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Teste para Filhos de Zeus

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Teste para Filhos de Zeus Empty Teste para Filhos de Zeus

Mensagem por Zeus Qua 30 Mar 2016 - 20:50

Teste para Filhos de Zeus

Para ser reclamado pelo Senhor dos Raios, poste a ficha abaixo e o Respectivo Deus atualizará conforme a coesão e coerência disposta na narração que seus futuros filhos farão. No máximo três filhos a cada mês, sem mais.



Nome: nome completo do personagem, sem abreviações.
Idade: idade do personagem.
Porque quer ser reclamado por esse Deus: minimo de cinco linhas completas.
História: minimo de quinze linhas completas
Lute contra um monstro: Neste caso, o semideus deverá lutar com um monstro de nível mediano, atentem que a palavra é LUTAR e não MATAR. Um bestiário será disponibilizado no decorrer do mês de abril.
Habilidades:Você encontra aqui.
Presentes de reclamação: Presentes de reclamação que escolheu de acordo com o tópico aqui.

Atenciosamente a Administração
Zeus
Zeus
Deuses

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Teste para Filhos de Zeus Empty Re: Teste para Filhos de Zeus

Mensagem por Giulia L. Matarazzo Seg 4 Abr 2016 - 15:59


Teste para filhos de Zeus

Nome: Giulia Luna Matarazzo
Idade: 18.
Porque quer ser reclamado por esse Deus: O que falar de Zeus? Ele é o Rei dos Deuses, um líder nato. Giulia é exatamente desta forma, sempre gosta de estar no centro das atenções e sempre foi muito popular na escola. Giulia é uma garota decidida e alto confiante, digamos que até arrogante e mandona, mas mesmo assim as pessoas ao seu redor dizem que ela é uma boa amiga, nunca mediu esforços para ajudar os mais próximos. É teimosa como uma mula, jamais irá admitir está errada sobre alguma coisa.

História & Lute contra um monstro:  

O medico tocou o corpo inerte de Octavia, seus dedos não detectaram nenhum sinal de vida. A mulher, de 22 anos de idade havia acabado de morrer ao dar a luz a um bebê menina de cabelos muito negros que enchiam a cabeça dela. A criança chorava sem parar:

-Hora da morte... Meia noite e dez minutos!- Anunciou o medico olhando para o relógio- Dio mio! Onde estão os parentes?

-Não veio ninguém, Dr. Antonio!- Respondeu uma assistente- Temo que a criança vai acabar indo para um orfanato...

O medico observou a garotinha nos braços dela chorando. Ele não podia deixar ela ali, desamparada, e alem do mais, ele e a esposa há tempos estavam conversando sobre adotar uma menina. A garotinha ainda ficou no hospital por alguns dias para ganhar peso e, como ninguém havia chegado para se dizer parente, depois de cinco dias o Dr. Antonio Matarazzo levou a pequena para casa. Ele a chamou de Giulia.

...

Giulia cresceu forte, e já aos cinco anos começou a mostrar a sua personalidade difícil.

Ela cresceu com seus “irmãos”: Augusto e Donatello, e mesmo eles sendo mais velhos que ela três anos, ela sempre mandou neles. Gostava de ditar novas regras para as brincadeiras de uma forma que ela sempre era a vencedora, mas nem sempre essas regras eram aceitas pelos irmãos. Seu “pai” via grande potencial na garota, sabia que ela um dia iria ser uma política ou alguém importante dentro do governo... Pelo menos ele e a esposa, Dafne, ficavam falando isso.

Já aos treze anos, Giulia começou a se tornar a garota popular da escola, vencendo até de garotas mais velhas como Chiara e Flora, duas garotas muito bonitas e desejadas no colégio. Sempre que se viam elas brigavam, e nem sempre era por causa das meninas, pois muita vezes bastava alguma delas olhar na direção de Giulia para ela se sentir ameaçada e partir para briga.

Quando fez quinze anos começou a namorar Francesco, o garoto mais bonito, segundo ela, do colégio, no entanto o namoro não deu certo. Somente neste ano ela teve cinco namorados, mas rapidamente se cansava deles. Foi ai que ela percebeu que na verdade não gostava de garotos e sim de garotas. Aquilo deixou ela um pouco confusa.

Começou a namorar sua melhor amiga, Bruna, no ano seguinte e se descobriu verdadeiramente apaixonada. Passaram dois anos juntas e já estavam planejando o futuro e tudo. Os pais de ambas tinham mentes abertas e nunca tiveram problemas com a escolha sexual das filhas. Porém algo aconteceu, algo sempre acontece.

O “pai” de Giulia ganhou uma ótima oferta de trabalho nos EUA, onde iria receber o dobro ou o triplo do salário que ele recebia na Itália. A família inteira ficou feliz, menos Giulia, que pensou imediatamente em sua amada. Depois de um mês de birra e gritos, ela foi forçada a embarcar no avião, em uma viagem muito turbulenta.

...

A nova casa nos EUA ficava em Nova Iorque e era muito bonita e grande. Um mês depois da mudança, Giulia fica sabendo que Bruna vai lhe fazer uma visita dentro de alguns meses, provavelmente nas férias de verão. Ela ficou tão contente que esqueceu que depois que as férias acabassem elas não iam se ver por um bom tempo...

Meses depois Bruna chegou. As duas passaram algumas semanas descobrindo Nova Iorque e fazendo compras. Porém algo de estranho aconteceu no fim de tarde de uma terça-feira, algo realmente estranho...

Giulia e Bruna estavam no central park, à noite, quando viram uma mulher elegante se aproximar delas. Ela vestia um vestido elegante, como se fosse para uma festa de gala, e tinha seus cabelos negros soltos. Seu olhar era esnobe.

-Podemos ajudar?- Perguntou Giulia com seu sotaque italiano pesado.

-Então é você a vadia!- Giulia se surpreendeu, não esperava ser ofendida assim tão de repente- Mas você é bonita, devo admitir. Pena que não vai ser mais quando eu estraçalhar sua cara!

-Olha aqui, eu não sei quem você pensa que é, mas é melhor ir andando...!- Giulia havia se levantado e estava indo de encontro à mulher, que permanecia imóvel e sem expressar medo.

A mão da mulher encontrou o rosto da garota quando esta se colocou a uma distância razoável.

-Quem eu penso que sou?! Que petulância!- Ela fez um gesto e uma coisa saiu do meio dos matos.

A coisa parecia uma mulher, uma mulher muito branca e com dentes muito grandes. Uma de suas pernas era de bronze e a outra era de caba, o que dava a ela uma aparência ainda mais grotesca. Giulia ficou imóvel, não sabia nem o que fazer. Bruna levou a mão à boca para abafar um grito.

-Corre!-Gritou Giulia para Bruna puxando ela.

A coisa era rápida, rápida até demais. As duas corriam sem rumo pelo parque na esperança de encontrar algum policial no lugar, porém não havia nem uma alma por ali. De repente, Bruna escapa das mãos de Giulia, que para abruptamente para olhar para trás. Sua namorada estava nos braços do monstro, da coisa.

-Solte ela, se não...

-Se não o que?- Sibilou o monstro- Vai me matar?- A mulher começou a rir enquanto se aproximava.

-Mate-a!- Ordenou.

Num piscar de olhos Bruna foi dividida ao meio, seu sangue jorrou na grama do parque. Giulia levou as mãos à cabeça, não acreditava que aquilo estava realmente acontecendo. A mulher e a criatura riam.

-Agora mate a bastarda!

Mas Giulia não pretendia ficar ali parada, partiu para o monstro e começou a bater na criatura com um galho grosso que havia achado no chão. A criatura nem se mexia, os ataques dela nem pareciam surtir efeito. Giulia tentou estrangular a mulher com penas estranha e por um momento pareceu realmente conseguir, porém a criatura jogou-a longe, fazendo-a bater as costas em uma arvore próxima.

Nesse momento ouviu-se o som de uma águia gritando e então uma espada caiu do lado da garota. A italiana não parou para entender, apenas brandiu a espada e começou a lutar contra o monstro, que estava tendo dificuldades para se defender agora que a luta estava mais justa.

Giulia não era boa com a arma, mas conseguia executar alguns ataques contra a besta. A mulher ficava de longe olhando as duas se gradeando. O monstro deu um murro no rosto de Giulia fazendo-a ficar tonta, mas mesmo assim ela teve agilidade o suficiente para acertar um corte na pata de bode da criatura.

Ambas caíram no chão, Giulia mais ferida que o monstro, que segundos depois se levantou como se nada tivesse acontecido. Ela ainda ficou no chão, seu nariz sangrando e sua cabeça girando e girando.

-Levanta!- Rosnou o monstro a agarrando pelo pescoço.

A garota se debateu tentando inutilmente se libertar, sua espada havia caído no chão. Ela sabia que ia morrer, mas mesmo assim não parava de tentar se soltar, ela não queria morrer sem nem mesmo tentar.

-Vá rápido, ele está chegando!- Falou a mulher com urgência.

Giulia foi atirada novamente contra uma árvore, mas ficou de pé mesmo assim e correu até a besta... Mas não era o suficiente, ela não era tão rápida e forte. O monstro parecia nem estar usando toda a sua força para bater nela, mas mesmo assim seus golpes faziam sangue sair pela boca da garota. Ela ainda certou dois golpes no rosto da criatura, mas por fim se viu vencida aos pés da mulher com o olhar esnobe.

-Porque?- Perguntou ela caída no chão. Seu corpo doía mais que tudo.

-Porque?!- Ela riu- Você não precisaria sofrer tanto se não fosse filha de quem é, queria. Isso é puro azar! Talvez você sirva de exemplo para Zeus não voltar a me fazer de idiota...- O céu estremeceu e a figura de um homem pode ser vista saindo por entre as árvores.

-Chega, Hera. Eu disse que não queria que você voltasse a perseguir meus filhos- Ele era alto e vestia um terno.

-Você disse que não ia voltar a se deitar com as mortais!

-Eu não disse isso... Você que me interpretou errado!- Ele andou até a garota no chão, se abaixou e acariciou sua cabeça- Durma criança, quando acordar estará em um lugar seguro...- Foi a última coisa que ela ouviu.

Sonhou novamente aquele sonho de estar voando. Era tudo muito real: O voo, o monstro, o a mulher esnobe... Mas ela tinha certeza de que quando abrisse os olhos estaria de volta em casa, então ela os abriu.

Se deparou com um lugar que parecia uma enfermaria. Haviam algumas pessoas pelo local, algumas deitadas, outras sentada e outros cuidando dos anteriores. Giulia se sentou na cama levando a mão à cabeça, porém um rapaz a deitou novamente dizendo que ela não devia se mexer e que ia chamar um tal de Quíron.

...

Faziam duas semanas que ela havia chegado no local e ainda se sentia uma estranha. As pessoas tinham começado a sussurrar quando ela passava desde quando Zeus tinha reclamado ela como sua filha, a três dias atrás.

Nesse meio tempo ela havia começado a aprender a lutar e a escalar, ainda não estava muito boa, mas tinha um futuro grandioso... Bom, era o que todos falavam. Seus “pais” não entendiam muito bem a situação, Quíron disse que por hora era para eles pensarem que ela fugiu de casa, seria menos perigoso se eles não soubessem a verdade.

Então lá estava ela, em uma acampamento cheio de semideuses. Bom, ela sempre soube que era especial mesmo!


Habilidades: Força e Agilidade

Presentes de reclamação:

♦ Escudo – Suporta ataques e feitiços fracos, podendo absorver energia de raios e usando-o junto da espada. Feito de titânio com as bordas de ouro, quando usado por um filho (a) de Zeus não pesa, mas com outros meio-sangues pode pesar muito. Transmuta-se em um bracelete.

♦ Espada – Feita de titânio, assim como o escudo, sua lâmina pode ferir tanto semideuses quanto mortais. Tem 90cm de lâmina e 15cm na base que é azul escuro com pequenas pedras lunares, o manuseio é perfeito para filhos de Zeus, quando absorvida a energia de raios a espada fica mais forte. Transmuta-se em um colar em forma de raio.
♦ Mini Raio Mestre - Tem ¼ do poder do Raio de Zeus, a corrente elétrica que há nele pode gerar mais alguns raios pequenos que causam graves queimaduras.



Photoplayer aqui • THANKS, FTAS
Giulia L. Matarazzo
Giulia L. Matarazzo
Filhos de Zeus

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Teste para Filhos de Zeus Empty Re: Teste para Filhos de Zeus

Mensagem por Zeus Seg 4 Abr 2016 - 21:52

Avaliações
Aprovada
Você escreve razoavelmente, encontrei vários errinhos, nada muito gritante e sua história foi satisfatória. Tens muito a melhorar, mas vai ir aprendendo aos poucos.

