Different Half-Blood
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Ter 17 Nov 2020 - 13:04Adrien Agreste
Seg 9 Nov 2020 - 19:27Zeus
Sáb 7 Nov 2020 - 22:03Nyx
Seg 2 Nov 2020 - 14:04Abbey Arsenault Barrière
Seg 2 Nov 2020 - 2:03Marinette Dupain-Cheng
Qui 29 Out 2020 - 0:30Alfonso Castillo
Qua 28 Out 2020 - 18:57Zeus
Ter 27 Out 2020 - 22:53Zoey Montgomery
Sex 23 Out 2020 - 17:54Kiernan Poisson Smith
Qui 22 Out 2020 - 12:15Poseidon
Sáb 17 Out 2020 - 18:51Arissa
Qui 15 Out 2020 - 22:16Ulrick Waldorf Versace
Qui 15 Out 2020 - 13:06Nov R. Daskov
Qua 14 Out 2020 - 23:53Lilac Song
Sáb 10 Out 2020 - 10:29Hylla K. Werstonem
Qua 7 Out 2020 - 21:38Poseidon
Qua 7 Out 2020 - 12:21Castiel Delacour
Ter 6 Out 2020 - 15:04Poseidon
Seg 5 Out 2020 - 17:47Poseidon
Sáb 3 Out 2020 - 17:11Audrey Scarlett R. Carter
Qua 30 Set 2020 - 15:31Éolo
Qua 30 Set 2020 - 10:30Michael Biscatelli
Ter 29 Set 2020 - 21:54Todoroki Ria
Seg 28 Set 2020 - 18:32Reyna K. Mavros
Dom 27 Set 2020 - 17:27Éolo
Seg 24 Ago 2020 - 20:42Lissa
Qui 21 Nov 2019 - 17:37Isabelle Duchanne
Sáb 12 Out 2019 - 21:35Brianna W. Dellannoy
Qua 4 Set 2019 - 14:31Reyna K. Mavros
Qui 8 Ago 2019 - 20:47Emily Duchanne
Sáb 6 Abr 2019 - 16:07Eros
Qua 3 Abr 2019 - 20:44Lissa
Dom 31 Mar 2019 - 14:29Alex R. Fabbri
Sáb 30 Mar 2019 - 11:53Poseidon
Sáb 30 Mar 2019 - 1:49Bree Wolffenbuetell
Sex 29 Mar 2019 - 19:48Jacob Ackerman
Qui 28 Mar 2019 - 20:04Zeus
Qui 21 Mar 2019 - 15:00Luka S. Sinnoh
Seg 28 Jan 2019 - 22:07Eros
Seg 21 Jan 2019 - 16:41Zeus
Seg 7 Jan 2019 - 23:22Brianna W. Dellannoy
Dom 6 Jan 2019 - 1:33Melinda Äderbatch
Sáb 5 Jan 2019 - 0:10Zoey Montgomery
Qui 3 Jan 2019 - 18:46Ivy La Faye
Qui 3 Jan 2019 - 18:38Ivy La Faye
Qui 3 Jan 2019 - 18:26Ivy La Faye
Seg 31 Dez 2018 - 13:38Eros
Sex 16 Nov 2018 - 12:43Sebastian V. Woljöden
Dom 12 Ago 2018 - 14:20Sasha Ivanovna
Qua 1 Ago 2018 - 17:46Zeus
Seg 30 Jul 2018 - 9:39Nyx
Qui 26 Jul 2018 - 19:28Sebastian V. Woljöden
Qui 26 Jul 2018 - 12:37Nyx
Qui 26 Jul 2018 - 12:36Nyx
Qui 26 Jul 2018 - 12:35Nyx
Qui 26 Jul 2018 - 12:32Nyx
Qui 26 Jul 2018 - 12:30Nyx
Qui 26 Jul 2018 - 12:28Nyx
Qui 26 Jul 2018 - 12:28Nyx
Qui 26 Jul 2018 - 12:25Nyx
Qui 26 Jul 2018 - 9:15Nyx
Qua 25 Jul 2018 - 11:50Johan Maximoff
Seg 16 Jul 2018 - 23:41Alexa Watts Schratter
Ter 5 Jun 2018 - 1:26Adam Phantomhive
Sáb 17 Mar 2018 - 23:08Astera C. Morgenstern
Sex 16 Fev 2018 - 15:14Frâncio R. Lehner
Seg 8 Jan 2018 - 23:40Hannah Daphné Roux
Seg 8 Jan 2018 - 23:03Ivy La Faye
Qui 4 Jan 2018 - 13:47Genevieve Lim
Qua 3 Jan 2018 - 22:21Reyna K. Mavros
Qua 3 Jan 2018 - 20:23Lucifer Fuuzuki
Qua 3 Jan 2018 - 18:54Anko Utakata
Qua 3 Jan 2018 - 17:20Ariel Wröstch
Qua 3 Jan 2018 - 15:30Michael Biscatelli
Sex 29 Dez 2017 - 9:34Frâncio R. Lehner
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BIRMINGHAM
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Relembrando a primeira mensagem :

Salão de Festas

Isabelle Duchanne
Filhos de Ares
Isabelle Duchanne

under the shadows
A subversão apossada dos olhos obscuros alternou-se da bebida etílica rumo ao topo, onde logo era cravada no rosto empalidecido do homem espectral, cujo semblante inóspito fizera um traço fino delimitar-se entre os lábios vermelhos. No rompe do movimento mais sutil, soltava uma gargalhada baixa quase inaudível, somente executada na parca zona entre ambos os irmãos. Pouco sabia ela dos servos do deus da escuridão, salvo o que estudara minimamente sobre aquela ramificação mística que atendia aos anseios da divindade banida. Sua mentora, Astrid, fora líder daquela alcateia por tempos imemoriais à morena — hoje não executava os poderes de tal posto, mas era a mais poderosa dentre todos os homens daquela sociedade. — Engana-se; mas sejam quais foram suas intenções iniciais, espero que não se arrependa de ter conseguido o afastamento de nosso pai. — mordaz, ingeria um gole diminuto cujo propósito era unicamente umedecer a boca carnuda.

Todavia, o mais velho também sabia mostrar as garras. Guiara o rumo do diálogo a um ponto deliberadamente nocivo ao divertimento da irmã mais nova, assassinando o sorriso outrora soberano que comandava a face de uma graça secreta. Hades, nome esse que ressoava em sua mente como um mantra traumático de um agouro preto, denso como sombras, enclausurando-a em um estado análogo ao do pânico ascendente.

Sufocou-o, aliás, com outro gole da bebida.

As desavenças com meu pai permanecem latentes, embora eu saiba tirar proveito do que disponho. A maioria de nós o detesta, não sendo eu aquela que iria tirar os créditos ou razões para isso, mas ele permanece sendo uma das três divindades mais poderosas. — tocava as unhas compridas no cristal altaneiro da taça, fazendo um tilintar delicado ser ouvido como gotas de garoa. Olhou um dos anéis que ornava uma das falanges da mão direita, redescobrindo a beleza do contraste do ouro juntamente à pele esbranquiçada em demasia. Tal qual, a pepita de diamante que endeusava a joia refratava as condições luminosas que chegavam-lhe, mergulhando pelo prisma e espalhando-se em um caleidoscópio de minúsculas partículas brilhantes. — E, como se sabe, os deuses não podem ter interferência direta em muitos assuntos. Precisam de nós. Eu apenas aproveito as propostas, sempre conseguindo algo em troca de favores prestados ao Imperador. aquele sorrisinho novamente, barroco, indecifrável.

Cruzava as pernas, deixando que aquela que ficara por cima balançasse suavemente. Olhou-o, com um questionamento secreto sobre o atual estado de Brandon. O ser externo permanecia intocado, com a saúde aparentemente perfeita. Mas o que haveria em seu âmago era condizente às aparências?

Para Pandora, todavia, a situação era bem diferente do drama de meses atrás, quando era apenas uma garota inexperiente naquele mundo de ambições e destruição. Em contrapartida, hoje era capaz de sentir a energia de sua alma vibrando como nunca anteriormente, sentindo a expansão constante de seus poderes, a ampliação sobrenatural de sua força psíquica. O crescimento exponencial levava à evolução, que fora intensificada com sua coalizão ao caos sugerido pelo clã formado pela deusa Éris, do qual era a primeira integrante e, até então, a de maior destaque. Fitou-o, demorada e silenciosamente, com os olhos obscenos medindo-o como fazia com a maioria das pessoas. Em poucos aspectos aquele homem perante si remetia às memórias que tinha de Christopher, ou de sua amada Adelaide — era diferente, perverso, não um ser recluso como os outros dois. Um predador sombrio.

