A cerimônia inteira fora linda, os votos que elas trocaram chegaram ao fundo meu coração. E então, era a hora do show. Estava ansiosa porque eu nunca sabia qual seria a nova peripécia de Floyd, mas as mesmas sempre me divertiam ao extremo. Quando ele subiu no palco parecia mais o Drácula maquiado de drag queen. Só aquilo me fez explodir numa gargalhada silenciosa, mas que fazia minha barriga doer. Observei-o de olhos semicerrados enquanto ele estava no palco, agarrado ao microfone como se sua vida dependesse daquilo. Ouvi cada uma de suas palavras atentamente, me deliciando com cada uma delas, porque nada me fazia melhor naquele lugar do que as palavras de Floyd que me fazia rir. E de repente, as luzes estavam em cima de mim. "Zoë Roman meu amor, já pode me pedir em casamento." Ele havia dito. "[...] já pode me pedir em casamento."

Eu não tive a chance de responder. Tudo havia virado uma bagunça. A guerra havia começado e eu estava no meio dela. Procurei por Floyd um tanto desesperada, não consegui mais avista-lo. Havia perdido minha garoto de vista. Eu queria gritar "eu aceito", queria dizer que ele era a melhor pessoa que podia ter aparecido na minha vida. Mas agora, precisávamos lutar até a morte.

Um garoto entrou no meu foco de visão, e eu estava com raiva. Estava com muita raiva.Choraria se conseguisse, mas saquei a adaga, e tentei desferir-lhe um golpe no rosto, enquanto o escudo em meu braço era ativado. Kayn viria. Eu precisava dele, e ele sabia disso. E logo a minha fênix sobrevoava o local.

Queria muito ter acertado aquele golpe. Ainda que não quisesse lutar por lado algum, porque todo aquele negócio era quera era uma grande perda de tempo.

Sua bochecha sangrava com o o golpe que eu havia conseguido lhe desferir, mas o boçal não parecia se importar.

- Ei Zoë, porquê não faz algo de útil? - Perguntou o garoto com desdém.

Se eu já sentia raiva, agora, o ódio havia subido direto para a minha cabeça. Segurei a adaga mais firme, os rubis de seu cabo quase perfurando minha mão. Ela estava quente.

- Vou fazer, babaca. - Cuspi as palavras nele. - Vou acabar com você!

Sem que eu precisasse pedir, vi Kayn soltando suas chamas, e eu esperava que aquilo pegasse em Mike, não em mim. O escudo me defendia de frente, mas não de cima, se as chamas acertassem minha cabeça ou meus ombros eu estaria fodida, mas tirando isso, ainda temia mais por Floyd do que por mim mesma, e assim, corri até ele, a adaga em punhos, na altura de seu peito, bem onde ficava o seu coração. Eu só queria acabar com aquilo, e assim, tentei cravar a espada em seu tórax, mirando em seu coração.

A distância entre nós dois era mínima, e àquela altura, talvez eu não conseguisse me defender caso ele me atacasse, mas meu lado racional não estava muito consciente no momento.