~ATT
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Zeus
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Teste para Filhos de Zeus Empty Re: Teste para Filhos de Zeus

Mensagem por Brian O. Johnson Seg 6 Jun 2016 - 23:08








Being different is normal


Nome:

Brian Ollie Johnson

Idade:

18

Porque quer ser reclamado por esse Deus:

Por que devo ser reclamado por Zeus? Bom, o que me leva a ter a certeza de ser reclamado é o fato de que eu o orgulharei como pai, isso, ele terá orgulho e ter-me como sua prole, pois através de mim ele ouvirá várias canções de como um filho de Zeus fez coisas magnífica, que só descendentes do deus dos deuses poderia fazer. Outro motivo que ele deveria me aceitar é pelo fato de que não serei um campista comum, terei a personalidade do filho de Zeus, a liderança, a coragem. Possui outras características de Zeus, como a arrogância, a impaciência, mas também possui o coração de pai, é preocupado com aqueles que estão sob sua responsabilidade, sobre todos que estão protegido por ele.

História e luta:

Eram 23:00, o silêncio era notório naquele lugar, percebia que, embora tivesse completado 18 anos e chegasse no período tão desejado e esperado pelos adolescentes, a "maioridade". Suspirei lentamente e fechei os olhos, não era o que eu esperava, nem o que eu imaginava. Apenas mais um ano normal, com a diferença de que a partir de agora sou eu quem me responsabilizo pelos meus próprios atos, eu me responsabilizo pelas minhas falas e etc. Levantei da cama e fui até a janela, a noite gélida estava diferente das noites anteriores, algo não me cheirava bem, algo não estava certo, eu sentia que, dentro de mim, havia um incômodo persuadindo-me a correr daquele lugar, a fugir, a me esconder, entretanto, outro lado de meu corpo me falava para permanecer e lutar com o que aparecesse. Eu sou um tanto estranho. Bocejei um pouco e voltei a dormir.

...

O despertador tocara, era a hora de ir para meu último ano no colegial, o quarto colégio que vou entre 2015 e 2016 por motivos que não é compreensível por qualquer pessoa que ouve as histórias, dou uma risada, acontece que geralmente destruo as coisas do colégio sem intenção. Após o banho e o café, chego no colégio, mas dessa vez é diferente. Richard, meu amigo estranho, estava pálido e olhava ao redor com medo, ele estava preocupado com algo e veio até mim correndo de uma forma que jamais vi antes. - Brian, vamos correr, depois te explico! - Ele falou e já me puxou com uma força que fiquei impotente, sem poder reagir, apenas deixei-me levar pelo meu amigo.

...

Aconteceu o inesperado: O meu amigo é um sátiro e me disse que é meu protetor, que eu sou um semi-deus, filho de um deus que desceu para cá, iludiu a minha mãe, usou dela e depois desapareceu, foi embora, e a deixou grávida com um bebê de nariz sujo. Isso é desumano, não consigo perdoar este deus, mas algo dentro de mim, sem que eu consiga controlar, me faz ter uma sensação de respeito para com meu pai que até agora eu desconheço e, de acordo com o sátiro, devo fazer algo para que ele me reconheça como seu filho. Estávamos agora de carro, eu, o sátiro, minha mãe e minha melhor amigapara um tal de acampamento Meio Sangue, o único lugar que todos que são como eu estão seguros, pois lá é proibida a entrada de monstros.
Chegamos à uma colina em que começamos a andar em direção da entrada deste Acampamento e antes de chegarmos, algo nos impede: Duas criaturas, dois cães gigantes, possuem pelo negro e olhos vermelhos, além de aparentarem possuir grande força e velocidade. Ambos correm em direção a nós, o sátiro começa a berrar feito uma cabra amedrontada sem saber o que fazer, mas depois pega um enorme bastão de suas costas e consegue acertar um dos cães, repelindo o cão para longe. Nunca fui de fugir de uma batalha, tenho personalidade forte e um orgulho um tanto grande, avistei um galho que aparenta ser resistente, corri e o peguei, respirei fundo e voltei correndo até o outro cão, tentei desferir um golpe de cima para baixo, mas foi em vão, o cão se desviara e me ataca com um tipo de cabeçada que faz com que minhas costelas quase quebrem e me faça cair impotente no chão sem poder me mover.

...

O sátiro utiliza um tipo de trompa alarmando todos no Acampamento, antes de desmaiar tudo o que consigo ver são semblantes surgindo, vultos, e aí desmaio. Acordo em um tipo de enfermaria todo dolorido e buscando explicações.
Cheguei neste tal de acampamento Meio-Sangue a qual Richard falara, era um Acampamento incrível e gigante, protegido magicamente, segundo Richard, apenas meios-sangues podem adentrar aqui, monstros, como os cães, não entram, por isso que sobrevivemos!
Sentia cada vez mais algo forte dentro de mim, uma vontade de lutar, de treinar, eu sempre fui assim, mas estava se ampliando. Era mais um dia tranquilo no Acampamento Meio-Sangue, me levantei do Chalé de Hermes, peguei uma espada de madeira, preferia de ferro mas não era liberado para os indefinidos, e parti para um lugar isolado, sozinho, na floresta. Cheguei lá e comecei a desferir golpes nos troncos das árvores, tirando lascas e lascas de madeira aos poucos, até que a árvore parecesse desfalecida. Treinei durante horas até não haver energia alguma, estava totalmente ofegante, desgastado, mas ainda com uma vontade imensa de treinar, de lutar, de matar!

...

Pouco tempo depois, um barulho veio das árvores e havia uma espécie de ave, de acordo com o que Richard havia falado, era uma harpia. Ela partiu pra cima de mim sem hesitar, eu estranhei, não queria matá-la, pois acabei de chegar, mas ela estava vindo com olhar de morte, fiz uma base que me ajude a atacar e defender, pus o braço que estava com a espada a frente do outro, ergui o braço e desferi um golpe de cima pra baixo acertando em cheio a cabeça da ave, que cambaleia um pouco e cai pra trás. Sorri confiante, mas pouco tempo depois ela se ergue e me ataca em uma velocidade imensurável, desvia dos meus dois ataques e me acerta em cheio me ferindo.
Sentia uma dor estranha, foi um simples ataque, como poderia ter me ferido de tal maneira? Mas então senti algo queimar dentro de mim, uma força surgiu repentinamente, me ergui renovado e corri em direção da ave, desferi golpes velozes e potentes fazendo a ave se assustar, alguns dos golpes desferidos atingiram a ave, a mesma berra de dor, mas me ataca novamente com várias bicadas que ferem meu braço direito, este erguido como uma forma de defesa, com o escudo.
Respirei fundo, sentia-me forte, a luta me deixava forte, o ar me deixava forte, sons de trovão, aparição de relâmpagos e raios me deixavam mais forte, pode parecer loucura mas senti até meus músculos crescerem, corri em direção da harpia e desferi golpes vindo da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, acertei incontáveis vezes na harpia que não pôde fazer nada a não ser fugir. Apareceu um raio acima de minha cabeça, todos chegaram por conta do barulho e Richard sorriu pra mim: -Parabéns, filho de Zeus. -

Habilidades:

Força (1-10) 0100
Mira/Precisão (0-10) 0000
Agilidade (1-10) 0100
Defesa (0-10) 0000
Resistência (0-10) 0000
Instinto de Sobrevivência (0-10) 0000
Persuasão (0-10) 0000

Presentes de reclamação:

♦ Escudo – Suporta ataques e feitiços fracos, podendo absorver energia de raios e usando-o junto da espada. Feito de titânio com as bordas de ouro, quando usado por um filho (a) de Zeus não pesa, mas com outros meio-sangues pode pesar muito. Transmuta-se em um bracelete.
♦ Espada – Feita de titânio, assim como o escudo, sua lâmina pode ferir tanto semideuses quanto mortais. Tem 90cm de lâmina e 15cm na base que é azul escuro com pequenas pedras lunares, o manuseio é perfeito para filhos de Zeus, quando absorvida a energia de raios a espada fica mais forte. Transmuta-se em um colar em forma de raio.
♦ Mini Raio Mestre - Tem ¼ do poder do Raio de Zeus, a corrente elétrica que há nele pode gerar mais alguns raios pequenos que causam graves queimaduras.
We don't need your money, money, money We just wanna make the world dance Forget about the price tag Ain't about the (ha) ch-ching ch-ing Aint about the (yeah) ba-bling ba-bling Wanna make the world dance forget about the price tag

Brian O. Johnson
Brian O. Johnson

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Mensagem por Zeus Ter 7 Jun 2016 - 21:24

Avaliações

Reprovado
Então.
Seu teste foi razoável, em cima do muro. Faltaram detalhes, muitos detalhes, tudo foi extremamente rápido o que deixou a história bem vaga, se fosse uma prole qualquer não vejo problema, mas o teste para prole dos Três Grandes consiste em uma maior elaboração da história. Também gostaria de salientar que uma harpia, jamais, atacaria de dia dentro do acampamento, você fez sua história parecer simples, como se nem ao menos fosse um semideus, como se tivesse vivido 18 anos completamente normais, sem nenhum sinal de seu odor divino. Pelos 11 anos o cheiro se torna mais forte para qualquer um, imagina então para uma prole de Zeus?
Corrija suas incoerências, detalhe mais, cuidado com sua narração, têm horas que está no passado, outras no futuro. Revise bem e cuide com o plural e o singular.

Atenciosamente a Administração
Zeus
Zeus
Deuses

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Mensagem por Anne Elizabeth Banks Qui 17 Nov 2016 - 19:22

Teste para filha de Zeus

Nome completo: Anne Elizabeth Banks
Idade: Seis anos
Por que quer ser reclamada por esse deus? Gostaria de ser reclamada por Zeus, pois acredito que combina com o psicológico da personagem que possui um temperamento mais calado, com um humor um tanto quanto estranho por assim dizer e explosivo. Contudo, ao mesmo tempo, é espontânea como sua mãe mortal. Também acho que a liderança nata da personagem faria com que ela se tornasse uma filha de Zeus excepcional já que, por mais que ela fique zangada com alguém, seu senso de justiça é grande o suficiente para que, mesmo debaixo de alguns palavrões e vários xingamentos, ela “pulasse de volta na bola de neve” para salvar a pessoa. Enfim, combina com a trama e a personalidade dela.
História e cena de luta: (consta abaixo)

O começo de tudo...

Era uma madrugada chuvosa em Londres, mas isso não era motivo para que na mansão dos Banks, em uma região mais afastada do centro da cidade, a vida não continuasse movimentada. Sentada no sofá, uma mulher alta de corpo esguio e cabelos loiros presos em um coque no alto da cabeça, continuava a passar as mãos sobre o próprio colo, alisando o vestido de seda perfeitamente passado. Nos olhos extremamente azuis, uma maquiagem leve havia sido feita, assim como o batom vermelho que ressaltava os lábios voluptuosos. Foi então que o mordomo adentrou na sala de estar. — Tens visita, madame. Ele falou com a voz entediada de sempre, com um sotaque inglês que qualquer um tinha certeza de suas origens no instante em que ele pronunciava a primeira palavra. — Oh céus, Joffrey! A essa hora? Não sabe de quem se trata? Ela perguntou em uma falsa surpresa. Mas, na verdade, até mesmo ela já sabia quem era seu visitante oculto já que o aguardava fazia três dias. Seu último encontro com ele havia sido na saída do teatro quando, após uma breve conversa, um encontro entre os dois fora marcado. Estalando os dedos como se quisesse se lembrar do nome, o mordomo apenas elevou as sobrancelhas antes de responder com um tom de voz confuso. — Não, madame. Mas ele parece determinado a vê-la. Respondeu o homem cuja calvície começava a revelar os primeiros sinais da idade, indo do topo de sua cabeça até quase sua nuca. — Faça-o entrar. Respondeu a mulher e, após uma breve reverência, ele se retirou.

Levantando-se, a mulher de vinte e dois anos ajeitou o vestido, verificando qualquer amassado, enquanto os passos firmes de Zeus se aproximavam do Hall. Ele não escolheria qualquer uma, especialmente, porque sabia o quão raras eram suas escapadas do Olimpo para ter relacionamentos com mortais. Mas se tinha algo que conseguia atrair a sua atenção era a beleza física e isso Ashley possuía em uma intensidade chamativa. Abrindo um largo sorriso para o homem vestido com um terno riscado e uma gravata que ressaltava ainda mais seus olhos, ela esperou que ele se aproximasse e, após pegar a mão da mulher, beijou as costas dessa com suavidade. Durante o contato dos lábios do imortal com a pele de Ashley Banks, Zeus não resistiu em elevar os olhos na direção à face dela, abrindo um sorriso ao perceber que a mesma começava a ficar ofegante apenas pela sua presença.