Como ela.

É assim que garanto meu poder, Bran. — explorou a utilização daquele apelido após muito tempo. Levantou-se, circulando-o com cautela antes de ingerir todo o vinho da taça em um único e veloz gole, sobrepondo as mãos nos ombros largos dele assim que parou atrás de si. Os olhos redondos como buracos negros avaliaram a situação amena do ambiente onde se encontravam, conforme os dedos de força férrea iniciavam uma massagem na anatomia que tocava-o. Alinhava o corpo ao dele, ereta e pacífica como o ato de morrer. — Perdoe-me se o magoei quanto ao que falei de Ivy. seu tom jocoso não remetia ao arrependimento. Embora ache que, devido a falta dela aqui, talvez tenha preferido passar a noite na companhia de outro moreno. Como é mesmo o nome dele? Ah, James! — riu, acariciando os cabelos sedosos e perfumados do parente. A língua venenosa da anarquista agia novamente, como era costumeiro seu fazer, na intenção de implantar uma semente de discórdia na mente fértil do mais velho.

Seguindo o raciocínio que Brandon e James enfrentaram um ao outro uma vez, naquela prova de fogo maldita. O evento ainda era vívido em sua mente, mas não trazia lembranças negativas do mesmo — fora proveitoso para ela, mesmo que muitas mortes regassem aquela noite. Não a dela, pelo menos. Isso era o suficiente para a jovem Aërsterien. O fracasso de Brandon, os eventos subsequentes... Suspirou:

Não entendo porquê a esperava aqui, digo, não é óbvio? — sentia os dedos penetrarem os cabelos pretos e suaves, escorregando por ali com facilidade extrema, descendo pela nuca até reproduzir novamente a massagem relaxante. — Você lutou contra James. Ivy tivera a oportunidade de sair daquele inferno que enfrentamos, onde tínhamos que matar uns aos outros, mas ela não levou você. Abandonou o próprio irmão gêmeo em detrimento do namorado! — voltou a rodeá-lo, parando em frente ao homem, olhando diretamente em seus olhos. Com um amargo sopro, segurava-lhe o queixo anguloso com as mãos pequenas.

Ela não se importa se você foi embora ou não. — segredou. Talvez no fundo fosse a mais pura e dolorosa verdade. — Ela o substituiu por outro alguém. Por isso, Bran, acho que escolheu a irmã errada para se preocupar. — segurou-o pelo pulso. — Pelo menos eu me importo com você, embora você possa achar minha preocupação efêmera e dispensável. pelo menos eu...
robb stark
Kai Aërsterien
Filhos de Hades
Kai Aërsterien
Ω Panda Ω
If you think this has a happy ending, you haven't been paying attention!




Brandon não sabia qual era a real intenção de Pandora, mas se com sua fala provocativa ela procurava instigar a raiva dele, ela conseguiu.

A sua forma externa continuava calma e tenaz, um bloco de gelo sem emoção aparente. O espectro estava decidido a manter a calma, pois a última coisa que queria era se expor numa festinha.

-E por poder você se ajoelha diante dessas figuras patéticas? – Um sorriso se fez no rosto do espectro de modo provocativo – Humilha-se por um pouco de atenção, Pandinha, e o deuses te jogam os restos de seus banquetes. A glória que recebe por uma missão feita não mais é que uma miragem num deserto, você se mata para chegar lá, e quando chega recebe ilusão.

Ele se permitiu ser massageado pela outra. Esperava sentir alguma alteração na força aplicada, mais Pandora tornou a falar de Ivy, e visto que havia tocado no nome de James ela certamente queria provoca-lo. Mas ele não iria jogar aquele jogo, era hora de inverter as posições. Permaneceu em silêncio enquanto a irmã despejava seu veneno, o espectro queria ver até onde Pandora iria, e quando ela finalmente terminou, ele começou.

-Não sabia que era tão carente, irmãzinha – Seu sorriso de canto de rosto passava a ideia de zombaria – Você quer tanto assim minha atenção que pretende me jogar contra Ivy? – Se levantou e deu leves batidinhas na cabeça de Pandora, acariciando-a - Eis ai todo meu afeto!

Não conseguiu evitar o sorriso ao executar o gesto, mas por trás de todo escarnio e zombaria a raiva crescia. A garota havia conseguido realmente irrita-lo, ainda que ele não demonstrasse. Bran deu mais algumas batidinhas na cabeça dela e em seguida acariciou seu rosto da forma mais delicada que conseguiu. Em seguida voltou a se sentar.

-Ivy é minha irmã mais próxima, até sanguineamente falando, mas tenho bastante amor para você também, Pandinha! – Retirou as feições de deboche do rosto e olhou outra vez para ela – Pode não parecer, mas me importo com você, realmente me importo. Não precisa fazer esse joguinho baixo.


Brandon H.Smith
Espectros de Érebo
Brandon H.Smith

Querida, não se esconda

e não fuja de mim

Elijah de fato não esperava de maneira alguma que Isabelle fosse tomar partido antes dele do modo que fez deixando o filho de Apolo sem “crédito” algum para usar ao seu favor no futuro, afinal, como ele falaria a ela que fora ele que deu o primeiro beijo enquanto ela se fazia de difícil? Bom, agora já era tarde e toda essa fantasia que o garoto havia criado em sua cabeça um dia se desfizeram, porém, ele se sentia bem com aquilo.

Seus lábios estavam juntos dos dela. O sabor de vinho se misturava com o gosto doce que provavelmente vinha por parte do batom da garota e deixava o rapaz totalmente satisfeito e lhe atiçava a vontade de transformar aquele beijo lento em algo mais árduo, mas ele mantinha o controle… Pelo menos por enquanto. As mãos dele deslizaram pelas costas da cria de Ares parando junto de sua cintura, ele a puxou para mais junto de  si fazendo assim com que a mesma fosse capaz de sentir seu coração bater de forma acelerada.

”Deuses, por qual  razão não fiz isso antes?!” - O semideus se repreendeu mentalmente enquanto aos poucos finalizou o beijo mordendo com sutileza o lábio inferior da morena. Elijah sorriu, seus olhos brilhavam indo de encontro com os dela.

— Poderia ter me calado dessa forma várias outras vezes, Duchanne.
Olívia Montgomery
Astrólogos de Asteris
Olívia Montgomery

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Aquele brilho divertido no olhar o deixava confuso sobre qual seria o próximo passo da jovem, não pôde deixar de sorrir ao ver que ela esperava algo a mais daquela noite, ele também não queria dizer que só estava começando.

As batidas da música chegavam ao fim e Ramonna logo o soltara, deixando-o sozinho no salão mas dando-o um olhar divertido, antes de se afastar. O primeiro pensamento que ele teve foi que porra eu fiz?, mas talvez esse fosse o recado: ele não havia feito nada. Ao menos ainda não. E então entendeu o que a outra queria dizer. Sentindo-se idiota, Kael começou a seguir Ramonna de forma discreta, para que os semideuses não notassem.

Ela se dirigia para um corredor poulo iluminado, cheio de quadros e com um papel de parede um tanto cafona. Ok, Isabelle não tinha tanto bom gosto.

Ramonna olhara para trás mais uma vez e ele estava perto o suficiente para levar a mão a cintura da jovem e puxá-la para junto de si.

— Estou querendo fazer isso a noite inteira.

Levou a mão ao rosto dela retirando sua máscara, aproximou seu rosto, ainda mascarado, do dela e logo fez com que seus lábios selassem em forma de beijo, arranhando a cintura alheia e contornando o maxilar de seu rosto com o próprio polegar.
Kael M. Wate
Filhos de Phobos
Kael M. Wate
Waterloo
I was defeated, you won the war

- Ah é? E ela era tão maravilhosa quanto eu?

Olhou ao redor pensando no que poderiam fazer naquela bela noite, talvez fosse chamar Kris para dançar. Por algum motivo não lembrava-se de ter dançado com a namorada. A filha de Thanatos parecia ter muitos pensamentos, Emily encarou-a tentando entender o que é que a mesma estava planejando.

