Ultimamente minha vida estava sendo um inferno. Literalmente, minha mãe havia me reclamado alguns dias atrás, ainda não conseguia distinguir isto entre o bom e o ruim, afinal, desde pequeno eu já sabia sobre ela, vinha ao acampamento e tudo mais, mas ela nunca tinha falado comigo ou dado qualquer sinal de "vida".

Mas então por que não treinar um pouco. Nada como um bom treino para relaxar e distrair a mente. O chicote que recebi de minha mãe. O mesmo continha um poder mortal, o poder de Raabe, o anjo da morte, em simples golpes contínuos o meu inimigo já estaria no tártaro. O portão estava fechado, e tinham acabado de anunciar e ele se abriria em três minutos. Era tempo mais do que suficiente para poder me preparar. Não sabia que monstro era, e isso tudo deixava as coisas um pouco excitante.

Acionava o colar que logo cobria minha camiseta preta com pedaços de cristais, que aos poucos aderiam-se à roupa, transformando-a em uma espécie de armadura. Puxava o chicote de seu suporte para cintura aos poucos enquanto deleitava do som do couro roçando-se contra o outros, e claro que não poderia deixar de lado a minha companheira, a adaga de bronze celestial. Ela é mortal, pequena, discreta e bela. Dois minutos e mio já tinha se passado, estava deitado no chão, sabia que o meu cheiro de meio-sangue logo me entregaria, mas estamos em um acampamento repleto de filhos das divindades mitológicas, talvez ela demore um pouco para me achar.

Estava a três metros de distância do portão quando ele abriu, mostrando que precisava de uma manutenção urgente dos filhos de Hefesto. O rangido de suas travas eram ensurdecedor. Mas não era o barulho do portão que me chamava a atenção, e sim do que estava por trás da penumbra que ele projetava. Uma mulher com traços reptilianos bem destacados. Suas unhas e presas eram longas e afiadas, mostravam-se um futuro desafio, o que arrancou de mim um breve sorriso maligno. Observava como a górgona se esgueirava pela vegetação rasteira da arena. Por sorte, algumas moitas de porte médio de cobriam, mas ela não iria demorar muito, sabia disso. Ela fazia movimentos com a cabeça, talvez tentando encontrar o trajeto do meu cheiro ou me localizar, ela sabia que estava ali para ser usada por semideuses, e não parecia nem um pouco afim de ser morta por um, antes que mandasse um de nós para o tártaro.

Ela se distância cada vez mais de mim, e já tinha observado alguns de seus padrões de movimento, acho que agora estava pronto para guerrear. Levantei-me rapidamente e dei uma cambalhota para frente. Parando ajoelhado a poucos metros atrás dela, mas aparentemente ela não tinha ouvido nada. E isto contava como um grande passo. Desde pequeno que treino aqui, ela não era a minha primeira górgona, talvez agora as coisas fossem mais fáceis.Rodopiei o chicote no ar e com um ataque não mortal, prendi-o no braço dela e a puxei para trás. Obviamente ela fora pega de surpresa, o que era melhor ainda. Pulei e girei no ar, dando uma chute no queixo dela. Isso a deixara desnorteada. Mais um sorriso sacana surgira em minha face. Passei por ela enroscando o chicote no pescoço dela, enforcando-a e em um súbito desequilíbrio da mistura de réptil com mulher, cravei a adaga em suas costas, e as desci, rasgando toda sua pele e carne. Mas então caí para trás, o sangue tomava a cor na minha calça jeans. A maldita tinha cravado suas garras na minha perna esquerda. De imediato, outros semideus, provavelmente filhos de Apolo e curandeiros de Asclépio entraram na arena para me oferecer suporte. Só lembro deles me darem alguma coisa azeda que me botou para dormir, mas também havia estancado o sangramento.

Armas:

Poderes: