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meu nome ecoava por todo o chalé dezessete. "Hillary!". Gritava uma voz muito conhecida do lado de fora do recinto, acordando-me de meu sono.
"Que diabos o Pietro está fazendo a uma hora dessas gritando na porta do chalé?". Perguntava a mim mesma em minha mente, movendo meu corpo de um lado para o outro, inquieta, sobre o colchão.
Aos poucos meus olhos cediam a claridade, se abriam para apreciar a linda manhã de sábado que me esperava do lado de fora. O Sol não era tão castigador e o clima parecia mais do que agradável. Manhãs assim eram muito raras no Acampamento Meio-Sangue, portanto, eu não deveria desperdiçar uma oportunidade como esta.
Obviamente eu não poderia deixar meu namorado me esperando do lado de fora do chalé. Pensei em abrir a porta e mandá-lo entrar, porém, minha aparência estava horrível. Os fios ruivos pareciam ter sofrido um choque, os olhos estavam inchados e meu rosto assemelhava-se ao de alguém que acabara de acordar de um sono de 500 anos.
- Espera um pouco! - Gritei do interior do chalé 17 e tomei coragem para levantar de minha cama. Totalmente sonolenta.
Imediatamente, fui em direção ao banheiro que dividia com minhas irmãs, levando um jeans desgastado, uma camiseta de unicórnio que deixava um de meus ombros desnudo e um par de All Stars surrados de cor vermelha. Me tranquei e suspirei, fazendo o que tinha de fazer ali.
Após ter feito toda a minha higiene matinal, ter vestido minhas roupas e ter calçado meus tênis, retornei para a minha cama, abaixando-me e vasculhando meu arsenal secreto. Repousei minha espada, escudo e a besta sobre o colchão e levantei-me, fitando as armas.
O colar que havia ganhado após a missão reluzia em um brilho admirável ao lado de minha cama, no criado-mudo. A luz do Sol que invadia o recinto por meio da janela atingia o objeto de ouro branco, fazendo-me perder a atenção das armas e imediatamente colocar o colar em meu pescoço. Ele era mais lindo do que eu imaginava.
Enfim eu estava pronta. As armas já presas pelo meu corpo e o colar brilhando em meu pescoço.
"Por via das dúvidas, melhor levar as armas logo." Sorri, dando de ombros e fitando o meu reflexo no espelho do criado-mudo. Depois, corri em direção à porta do chalé.
- Amor! - Gritei, praticamente pulando em cima dele, envolvendo seu pescoço com meus braços e sorrindo como uma boba.
- O que você veio fazer tão cedo aqui? - Perguntei me afastando um pouco, afinal, não queria meu namorando morrendo sufocado. (q)
- E, por que você está armado? - Franzi as sobrancelhas, o olhando e já podendo imaginar o que ele tinha em mente, mesmo não sabendo se eu estava certa ou não. - Ah, espera. Acho que já sei o que você tem em mente. - Um sorriso travesso formou-se no canto de meus lábios, e eu apenas esperei para descobrir se minha dedução estaria correta ou não.