- O que foi? – perguntou curiosa enquanto pegava a taça e tomava um longo gole, um tanto distraída – Você está planejando viajar? Porque eu acho que devíamos sair agora daqui e pegar o primeiro avião pra Veneza, lá a gente manda Asteris pro tártaro e vamos comer hambúrguer dando um passeio de Gôndola. Eu te amo pelo que você é, claro, com essas leves melhorias – continuou falando sobre viagens e seu amor por Kris, queria pular logo para o fim, onde as duas saiam dali pra fazer as malas – Aquela noite no anfiteatro foi maravilhosa, mas todos os momentos com você são maravilhosos... O QUE? – engasgou-se com a bebida, tentando processar o que estava acontecendo.

Então, eu acho que... Acho que a gente pode fazer a festa na Holanda e a lua de mel em Veneza.

Se ajoelhou ficando de frente para a futura esposa, segurou as mãos de Kris e encarou-a. Pela primeira vez, desde que se conheceram, ela conseguira pegar Emily de surpresa.

- Quero dizer, se depois de eu te interromper, ainda quiser manter a sua proposta – falou envergonhada – Apenas para a garantia, isso é um sim. Um sim para passar todo o resto da minha vida com você, acordar toda manhã e poder olhar para a razão da minha felicidade. Um sim para todos os dias ruins e todas as maldições que quiserem lançar sobre nós. Um sim para ter você como minha esposa, Kristhyne futuramente Duchanne.  




Waterloo
Promise to love you for ever more



Emily Duchanne
Filhos de Dionísio
Emily Duchanne



Voulez-vous  

Take it now or leave it


Assustou-se com a chegada repentina de Dorian que, se Henry não soubesse que ele era assim, tinha lido a mente do filho de Hefesto. Encarou os pés por um instante e riu, sabia que estava corando, aquilo acontecia sempre, especialmente quando o filho de Poseidon o provocava. Henry não tinha ideia do que fazer nesses momentos. Ou tinha, mas não possuía coragem suficiente.

- Obrigado – colocou as mãos dentro dos bolsos da calça tentando disfarçar o fato de que não sabia receber elogios – Você está, ahn, maravilhoso... Quero dizer, você é, mas hoje está mais.

Algo no filho de Hefesto parou de funcionar quando Dorian falou que queria apresenta-lo para Poseidon, ele engoliu em seco, aquilo iria ser um desastre. Ficou imóvel por um certo tempo, suficiente para criar suas paranoias. Aproveitou que as mãos estavam entrelaçadas e puxou-o para perto, encheu-o de beijos no pescoço antes de morder o lóbulo da orelha do outro.

- Ich liebe dich auch – falou em um alemão um tanto enferrujado – Acho que devemos sair daqui – sussurrou aquilo demonstrando estar confiante, não tinha ideia de onde saíra aquela confiança toda, mas se foi rapidamente – Não que não queira conhecer o seu pai, mas o seu pai é meu sogro e eu não acho que isso vá dar em boa coisa.






Henry P. Friedrich
Filhos de Hefesto
Henry P. Friedrich
My my, how can I resist you?

Sorria feito uma adolescente boba, era como se só houvesse os dois ali, queria tirar proveito de cada segundo. Tinha muitas coisas que queria fazer, mas não sabia por qual começar.

- Desculpe, eu estava ocupada esperando que você fizesse isso – segurou as mãos dele, levando-as mais para baixo – Então eu faria isso – apoiou os braços no pescoço dele – E você faria isso – mordiscou o lábio inferior antes de avançar vorazmente em direção aos lábios dele.

Desejou que não estivessem em uma festa, com tantas pessoas a volta. Queria levar Elijah para um dos quartos e fazer com ele tudo que tinha imaginado. Porém, iria ter de ficar para uma próxima.





ross.
Isabelle Duchanne
Filhos de Ares
Isabelle Duchanne

With a taste of your lips, I'm on a ride You're toxic, I'm slipping under with a taste of a poison I'm on paradise I'm addicted to you don't you know that you're
             

toxic

O que foi aquilo? Deuses!

O menino não tinha um pingo de capacidade para falar com mulheres. Nunca tinha ouvido coisa pior, nem a clássica cantada do mecânico superaria o que ele acabara de dizer. Tentei parecer indiferente com aquilo, mas cheguei a ter vontade de vomitar. Para finalizar ele resolveu perguntar se eu vinha sempre aqui.

Claro que sim, Isabelle faz festa todo dia, na verdade, isso nem é a casa dela, é uma baladinha para semideuses. Por favor, os deuses podiam ter me poupado dessa. Afrodite podia ter jogado um boy magia no meu caminho, mas a vadia nunca gostou de mim.

- Na casa de Isabelle? Claro, somos melhores amigas – comentei com um sorriso falso, eu costumava ser a melhor amiga – Com licença, vou ao toilette.

Sai em direção ao banheiro, que, graças aos deuses, estava ocupado. Olhei para trás localizando o garoto e sorri abanando, como se eu fosse ficar ali. Assim que ele desviou o olhar eu sai pela porta dos fundos, aquela festa não estava do meu agrado.

Peguei meu iPhone X Max e liguei para o Robson, meu motorista, que chegou em menos de 15 minutos prontíssimo para me levar até o aeroporto. Macedônia aí vou eu.


 

                     

Helena Brussel
Helena Brussel



home
all 4 you

Os reajustes da respiração deram-se vagarosos e extensos, conforme as íris azuladas recaíam sobre os lábios trêmulos de outrem. Levou a mão até seu rosto, amparando-o cuidadosamente com o polegar acariciando a bochecha alheia. As vibrações de calor e seus padrões reconfortavam o tato do maior, enquanto esse tentava buscar respostas aos temores do namorado, olhando-o no pélago das íris castanhas. Foi quando, de súbito, soltou o folgo pela boca. Abria um sorriso leviano que contornou os lábios rosados, interpondo um beijo friccionado na testa do menor antes de qualquer outra ação. A forma como fora beijado outrora, com uma dose adicional de carinho, fazia com que as vontades do mais velho ficassem sujeitas.

Ele sabe pedir, pensou.

Alojava a mão na cintura do rapaz, olhando sobre o ombro para o salão ricamente decorado onde se encontravam. Entre os diversificados convivas mascarados, tentava encontrá-lo; aquela vibração única que os conectava, pai e filho. Sentiu-o distante da dupla, apertado com ligeira força os dedos de Henry entre os seus. Não se sabe como Netuno reagiria, fez-se lembrar, uma vez que a relação com o parente olimpiano era obscura e dominada por velhos ressentimentos. As pérolas azulinas que eram seus olhos fecharam-se por um milésimo de segundo; não é o momento oportuno para apresentá-los, se é que isso deve acontecer um dia. Recompôs-se.

Esqueça essa ideia, sim? — murmurou para tranquilizá-lo, ajustando a gravata ao fazê-lo apenas para distrair as mãos ansiosas. Com a direita, segurou entre dois dígitos, de modo delicado, o queixo fino do namorado. Aproximou-se perigosamente feito um felino perigoso, a boca roçando na outra até que se separava daquele selinho necessitado. — Ignore-o. Meu pai deve ser mantido longe. seria tolice aproximá-los.

E retornava aquela frustração antiga, somada à raiva nutrida por Netuno. Como sempre, descontava em Henry — não de uma forma negativa, afinal. A mão livre apertou, agora com uma força bruta, uma das nádegas do semideus mais baixo, os dedos cravando-se naquela carne macia sob a calça de caimento perfeito de alfaiataria. Impunha seu corpo junto ao dele, empurrando-o discretamente contra uma coluna de mármore mais próxima, mantendo-o aprisionado entre seu corpo e a estrutura fria. Os dedos que anteriormente controlavam o queixo do jovem agora percorriam sua bochecha com ternura, ainda que os olhos ensandecidos dissessem o contrário. Segurou-o com suavidade pelos cabelos enrolados cor de chocolate, afagando-os, puxando apenas pelo desejo masoquista.

Nada de escândalos, estamos em público. — Dorian sorriu. A mão que anteriormente jazia sobre o íntimo do namorado agora adentrava em sua calça. Devido ao ângulo em que estavam, com as costas do alemão cobrindo a dupla naquele canto afastado do salão, era quase impossível qualquer outro dos convidados perceber o que se passava, isto é, se estavam sendo notados por alguém. Agora, com a mão em contato direto com a bunda de Friedrich por dentro da calça e cueca, tinha o passe livre para apertá-la com toda a sua força. Poderia até mesmo deixar vergões roxos, dada a pressão que fazia.Você está incrivelmente gostoso, tinha esquecido de falar. — o sotaque alemão temperou aquela frase. — E é meu, todo meu.

