arma. A melhor que você puder fazer, digna para um homem como eu. Lhe trarei os materiais, obviamente. Tecnologia Hextec de ponta.

— Conheço sua reputação, Gangplank. — Sarah retrucou, colocando ambas as mãos na cintura e encarando o homem com afinco. Próxima à TF, eu senti quando mesmo pegou uma carta e permitiu que ela adquirisse uma aura amarelada. Todos sabiam que o Mago das Cartas as usava para combate, mas eu nunca tinha visto tal ação de pertinho. E, sinceramente, um tremor passou pelo meu corpo enquanto o amigo de minha mãe sussurrava um "vai ficar tudo bem" em meu ouvido. — Por que lhe faria algo assim?

— Creio que você não deseje ver sangue derramado, estou certo? — e, quando disse isso, um de seus homens apontou um cano de arma em minha direção. Twisted ia se mexer para me jogar atrás dele quando a risada de Gangplank soou alta e sarcástica. — Pode tentar, mago das cartas, mas eu sou mais rápido. Acredito que não deseja ver sua amada filha com um buraco no peito, estou certo? Temos um acordo? Você faz a minha arma com o que eu trouxer a você, e então eu não mato sua filha.

Engoli em seco, sentindo os olhos marejarem. Era a primeira vez que alguém me ameaçava daquele jeito e eu estava assustada, tremendo no colo do amigo de minha mãe. Eu não tinha forças nem para virar o rosto e chorar escondido.

— Feito, eu faço suas armas. Não machuque minha filha. — Sarah falou, e após mais alguns minutos de conversa os quais eu não prestei atenção (lê-se não consegui), vi o pirata e seus homens deixarem a oficina. E então, de repente, eu estava nos braços de minha mãe. E desabei a chorar.

- Ψ -

Um ano havia se passado, e como em todos os outros anos dois presentes foram deixados na porta de casa. Um cheirava a fumo, e no outro havia uma carta - e cheirava a perfume de prostituta, por sinal, segundo minha mãe. Sorri e corri para dentro enquanto segurava os dois, chamando pelo nome de minha amada progenitora enquanto sacudia os dois embrulhos do tamanho de caixas de chocolate. A primeira coisa que vi foram os cabelos ruivos, e depois o pequeno bolo que ela havia feito.

Meu aniversário de nove anos finalmente havia chego, e com ele o prazo final dado por Gankplank para a fabricação das armas. Obviamente, por ser uma excelente fabricante de armas, mamãe as havia terminado muito antes do tempo estipulado por aquele homem. Balancei a cabeça para afastar os pensamentos ruins, afinal quanto mais você pensa mais eles são chamados para perto de si, e abri um enorme sorriso para minha progenitora.

— Assopre as velinhas, meu bem. E faça um pedido. — concordei com a cabeça ao ver nove velas simples em cima do bolo de chocolate levemente torto e feito à mão, pensando em pedir para que aquele pirata tivesse esquecido. Infelizmente esse pedido não se realizou, pois a porta foi aberta com violência antes mesmo que eu pudesse assoprar as velas.

A mesma violência de um ano atrás.

Girei o corpo rapidamente na direção da porta e então mamãe estava na minha frente. Com terror nos olhos percebi que se tratava de Gangplank: ele havia vindo buscar sua encomenda. Eu sabia, obviamente, que Sarah não entregaria as pistolas para o pirata - eu a ouvi por dias dizendo que não entregaria nada como aquilo nas mãos de um patife como ele. E a conversa havia se tornado, então, real.

Com temor ouvi mamãe dizer que as armas que ela havia criado eram de beleza requintada, e que eram muito soberbas para pessoas como ele. Aqueles bacamartes não eram dignos de pessoas como ele, um pirata imundo e sem escrúpulos. E, infelizmente, aquele foi seu maior erro. Vi um sorriso brotar nos lábios daquele homem e, de repente, meu peito doeu. Voltei os olhos para baixo diante do grito de desespero de minha mãe e vi sangue saindo dali.

E eu caí na escuridão.

- Ψ -

— Infelizmente não conseguimos salvar sua mãe. — a voz pesada de Graves soou em meus ouvidos enquanto eu encarava os pedaços do bacamarte que minha mãe havia feito em meu colo. TF estava encostado na soleira da porta do outro lado do quarto, o olhar compadecido misturado ao ódio.

Pelo que me contaram, depois que eu fui baleada, Gangplank violentou minha mãe e a matou, desmembrando-a e então destruindo as armas que ela criou, além de ter ateado fogo na oficina. Tanto Graves quanto Twisted haviam chego minutos depois, mas conseguiram apenas me tirar de lá, já que por algum milagre eu fiquei viva: o tiro não havia me atingido no coração, ou em outros órgão vitais, então foi possível me salvar.