Voltando a ficar ereto, o deus manteve a mão da loira entre seus dedos antes de abrir um sorriso caloroso ao perguntar. — Está pronta para irmos, querida? Questionou, recebendo um sorriso aéreo da mulher que respondia imediatamente. — Sim, sim. Vamos. Logo em seguida, os dois partiram em direção à porta de saída da mansão. Contudo, Ashley não fazia ideia de quem olhava aquela cena do Olimpo. Hera, sentada em seu trono, soltou um berro de ira ao perceber que mais uma vez estaria sendo traída. Então, em um rápido movimento com a mão, a imortal desfez a névoa por onde espiava seu marido em um novo relacionamento com mortais. Um momento de silêncio se fez no salão dos tronos, até que o olhar maldoso se formou no rosto da deusa da fidelidade que vociferava para si mesma. — Ah… Dessa vez, quero ver me impedirem. A criaturinha bastarda não me escapa. Sim, ela já estava fadada dos relacionamentos de seu marido fora do casamento e, decidida a ter sua vingança, só precisaria esperar que o fruto de mais uma traição nascesse.

Seis anos depois e a descoberta sobre Brigite...

— Menina, vamos! Não é tão ruim! Forcejava a babá, tentando puxar uma garotinha de seis anos pelo pulso em direção ao closet. — Não! Não quero! Odeio esses vestidos! Pinicam! Retrucava Elizabeth com os dentes cerrados, puxando o braço de volta. A menina era uma teimosa nata, isso não se podia negar. Correndo no mesmo lugar sobre o chão de mármore, tentava se desvencilhar para fugir. — Senhorita Elizabeth, é só um vestido. Retrucava a empregada que observava a cena dos corredores, enquanto tinha em mãos uma pilha de toalhas dobradas. Imediatamente, os olhos azuis elétricos estreitos por uma grossa camada de cílios negros se voltaram para a última a falar. — Não é não. É uma opressão dos meus direitos. A resposta, mesmo que não tivesse esse intuito, acabou causando uma gargalhada em conjunto entre as duas. — Mas que direitos, mada… Começou a perguntar a babá antes da menina pisar com força sobre os dedos do seu pé e sair correndo em direção aos jardins. Em seu corpo, trajava apenas uma blusa regata branca e um short jeans, enquanto seus cabelos pareciam ter servido de ringue de luta livre para um bando de ratos cegos. Sedosos fios negros como o breu se voltavam cada um para a direção que desejassem, tão rebeldes quanto a menina que os possuía.

Já no gramado que contornava a casa, Elizabeth corria para o meio das árvores sempre olhando para trás de tempos em tempos para verificar se estava sendo seguida. Logo, ao perceber que já se encontrava sozinha entre as árvores de copas fechadas, um sorriso brotou em seus lábios, deixando os dentes alvos e perfeitamente alinhados à mostra. — Isso… A menina murmurou em comemoração, antes de cessar as passadas e, distraidamente, olhar para frente avistando um par de olhos brilhantes, flutuando na escuridão. Eles a encaravam de forma fixa, sedentos por sangue. Qualquer menina da sua idade teria fugido, gritado ou até mesmo ficado assustada. Mas, naquele instante, a curiosidade começou a tomar conta de sua mente e seus pés já se encontravam fixos no chão como troncos de árvores milenares. — Quem está aí? Elizabeth perguntou, deixando que sua voz infantil ecoasse pelo local e o único som emitido como resposta fora um grunhido feroz e faminto. — Prole dos raios… O dono dos olhos murmurou em seguida, causando um olhar confuso no rosto infantil da menina. — O que disse? Repita! Ela falou com a voz rouca característica, findando com um erguer do queixo, como se tentasse intimidar a criatura de voz feminina e sedutora. Essa, contudo, apenas deixou que uma risada ecoasse pelo local, acompanhando o som de galhos sendo esmagados sobre o chão e de alguma coisa pesada que rastejava sobre as folhas secas do Outono.

— Vejo que tens coragem, garotinha. E como se parece com ele… A voz parecia saborear cada palavra dita, enquanto Elizabeth permanecia encarando-a, imóvel, com os punhos cerrados ao lado do corpo. — Deixe que eu veja seu rosto! A pequena ordenou, erguendo o queixo novamente, enquanto faíscas pareciam sair de seus olhos. — Que seu desejo seja uma ordem… Alteza. Essas foram as últimas coisas ouvidas antes de uma mulher surgir da escuridão, armada com um escudo em um antebraço esquerdo e, na mão livre, um arco que tinha como mira a testa da criança. Tombando dois passos para trás, por um momento, o olhar de Elizabeth se arregalou com a visão da criatura. Entretanto, quando a flecha foi levada para trás, prestes a ser disparada, uma faca cortou o ar, acertando em cheio a mão da Dracanae que soltou um urro de dor. Imediatamente, Elizabeth sentiu seu corpo ser puxado, arrastando-a para perto de um tronco onde foi colocada com as costas escoradas na madeira. — Onde você está?! Vociferava a criatura bestial, enquanto a mente da criança ainda procurava alguma explicação lógica no olhar de Brigite para aquilo tudo. — Você está bem? Perguntava ela e a menina apenas assentiu em resposta para a babá. — Fique aqui. E me obedeça, ao menos dessa vez. Ela falou e, pela primeira vez, no tom de voz de Brigite havia um fundo de admiração aos ouvidos da pequena Elizabeth, como se aquela teimosia e impetuosidade fossem um motivo de orgulho e não chateação.

Sem pensar duas vezes, a mais velha arrancou o pingente do colar em seu pescoço, transformando-o em uma espada e correu em direção ao monstro que advertia enraivecido. — Não se meta nos assuntos da rainha, Brigite. Sabe muito bem que não é algo que se possa evitar. Ao ouvir aquelas palavras, uma expressão confusa se formou na face infantil de Elizabeth que, deixando-se levar pela sua impulsividade e curiosidade, girou sobre os calcanhares ficando de frente para o tronco da árvore e espiando pelas frestas dos galhos o que acontecia. — Dessa vez não. Brigite deixou que as palavras saíssem como latidos, trincando o maxilar e correu até a mulher, começando uma batalha. Realizando um corte diagonal vindo da esquerda para a direita, a Dracanae se defendeu da prole de Apolo ao colocar o escudo na frente de seu corpo, deixando que o objeto amortecesse o golpe. O som da lâmina contra a superfície do metal ecoou por todo ambiente, fazendo com que Elizabeth encolhesse os ombros sutilmente, mas a luta continuava de forma intensa. Deferindo mais um golpe, a lâmina de Brigite girou da direita para a esquerda, mirando a região do pescoço do monstro que usou de um movimento da cauda, acertando a região do estômago da semideusa. Essa, por sua vez, tombou para trás, caindo de costas contra o gramado.

Percebendo que a garota estava em uma situação ainda mais complicada, Elizabeth franziu as sobrancelhas, olhando em volta até que encontrou uma pedra que tinha o tamanho da palma de sua mão. Colocando-a no bolso, a menina não parou sequer para pensar nos riscos que estava assumindo. Brigite poderia ser extremamente irritante, mas Anne estava decidida a interferir naquela situação. Segurando-se nos galhos, a menina começou a subir na árvore de forma silenciosa e rápida, encaminhando-se para uma das ramificações da árvore que se estendia até acima de onde a Dracanae estava. A fera já segurava o arco novamente, armando-o com uma flecha e se preparando para atirar. — Veja só a ironia, garota. Dessa vez, quem vai morrer vai ser você, não seu protegido. Agora grite, isso só deixa tudo mais divertido. O monstro se deleitava com a frase, parecendo querer aproveitar cada segundo antes de saborear a carne da filha de Apolo. Do alto, Elizabeth mordeu o canto da boca e assim que se viu sentada sobre o lugar onde estava o monstro, a menina tirou a única arma que havia encontrado para se defender de uma possível ofensiva: a pedra. Felizmente, o corpo da criança era miúdo e o galho grosso o suficiente para que a ramificação não fizesse barulhos consideráveis para alertar a Dracanae. Então, Elizabeth não hesitou. Pulando em cima da criatura que tombou contra o chão ao sentir o baque, a pequena passou a golpear com o máximo de força que conseguia antes de sentir algo envolver em sua cintura, arremessando-a para longe. O monstro havia usado de uma de suas caudas para uma defesa estratégica e fora graças a Brigite que a menina conseguiu evitar uma pancada com a cabeça em uma pedra. A babá havia aproveitado aquela distração para tentar uma aproximação por trás das duas e conseguiu interferir. — Vem, vamos dar o fora daqui. Ela falou em um tom alarmado, puxando a menina pelo braço para frente de seu corpo. Subitamente, sua pulseira se tornou um escudo reluzente, protegendo ambas das flechas que eram lançadas pela sua adversária. — A rainha virá atrás de vocês duas por isso! Ela ficará sabendo quem interferiu nos planos divinos mais uma vez! Urrava a fera, furiosa. — Avise a ela que é o que eu faço de melhor. Debochava Brigite em meio à corrida.

Ao passar pela frente da casa, Brigite fez uma pausa na corrida e, de trás dos arbustos, retirou duas mochilas atirando uma na direção da mais nova antes de voltar a puxá-la pelo braço. Ao menos, era a ideia se Elizabeth não se recusasse a sair dali. Com as sobrancelhas unidas e uma expressão teimosa, a criança soltou o braço e falou pausadamente. — O que era aquela coisa? E eu quero a verdade. Ordenava, sem demonstrar qualquer sinal de que cederia conforme encarava a babá. — Não temos tempo para isso. Ela já descobriu onde você está. Mais deles virão. A mais velha retrucou, tentando puxar a menina pela mão mais uma vez. E, mais uma vez, Elizabeth se soltou, cruzando os braços com os olhos fixos nos dela. Suspirando em rendição, Brigite se abaixou diante da menina e segurou em seus ombros, tentando manter a calma. — Seu pai me contratou, digamos assim, para lhe proteger. Ele sabia o que aconteceria mais cedo ou mais tarde e quer que eu leve você para um local seguro, para manter você e sua mãe vivas. Mas, para isso acontecer, eu preciso que você colabore. Acha que pode confiar em mim? Perguntou a garota e, por alguns instantes, Anne ponderou antes de assentir em resposta. Então, ambas saíram correndo do local em direção ao aeroporto onde um avião estava esperando pelas duas por ordens do deus.

O sonho...

Sentada na poltrona do avião, Elizabeth não abriu a boca um instante sequer. Permanecia encarando a janela, abraçada em sua mochila, até que o cansaço de toda aquela confusão começava a tomar conta do corpo da menina, fazendo com que suas pálpebras pesassem cada vez mais. Então, ela adormeceu. Da escuridão de seus olhos fechados, tudo começou a tomar forma e uma clareira começou a se tornar mais nítida, com uma imensa fogueira em seu centro. Das chamas dessa se desprendiam nuvens de fumaça negra, adornadas por filetes vermelhos como o sangue. O cheiro no local era de carne já em decomposição. Todavia, a curiosidade de Elizabeth não era algo controlável e novamente tomava conta dos movimentos de Elizabeth que, de forma cautelosa, se aproximava das línguas de fogo. Formando uma expressão confusa na face, a menina tentava ignorar o odor conforme percebia que o aglomerado de fumaça não se dissipava, assumindo o formato de um rosto feminino. Essa possuía uma coroa pontuda sobre os cachos que contornavam os traços de uma mulher furiosa que, de forma imprevisível, soltou um berro irritado e passou a se deslocar em alta velocidade na direção da menina que permanecia no lugar, em estado de choque. Elizabeth, contudo, só não foi atingida por uma força invisível que a puxou para longe com uma velocidade ainda maior.