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Dorian Blenöger
Espectros de Érebo
Dorian Blenöger
They will be blood
Welcome to the Rusty Lake


A mente humana é como um labirinto. Nos corredores das lembranças e memórias de vida, sempre existem caminhos com escolhas que são uma opostas a outra. Amar alguém ou odiar alguém. Seguir a luz ou mergulhar nas trevas. Respeitar a ordem ou instaurar o caos. Também existiam aquelas contradições que a vida faz as pessoas terem. Os paradoxos da existência, os dilemas até mesmo considerado fúteis como qual biscoito comer, ou qual roupa ir a uma festa.

Sempre se foi questionado como o cérebro funcionava. Porque um órgão é tão misterioso para que o homem só saiba pouco sobre ele? Porque e como armazenamos tantas informações no cérebro? Porque não extrairmos essas memórias? Assim como qualquer coisa, mexer com a mente humana pode despertar coisas boas, e coisas muito ruins.

O local escuro produzia um barulho de goteira, e o barulho ecoava pelo local, mostrando que não tinha nada além de um corpo deitado no chão molhado. Ou pelo menos ela achava que era um chão. Os olhos semiabertos fitavam o vão escuro da parte de cima, que assim como o resto do local, aparentava não ter um fim. Era angustiante, porém confortável. Confortável para alguém que sempre esteve imersa na escuridão de sua própria alma. O líquido que estava no chão não parecia água. Estava morno e viscoso.

Sangue.

Seu corpo deitado ali estava em contato com um sangue que pingava vagarosamente de algum lugar na qual ela não fazia ideia de quem era ou de onde vinha. Seu corpo passou a flutuar lentamente naquele líquido que insistia em não tragar seu corpo para dentro. Levantou-se, mas seu corpo parecia uma marionete sendo controlada. Talvez fosse um estado de frenesi, ou um êxtase pelo que ela não se lembrava, de forma alguma, do que tinha acontecido que a deixou naquele estado. Suas mãos estavam limpas, mesmo tocando no sangue que irrigava aquele espaço.

Caminhando devagar, ela passou a ouvir vozes. Crianças, pessoas mais velhas. Porém ela não estava conseguindo enxergar quem estava ali. Era para estar apenas ela, e nada mais do que isso. As vozes iam ficando mais fortes a cada passo que ela dava. Tateou sua cintura. Sua espada não estava ali. Engoliu em seco e estalou a língua em desaprovação. Que diabo de lugar era aquele?

- Radamanthys? - O sotaque francês fez-se presente pela primeira vez. Ela chamou por seu cão infernal, seu guardião e, talvez, o único amigo que tivesse total confiança. Era estranho que ela conseguia lembrar do seu nome, já que sua cabeça estava doendo. Levou os dedos finos até as têmporas, e notou um pequeno furo nas mesmas. O que diabos era aquilo?

Novamente ouviu uma voz de criança. Era quase como um riso e alguns passos curtos. A semideusa direcionou o olhar para onde tinha ouvido o som da risada e correu. Suas pernas falharam algumas vezes, mas ela não desistiu. De repente, o ambiente mudou.

Ainda era escuro, mas existiam espécies de galhos pontiagudos e espinhos no chão. Como diabos ela foi parar lá? E o que diabos era lá? Na sua frente, uma garotinha de cabelos escuros a encarava. Com um ursinho nos braços, a garotinha se manteve imóvel. Brianna semicerrou os olhos, e seu corpo inteiro se arrepiou.

Sou eu.

Brianna não sabia o que estava acontecendo, e sua cabeça estava doendo mais ainda. Estendendo a mão, um brilho forte explodiu na sua frente, e a obrigou a fechar seus olhos, que estavam completamente doloridos naquela situação.

O local da festa era belo, mas a filha de Hades não estava enxergando isso. Existiam convidados, mas na sua mente eram seres que queriam violentá-la mentalmente e fisicamente. Mas seu corpo não tinha forças nem para reagir. Os olhares realmente eram de horror, mas pela sua aparência. Sangue em suas pernas e braços, ferimentos em sua face, roupas rasgadas e cabelos desgrenhados. Uma visão deplorável de uma semideusa que sempre teve uma aparência bem atraente, embora esse não fosse seu objetivo.

Isabelle.

Sua boca estava seca, assim como todo o sangue e terra em sua pele. Brianna manteve-se parada na entrada do salão, seus olhos cujas as pupilas estavam dilatadas como se ela estivesse usado uma droga alucinógena. Na sua frente, o que ela mais temia. Mr. Deer, Mr. Boar, Ms. Pheasant, Mrs. Pigeon e Mr. Rabbit estavam encarando-a. Roupas de gala, bebidas e risos nos quais a atormentaram. Seu corpo se tremeu por completo, e por trás deles, Mr. Owl apareceu.

- Me deixem em paz! - Brianna gritou, seus olhos estavam vazios, perdidos: - Eu não vou dar minhas memórias pra vocês. - Seu semblante de raiva mudou para um semblante de sadismo, e seu sorriso cresceu enquanto ela encarava as figuras, que na verdade estava um ambiente vazio: - Sim, haverá sangue. - Caminhou com dificuldade e, trêmula, deu um soco na silhueta do Mr. Owl, mas acertou o vento: - Eu deixei todos para trás, o que mais vocês querem de mim?

Seu corpo tombou ao chão. Ela estava sentada com as mãos nos cabelos curtos desgrenhados. As lágrimas escorriam por suas bochechas sujas, e por um instante, ela liberou a dor em um grito alto, mesmo que não soubesse que estava no meio de uma festa.
Brianna W. Dellannoy
Filhos de Hades
Brianna W. Dellannoy
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Os passos tranquilos davam-lhe a impressão de flutuar. Perdia a visão no fundo castanho do olhar de outrem, enquanto partilhava consigo a energia de um bom convívio. Parecia quase capaz de sentir a tensão elétrica existente nos toques dos dedos que, entrelaçados, não permitiam maior afastamento dos corpos durante a dança. Soltava uma risada vívida, que obrigava os lábios róseos colocarem o contorno de um sorriso alegre, até que sentiu algo. Como um agouro mórbido, um outro conviva próximo à dupla arquejou — fê-la olhar adiante, para a entrada do salão. Quase que de imediato, levou as mãos aos lábios como se quisesse sufocar um grito inexistente, tamanha era a surpresa que apoderou-se do corpo esguio. Os dedos cravaram-se nos bíceps fortes de Aleksander antes mesmo de as funções motoras se recuperarem por completo do choque inicial.

Deu um passo adiante. — Brianna. — sussurrou. Velozmente, com a pressa de um socorrista, ela tentava se esgueirar por espaços exíguos entre os demais semideuses, empurrando-os de modo brusco no processo. Sob as luzes áureas dos lustres de cristais lapidados, o sangue grudado à pele e roupas alcançava uma tonalidade amarronzada, como se oxidasse. Meneou o rosto, chegando no limite do semicírculo de pessoas formado a significativos metros de distância da mulher; seu estado estava pior do que uma vez fora, denegrido, arrasado. As íris azuladas pareciam tremer sob a óptica em questão, mas isso também não poupou-a.

Parecia um fantasma ou, quem sabe, uma sombra.

A bruxa ia delicadamente adiante, estendendo a mão como se quisesse tocá-la, mas sem ao menos se aproximar o suficiente para isso.

Ela precisa de ajuda, agora. — sentenciou. Perdera Aleksander de vista, removia a máscara de seu rosto, deixando-a quedar-se ao chão de mármore. Os olhos, de um azul curioso e contido, fitavam aquela figura. — Brianna, eu... Achei que estivesse morta. — disse num murmúrio. Não aproximou-se, contudo, uma vez que notou-a instável em suas próprias ações.

Preste atenção na minha voz. — abaixou-se a alguns metros de distância da filha de Hades. — Você está segura agora.


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Hylla K. Werstonem
Feiticeiros de Circe
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As muitas músicas que tocaram trouxeram lembranças boas das noites de baile em que Jean puxava-a para o meio do salão e os dois dançavam até a dor tomar conta dos pés. Ela tinha um sorriso no rosto, preferia lembrar daqueles momentos e ficar feliz de ter tido aquilo, do que lembrar e se afogar na saudade que, às vezes, tomava conta do coração da morena. Em meio a vestidos, passos de dança, estava marcado na sua memória o cheiro de vinho, não era suave, era tinto, uvas roxas e ousava arriscar que era o cheiro de um Cabernet Sauvignon. O tipo de vinho que ela não bebia.

Certamente não era uma memória, era uma previsão, alguma coisa estava para acontecer e Reyna sentia o cheiro de vinho ficar mais forte. Era difícil afirmar com certeza, mas entre todos os sons emitidos no salão a feiticeira acreditava ter ouvido um grito. Que foi logo confirmado pela repentina saída de Hylla, que antes dançava com Aleksander. Seguiu a loira até que ambas depararam-se com uma semideusa.

Destruída por fora e por dentro.

O cheiro da bebida era incrivelmente forte, lembrando a prole de Nêmesis da vez que ouvira Isabelle comentar que podia curar-se ao beber vinho. Abordou um dos garçons rapidamente, pegando duas taças da bebida roxa e indo de volta ao lugar onde a semideusa parecia estar vendo algo.

Hylla não chegou muito perto, mas tentava acalmar a jovem, que no momento atual, Reyna descobrira que se chamava Brianna. A morena entregou as taças para a loira, esperando que a mesma não resolvesse beber, com cuidado se aproximou da outra, sentando-se na frente dela.
Com um certo receio segurou as mãos de Brianna, esperando que a mesma não reagisse agressivamente. Fixou o olhar no par de íris castanhas e tentou passar toda a confiança possível.

- Brianna, olhe para mim, vai ficar tudo bem – cuidadosamente acariciou as mãos dela – Feche os olhos... Inspire e expire – sem desviar o olhar dirigiu-se a Hylla – Precisamos leva-la para um local mais reservado, Brianna, você acha que consegue levantar?

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Reyna K. Mavros
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Sua cabeça estava um turbilhão. Ora ela se via de frente aos seus piores inimigos, aos seres nos quais ela mais odiava, ora ela se viu no escuro de sua mente. Sua cabeça estava doendo, seu peito estava um vazio profundo, uma solidão silenciosa como todo aquele espaço em que ela se encontrava.

Memórias.

A criança havia desaparecido. No lugar dela, só estava o vazio escuro profundo como antes. Girou em seu próprio eixo, e, ao longe, viu uma silhueta. Se aproximou devagar e de forma cautelosa, mas o chão começou a puxá-la para baixo. Seus gritos não podiam ser ouvidos por ninguém, já que ninguém estava ali.

Em um instante, uma voz conhecida começou a ecoar de longe, até estar mais próximo. Aquela voz preocupada, um tom um tanto quanto pacífico dava forma a uma luz que veio como um flash e ela se viu no meio de uma multidão com pessoas normais.

- O que? - Seus olhos claros agora em sua tonalidade normal focaram a cara de Hylla e de uma outra pessoa ao lado dela. Não só isso, mas todos os olhares depreciativos e assustados dos outros semideuses ao seu redor. Onde ela estava ainda era um mistério, mas quando viu o teto, pressionou os próprios lábios secos.

Toda a família Eilander não aparecia mais ali, e aquilo significava um alívio de estar em um mundo normal. Olhando para baixo, ainda confusa, viu o corpo sujo de sangue e as mãos magras e trêmulas. Ergueu as orbes para a loira familiar na sua frente.

- Hylla, onde eu estou? - Sua voz estava completamente rouca devido a secura da falta de ingestão de líquidos: - Eu estava na França, como eu vim parar aqui? E o que é aqui? - A outra estava com uma taça de vinho e lhe entregou uma, na qual a prole de Hades sentiu o cheiro gostoso da bebida e ingeriu em longos goles, e logo tratou de pegar outra: - Merci... - Olhou confusa e arqueou a sobrancelha: - Me desculpa, mas nós nos conhecemos?

Fazendo uma careta de dor, ela assentiu sobre se levantar. O vinho lhe trouxe forças, mas não completas. Os outros ao seu redor se afastavam devagar, e ela não se importava, era comum estar com sangue nas vestimentas, que estavam todas rasgadas por sinal. Voltou a atenção para as duas e respirou fundo, cansada:

- Eu não vou morrer tão fácil, embora eu quisesse. - Respondeu para a loira, e deu alguns passos curtos. Seu corpo também estava dolorido, mas não tanto quanto a sua cabeça: - O que eu estou atrapalhando? É cerimônia do Acampamento?
Brianna W. Dellannoy
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Mantinha o rosto no foco áureo da imagem alheia, deturpada e sentida, os restos do que um dia fora um ser humano. O sangue que encobria seu corpo lhe causava certa repulsa, além do cheiro que alastrava-se como veneno pelo ar. Cerrou os punhos, vendo que o foco das atenções permanecia sobre a recém-chegada; respirou profundamente, levantando-se, puxando a barra do vestido para dar passos velozes adiantes até a feiticeira mais jovem que se unira à elas. O murmúrio veio frígido como brisa: — Leve-a para dentro. — ordenou. Não conseguia localizar Isabelle, tampouco alguém dirigente naquela residência. — O show acabou. — ela proclamou para os demais, dissipando sua atenção sem qualquer questionamento. Outro reflexo da passagem de Brianna, era facilmente esquecida.


[...]


Eu deveria estapeá-la até a alvorada. — resmungou, fechando as cortinas esbranquiçadas do quarto de hóspedes. Andava veloz de um lado para o outro, como se quisesse pensar em algo de um aprofundamento infalível quando, na verdade, só precisava dar um jeito em Brianna. Parou, estancando os olhos turquesa contra a garota magra e pálida que trouxera consigo, suja e resignada. — Você assassinou uma semideusa, uma das minhas irmãs, durante um delírio. Foi expulsa do acampamento com todos esses problemas psicológicos que vem enfrentando desde então. E nunca, nunca entrou em contato pra falar que continuava respirando?! — aproximou-se perigosamente, buscando resposta no fundo daqueles olhos enegrecidos como poços de perdição.

Suspirou, colocando a mão na cabeça. Mentalizou algo, embora tudo ainda parecesse enevoado para si. Olhou-a uma nova vez — em nada parecia com quem era da última vez em que a vira. Estava magra, digo, mais do que o usual... Parecia ter sido drenada da pior forma. Os olhos negros encovados prenunciavam dor, juntamente ao aspecto selvagem que ela adquiriu com o passar dos meses. Era uma imagem totalmente dissociada da Brianna que conheceu no passado e, vendo-a daquele jeito, percebeu o quão doloroso era aquele cenário.

Estados Unidos, se quer saber. Não sei como você deixou a França ou se realmente esteve lá, não confio nos seus delírios de espaço. O que importa é que está na mansão de Isabelle agora. Está conosco novamente, segura. — o comentário acalmou os ânimos da dinamarquesa. A violência que acometera a franco-germânica ainda era difícil de ser presenciada. Somente quando sentou-se em uma cadeira, lembrou da existência da jovem Reyna no recinto fechado. — Essa é Reyna, a propósito. Aliás... Sou Hylla, creio que não fomos oficialmente apresentadas e eu esperava fazê-lo em uma oportunidade mais tranquila. — abrandou a voz quando dirigiu-se à moçoila de Mônaco.

Levantou, esfregando as mãos. Vasculhou em algum ponto do vestido de saia volumosa que trajava, pegando um saquinho de veludo negro do forro da peça. “Bruxas sempre devem andar prevenidas, afinal”. Abriu-o, despejando um pouco do conteúdo sobre a palma da mão. A pequena pilha de pó prateado reluzente ocultou-se entre os dedos que se fecharam sobre ela. Os passos levaram-na até Brianna e, de súbito, soprou o conteúdo arenoso contra o rosto da mais velha.

Isso vai ajudá-la a colocar os pensamentos em ordem. — garantiu, realocando seu item de volta ao vestido, ocultando-o. — Agora diga-me o que aconteceu. — olhou de relance para Reyna, mas já tinha novamente as íris focadas em Brianna.

Item {Grimório}:

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Hylla K. Werstonem
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- Acho que devemos manter a calma, Brianna está em pedaços, vamos ter tempo suficiente de interroga-la e culpa-la por seus erros, mas agora ela precisa descansar – encarou a outra feiticeira que estava a xingar a prole de Hades, que sim, havia feito algumas coisas hediondas, mas no momento precisava se recompor.

A justiça teria de ser feita depois.

A morena deixou as duas sozinhas por um momento, pegou uma das toalhas disponíveis no banheiro e encheu uma bacia com água morna. Retornou ao quarto, colocando o recipiente em cima do criado mudo, mergulhou a toalha e torceu-a.

- Diga-me se doer  – encarou os olhos de Brianna, era certo que aquele par de íris castanhas já havia presenciado tanta dor, Reyna não queria nem imaginar.