Deixei que lágrimas de raiva rolassem minha face Aquele pirata imundo! Ele era o responsável por assassinar minha mãe, minha única família! Senti a mão grande e calejada de Graves tocar meus ombros e então olhei para o mesmo, que parecia incomodado com alguma coisa. Eu sempre soube que ele era o melhor amigo de minha mãe, e pelas histórias que ela me contava os dois se conheciam desde crianças.

— Tem uma coisa que sua mãe pediu para lhe contar, Kath, caso algo acontecesse com ela. — ele deu um sorriso triste e então suspirou enquanto retirava um lenço do bolso da jaqueta e me entregava. Uma das mãos passou pelo cabelo castanho insistentemente antes que finalmente abrisse a boca novamente. — Vamos falar sobre seu pai. O nome dele é Poseidon...

- Ψ -

Nove anos haviam se passado. Quase dez, para ser mais exata.

Desde  dia em que Graves contou a verdade sobre mim, eu parti com ele e Twisted para o interior do continente. Conheci lugares, pessoas, treinei como nunca, principalmente com as tribos do Norte - ainda tenho as cicatrizes de brigas perdidas contra Sejuani. Mas isso não importava. Não para mim.

Eu estava de volta.

O cheiro pútrido de Águas de Sentina invadiram minhas narinas assim que a Ponte da Carnificina pode ser vista. O barulho do mar batendo no navio que me transportava de volta para aquele lugar era reconfortante, mas ao mesmo tempo fazia com que minha sede de sangue aumentasse. Não exatamente de qualquer um, mas sim dele.  

Gangplank pagaria pelo que aconteceu há nove anos.

Sorri para mim mesma enquanto encarava o céu. Voltei, então, meus olhos para o mar: muita coisa havia mudado desde que eu soube que era uma semideusa, filha de um deus grego dos mares - Posidão? Podeison? - e que Runeterra era apenas um continente escondido, envolto em uma poderosa névoa, do mundo lá fora. Ou seja, havia um mundo depois .

Mas ele não seria conhecido por mim no momento. Não antes de eu concretizar minha vingança.

Lute contra um monstro:

Estar de volta ao meu local de origem era reconfortante, mas ao mesmo tempo depressivo. Embora o barulho do mar batendo nas docas e as gaivotas no céu que mais pareciam urubus - talvez por que fossem mesmo, nunca soube dizer com certeza - deixassem meu corpo com a falsa sensação de paz, minha mente estava sempre à mil por hora. Dobrei com cuidado o pepel que tinha em mãos e o coloquei no bolso da calça, o nome e a fuça daquele homem gordo e nojenta gravado em minha mente. Eu tinha um alvo, e cumpriria minha missão.

Desta vez, infelizmente, não era atrás de Gangplank que eu estava e sim de Jakmunt Zyglos, um procurado fora da lei que estava com a cabeça a prêmio. Eu havia conseguido fazer a minha fama de Caçadora de Recompensas com uma semana e meia de retorno, e tão logo Katheryna Fortune era conhecida como Miss Fortune, o infortúnio dos foras da lei. Ouvir isso era deveras engraçado, mas eu gostava de como aquilo soava.

Nada melhor do que causar medo em seus inimigos.

Abri um sorriso enquanto caminhava, o saltinho de minhas botas de couro fazendo um "toc-toc" insistente na madeira velha. Segundo o que eu lembrava, aquele era o Cais Branco de Águas de Sentina, tendo esse nome pela enorme quantidade de fezes de pássaros que o cobriam de ponta a ponta, algo esperado de um lugar que serve para o último descanso dos mortos. O povo de Águas de Sentina não enterra seus mortos, eles os devolvem para o mar, fato comprovado pela cova dos mortos afundados, que ficava suspensa nas profundezas gélidas, marcadas por centenas de lápides-bóias. Algumas tinham meramente nomes, enquanto outras eram tumbas elaboradas inscritas para lembrar cráquens ou as atraentes meretrizes do mar.  

Mas aquilo não me importava. Eu tinha apenas um nome na minha lista, então ademais eram desnecessários por hora.

Cruzei o Cais Branco e fui em direção às Docas da Matança, local onde o haviam visto pela última vez. Deixei que meus lábios se curvassem em um sorriso enquanto o vento fazia meus cabelos ruivos esvoaçarem. As mangas longas cobriam a falta de tecido na região da cintura, já que bem... Aquela região era desprovida de tecido (imagem da roupa aqui). E claro, havia o chapéu que TF me dera em meus aniversário de 15 anos. Suspirei enquanto a saudade daquele mulherengo e do fumante me dava o sentimento de nostalgia, afinal depois que mamãe fora assassinada foram eles quem cuidaram de mim. E muito bem, diga-se de passagem.