Sendo levada para trás, as formas ao seu redor passaram a se tornar apenas vultos coloridos, mas, peculiarmente, a menina não resistiu. Ela deixava-se levar com uma calma impressionante. Ao pousar os pés novamente no chão, fitou em volta, percebendo um cenário exatamente o oposto do primeiro. Do chão claro, nuvens se desprendiam, flutuando pelo cômodo. Quando elevou os olhos azuis, percebeu um céu cujos raios cruzavam de um canto ao outro, chovendo, mas sem molhar a menina que deixava o sorriso se alastrar em seu rosto, fascinada. — Também gosto de olhar para eles, acalmam. Não concorda? Perguntou uma voz masculina que surgiu do nada ao seu lado. Subitamente, Elizabeth encarou de onde vinham as palavras e se deparou com um homem de cabelos negros e lisos. Seus olhos eram azuis e penetrantes, com uma tonalidade da cor jamais vista antes. Depois de tudo que ela havia presenciado até aquele momento, ela não se assustava mais tão fácil. A menina sorriu ao homem com uma espontaneidade genuína, concordando com a cabeça sobre a pergunta feita. — Como cresceu… Já está quase uma moça, linda como sua mãe. Sabe quem sou eu? Perguntou o homem antes de receber uma resposta negativa de Elizabeth. Então, ajeitando uma mecha da criança atrás de sua orelha, o deus deu uma risada entre dentes sustentando o olhar no dela. — Sou seu pai, Lizzie e, mesmo que o tempo que temos juntos seja pouco, tenho que lhe dizer algumas coisas, filha. Por mais que eu quisesse dizer que tudo vai ficar bem, antes de melhorar, preciso que saiba que as coisas vão piorar eu quero que você seja a menina forte que sei que você é. Acha que pode fazer isso? Perguntou o deus. Elizabeth apenas concordou com um assentir da cabeça, tendo um olhar atento e focado (talvez, pela primeira vez na sua vida). — Obrigada. Zeus respondeu, antes de continuar. — Você precisa obedecer Brigite até chegar no acampamento. Ela pode pegar no seu pé, mas é uma boa garota e sabe o que faz. Jamais colocaria alguém para lhe proteger se não tivesse certeza que fosse capaz da tarefa. Por fim, o homem parecia tentar escolher as palavras com mais cuidado, pois sabia que a hora da despedida estava próxima. — Mais uma coisa, em sua mochila eu coloquei algo que vai ser de muita utilidade para sua vida a partir de hoje. E, quando chegar ao seu destino, não se assuste com o que vai ver. Agora eu preciso ir…

Conforme via a figura masculina se levantando, uma expressão teimosa se formou no rosto da menina, arrancando um sorriso do deus. — Não vai, papai. Elizabeth, protestou antes dele afagar os cabelos da filha. — Eu preciso. Porém antes, vou deixar que me faça uma pergunta. Qualquer uma. Comunicou o deus. Anne pensou por alguns instantes antes de voltar o olhar para o progenitor. — Qual o seu nome? A pergunta foi pronunciada. Diante de todas as possibilidades sobre o que poderia saber, por mais que fosse uma pergunta um tanto quanto tola aos olhos da maioria, era algo de extrema importância para Elizabeth. Agachando, o imortal ficou da altura próxima a da menina antes de sussurrar próximo ao seu ouvido. — Zeus. Imediatamente, a forma física do deus foi substituída por algo fluído, semelhante a uma imagem feita de nuvens, desfazendo-se pelo ar. Então, assim que se tornou invisível aos olhos da criança, um forte trovão cruzou o céu fazendo com que Elizabeth acordasse subitamente. Ela olhava em volta, percebendo que ainda estava no avião e que tudo estava calmo. Logo, novamente levada pela sua curiosidade, a menina abriu a mochila em seu colo, levando a mão ao seu interior, tentando reconhecer através do tato algo de diferente. Porém, sem perceber que Brigite estava acordada, assim que Anne sentiu os dedos no cabo do mini raio, a menina acabou por dar um pulo da cadeira ao ouvir a voz da mais velha. — Está tudo bem? Perguntou a semideusa, franzindo a testa ao perceber que Anne fechava a mochila rapidamente e colocava o seu sorriso mais convincente no rosto. — Sim, sim. Falta muito para chegar? A mais nova questionou. Então a filha de Apolo apenas negou com o rosto de forma desconfiada e desviou o olhar. Em pensamento, Elizabeth suspirou aliviada, espiando sorrateiramente para dentro da mochila e abrindo um sorriso fascinado ao vislumbrar a arma. Todavia, voltou a largá-la no interior da bolsa, fechando-a rapidamente.



O lanche que quase matou...

— Fica perto de mim e, se perguntarem, é minha irmã caçula, está bem? Já no aeroporto, a filha de Apolo dava as primeiras instruções para que conseguissem passar sem chamar muita atenção. Sua expressão já revelava que alguma coisa estava errada, mas nenhuma das duas sabia o que aconteceria a seguir. Saindo da zona de desembarque, a mais velha sentiu o estômago roncar e fitou a menina. — Está com fome? Questionou para Elizabeth que abriu um sorriso de orelha a orelha, assentindo freneticamente. — Vem, acho que um lanchinho não vai nos matar. Falou, levando a menina pela mão até a praça de alimentação e colocando ela sentada em uma cadeira antes de advertir. — Não fale com estranhos e, qualquer coisa, pelos deuses, berra. Está combinando? Perguntou a mais velha. — Sim! Elizabeth respondeu imediatamente, passando então a observar Brigite caminhar até uma das lanchonetes. Após alguns instantes girando no assento, uma voz conhecida chegou aos ouvidos da menina. — Que olhos lindos, mocinha. Falou uma mulher, atraindo a atenção e o olhar de Anne que virou o rosto na sua direção, em silêncio. Afinal, havia feito uma promessa ao seu recém-conhecido pai sobre se esforçar para obedecer Brigite. A expressão no rosto da pequena era neutra, contudo, porém os olhos varriam cada detalhe do físico da mulher, como se procurasse rastros de serpentes no lugar de suas pernas.

— Qual o seu nome? A desconhecida tornou a se pronunciar, sem obter nenhum sinal de resposta. Então, determinada a se aproximar da menina, a mulher se levantou e sentou na cadeira ao lado dela. Observando tal atitude, desconfiada, Elizabeth saiu de seu lugar e dando a volta na mesa, puxando sua mochila junto de si e mantendo o olhar fixo na moça à sua frente. — Olha, você parece faminta. Eu tenho um doce, você quer, Elizabeth? Questionou a mulher e, no mesmo instante, um olhar confuso se formou no rosto da garotinha que, estreitando os olhos, perguntou. — Como sabe o meu nome? Porém, antes que tivesse qualquer resposta, algo desviou a atenção das duas da conversa. Brigite, que voltava com o lanche e percebeu a cena, gritou para a criança. — Lizzie, cuidado! A mulher, então, transformou-se em uma ave com o rosto humano e, imediatamente, usou a garra para envolver o pulso da mais nova com força. — Se você soubesse o preço que Hera colocou em sua cabeça, não colocaria o nariz para fora do acampamento, garota. Conforme ouvia o monstro vociferar, Elizabeth puxava seu braço de volta, batia e mordia a mão da fera, tudo para se soltar. Enquanto isso, Brigite transformava seu anel em um arco dourado pronta para disparar a primeira flecha. — Abaixa, Lizzie! Berrou a semideusa para a mais nova que, sem hesitar, abaixou o tronco e o projétil passou raspando pela fera, abrindo um corte superficial na Fúria que soltou um urro de dor. — Maldita! O monstro gritou com o maxilar trincado. Mas essa fora a deixa que Elizabeth precisava para aproveitar esses milésimos de segundo de distração para se soltar. Então, pegando sua mochila, começou a correr para longe da galinha endemoniada. Porém, após se distanciar a batalha que acontecia entre a Fúria e Brigite, algo cessou sua fuga. A sensação do chão retumbando no ritmo de passadas fez com que a menina assumisse em seu rosto uma expressão de terror ao ver um ciclope armado de uma clava, parando diante dela e levando a mão gigante em sua direção. Elizabeth tentou escapar, mas suas pernas miúdas não conseguiram vencer o tamanho do braço da fera que envolveu seu corpo entre os dedos, começando a levar até a boca. — Me solta, seu esquisitão! A menina falava com a voz abafada, já sentindo indícios do ar faltando em seus pulmões, quando a lembrança do presente de seu pai lhe veio em mente. De forma desesperada, então, Anne espremeu os braços no espaço restrito, procurando em sua mochila o mini raio e, já sentindo a visão começar a escurecer, segurou no cabo da arma, cravando contra a pele do ciclope. Esse, por sua vez, soltou um berro de agonia, deixando que a menina caísse no chão.

Assim que seu corpo tocou o cimento, um gemido de dor escapou pelos seus lábios, enquanto o rosto infantil se retorceu. — Comida machucou Paul! Agora Paul machuca comida. O monstro falava de forma pausada, como se tivesse pouco domínio da língua, antes de elevar o pé. Sem tempo para pensar na dor aguda que sentia em suas costelas, a menina segurou a alça da mochila, correndo de quatro para debaixo de uma das mesas. Então, ao sentir o peso da pisada da criatura contra o cimento, acabou por quicar no chão. De relance, percebeu que Brigite estava dando conta da Fúria, então, quando espiou por debaixo do tampo de metal da mesa, viu a clava do ciclope vindo com força contra o lugar onde estava. Engatinhando para a mesa seguinte, a menina conseguiu escapar a tempo da pancada que, mais uma vez, fez com que ela quicasse. Porém, antes que pudesse escapar de mais um golpe da arma de seu monstro, essa acertou em cheio a fileira de mesas onde estava, fazendo-as voar para longe.

Desesperada, ela não pensou duas vezes antes de se levantar e sair correndo em um zigue zague por entre as mesas e cadeiras da praça de alimentação, conforme as poucas pessoas que estavam presentes soltavam gritos de susto pela confusão. Foi nesse momento que a lembrança de uma das vezes que conseguia escapar dos empregados tomou conta de sua mente. A menina sempre fazia com que os contratados de sua mãe acabassem se chocando uns contra os outros quando, enquanto era perseguida, corria na direção contrária dos desavisados e passava por debaixo das pernas dos mesmos no último segundo. Logo, formando um bico nos lábios, a garotinha começou a fazer uma curva, indo em direção à luta da Fúria e de Brigite que logo entendeu o plano de Elizabeth. A mais velha usou um golpe da espada para fazer com que a fera alada levantasse voo e, então, a filha do Sol pulou para o lado. Essa atitude acabou dando espaço para a parte seguinte do plano da criança que se aproximava em alta velocidade. Assim que passou pela Fúria, a Benevolente teve o corpo arremessado longe pelo choque com a cabeça do Ciclope que ficou atordoado por alguns instantes. Nesse meio tempo, Brigite já estava segurando a porta do aeroporto aberta, chamando a menina e Elizabeth não discutiu, correu para fora do local.



A chegada no acampamento...

Felizmente, o trajeto do aeroporto de Nova York até a colina meio sangue não teve nenhum outro importuno, mas a expressão de dor aguda na face da mais nova já estava se tornando preocupante para Brigite. — Tem certeza de que está bem? Perguntou a semideusa para a menina que apenas assentia em resposta, mantendo a mão sobre as costelas do lado direito. Elizabeth sempre fora durona desde pequena, jamais admitiria alguma fraqueza, ainda mais para alguém que estava tão ferida quanto ela. Não queria ser vista como uma criança indefesa e tola por ninguém. Quando o ônibus estacionou e a porta se abriu, a menina fez questão de carregar sua própria mochila mesmo que sentisse já as pernas fraquejando, enquanto ambas começaram a subir em direção ao portal do acampamento. Na mão, Brigite carregava seu arco, enquanto a mais nova estava permanentemente armada com o mini raio. Afinal, por mais que ainda não soubesse o que era, havia aprendido a dura realidade sobre aquele mundo: semideus despreparado é um semideus morto.

Quando as duas se aproximaram o suficiente do portal, a primeira visão que a menina tivera fora de um centauro conversando com um menino de cabelos escuros e olhos orientais. Assim que Quíron percebeu a aproximação das duas, no entanto, dispensou o garoto para suas atividades e troteou até ambas que passavam pelo que a filha de Zeus, em pensamento, definiu como “porta mágica”. — Vejo que conseguiu cumprir mais uma missão de recrutamento, Brigite, parabéns. Algum relatório? Ele falava com a mais velha e, de tempos em tempos, voltava o olhar para a pequena. Conforme a filha de Apolo contava sobre os acontecimentos, Elizabeth caminhou de maneira sorrateira para as patas traseiras do centauro, encarando o seu rabo de cavalo. Então, com uma curiosidade infantil, a menina acabou por dar um puxão, arrancando um grito de surpresa de Quíron. — É de verdade. Comentou a menina ao perceber o olhar dos dois na sua direção. Então o centauro se virou para Brigite, falando em um tom divertido. — Por que não leva ela para enfermaria ver os machucados? Aproveite e vá também. Eu encontrarei vocês lá em alguns instantes, tenho que falar antes com o conselheiro do chalé de Zeus. Informou ele antes de sair em um galope do local.