Com cuidado começou a limpar o rosto da outra, era um tanto perturbador encara-la e lembrar das palavras que Hylla dissera. A prole de Nêmesis tentou não pensar naquilo, seguiu a limpar os machucados de Brianna.


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Reyna K. Mavros
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A garganta coçou e uma forte tosse veio. Parecia que giletes desciam por sua garganta seca, mesmo depois do vinho. O mal estar que estava sentindo estava passando aos poucos graças à bebida que havia ingerido pouco tempo atrás.

Dellannoy piscou algumas vezes, e a vida voltava aos seus olhos, como se estivesse caindo na real de que estava em um local seguro e não mais nas garras da família. Da sua família mortal.

Escutando tudo que Hylla falava, não deixou de prestar atenção no comportamento de Reyna. A morena que parecia ser conhecida não estava assustada com a forma que a prole de Hades havia aparecido na festa.

- Aniversário da Isabelle? Mon dieu... - Suas mãos magras e sujas foram de encontro a própria face, completamente envergonhada. Sentimento na qual ela não sentia desde que seu suposto pai lhe via nua quando era criança.

Então, um pó voou na sua cara, e sua principal reação foi fechar os olhos. Ao aspirar aquilo, toda a confusão na sua cabeça parou por um momento, como se um pause fosse dado no filme de sua vida. As coisas foram se reorganizado, e então ela começou a ter algumas visões da sua chegada na França, a fuga pra Alemanha após os assassinatos, o rapto na Alemanha e a chegada no Rusty Lake. Então, tudo ficou escuro em sua cabeça, e Bria abriu os olhos, sentindo o pano molhado em sua face

- Eu lembro vagamente de que eu matei gente no Acampamento, fui expulsa, fui para a França, depois a Alemanha, e não lembro de mais nada. - Olhou de relance para Reyna, vendo o pano continuar passando sobre seu corpo: - Merci, Reyna. - O sorriso foi curto, e sua atenção se voltou para Hylla, que ainda pareca nervosa devido a situação - A sua irmã, era a Aiko? Escuto a voz dela gritando na minha espada, que não está aqui. - Respirou fundo e olhou para as próprias mãos: - Não sei como vim parar aqui, e não lembro de nada desde que eu cheguei no Paradise.

Sua atenção, agora, era com a Reyna. Sentia que conhecia ela, mas não sabia de onde, ou se realmente conhecia ela. De repente, uma dor fina vinda da costela fez ela arregalar os olhos e quase derrubou a bacia com a água. Pelo visto, ainda precisaria de mais vinho.

- O Radamanthys está bem? Eu não o alimentei... Por dias? Eu não tenho nenhuma certeza, que inferno. - Respirou fundo e deitou na cama, que não sabia de quem era, e direcionou o olhar para Hylla: - Preciso de um cigarro, e me desculpar pelo que aconteceu. Mas acho que um banho e comida seria melhor. Comer ratos e morcegos e pessoas não é muito legal. - Em seguida, olhou para Reyna, ainda curiosa sobre a morena na sua frente: - Você, eu acho que eu te conheço de algum lugar. Mas pode me trazer mais vinho? Três taças, ou a garrafa logo, por favor? Merci. - Seu sotaque francês ficou visível, mesmo que aquilo não lhe deixasse confortável.
Brianna W. Dellannoy
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O encarar lúgubre dos olhos ternos transformou-se em um istmo gélido que trespassava a expressão facial lívida de traços esbranquiçados, a boca entreaberta e a respiração fluindo pelo espaço exíguo entre os lábios rosados. Cerrou os punhos, indo contra Brianna — o que se seguiu fora quase impensável. A palma e os cinco dígitos chocaram-se brutalmente contra a epiderme alheia, marcando com vermelhidão o local atingido pelo tapa. O som do choque fora seco, ecoando pelo ambiente entre o trio.

Ela era minha irmã, sim, como feiticeira. E você a matou; teimosa como sempre, nunca aceitou ajuda para lidar com esses surtos psicóticos! — gritou, segurando-a pelos ombros antes de sacudi-la, mas sem quebrar aquele contato visual. Afastou-se, por fim, limpando as mãos numa toalha, sentindo somente então uma ardência na mão direita, com a qual atacara a amiga segundos atrás. — Você colocou seu chalé inteiro em perigo, não percebe? Ter sido expulsa foi a menor das dádivas para você, sabendo que em um momento de revolta coletiva, você poderia ter sido despedaçada por uma turba de semideuses enfurecidos!

Respirava com dificuldade; o vestido parecia apertado demais agora. Comprimia o corpo escultural por baixo do tecido preto, a renda cara aquecendo a estrutura voluptuosa e moldando sua compleição como uma gaiola de panos. Estava sufocada. — É o que eu devia fazer agora com você: despedaçá-la. — não se deu conta, mas chorava.

As lágrimas desciam pelas bochechas recobertas por uma fina camada de maquiagem. Virou-se de costas, sem conseguir evitar os soluços baixos que acometeram-na como mini abalos sísmicos. Apoiou-se em uma cômoda de madeira, vendo seu reflexo frágil no espelho iluminado frontal a si, encarando os olhos turquesa e a forma graciosa de como a ponta do nariz adquiria uma tonalidade avermelhada quando chorava, tal qual as maçãs do rosto. Passou as pontas dos dedos rente aos olhos, secando os vestígios das lágrimas perturbadoras.

Brianna continuava sendo um dos únicos vínculos de humanidade e conexão com o passado que Hylla tinha — o vórtice surgido em seu peito urgia por ações, mas nada estava em seu controle. O sumiço da amiga, os eventos subsequentes até seu retorno... A sensação de impotência era a que dominava a bruxa naquele momento. Por fim, aflorava a raiva e a preocupação desmedidas para com o caso, deixando-a na síncope de seus limites físicos e mentais.

Você pode dar mais vinho a ela, Rey? — pediu, a voz mais branda, agora dirigindo-se à outra feiticeira no recinto. A pressão dentro do cômodo parecia gigantesca e insuportável para Hylla. Abriu uma janela, deixando o ar frio da noite entrar e tocar seu corpo, sua face, escorrer entre os limites de seu físico e refrescá-la. Quando virou-se, algo estava diferente.

Os tão pacíficos e eruditos olhos exibiam um brilho animalesco que não se via há muito, como se denotasse a liberdade de uma fera deveras antiga e perversa. Era como se a fúria de um demônio emergido diretamente do mais profundo poço do abismo a tomasse cada músculo e nervo de seu corpo, progredindo pelos vales da mente e da memória até infestar o coração pulsante e acelerado.

Eu vou perguntar uma única vez, Brianna: quem fez isso com você?

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Hylla K. Werstonem
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Voulez-vous  

Take it now or leave it


Deixou o ar sair pela boca num suspiro profundo, o desconforto e os pensamentos sobre aquele desejo repentino de Dorian se esvaiam, não precisaria encontrar Poseidon tão cedo. Um dos garçons passou e o filho de Hefesto pegou a primeira taça que viu, não tinha ideia se aquilo era vinho branco, champanhe ou refrigerante, tomou um longo gole.

Era champanhe. Não sabia se gostava ou não daquela bebida.

- Então, você quer encher os bolsos de doce e – o moreno respirou fundo, não estava esperando ser atacado tão cedo – E... É, sentar ali no sofá? – sentiu um arrepio, tentou ignorar, mas pelo canto dos olhos, procurava a saída de emergência.

Engoliu o resto da bebida, não havia saída de emergência. O plano A havia falhado. Teria que encarar o plano B, B de beijar Dorian e distrai-lo, até que Henry pudesse executar o plano C, correr. Ou ele poderia criar coragem e encarar aquele momento como o semideus responsável que era.

O namorado parecia já estar preparado, mandando aquela direta para o mais novo. Era hora de evoluir, tipo Pokémon, não ia dar para fugir toda vez que Dorian fosse levar o relacionamento a um novo nível.

Henry deveria estar parecendo uma maçã, mordeu o lábio inferior, o namorado estava mais atraente do que o normal, levando o jovem aos pensamentos anteriores. Dorian e o álcool já estavam ali, só faltava a cama e os lençóis de seda. Por mais estranha que fosse a situação ele estava gostando, até demais. Contudo, sabia que estavam no meio de uma festa e que não deviam passar dos limites.
Respirou fundo e puxou a mão de Dorian.