Enquanto pensava em algumas coisas, senti que estava sendo observada. Pior do que isso, seguida. E isso me irritou profundamente. Essa pessoa não tinha medo do perigo não?

Deixei estar até chegar às Docas da Matança, e então virei o corpo para trás de uma vez e eu gostaria realmente de não ter feito isso. Três homens estavam parados atrás de mim, mas sinceramente eles não pareciam vivos ou sei lá... Como Graves os chamava? Zumbis? Espíritos? Estalei a língua em irritação e puxei minhas pistolas do coldre, atirando na testa de um deles. Vi seu corpo ir para trás, e então envergar somente para se ajustar como se nada tivesse acontecido.

Senti meus olhos se arregalando levemente: eu, que já havia visto muito em Runeterra, não tinha visto aquilo ainda. Estalei a língua novamente e continuei atirando enquanto eles corriam em minha direção, as balas de minhas armas batendo com barulhos agudos nas pedras das docas. Às vezes batiam naquelas coisas, mas assim como antes nada acontecia. E então um deles se lançou para cima de mim, sua espada brandindo como se quisesse acertar minha cabeça.

Instintivamente lancei meu corpo para trás, desviando do fio afiado da lâmina, mas não sem tropeçar em um pedaço de um dos filhotes de Nagacáburos. Caindo sentada, rapidamente me lancei ao chão com restos de animais marinhos e rolei para o lado, ficando de pé logo em seguida. Aquelas coisas não eram paradas com balas comuns, então o que eu poderia fazer para conseguir me livrar delas?

Recuei até próximo à caída do mar, o limite das docas. Respirei fundo pelo nariz e soltei pela boca, lembrando de algumas coisas que Graves me contara: eu era uma semideusa, ou seja, eu tinha algum tipo de poder. Magia, ele chamara? Eu não precisei usar nada disso antes, mas se fosse necessário usar para me salvar, então eu ia chutar o pau da barraca.

Fechei minhas mãos à frente do corpo e então as abri, criando três bolas de água de tamanho mediano. Naquele momento lembrei-me de Syndra, a soberana sombria de Ionia.

“Sabe o que fazer contra aqueles que querem controlar sua magia?” ela dissera uma vez. “Não permita. Deixe-a fluir alegremente, como agulhas prontas para perfurar e matar seus inimigos” continuou enquanto fazia com que suas orbes feitas de energia negra flutuassem ao seu redor. “Não pense. Sinta e haja.”

E foi o que eu fiz.

Simplesmente deixei que meus poderes como semideusa tomassem conta, e as esferas de água foram lançadas contra meus inimigos, atingindo-os sem muito efeito. Ora essa, eu sabia que não tinha o poder da soberana, mas daí a não causar nenhum dano é de uma sacanagem tremenda. Abri um sorriso amarelo e, pela primeira vez desde que fui resgatada daquela oficina em chamas, eu senti medo. Ótimo, a mulher que volta e sai matando bandidos vai morrer para uns esquisitões?

E, de repente, um arpão atravessou um deles. A expressão confusa no rosto daquele ser esquisito devia ser a mesma que estava em meu rosto, pois a princípio eu não entendi o que estava acontecendo. E foi só quando o ser que foi atravessado no peito foi arremessado no ar em um arco de 180º até a água – e foi engolido por um dos monstros marinhos que habitava ali, por sinal (eu acho que foi um peixe-jaula, mas não tenho certeza) – eu o vi.

A primeira coisa que reconheci foi a máscara vermelha que cobria metade de seu rosto. Depois, os olhos azuis como feixes luminosos clareando o... Nada, pois ainda era dia. A aura espectral do marinheiro afogado ainda me dava arrepios, mesmo ele tendo dito que eu era a única capitã que ele não mataria.

Bem, e Gangplank. Ele queria ver onde minha vingança chegaria.

— Devo dizer que é um prazer encontrá-la, Miss Fortune. — zombou, sua voz grave e arranhada ferindo meus ouvidos. — Não está acompanhada do mulherengo e do chaminé. Devo presumir algo? — continuou enquanto usava de seu arpão para se livrar dos outros dois seres desconhecidos. — Senti cheiro de magia.

— É, talvez. — dei de ombros enquanto via outro peixe-jaula (Yes!) comer o último daquelas coisas esquisitas. — O que faz aqui, Pyke? Dando uma voltinha?

— Vim salvar uma donzela indefesa. — ele riu, os olhos luminosos se estreitando quando lhe mostrei o dedo. — Talvez não uma donzela então?