Habilidades: Força e Agilidade

Presentes de Reclamação:

♦ Mini Raio Mestre - Tem ¼ do poder do Raio de Zeus, a corrente elétrica que há nele pode gerar mais alguns raios pequenos que causam graves queimaduras.

♦ Escudo – Suporta ataques e feitiços fracos, podendo absorver energia de raios e usando-o junto da espada. Feito de titânio com as bordas de ouro, quando usado por um filho (a) de Zeus não pesa, mas com outros meio-sangues pode pesar muito. Transmuta-se em um bracelete.

♦ Espada – Feita de titânio, assim como o escudo, sua lâmina pode ferir tanto semideuses quanto mortais. Tem 90cm de lâmina e 15cm na base que é azul escuro com pequenas pedras lunares, o manuseio é perfeito para filhos de Zeus, quando absorvida a energia de raios a espada fica mais forte. Transmuta-se em um colar em forma de raio.
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Mensagem por Zeus Qui 17 Nov 2016 - 21:25

Avaliações

Anne

Só o que tenho pra dizer é: Maravilhoso.
Tente especificar melhor as falas, tirando isso foi tudo magnífico.
BEM VINDA MINHA CRIA <3
Atenciosamente a Administração
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Mensagem por Merlin O'Darragh Seg 5 Dez 2016 - 16:35

She's strong, but
tag: Shut up my walkie talkie man


Nome: Liesel Lietchsteiner

Idade: 19 anos.

Porque quer ser reclamado por esse Deus: Sendo bem franca, Zeus é a minha divindade favorita. Dentre todos os Olimpianos, o Rei dos Deuses, o Soberano do Olimpo sempre me agradou. Seus feitos, sua fama, a sua luta bem realizada na Titanomaquia. Tudo isso me agrada e me faz sempre escolher a Zeus para minha prole. Além da personalidade líder e soberana, que vai combinar muito com a personagem, os poderes proporcionados aos seus filhos são tão poderosos e perfeitos, que eu estaria mentindo se eu não disesse que é um dos motivos pelo qual quero ser filha dele.

História:

Prólogo


6 de Junho de 1996, Portland, Óregon

– Caramba, isso dói. – resmungou a jovem de vinte e dois anos sentada no banco de carona da caminhonete velha de seu melhor amigo. O homem ao seu lado riu, enquanto Jean ria também, não adiantava negar, o riso de Laurent era contagiante, tal como teu sorriso. Por que não ficara com ele oito meses antes? Perguntava-se. Fora o homem de pele olivácea ao seu lado, que dirigia com maestria a velha caminhonete de seu pai, que cuidou da moça até aquele momento, não a deixando desistir de ter as filhas no meio do caminho.

Jean se pegou olhando para seu jovem amigo de infância com gratidão, seu olhar transformado em uma careta em poucos segundos graças a uma contração. – Ai. – resmungou, colocando a mão na barriga contraída. As contrações agora se tornaram mais fortes, a medida que o tempo entre elas se tornara mais curto. Então abriu a boca, sentindo algo molhar a parte interna de suas coxas. – Laurent, acho que a bolsa estourou. – falou a moça, olhando para sua calça jeans molhada.

O riso do jovem se esvaiu quando ele olhou para a mulher ao seu lado, uma expressão de desespero perpassando seu rosto e, então, acelerou o carro, costurando entre os carros. A mulher arregalou os olhos com a velocidade do carro, mas logo os fechou, a contração forte atingindo-a em cheio.

Com a velocidade do carro, chegaram ao hospital quase sem quaisquer transtornos. Enquanto Jean se sentava na cadeira de rodas que lhe era oferecida – assim que foi vista em sua situação – Laurent preencheu todas as suas fichas médicas, de forma a agilizar o processo. A jovem foi levada até a sala de cirurgia e, após toda uma preparação necessária para o parto cesariano, o obstetra chegou e fez o parto.

Jean permanecia acordada quando as garotas nasceram, mas, cansada e grogue por causa da anestesia que tomara, adormecera pouco tempo depois. Quando acordou, perguntando por suas filhas, recebeu somente uma em seus braços. O calor da filha nos braços não a fez esquecer de que tivera gêmeas no parto. No cobertor em que a recém-nascida estava enrolada estava escrito, em uma letra bem elaborada, Aimée Susan. – E onde está Arabella, Laurent? – perguntou ao amigo, que abaixou a cabeça, sua expressão tornando-se desolada. A expressão da jovem arquiteta se tornou inquisitiva em poucos instantes. – Laurent, cadê a minha outra filha?

Enquanto seu amigo lhe contava toda a história que os médicos lhe contaram. Uma mulher loira com roupa de enfermeira segurava um bebê conforto com uma criança, recém-nascida, que dormia enrolada entre seus cobertores. A mulher estava vestida com um sobretudo negro que a cobria até seus joelhos. A fina chuva caía sobre sua sombrinha transparente que protegia a ambas – adulta e criança. Fez seu caminho até o carro, colocando a criança no banco de trás e saindo do hospital naturalmente.

Nos cobertores cor-de-rosa da criança que dormia num sono tranquilo no banco de trás do carro estava escrito, numa caligrafia elaborada e pequena, Arabella Louise.

chapter one


7 de abril de 2003, Atlanta, Geórgia

Eles novamente brigavam no quarto ao lado, a garota podia ouvir os sons dos tapas na pele de sua mãe e seus gritos. Aprendera desde cedo que não podia entrar na frente de seu pai quando este se encontrava cambaleante e com uma garrafa de bebida na mão. Aprendera que quando ele estivesse com cheiro de álcool era para se trancar em seu quarto e não abrir a porta até que a casa estivesse em silêncio.

Tinha noites que o homem não bebia. Tinha noites que ele chegava a casa sem o cheiro ruim da bebida em suas roupas sujas de graxa. Sim, tinham noites tranquilas naquela casa. E naquelas noites, Arabella podia sentar-se a mesa e fingir que eram uma família feliz, apesar dos problemas, apesar das inúmeras marcas e hematomas no rosto da mãe, que já fora bonita um dia. Mas essas noites se tornaram tão raras que não mais pareciam reais.

Naquela noite a menina se espreitou pela casa, sentia sede e queria somente um copo d’água, mas, atraída por um som alto vindo da sala, foi para lá com as piores expectativas. O que viu a aterrorizou.

Arabella viu a poça de sangue se espalhando pelo carpete, pontilhado com pequenos cacos da mesa de centro que ficava a frente da poltrona de couro, de frente para a tv. Sua mãe estava com os olhos fechados e os cabelos loiros e quebradiços empapados com seu próprio sangue. As marcas roxas se evidenciavam em seu rosto pálido e em seus braços. A garota sentiu-se nauseada com a imagem, mas estava paralisada, encarando a mãe morta. – Que que foi garota? – seu torpor foi interrompido pela voz de Herrick, brutal e fria. O homem tremia em suas bases, ainda embriagado pela bebida. – Limpa essa merda no chão. – disse, com mais calma, o homem, mas ainda violento, voltando a si.

A garota olhou da mãe para o homem que a matou aterrorizada, com os olhos marejados. – Vai logo antes que tenha o mesmo destino que a sua mãe, garota! – gritou o homem, tirando-a de seu torpor, fazendo-a deixar as lágrimas contidas em seus olhos derramarem. Ela correu para buscar um pano enquanto o homem, no outro lado da casa, dava-se conta do que acabara de fazer e se abaixava, tremendo e chorando. Abraçou a mulher ensanguentada e chorou em seu corpo. Quando levantou a cabeça novamente, Arabella estava na porta da sala, com o pano e um produto de limpeza qualquer na mão.

– Sai daqui! – gritou o homem, apontando para a porta. A garota pulou, assustada, e correu em direção ao seu quarto, encolhendo-se na cama. Sua mãe estava morta e seu pai a havia matado, tinha certeza desse fato. Agora ouvia a voz de Herrick falando no telefone, ouviu coisas que ela não queria ouvir. Durante a noite, o homem era todo amores, quando a polícia chegou. Acordou-a com carinho, dando-lhe beijinhos na testa e sussurrou, entredentes, quando achou que os oficiais da perícia não podiam ouvir: – Vê se não faz nenhuma besteira. – então beijou sua cabeça.

Arabella engoliu o seco ao sentir o cheiro de álcool em seu hálito e ficou olhando para a retirada do corpo de sua mãe. Naquela noite a menina teve pesadelos horríveis com seu padrasto tentando mata-la enquanto dormia. No dia seguinte, não foi pra escola.


chapter two


8 de abril de 2010, Atlanta, Geórgia

Podia ter sido pior. Ele podia tê-la jogado contra a mesinha de centro, como fizera com sua mãe. Ela podia estar morta agora.

Era a terceira vez naquele ano que Arabella parara no hospital por causa de uma fratura em um osso qualquer. Supostamente, para a polícia e para todos os outros moradores de seu bairro, ela tinha caído da escada na noite anterior, mas a verdade era muito pior. A morena não podia contar, porém seu pai era um assassino, que a maltratava desde a morte da mãe, sete anos antes. Ela tinha medo de contar que ele quebrara seu pulso porque tinha feito algo que o homem não gostara. E tinha medo de contar, pois todos os dias Herrick a ameaçava de morte, pouco antes de deixa-la na escola.

Nos fins de semana, homens iam a sua casa jogar pôquer, o jogo que fazia o pai perder todo o seu dinheiro. Criara dívidas impagáveis as quais os homens queriam que ele pagasse oferecendo sua filha a eles. Mais de uma vez Arabella fora assediada por mais de um desses homens. Nesses dias, se trancara no quarto e colocava os fones de ouvido, com a música no iPod no volume máximo e se encolhia deitada em sua cama.

Naquela noite Herrick espancara sua porta até a madeira sair das dobradiças e a puxara pelos cabelos até a cozinha, onde os homens mal encarados tomavam sua cerveja com cartas de baralho na mão. Eles não fizeram nada quando o homem, bêbado, chegara com a menina reclamando alto e ela soube que eles não se importavam com ela, a não ser para levar a cerveja em suas mãos.

A morena tinha medo, mas apesar de tudo, naquela noite, recusara-se a fazer o trabalho de garçonete para aquele bando de marmanjos. – Não. – disse, quando seu pai pedira mais uma cerveja para seus amigos. Herrick a encarou com um olhar assassino que fez seu sangue gelar, mas não recuou. Cruzou os braços e empinou o nariz. – O que disse, garota? – perguntou o homem, num tom mortalmente calmo. – Não. Tenho dever de casa pra fazer e não vou ficar aqui... – o riso do homem a interrompeu. Os outros somente observavam, calados.

– Agora ela quer fazer dever. – falou o homem, rindo ainda mais, com as mãos na barriga. Seu riso pareceu contagiante aos seus amigos, que o acompanharam na risada. Arabella continuou com os braços cruzados e sem recuar, mas o medo fazendo seu sangue gelar em suas veias. Então a risada de Herrick, que ecoava pela cozinha, parou subitamente e o homem se levantou, batendo suas cartas viradas para baixo na mesa coberta com a toalha de pôquer. Todas as fichas deram um surto salto e todos pararam de rir. – Deixe de brincadeira e pegue outra cerveja pra mim. Ou...

– Ou o quê? Vai quebrar meu braço de novo? A perna? Ou vai me jogar contra a mesinha de centro igual você fez a minha mãe? – a voz da morena tornou-se altiva e mais alta ao interromper o pai que a encarou, o olhar de ódio tornando-se mais brando. Herrick afastou a cadeira com um empurrão, se aproximando da garota. Essa recuou um passo, encostando-se à parede gelada. Sua expressão corajosa deu lugar ao medo e o ódio tornou a se intensificar no olhar do pai.

Um sorriso maquiavélico surgiu em seus lábios, e o homem tocou o rosto e Arabella, passando o indicador levemente em sua bochecha. – Cadê sua coragem, agora, hein, vadiazinha? – disse, e pegou-a pelos cabelos, aproximando seu rosto do dela. A morena sentiu o jantar subir-lhe a garganta e se encolheu. Seu pai riu. – Ficou covarde agora, é? – falou, entre a risada e meneou a cabeça. Empurrou a cabeça da garota para trás, fazendo-a bater a cabeça na parede com força. Ela fechou os olhos, sentindo o gosto de sangue na boca, então ele a soltou.

– Deixe de brincadeira e pegue outra cerveja pra mim. – disse Herrick, soltando a menina, que caiu no chão com a mão na cabeça e lágrimas enchendo seus olhos. Então se levantou e meneou a cabeça, com os olhos semicerrados. – Não. – disse, quase que num rosnado, toda a sua raiva e força de vontade colocadas naquela singela palavra. O grande homem que estava a meio caminho de sua cadeira se virou. Arabella deu mais um passo a frente, afastando-se da parede, encarando o pai.