- Não podemos fazer isso – fez uma breve pausa olhando para o corpo do outro, mordiscou o lábio inferior – Não aqui.






Henry P. Friedrich
Filhos de Hefesto
Henry P. Friedrich



home
all 4 you
O riso veio livre, escapando pelos lábios num explodir contido. Deuses, como amava Henry! Envolveu-o num abraço mais calmo agora, enchendo-o de beijos na face. — Você não tem preço. — murmurou. Esticou um braço, apanhando um bolinho da mesa mais próxima, encarando o recheio róseo. Mordeu-o, apreciando o gosto e a textura do doce antes de erguer as sobrancelhas ao namorado: — Eu não sabia que isso era tão divino! — dissera, surpreso.

Acalmou os ânimos, fitando os olhos castanhos do menor com doçura. Acariciou sua bochecha com delicadeza, alternando-se em morder o bolinho e distribuir selinhos pela bochecha do Friedrich.

Espero que as pessoas não nos vejam roubando essas guloseimas. — disse, travesso, antes de soltar uma risadinha e beijá-lo nos lábios brevemente. Então, como uma criança perante suas comidas favoritas, discretamente foi pegando os doces ornamentados da mesa mais próxima onde estavam, dando-os para Henry segurá-los. — Você vai ser meu álibi nesse crime. — segredou.

De um garçom que passava por ali (e viu ambos furtando os docinhos), pegou uma taça de vinho e deu um gole.

Os doces são nossos agora. — falou para Henry, risonho.

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Dorian Blenöger
Espectros de Érebo
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- Radamanthys está com a Ivy – comentou a morena antes de buscar uma garrafa de vinho no criado-mudo – Não acho que já tenhamos conversado anteriormente, não passo muito tempo no acampamento, aqui, espero que saiba retirar a rolha sem o abridor.

A prole de Nêmesis foi até o banheiro mais uma vez, conferiu se haviam sais de banho, toalhas e um roupão. Brianna também iria precisar de uma roupa, talvez Isabelle tivesse alguma coisa que a outra mênade pudesse usar.

- Brianna, por um acaso você já esteve por aqui antes? – questionou do banheiro, mas não obteve resposta, só ouvia a voz de Hylla.

Não demorou muito para ligar os fatos, Brianna havia matado Roma, uma das irmãs de Reyna. Aquilo realmente incomodou a monarca, a morte de Jean passou voando pela mente dela, que se dirigiu novamente ao quarto e parou em frente a prole de Hades.

- Foi você, não foi? Você que matou a minha meia-irmã – encarou-a com os olhos cheios d’água, respirou fundo e foi em direção a janela ficando em silêncio.

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Reyna K. Mavros
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O olhar de Brianna após o pedido do vinho era um tanto quanto confuso. Seu corpo não estava mais doendo como antes, e as delicadas mãos de Reyna não tocava mais a sua pele. No entanto, seu maior choque de realidade foi o tapa na cara que recebeu de Hylla. Brianna nunca viu a amiga naquele estado, e não sabia que as mãos macias da outra podiam ser tão pesadas quanto uma luva de ferro. Também não sabia que a feiticeira tinha toda aquela raiva acumulada dentro de si. Letalidade sutil, aparentemente, era a principal característica da outra.

Seu corpo tombou para o lado devido ao impacto e a fraqueza que tinha no corpo. Ainda precisaria mais de vinho. O tapa ardia  sua pele, e a marca estava ali, mas tudo aquilo não era o suficiente para o que Brianna havia feito em vida. Ela merecia mais do que um simples tapa na cara. A morte seria a melhor punição. Reyna chegou com o vinho, e a notícia sobre Radamanthys estar com a Ivy alegrou o coração da filha de Hades. Ela sabia que nas mãos de Ivy o seu amigo estaria bem cuidado.

- Merci, Rey. - A voz cansada agradecia pelo vinho. Não teve dificuldade de abrir a garrafa, e logo começou a beber em longos goles, deixando o líquido escorrer levemente pelo canto da boca: - Bem, eu preciso começar a explicar tudo, não é?

Ela olhou para a garrafa e coçou os olhos. O pó ainda estava fazendo efeito, já que coisas antigas que ela não queria lembrar vinha diretamente em sua cabeça. E no espelho, pensou ter visto sua família. Mas era apenas o reflexo de Hylla. Reyna estava no banheiro e perguntou se Bria já esteve ali. Ela não respondeu. Assim que a outra feiticeira saiu do banheiro, seu olhar não era um dos melhores. O questionamento sobre ter matado sua meia irmã fez Brianna olhar de novo para o vinho. Tomou um longo gole novamente e se apoiou no criado mudo, evitando encarar elas no momento. Sua atenção, agora, era com a Reyna. Sentia que conhecia ela, mas não sabia de onde, ou se realmente conhecia ela. De repente, uma dor fina vinda da costela fez ela arregalar os olhos e quase derrubou a bacia com a água. Pelo visto, ainda precisaria de mais vinho.

- Tudo começou quando a minha família mortal por parte de mãe, Eilander, descobriu que através do sacrifício podiam conseguir coisas boas. Todos eles tinham ligação com esse mundo daqui, o nosso mundo. Minha mãe não queria se envolver nisso, era contra matar pessoas para obter algum tipo de riqueza ou coisa do tipo. - Tateou os bolsos a procura de cigarros, mas não tinha ali. Então se contentou com o vinho e encarou ambas as feiticeiras, ainda levemente assustada pelo olhar animalesco da Hylla: - Hades estuprou minha mãe. Não foi consensual minha geração. Ela fugiu da Alemanha para a França com o medo da minha família matar ela e matar a criança que estava em seu ventre. - Cruzou os braços e respirou fundo, olhando para cima: - Ela não sabia que estava grávida de gêmeas. Sim, gêmeas. Eu teria uma irmã, a Europa. Mas Jakob Eilander descobriu onde ela estava, e com quem ela estava. Então, na noite que eu nasci, a família matou minha mãe após ter feito o parto, e matou minha irmã Europa. Também matou o meu padrasto, que era quem realmente devia estar ao meu lado, e deixou Gerard Eilander tomar conta de mim. Foi ele quem me abusou durante anos na minha infãncia, e foi ele quem eu matei.

Olhou para o banheiro e começou a tirar a própria roupa, primeiro pela blusa rasgada, seguido do short. Seu andar foi devagar até o banheiro. Após um banho de mais de meia hora, Brianna saiu completamente limpa e enrolada em uma toalha. Não tinha ainda achado roupas limpas, então se manteve daquele modo ali mesmo. Bebeu mais uma dose do vinho, e voltou a encarar elas, mesmo de toalha:

- Existe um elixir descoberto pelos irmãos Vanderboom, que são parceiros da família faziam anos. Esse elixir era feito com memórias extraídas das pessoas. E memórias feitas através do sacrifício faziam o elixir ficar mais forte. - Seus olhos claros voltaram-se para o espelho, onde ela embaçou e fez um desenho de uma garrafa: - Um irá morrer, e o outro irá obter o esclarecimento. Esse esclarecimento é a imortalidade, a mesma coisa que eu tenho, só que de um modo mais diferente. Quando eu tinha matado Gerard, minha família conseguiu me raptar, e fizeram isso comigo.

Brianna tirou a toalha e mostrou as marcas que tinha no corpo. As cicatrizes iam da parte de baixo dos seios até perto da virilha. Após se enrolar na toalha de novo, mostrou as marcas na cabeça da perfuração das máquinas que extraiam as memórias. A prole de Hades pegou a garrafa que estava abaixo da metade e tomou um gole curto antes de se sentar na cadeira.