— Talvez. Já que está aqui, não quer ganhar uns craquens dourados comigo? — puxei o papel e mostrei a ele o rosto do desgraçado que estava caçando. Se eu pudesse ver seus lábios, poderia dizer que estava sorrindo.

Eu teria, mais uma vez, algumas moedas de ouro no bolso. E uma bebida mais tarde.

Observações MUITO importantes:
— Não me prolonguei na luta, afinal bem na sinceridade, é uma coisa que não faz muito sentido, e eu to com muita dor no corpo pra pensar direito nisso;
— Locais citados de Águas de Sentina:
1. Baía de Águas de Sentina: Circundada por encostas traiçoeiras e penhascos altíssimos, a Baía de Águas de Sentina é tão perigosa quanto aqueles que a chamam de casa. Frequentemente seduzidos por oportunidades aparentemente ilimitadas, os visitantes logo se tornam residentes pois percebem que, quanto mais tempo ficam, mais podem explorar os outros por poder e riquezas.
2. Ponte da Carnificina: A Ponte da Carnificina, pairando ameaçadoramente acima do cais principal, é uma antiga estrutura de pedra construída nos penhascos, conectando os movimentados cais aos notórios guetos que se multiplicam. Alguns ainda a usam para chegar ao Templo de Nagacáburos, mas a maioria se encontra aqui para duelar ou negociar mercadorias ilícitas.
3. Docas da Matança: Ataques de monstros marinhos são uma ameaça constante na região de Águas de Sentina mas, ao longo dos anos, uma infinidade de indústrias têm lucrado com a caça e a exploração dessas criaturas gigantescas. Os navios as arrastam de volta para o porto para serem transformadas em carne, óleo, couro e escamas para armaduras, e até seus ossos e dentes são negociados nos mercados das docas.

— Personagens citados:
1. Graves;
2. Gangplank;
3. Sarah Fortune;
4. Pyke;
5. Twisted Fate;

— Devo acrescentar que a Katheryna não foi para a América - ela nem sabe da existência da mesma;
— Acho que é isso, valeu falou ♥️

Habilidades: Defesa e Resistência.

Presentes de reclamação:

Ψ Atlantis / Tridente [Forjado pelos ciclopes com um metal raro encontrado apenas no fundo do oceano, sendo uma réplica da famosa arma de seu pai. As três pontas do tridente representam três tipos de armas diferentes: a ponta esquerda representa uma espada, a do meio representa uma lança e a da direita representa um punhal. A arma poderá ser escolhida pela prole de Poseidon e, em questão de segundos, o tridente ganhará a forma escolhida. Além de poder ser utilizado em sua forma original. Só pode ser manuseado pela prole do deus, caso outro semideus ou criatura o empunhe, será consumido por várias chamas de fogo grego.]

Ψ Oceânico / Escudo [Um escudo circular forjado com o mesmo material do tridente. Pode suportar até os mais fortes impactos, diminuindo a capacidade do contato em até 30%. O escudo, a cada choque de armas contra ele, reproduz uma onda de tremor de terra em direção ao seu inimigo, conseguindo, dessa forma, desequilibrá-lo e, com sorte, abrir uma abertura de ataque para a prole.]

Ψ Ira / Espada [Desde os primórdios da civilização, o Oricalco é usado em Atlantis na construção de armas, armaduras, obras de arte etc, dessa maneira, ele é o metal utilizado na confecção dessa espada para as crias do Mar. Com 95 centímetros, sendo 80 de lâmina e 15 de cabo, a espada possuí guarda-mão de prata em uma esmeralda verde-mar presa em seu pomo, que impede a mão de escorregar e também faz o contra-peso, facilitando assim o manejo. Uma vez por missão, ou a cada 5 níveis, o semideus pode desferir um golpe, usando de toda a Ira de Poseidon. Esse ataque não tem defesa e tira 35 de HP.]


Fortune doesn't favor fools.
(C) Ross
Todoroki Ria
Todoroki Ria
Filhos de Poseidon

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Teste para Filhos de Poseidon Empty Re: Teste para Filhos de Poseidon

Mensagem por Poseidon Sáb 30 Mar 2019 - 11:53

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Claramente nós podemos ver a referência que você tomou para fazer a ficha, e, em todo momento eu vi a personagem com a clássica roupa e o chapéu de pirata, simplesmente amei.

É preciso ter muita criatividade para transformar uma personagem de um universo mais fechado, como League of Legends, em um personagem de mitologia grega, sabemos que tudo é adaptável mas algumas adaptações realmente ficam bem bosta, desculpe o uso das palavras. De qualquer forma, seja muito bem vinda! Amei sua ficha, principalmente a parte da resiliência <3 qq
Atenciosamente a Administração
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