E então tudo aconteceu rápido demais. O homem se aproximou e lhe puxou pelos cabelos até a sala de estar, enchendo-a de tapas até ela desmaiar.

Na manhã seguinte ela não se lembrava do que havia acontecido. Estava em sua cama com o som irritante de seu despertador tocando ao seu lado, mas, ao desliga-lo, sentiu toda a extensão de seu corpo doer. Sua boca latejava e seu braço, recém-curado de uma fratura, estava novamente doído quando o mexia. Quase não conseguia abrir o olho direito que estava roxo e inchado e então o viu parado sob a batente da porta que quebrara na noite anterior.

O homem já não estava mais ali. O imóvel estava vazio, e os móveis estavam cobertos do mesmo modo que fazem com as casas aonde o dono ou a dona morre. Com um desconforto no corpo ela se levantou e andou pelo espaço que tinha, até se deparar com batidas fortes na porta de entrada. Seria alguém cobrando algo para o seu padrasto? Os dedos finos envolveram uma garrafa de tequila vazia que estava em cima da mesinha de centro suja de restos de comida e cartas manchadas de sangue. Sangue?

Ao abrir a porta, deparou-se com um amigo da escola, Kyle. Ele estava visivelmente transtornado, e entrou sem nem pedir por licença. Arabella fechou a porta em seguida e seguiu ele, questionando: – O que está fazendo aqui? E o que aconteceu? – Coçou os cabelos, sentindo a dor lacinante em sua cabeça. O seu amigo não comentou nada, apenas pegou algumas roupas dela, enfiou em uma sacola e segurou ela pela mão: - Venha comigo. Tem um local esperando a gente, e eu te explico tudo no caminho.-

"Caminho?" Questionando-se sobre isso, a garota fechou a porta atrás de si ao sair de casa. No mesmo minuto, ouviu a janela de seu quarto estourar.


Lute contra um monstro:

Ela estava cansada. Os seus olhos fitaram a cena da criatura alada invadir a janela do seu quarto, e aparecer no buraco da mesma gritando enfurecida. De sua garganta apenas saiu um grito e ela correu junto com Kyle. A menina, assustada, virou pro amigo e gritou: – O que é aquilo? O que é aquilo? – O desespero tomou conta da morena, que só fazia correr e olhar para trás algumas vezes. O rapaz quebrou a janela de uma picape que estava estacionada na rua, e não se importou com o alarme tocando: - É uma fúria. Vamos, entre logo! - Ordenou o rapaz, enfiando a garota dentro do carro. Kyle procurava as chaves, e Arabella focava na fúria que se aproximava aos poucos. O barulho metálico de algo caindo em seu colo era a salvação. Kyle pegou a chave e ligou o carro, acelerando dali sem se importar com o choque que deu na lanterna do carro a sua frente.

A morena manteve seu olhar fixo na parte de trás da picape, com medo do monstro aparecer. Sua respiração ficou descompassada de novo, e ela se virou para frente, buscando relaxar.
- Por pouco escapamos. Você está bem? - Kyle perguntava, e Bella só fez assentir com a cabeça: - As fúrias são monstros violentos. Deve ter vindo pelo seu cheiro. -

– Que cheiro? E o que está acontecendo? – - Perguntou completamente assustada. Se fosse necessário, usaria a violência contra ele: – Quem é você? E para aonde está me levando? –

Kyle sorriu e olhou de canto para ela enquanto cortava entre os carros e olhava pelo retrovisor se ainda estavam sendo seguidos:   - Meu nome é Kyle. Eu recebi uma missão do Acampamento Meio Sangue de te levar para lá em segurança. - Atravessou um sinal, e as buzinas assustaram Arabella, que olhou para ele de novo:   - Eu sou um sátiro, o seu protetor, e se quiser um amigo. Minha função é proteger semideuses, como você. -

– Semi-o que? – Questinou a menina, levando a mão direita até a sua cabeça, que voltava a doer: – Quem te disse que sou uma semideusa? –

- Isso eu não posso te falar. A propósito, na bolsa que está com você, eu coloquei uma adaga. Use-a caso apareça alguma coisa.  - Concluiu o rapaz, voltando a dirigir. Arabella respirou fundo. Era um turbilhão de informações em sua mente, e ela só queria saber de dormir.

Passou-se horas até chegarem em uma estrada nos arredores de Long Island. Cheia de árvores, Kyle aproveitou para se desfazer de suas roupas de baixo, e revelou para a morena as suas pernas de bode. Arabella decidiu não questionar, já eram detalhes demais em sua vida que ela se sentia mal. Ela pegou a sacola e colocou nas costas. O meio bode pegou em sua mão e correu com ela para dentro da floresta. A floresta era úmida e mal iluminada pelo crepúsculo. - Olha lá, a entra... -

Tudo fora muito rápido. Enquanto eles estavam andando, uma cauda com um ferrão na ponta perfurou as costas do sátiro. A morena soltou a mão dele e gritou de susto. O dono daquela cauda era uma criatura com feições leoninas, porém a cauda era de escorpião. Arabella puxou a adaga que estava na mochila, e a criatura rosnou para ela. Kyle olhava para a menina e estendia a mão para ela.

- Man...Tí...  - Cospiu sangue, e as lágrimas desceram pelo rosto da morena assustada: - Corra... - O corpo do sátiro foi atirado em uma árvore, e Mantícora rosnou bem alto. Com a adaga na frente de seu corpo, Arabella recuava alguns passos, e o monstro lhe rondava. A cauda do monstro foi na sua direção, e ela se jogou para o lado, com um reflexo rápido. Arabella pegou um pedaço de madeira que estava do seu lado e jogou no monstro para que distraísse-o. Porém, foi sem sucesso. Mantícora viu a garota tentar correr e bateu com sua cauda nas pernas alheias, derrubando-a. A adaga escapou de sua mão e quando ela foi pegar com sua mão esquerda, o ferrão veio em sua direção, e por sorte atingiu ela de raspão. A dor era pior do que os abusos que sofreu de seu padrasto. Ela gritou por socorro, e se arrastou pela grama na direção da adaga e da entrada do Acampamento. A Mantícora andava na direção dela lentamente, como um predador anda na direção da sua presa agonizante. Arabella tentou se levantar, e os céus estavam trovejando. Ela sorriu. Iria chover, e ela estava ali ainda enfrentando aquele que ela imaginava ser seu algoz.

Com a sua mão destra intacta, ela segurava a adaga com toda a força que tinha, e quando o monstro avançou na sua direção, ela o golpeou com tudo que tinha, e lhe decepou dois dedos, fazendo-o gritar de dor. Tentou golpeá-lo de novo, mas foi arremessada para perto da entrada do Acampamento pelo rabo do monstro. Sua respiração estava lenta, e a dor em suas costelas era mais forte do que a dor em sua mão esquerda. Quando as primeiras gotas da chuva começou a cair, ela ouviu passos perto dela. Mantícora estava observando-a ainda, e uma silhueta com os cabelos loiros colocou a mão na sua testa: - Ela está ainda respirando. Eu levo ela para dentro e você cuida dessa criatura. - - A voz era feminina. A loira carregou a morena pelos ombros e o semideus a sua frente segurava uma lança grande:   - Qual seu nome, garota?
Arabella lembrou de sua vida inteira, e também lembrou de uma personagem de um livro que ela lia. Seus olhos fracos fitaram a loira, e sem nenhum pudor, ela disse: – Lie...Sel. Meu nome é Liesel. –

Ela renegou seu nome, por não querer lembrar de nada relacionado ao seu passado, sendo assim, inventara um nome falso. Ao passar pela barreira protetora, seu cansaço era tão grande que sua visão foi ficando turva. Ela observava o outro semideus lutar contra o monstro, até desaparecer por completo dos seus olhos com seu desmaio.

Habilidades: Força e Agilidade

Presentes de reclamação:

♦ Escudo – Suporta ataques e feitiços fracos, podendo absorver energia de raios e usando-o junto da espada. Feito de titânio com as bordas de ouro, quando usado por um filho (a) de Zeus não pesa, mas com outros meio-sangues pode pesar muito. Transmuta-se em um bracelete.

♦ Espada – Feita de titânio, assim como o escudo, sua lâmina pode ferir tanto semideuses quanto mortais. Tem 90cm de lâmina e 15cm na base que é azul escuro com pequenas pedras lunares, o manuseio é perfeito para filhos de Zeus, quando absorvida a energia de raios a espada fica mais forte. Transmuta-se em um colar em forma de raio.

♦ Mini Raio Mestre - Tem ¼ do poder do Raio de Zeus, a corrente elétrica que há nele pode gerar mais alguns raios pequenos que causam graves queimaduras.  
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Mensagem por Zeus Ter 6 Dez 2016 - 23:57

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Liesel

Gostei da sua história, há alguns errinhos na escrita das palavras, nada que um corretor não arrume. O jeito que escapou da Mantícora foi bom, sabedoria acima da força. Bem vinda minha filha <3

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Mensagem por Matteo Baptiste Qui 4 Jan 2018 - 19:17

FICHA
TESTE PARA FILHO DE ZEUS
Nome
Matteo Baptiste.

Idade
18 anos.

Porque quer ser reclamado por esse Deus
O soberano, Rei dos Deuses possui uma admiração nutrida por mim por anos devido a seus mitos históricos, grandes feitos e as situações que a divindade era posta lidando com uma incrível maestria em sua maioria usualmente em prol daqueles sob sua responsabilidade, tendo isso em vista, a identificação de minha personagem é massiva com tal divindade. A liderança e a coragem em complemento à prepotência e ao ego fortemente presentes na personalidade de Matteo faz com que este seja um bom exemplo de um digno filho do Rei dos Céus.

História & Luta

Novembro de 2009.
Firenze, Itália.
Um sorriso terno brotou nos lábios de Delilah. Suas madeixas negras caiam suavemente sobre seus ombros, seus olhos castanhos fitavam Matteo com seus dez anos moreno assim como a mãe. Os trovões lá fora brincavam com a chuva iluminando frequentemente a face angelical de sua progenitora.

- Bambini... – Sua voz melódica ecoava naquele cenário em que se encontravam. Um quarto pequeno pintado delicadamente em tons de azul pastel, uma janela que tomava boa parte da parede em que ambos observavam levava para um grande campo que cercavam a casa em que moravam, estavam os dois sentados na cama de Matteo apenas observando a chuva cair acompanhada por diversos relâmpagos. – Como não tem medo dos trovões? – O forte sotaque italiano era evidente na fala da morena. – É muito corajoso, Matty. – Ela acariciou suavemente os cabelos negros e desengrenados de Matteo. – Me lembra seu pai.

Esta era a memória favorita de Matteo e a última antes de sua mãe ser assassinada brutalmente de forma que os dois não soubessem a causa da morte, deixando os irmãos Baptiste a mercê das mazelas da vida já que não possuíam nenhum parente próximo. O irmão mais velho de Matteo era Lorenzo Baptiste que beirava seus dezenove anos, uma considerável diferença para o irmão apenas de dez anos, portanto o mais velho decidiu que se mudariam para os Estados Unidos visto que a Itália havia os traumatizado de forma desumana.

Janeiro de 2010.
Nova York, Estados Unidos.

Matteo e Lorenzo haviam chego em Nova York há apenas duas semanas. Delilah havia deixado uma quantia considerável de dinheiro para ambos, uma quantia que daria para viver em um bairro notavelmente simplório. A época era pós-natalina e pós-réveillon portanto as ruas da cidade estavam repletas de neve o que era novidade para os irmãos Baptiste. Em um dos primeiros passeios pela cidade, Matteo almejava conhecer o Central Park que de fato parecia um lugar interessante para uma criança que raramente havia visto neve.

O Central Park naquela época era nada mais do que um grande tapete coberto de neve, cheio de troncos de árvores com poucas ou nenhuma folha, repleto de pessoas para observar aquela bela visão proporcionada pela natureza além das decorações de natal que permaneciam mesmo após diversos dias.

- Fratello, isso é incrível. – O menor exclamou enquanto admirava a paisagem. Tanto ele quanto Lorenzo estavam repletos de roupas grossas, luvas e toucas para lidarem com o tempo frio.

- Sim, Matty. – Lorenzo concordou. – Quer ver mais alguma coisa ou quer ir embora?

- Aquelas árvores, parecem legais! – Matteo apontou para um aglomerado de árvores a apenas alguns metros dos dois em uma área mais vazia, onde um vendedor de cachorro quente ficava com seu carrinho. – Além do mais, quero um cachorro quente.