- Após esse rapto, eu me tornei o que vocês conhecem de mim hoje. Eu matei os irmãos Vanderboom, matei os amigos de Gerard Eilander, matei Joseph Carlton, um homem que tinha tomado conta de mim quando cheguei na América, e o devorei toda a sua carne. Matei a Aiko, minha ex namorada, matei duas filhas de Afrodite, e matei sua meia irmã, Roma. - O olhar de frieza da semideusa se manteve, já que para ela aquilo não era algo anormal de se falar. Elas já sabiam: - E todas as vezes que eu matei elas, eles apareceram com outras faces. Jakob Eilander é o Mr. Owl. Mr. Crow, Aldous Vanderboom. E a alma corrupta era minha irmã, Europa, que eles mataram e extraíram todas as suas memórias em cubos. Acho que você já os viu, Hylla. - Brianna encarou elas por alguns minutos e terminou a garrafa, sentindo-se um pouco bêbada, mas forte de novo: - Roma estava envolvida nisso. Foi ela quem me fez ter recaídas de novo, e eu a matei. Não posso deixar de te dar satisfações. E Hylla, quem fez isso comigo eu matei. Matei todos os integrantes da minha família que eu encontrei antes de aparecer aqui. Não sei como eu apareci aqui, mas é isso. Eu contei a vocês tudo que eu lembro. Podem me dar roupa e comida agora? Estou precisando, por favor.
Brianna W. Dellannoy
Filhos de Hades
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Os olhos glaucos, vítreos, não conseguiam focar em nenhuma imagem a um palmo de distância. Havia, contudo, uma respiração ofegante se apossando do tórax enquanto buscava apoio com as mãos rumo a algum móvel mais próximo. A voz arrastada lhe trouxera imagens de uma vivência da qual Hylla não entendia e, junto a isso, um sentimento de pesar que parecia inflar em seu seio. Os lábios entreabertos deixaram escapar um folgo cálido, enquanto os dedos apertavam a beirada da cama antes de levantar novamente.

Não imaginava que o semblante irritadiço fosse se esvair tão rapidamente como agora, acerca dos relatos da terceira, fazendo a feiticeira encará-la de soslaio. O corpo doentiamente pálido estava repleto de cicatrizes, ainda com escoriações na derme e hematomas que beiravam o azul violáceo é um verde tóxico. Desviou o olhar. — Você precisa ficar em segurança agora, Brianna. Seja lá do que estiver fugindo ou... Ou do que esteja procurando; se resguarde. — orientou.

Dificilmente seria ouvida, entretanto.

Por fim, dirigiu os olhos rumo a outra morena. Não conseguia ler os intuitos de Reyna e, de certa forma, aquilo a preocupava. Fora notório o impacto que a notícia da morte de outra semideusa causara na filha de Nêmesis, mas a dinamarquesa não iria querer que outro conflito tivesse início ali. Alguns passos sanaram a distância entre ambas e a mão que outrora agredira Brianna repousou cuidadosamente no ombro da princesa. Decidiu fitá-la na profusão castanha de suas íris, em seguida afagando as madeixas castanhas e perfumadas.

O que diria? Se a notícia do assassinato covarde de uma de suas irmãs lhe chegasse aos ouvidos, a jovem Werstonem tampouco saberia como reagir.

Eu vou pegar algumas roupas para ela enquanto vocês... Conversam. — murmurou para Reyna antes de sair do quarto com passos apressados, indo aos aposentos de Isabelle. Invadiu o closet, puxando mudas de roupas simples que julgou adequadas a Brianna. Quando retornou, lançou-as à amiga.

Pega. — dissera ao trancar a porta. — Há algo mais que precisa contar?


+ tagisabelle's bday q
+ notes máscaras e vestidos, pessoas bonitas e aquele mistério no ar. Quem não gosta disso? Eu, particularmente, adoro.
BY MITZI
Hylla K. Werstonem
Feiticeiros de Circe
Hylla K. Werstonem
And I was running far away
Would I run off the wall someday?


A morena deixou-se imaginar a história que Brianna contava, mas sua mente vagava por outras coisas, causando uma leve confusão entre o que a prole de Hades falava e o que a princesa de Mônaco pensava. Por algum motivo sentia que Hylla sabia sobre o passado, sobre o cargo, a fuga e as tentativas de levarem-na de volta a Mônaco, deixando Reyna levemente preocupada. Seu disfarce talvez não fosse o suficiente para passar despercebida pela outra feiticeira.

Voltou a si quando a loira deixou o quarto, nesse meio tempo Brianna tomara um banho e estava de toalha a espera de uma roupa. Encarou friamente a outra. Não que fosse fazer diferença alguma, mas não havia nada além de raiva nos olhos de Reyna e a mesma queria que aquilo ficasse bem claro.

Não arrependia-se de ter ajudado a outra, também não a deixaria morrendo, não era do feitio da prole de Nêmesis, embora seguidamente ouvisse do pai que deveria “pagar com a mesma moeda”. Na visão de Reyna aquilo era terrivelmente errado. Finalmente Hylla retornou com roupas que, claramente, pertenciam a dona da residência.

- Se achas que ela precisa ficar a salvo, deveria deixa-la por aqui. Não há local mais seguro que o acampamento, mas ela foi expulsa – decidiu que não iria mais referir-se diretamente a Brianna – Isso é uma fortaleza, Isabelle tem mais do que o suficiente para que ela se recupere e ainda terá onde treinar.
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Reyna K. Mavros
Reyna K. Mavros
They will be blood
Welcome to the Rusty Lake


A suposta preocupação da filha de Melinoe trouxe à Brianna uma sensação um tanto quanto nostálgica. Por mais que a Hylla não tivesse o costume de demonstrar que se importava com os outros, no fundo a filha de Hades sentia isso. Também, no íntimo da morena, ela jamais iria deixar claro o quanto devia uma.

A sua cabeça parou de girar no turbilhão destrutivo que ela se encontrava antes de ser acolhida pelas duas feiticeiras. Um encontro tanto quanto inesperado, já que Brianna não conseguia se lembrar da Reyna, só da Hylla. Sentiu-se parcialmente indelicada por ter demonstrado a falta de memória. Mas que culpa ela tinha? O lago era grato por suas memórias, e sempre seria. Contudo, ao assegurar que tinha matado todos que havia encontrado, Brianna sentiu que suas memórias estariam protegidas, ou até mesmo perdidas em um lago que ela sabia como chegar em uma precisão quase genética, como a de um filho buscando o calor dos braços acolhedores de sua mãe.

O silêncio permaneceu por alguns minutos após Bria explicar tudo que havia acontecido, ou parte do que havia acontecido. Alguns detalhes ela não podia revelar por motivos pessoas e/ou não se lembrava do resto também. Contudo, ao ver Hylla se preocupar em manter a amiga em segurança e em ir buscar as roupas, Bria notou que a mensagem sobre a irmã de Reyna não caiu bem para a filha de Nêmesis. Algumas trocas de olhares rápidas resumiu todo o diálogo que teve com Reyna antes da outra chegar com as roupas limpas.

- Merci. - Começando pelas peças íntimas, Brianna terminou de se arrumar tão rápido quanto bebia uma dose de vinho: - Bom, eu sei me cuidar sozinha, não precisam ficar preocupadas com minha segurança.

E de fato ela não mentia. ela saberia se cuidar sozinha, porém ainda não estava com todas as suas energias revigoradas, e nem com o psicológico extremamente estável. O local era realmente mais seguro do que o seu apartamento, e ela sabia disso. Mas tinham pessoas que ela precisava ver, como Justine, Ivy, e até mesmo o seu cão, Radamanthys.

- Eu sinto muito por isso, mas eu preciso realmente voltar para o meu apartamento. Radamanthys precisa de mim. - Tossiu fortemente, sentindo o peito doer a cada tossida: - Acho que eu devo ter algum osso quebrado, mas eu vou ficar bem.

De forma lenta, Brianna se aproximou da filha de Melinoe loira e a abraçou. Um contato afetivo que por muitos anos chegava a ser realmente sincero. O tapa na cara que havia recebido não ardia mais a face, e por um momento, não quis retribuir. O rosto alheio estava muito delicado para ser marcado pelas mãos maculadas pela natureza destrutiva que habitava na alma da prole do submundo.

- Muito obrigada, Hylla. Eu não sei ainda como vou lhe retribuir por isso. - Os polegares afagaram levemente as bochechas alheias, e seus olhos claros se encontraram com os da amiga: - O lago é grato por isso. - O sussurro era quase inaudível, mas por dentro, Bria desejou que ela tivesse escutado. Então, virou sua atenção para Reyna e respirou fundo: - Reyna, lamento muito que nosso primeiro encontro tenha sido assim, e lamento você saber que eu matei sua irmã degolada na frente de todo mundo. Eu sei que pode tentar se vingar de mim por isso, e até entenderia o motivo. Mas agradeço por me dar vinho, eu precisava. - As mãos repousaram brevemente nos ombros da morena, e os afagou levemente: - O lago é grato por isso. - Respirando fundo, Brianna caminhou até a porta de saída e olhou para ambas com um sorriso curto nos lábios antes de sair: - Iremos nos ver de novo, e dessa vez, será em um momento mais apropriado. - Com uma singela reverência, deixou o local.

~encerrado.
Brianna W. Dellannoy
Filhos de Hades
Brianna W. Dellannoy
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