Enfermaria

Eu definitivamente não tinha a mínima ideia de como meu corpo estava naquele estado, tão pouco teria ido procurar ajuda se as lágrimas de minha Fênix, Ikki, tivessem dado resultado. Aparentemente apenas um curandeiro poderia me ajudar naquela situação.

Carregada por Crowley, meu cão infernal, dou entrada a enfermaria sendo logo recebida por um garoto asiático muito simpático que prontamente veio me atender. Ele se apresenta e começa a observar meus ferimentos que iam desde queimaduras até profundos cortes em variadas partes de meu corpo. Ikki estava observando tudo de cima de um dos armários, como se estivesse pronto para me arrancar de lá caso fosse necessário, já Crow estava deitado debaixo da maca onde eu estava deitada.

-Olha... Ai... eu não faço ideia do que aconteceu, juro pra você. Lágrimas de Fênix não curam. Só faça parar de doer ok?


O garoto continua me observando, Ikki pia desconfortavelmente como se se culpasse por não poder me ajudar. Rapidamente uma pinça afasta minha pele em fiapos e um líquido gélido percorre minha ferida, a sensação de alívio é tão grande que começo a sorrir, havia um bom tempo em que já estava vivendo com a dor.

Os procedimentos continuam, uma toalha com algum óleo é posta em meu rosto, minhas pernas começam a queimar devido a uma espécie de pomada que cobria os ferimentos. Crowley rosna.

-Tá tudo bem garoto, a mamãe tá bem-digo tentando acalma-lo, caso contrario o enfermeiro precisaria de tratamento também ou não sobreviveria para isso.

Meu corpo relaxa, aromas estranhos invadem minhas narinas e me induzem ao sono, mas luto para permanecer acordada. Sinto algo gelado em meu pescoço e algo corta minha coxa, mas não sinto dor.

-Preciso que durma para concluir o tratamento, mande seus animais de volta ao seu chalé, por gentileza.


Assim o faço, Ikki sai voando pela porta soltando um pio baixo e Crowley se arrasta para fora em meio a rosnados, eu sabia que ele não iria me obedecer, na verdade ele iria procurar um lugar para se esconder e ficaria ali até eu receber minha "liberação". Meus olhos pesam, meu corpo parece não me pertencer mais e logo tudo fica escuro.

Vejo minha mãe, rindo da minha cara enquanto passa um slide com as fotos de todos os caras que me abandonaram, "tem certeza que é minha filha? Acho que Reclamei a semideusa errada". Seu riso me acerta como adagas, mas logo uma segunda imagem aparece e segura meus ombros: "E quem precisa de homens para algo? Você está comigo agora, pertence a Éris e eu tenho orgulho de você Violett, sua mãe não sabe nada sobre a mulher poderosa que você é.", as palavras de Éris fazem Afrodite se calar e sumir, mas logo quem toma seu lugar é Ares.

-O que você está fazendo aqui?-pergunto curiosa.

-Você se esqueceu? Temos assuntos pendentes. Ainda conto com você para aquele trabalho sujo...

E então Ares some, deixando uma névoa vermelha no ar. Um cheiro forte invade a sala e logo sinto como se uma mão me puxasse para fora daquele lugar escuro.

-Hey! Achei que não fosse voltar... Seu tratamento terminou. Levou 4 dias, mas deu certo. Está livre para ir.