- É claro que quer. – O mais velho riu enquanto caminhava com o mais novo até o vendedor.
As árvores eram belas sem as folhas mas carregavam uma essência um tanto quanto obscura, aquela parte do parque era pouco frequentada pelo visto, apenas algumas pessoas que se interessavam pelo cachorro quente iam até ali.

Os irmãos se aproximaram, ficando na pequena fila para adquirirem seus cachorros quentes. Matteo franziu o cenho ao olhar atentamente para o vendedor, suas mãos eram desproporcionais assim como sua cabeça e corpo, de forma que fosse maior do que um humano normal e de alguma maneira aparentava ter apenas um olho. O garoto ainda era muito jovem para entender o que ele era, então apertou fortemente a mão de Lorenzo em uma forma de alertá-lo.

- O que foi?

- Aquilo... Aquilo não é humano. – Matteo murmurou rapidamente visto que eram os próximos na fila do cachorro quente.

- Huh? – Lorenzo olhou para Matteo e logo depois para o vendedor que observava ambos com um sorriso acompanhado de um olhar psicótico para ambos. Então olhou para os lados e a parte do parque em que estavam se encontrava vazia. – Merda. Corre, Matteo! Sem olhar pra trás! Vai pra casa!

Matteo seguiu as ordens do irmão, desesperado a passos largos e rápidos atravessava o Central Park. Ao chegar no fim do parque sua respiração estava descompassada, estava numa parte que ainda não conhecia muito bem.

Março de 2015.
Nova York, Estados Unidos.

Matteo havia acabado de completar seus dezessete anos. O jovem e seu irmão haviam se adaptado bem em Nova York após o incidente que sofreram quando chegaram na cidade. Matteo ainda não sabia o motivo de tudo e muito menos entendia, achava estranhamente perigoso mas não deixava se aprisionar à aquilo. Ambos moravam em um subúrbio afastado da cidade, Matteo frequentava aulas de defesa pessoal e praticava futebol americano em prol da sua própria segurança. Em seu aniversário de quinze anos ele recebera de seu irmão uma adaga de bronze, segundo ele para a iminente defesa então Matteo quase nunca saia de casa sem sua adaga.

Como um líder nato, o italiano se destacou fortemente no time de futebol americano em seu colégio ganhando pequenos jogos e com isso o reconhecimento suficiente para o time entrar nas Estaduais. O primeiro jogo seria numa cidade a alguns quilômetros de Nova York, beirando a uma área rural. Era o primeiro jogo dele nas Estaduais, a ansiedade e a vontade de tocar naquele troféu o levando para casa dominavam Matteo.

O treinador do time definira que Matteo iria de qualquer forma, sua presença era indispensável já que era o Quarterback. Um ônibus os levariam para a cidade onde competiriam contra o time local, porém Lorenzo não concordava com a ideia de Matteo se distanciar tanto assim dele, tornando a situação incontrolável. A oposição de ideias fizeram com que os dois discutissem no pequeno apartamento que habitavam naquela manhã chuvosa. O mais jovem já tinha feito uma mochila com seus pertences devido ao fato que passaria o dia fora, sairia de manhã e apenas retornaria à noite.

- Você não pode ir, Matteo. – Lorenzo exclamou notavelmente nervoso.

- Porque eu não iria? São as Estaduais! – O mais jovem indagou. – Você sabe que eu nunca mais vou ter uma oportunidade como esta, é meu último ano e além do mais, vou ganhar.

- Droga Matty... – O mais velho soltou um suspiro decepcionado enquanto se sentava na cadeira da pequena cozinha do apartamento em que moravam. – É perigoso.

- Perigoso? Está louco! – O outro disse num tom carregado de prepotência. – E se alguma coisa acontecer, vou saber lidar. Já não sou mais aquela criança assustada.

- Vá então, já está me irritando. É melhor voltar vivo senão eu te mato. Tome cem dólares, vai que precisa. – Lorenzo entregou ao mais novo a quantia enquanto erguia uma sobrancelha. – Está levando ela?

- É claro. Volto à noite.

- Boa sorte no jogo. – Desejou sacando seu celular do bolso. – Tenho que fazer uma ligação.

Matteo então pegou sua mochila colocando-a nas costas. A mochila continha algumas peças de roupas incluindo o uniforme de futebol americano e sua adaga muito bem guardada no fundo dela para evitar futuros problemas.

O ônibus deixou Nova York às sete horas da manhã, chegando na cidade do jogo às oito e meia da manhã. O time estava muito animado para o jogo e também para conhecer um pouco a cidade que o sediaria, ficaram hospedados em um hotel simplório e Matteo dividiu o quarto com o mais novo reserva do time e até então seu colega; David Miller, um canadense baixinho e gorducho que tinha um andar peculiar além de uma excessiva quantidade de pelos para um adolescente. Matteo tinha a impressão que David não frequentava tanto a escola como um aluno comum por raramente tê-lo visto.

O quarto de hotel em que estavam era simples; duas camas de solteiro, um guarda-roupa pequeno e um banheiro privativo. As paredes eram pintadas num tom pastel e o chão era coberto por um carpete preto.

- É novo na escola, David? –
O italiano perguntou, ele estava sentado na cama perto da janela observando a paisagem.

- Sim. – Ele respondeu monossilábico e visivelmente nervoso. – Huh... Vou tomar um banho.

- Certo. Vou dar uma saída, explorar. – Matteo informou vendo que David entrara no banheiro e então mexeu em sua bolsa procurando pela adaga, ao acha-la a posicionou de modo que ficasse escondida dentro de sua calça.

O italiano deixou o hotel se direcionando para as lojas de conveniência que se situavam na mesma calçada. A paisagem que o cercava era admirável, uma rua extensa acompanhada a calçada e logo do outro lado se encontrava um pasto longo e muito verde, com um rebanho de bovinos.
Então decidiu atravessar a rua para poder observá-los, não tinha muitas chances de ver touros e vacas a não ser quando estavam fatiados em seu prato. Ao atravessar a rua, ficou na calçada do outro lado apoiado na cerca consideravelmente forte daquele rancho, se deparou com bovinos de todos os tipos.

- Fazenda de churrasco... –
O italiano murmurou lembrando de uma das tantas piadinhas idiotas que seu irmão contava. Soltou um risinho frouxo.

A admiração pela paisagem continuou por mais alguns minutos quando Matteo notou um touro irregular aos outros, massivamente maior e proporcionalmente forte; grandes chifres brotavam em sua cabeça imitando lanças pontudas ao final, os olhos raivosos encaravam o jovem como se ele fosse uma grande bandeira vermelha o atiçando. Este touro se encontrava no fim da colina e começara a caminhar pesadamente em direção ao garoto.
Um barulho estridente pôde ser ouvido do touro e este subia cada vez mais rápido aquela colina deixando os outros bovinos pequenos perto de si. Aquele não era um touro comum e não estava apenas caminhando.

- Que merda é essa!? – Matteo xingou enquanto se afastava da cerca, atravessando a rua em estado de choque. Quando o jovem chegou ao outro lado da rua o suposto touro já havia quebrado a cerca que os separava jogando pedaços de madeira para todos os lados.

O touro parou em seus dois pés encarando o jovem, salivando por seu sangue. Matteo então sacou sua adaga antes escondida, seu pulso estava a mil junto com sua respiração descompassada. Ele não iria fugir da luta mesmo que não soubesse como agir no momento e nem o que enfrentava. Girou a adaga em sua mão destra esperando a oportunidade de enfrenta-lo surgir.
O animal então avançou com ambos os chifres virados para ele num golpe único fazendo com que este pulasse para a direita, caindo no chão – o touro atingira uma parede de uma loja cravando momentaneamente seus chifres logo tendo certa dificuldade para tirá-los. Num movimento rápido, o italiano levantou aproveitando dos pouco metros que os separavam e cravou sua adaga no final da costela esquerda do animal, ferindo-o levemente. Então o animal rugiu tirando seus chifres da parede, Matteo apenas havia o irritado.

- Matteo! CORRE! – Uma voz familiar soou, era David em um carro roubado abrindo a porta para o italiano. – Anda! Anda!

Seria cômico se não fosse trágico. Matteo adentrou o veículo e David acelerou tudo o que o carro permitia enquanto o touro perseguia-os pela estrada curva.  David com certeza havia roubado aquele carro, o vidro do motorista havia sido quebrado e a mão direita dele tinha leves machucados.

- Você é realmente filho dele, não? – David perguntou enquanto pisava fortemente no acelerador.

- De quem? Do que está falando? E pode me explicar como diabos um touro anda em dois pés? – Matteo disparou.

- É complicado, mas explico no caminho. – David disse encerrando a conversa. – Tenho quase certeza que seu jogo vai ficar pra mais tarde.

Cerca de uma hora se passou na estrada e o touro havia parado de persegui-los, já tinham chego perto de Nova York devido à velocidade em que o motorista havia mantido. Matteo achava que David o levaria para casa, mas pelo contrário, ele passou pelo centro de Manhattan em direção a Long Island.

- Onde vamos? – Matteo perguntou para David que estacionou em uma lanchonete da estrada. Os dois permaneceram no carro quando David começou a falar.

- Garoto, já deve ter percebido que sua vida não é comum. – Ele disse. – Você possui sangue divino. É um semideus e seu pai não é qualquer um.

- Semideus? Quem é meu pai? – Matteo perguntou. Haviam tantas questões não respondidas na mente dele que chegavam a lhe dar dor de cabeça. – Droga, minha cabeça dói.

- Olha só, muitas emoções por hoje. Okay? – O canadense disse. – E eu nem te falei que eu sou um sátiro ainda.

- Um o quê?!

- Nada, fique no carro. Vou ao banheiro e já volto antes que isso fique perigoso. – David desceu do carro deixando Matteo sozinho com aquelas perguntas em sua mente.

Muitas coisas não faziam sentido para o italiano naquele momento, ele estava exausto devido ao combate contra o touro peculiar. Ele respirou fundo enquanto passava as mãos pelos cabelos, o nervosismo estava o matando lentamente, aquelas informações recebidas não faziam sentido para ele. Como ele poderia ter sangue divino  correndo em suas veias? Quem era seu pai? O que eram aquelas coisas bizarras que aconteciam com ele? O homem gigante de um olho só e o touro bípede.
Cerca de vinte minutos já haviam se passado desde que David havia entrado na lanchonete apenas para ir ao banheiro, então ele decidiu sair do carro e ir para o local checar se estava tudo bem. A lanchonete era um lugar simples e tinha apenas a garçonete e mais três clientes.

- Onde fica o banheiro? –
Matteo perguntou para a atendente que apontou o banheiro para ele com descaso.

O local possuía um corredor mal iluminado antes de chegar aos banheiros, o som de grunhidos e gemidos de dor vinham do banheiro masculino que a porta se encontrava fechada. David estava em perigo.

- David? – Matteo bateu à porta esperando uma resposta mas tudo o que ouviu foram fracos gemidos pedindo por socorro.

Então o garoto teve que se esforçar para conseguir abrir a porta, primeiro tentou passar algum tipo de cartão o que eventualmente acabou falhando então decidiu arrombar a porta com sua força cativada dos anos de treino de futebol americano. Tentou por duas vezes antes de ter sucesso arrombando a porta, ao conseguir entrar no banheiro se deparou com uma visão de filme de terror.
David estava caído no chão recostado na parede com machucados em seu peito peludo, não muito graves mas ainda sim sangravam. Uma figura de mulher demoníaca encarava-o como se fosse se alimentar dele. A mulher de cor cinzenta possuía cabelos desgrenhados e ralos acompanhando seu rosto defeituoso com uma boca repleta de dentes pontudos, além de ser magra, suas mãos finas possuíam unhas gigantescas e aparentava possuir asas.

- A... espada. – David murmurou apontando para uma espada menor do que o usual caída perto da porta do banheiro onde Matteo estava.

Num movimento rápido, o italiano pegou a espada a empunhando bem. A mulher olhou para ele emitindo um som terrível e voou em sua direção, Matteo desferiu um golpe com a espada contra a costela dela que em seguida fincou uma de suas mãos no peito dele. A dor tomou conta do jovem que soltou um pequeno som em resposta, as unhas dela fizeram uma pequena diagonal em seu peito antes que ela fosse atingida novamente desta vez por um chute em seu abdome a jogando em direção á uma das cabines do banheiro. Matteo cravou a espada em uma das asas dela apressadamente em seguida fechando a porta.

- Vamos lá... – O semideus se abaixou para ajudar o sátiro a levantar, o que ambos queriam era sair dali logo. A ferida de Matteo queimava.

Saíram as pressas do estabelecimento, David ligou o carro e dirigiu como se não houvesse amanhã por aquelas estradas enquanto a visão de Matteo turvava perante a dor que ele sentia além do cansaço iminente.

- Minotauro e Fúria.  – Essas foram as últimas palavras que Matteo ouviu David proferir antes que o primeiro desmaiasse no banco de carona.

-//-

Matteo acordou em um ambiente branco aparentava ser um hospital acolhedor, raios de luz adentravam a janela que levava para uma floresta. A dor em seu peito já não era tão agonizante, podia se mexer sem que seu peito queimasse. Tentou se levantar um pouco para poder reconhecer onde estava mas sem sucesso. Notou que um garoto loiro e alto o observava com um sorriso.
- Bem-vindo ao Acampamento Meio-Sangue, Matteo.

Habilidades
Força e Agilidade

Presentes de reclamação
Harpe / Espada [Feita de bronze celestial, mede em torno de 96 cm, não tem peso para o filho de Zeus. Seu punho é incrustado com diamantes, quando usada para cortar a garganta ou arrancar a cabeça do oponente a lâmina toma a forma de kopesh. Acompanha bainha e sempre que o semideus der o comando mental ela levita-se até a mão dele, possui o epíteto Zeus Órquio.]


Aegis / Escudo [Circular, feito de adamantium. É côncavo e, em alto relevo, há o desenho da medusa, transforma-se em um bracelete, do mesmo material, e pode conter um dos feitos ou epítetos relacionados a Zeus Olímpio.]

метамарфоза  / Transformador [Um anel de ouro que duas vezes por missão pode fazer a prole de Zeus assumir qualquer forma humana.]
nota •• nota •• nota ••
Matteo Baptiste
Matteo Baptiste
Filhos de Zeus

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Mensagem por Zeus Qui 4 Jan 2018 - 20:00


Matteo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH
Eu amei a sua ficha <3
Queria saber o que aconteceu com o Lorenzo, mas tá.
Bem vindo <3 <3 <3


Zeus
Zeus
Deuses

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Mensagem por James M. Foster Ter 31 Jul 2018 - 23:44

Camping...


Informações Básicas


NOME: James Foster
IDADE: 16
Por que deseja ser reclamado por esse Deus? Desde quando passei a me envolver na mitologia grega, Zeus sempre fora a divindade que me chamou mais atenção. Seja por seu jeito mandão, ou bipolar, mas sempre tendo como principal característica o modo como lidera, e como conduz as situações.
A peculiaridade de optar por Zeus, foi o mais atraente, além das implicações desses deuses na construção do personagem. Além das habilidades como consequência, isso influencia em sua personalidade encaixando com o ideal que busco para James. Pesou também o fato de já ter uma pré trama disponível, encaixando-se melhor com essa escolha.


História e Luta...


O olhar soturno pouco refletia aquele sorriso tão gentilmente direcionado para si, decerto ela esperava alegrar o garoto de cabelos louros. Margareth pousou a mão sobre o ombro alheio, guiando um corpo infantil a deitar-se sobre o leito comum aos outros que também eram abrigados naquele cômodo tumultuado. Os murmúrios eram propagados por crianças despertas, desapegados das regras impostas pelos benfeitores do orfanato. Mas para James a sonolência já embriagava sua mente, conduzindo-o a um sono que lhe presentearia com uma liberdade tão almejada pelo pequeno órfão.

- Onde estamos? –
Murmurou para ninguém em especial, alcançando o tecido gasto de seu jeans e tateando até que os palmos fossem resguardados pelos bolsos. Não sentia frio, tampouco desejo de sair. Apenas desfrutava dos campos que se entendiam magníficos aos seus olhos, permitindo que a vida percorresse seu curso natural sem o envolvimento do garoto.

Pois então o gato lambeu as orelhas daquele cão. Seria este o curso natural? Não poderia afirmar, mas isso acalmava seu espírito e era recriado nos decorrentes sonhos. Sempre sentado sobre a relva, observando criaturas vistas apenas nos livros da freira Margareth, até que se tornassem habitantes de seu paraíso particular.

Agora compartilhado com uma nova criatura.  


As pálpebras. O vento lhe trouxe sussurros, estes instruíam sorrateiro. James então ergueu o queixo para que seu crânio nivelasse com a palma destra que pusera diante dos olhos, desejava minimizar o efeito da luz repentina que banhou seu corpo. Crispou os lábios adotando um semblante de evidente desagrado, foi quando sentiu as nádegas afundarem, clamando por sua atenção ao solo que modificara - não estava mais sentado sobre a grama verde e sim em meio a um lago cujas extremidades eram impossíveis de serem alcançadas pela visão. Sobressaltado se fez de pé, recuando em passos cambaleantes que lhe roubavam o equilíbrio, mas antes que caísse sobre as águas serenas, teve o apoio de uma palma composta por longos dedos. – A carta. – Murmurou o homem mais alto, que agora o fitava.

Pois então Apolo lhe despertou. Inconveniente.

A audição fora o primeiro sentido a retornar para realidade, capturando o som familiar de seus colegas já agitados pela manhã. Um sonolento Foster sentou-se na cama, esfregando as pálpebras com o dorso das mãos e afastando os lábios em um bocejo preguiçoso. Enquanto tomava posse das vestes e cobria a nudez com elas, fixou na mente as palavras que lhe foram ditas em outro plano – estas repetidas noite após noite.

[...]


James não se recorda quando fora acolhido pelo lar de crianças desamparadas por pais sem rostos. Tudo que possuem de legitimo eram seus nomes, pois foram batizados pelos membros do orfanato. Mas o louro tinha uma peculiaridade, a carta assinada por sua mãe, deixada junto ao seu berço quando fora abandonado na porta do abrigo. Segundo as palavras de autoria da patriarca, soube ser Galês e recebeu um nome. Além do mapa e uma declaração de afeto que dizia possuir, tudo isso em meia página de um papel pardo. Sem números ou explicações, apenas isso.

O ar comumente gélido da Grã-Bretanha carregava consigo uma expectativa diferente naquela amanhã, era o aniversário do nosso protagonista. Apesar de ter que esperar o dia em que uma grande festa parabenizava todos os órfãos aniversariantes do mês, já ostentava um sorriso sem dentes. Seu décimo sexto outono, este evento fizeram com que recebe alguns animados apertos de mãos nos corredores e abraços gentis das freiras que conseguiram recordar. Aquele era o dia dele e nada poderia corromper seu bom humor.

Se nosso garoto fosse afortunado com o controle do traiçoeiro destino teria alcançado suas expectativas, pois foi no dia em que deveria esquecer-se do mundo que ele veio fazer uma visita. Durante a refeição matinal foi exigido silêncio e um casal anunciado, eles passariam o dia acompanhando a rotina das crianças e selecionando aquela que integraria suas desfalcadas famílias. A ansiedade percorreu todo o castelo, ferindo o ego do jovem Foster, pois ele desejava que a atenção daquele dia se concentrasse unicamente em seu aniversário, praguejava mentalmente. Um olhar de soslaio e pode ver a figura de duas mulheres próximas da lareira, conversando com Margareth e indicando alguns garotos sentados perto de James, ele então curvou mais sua espinha dorsal e debruçou sobre o prato de sopa, deixando que o vapor quente aquecesse seu rosto.

As velas tiveram de ser acessas para iluminar cômodos onde as lâmpadas já não funcionavam, a fadiga pelo dia de tarefas físicas e estudos mentais fazia com que o louro arrastasse os pés ao invés de marchar e correr para ter em sua contagem o maior número de quartos acessos.  Quando parou ante um dos suportes posicionados no corredor, esticou a mão que abrigava uma vela, para que sua tímida chama alcançasse aquela sem vida. Seu nome foi citado como um eco, acompanhado de passos apressados que fizeram o garoto buscar encaixar no campo de visão. Baixou um pouco as pálpebras e franziu entre as sobrancelhas, na tentativa de enxergar mais longe e distinguir a silhueta uniformizada que tentava alcançá-lo. Com a fileira de dentes braços expostos a freira Margareth se aproximou, apenas o suficiente para que fosse ouvida sem que fizesse esforço. – Jay, eles querem você!

[...]

Um mês se passou e ele não havia tido a companhia dos novos tutores, sequer trocara uma única palavra com eles. Isento das tarefas, era designado todos os dias ao padre para que sua doutrina católica fosse mais rígida, como se ele estivesse sendo armado contra o mundo. A alma maculada, os pensamentos nem tanto.

Foi em meio a acenos animados que ele se despediu do único lugar que conhecia no mundo, não que isso fosse negativo, gostava do conforto e a sensação de familiaridade. Mas só se deu conta disso sentado no banco detrás do carro, fazendo do abrigo apenas um ponto distante e cada vez menor apesar de sua posição ao alto da colina. Uma música baixa preenchia o ambiente, por vezes a interferência tragava James de seus devaneios. Deveria ele puxar algum assunto? As dúvidas e curiosidade bagunçavam seu humor, fazendo com que transitasse desde a alegria até uma frustração inconsolável.  Aos poucos suas pálpebras pesaram, até que ocultassem as Iris e ele fosse embalado pelo sono.

- Acorda garoto! – Um timbre áspero chamou, seus ombros foram chacoalhados por mãos femininas e ele foi puxado para fora do carro. Atordoado apenas teve tempo de agarrar sua mochila e trazer para junto de si, varrendo com um olhar assustado em busca de compreensão.  O ar úmido era tragado ansiosamente, carregado de diferentes odores característicos da floresta que ladeava aquela clareira. Buscou apoio e certificou-se de que teria capacidade para ficar em pé, assim o fez, estapeando as vestes em uma tentativa de limpa-las. – Onde estamos? – Questionou ainda sonolento, enquanto a névoa que atordoava sua mente era dissipada. Mas foi então que um sibilar baixo silenciou sua respiração, o crânio moveu e as orbes azuis encontraram criatura horrenda. As mulheres de feições confiáveis agora ostentavam um semblante faminto, seus seios expostos e dorso nu, além das pernas que foram substituídas por algo semelhante a uma cauda. O coração frágil do garoto bateu mais lento, seus lábios entre abertos deixavam escapar o ar essencial aos pulmões e seus pés eram conduzidos a um recuo automático. Era como se o corpo armasse defesas contra o desconhecido, sendo guiado pela intuição apenas. As risadas estridentes o forçaram a reagir, tornando tudo aquilo real e palpável.

As solas dos sapatos prendiam-se nas raízes vez ou outra, diminuindo o ritmo de sua corrida. O rastejar silencioso das mulheres-serpentes não permitia deduções de suas posições, isso o deixava ainda mais alarmado. Os antebraços feridos pelos momentos em que teve de afastar galhos e cipós às pressas, vencendo com autoridade a mata fechada. James foi punido por tamanha ousadia, pois não era a ele que pertencia aquele lugar, os sapatos afundaram no desnivelar do solo, roubando seu equilíbrio e fazendo com que fosse lançado morro abaixo.

Antes que alcançasse o fim do trajeto a inconsciência se apoderou do garoto.

Seus sentidos pouco captavam, apenas fagulhas do que um dia havia sido o paraíso. Sabia estar sonhando, mas foi a ansiedade de achar aquele homem que o fez afastar os lábios e encontrar a própria voz – Eu preciso de ajuda! – Propagou a timbre sem quaisquer respostas, assim o fez até que a sensação de fracasso o fizesse se calar. – Você está seguro agora. – Proferiu o homem de semblante tão sereno quanto à postura que ostentava, ele estava de pé ao lado do garoto e recolheu a mão para dentro do bolso.  – Mas precisará despertar logo, ainda tem uma longa viagem. – Anunciou sem realmente fita-lo. James queria questioná-lo e exigir algo concreto, mas tudo que fez foi perguntar o nome. – Me chamo Isaac Foster. – Falou pausadamente, agora encontrando as feições do mais novo e assistindo toda confusão que o acometeu. Antes que pudesse reagir ao novo fato, retornou ao mundo real. As dores em pontos distintos restringiam seus movimentos, permitindo que ele apenas se pusesse sentado e escorasse o dorso sobre a pedra úmida, ocultando seu corpo nas sombras proporcionadas por esta. Não via sinais de suas perseguidoras, o dando liberdade da tensão no maxilar e músculos.

Atordoado pouco se dava ao luxo de raciocínio, apenas entregue aos pensamentos mais simples de sobrevivência. Foi quando tomou posse da mochila, ignorando as folhas que se prendiam a ela, esvaziou lançando tudo ao chão em busca de água ou algo que pudesse alimentar seu corpo. Foi quando um saco pesado aterrisou no solo, o som característico de moedas chamou sua atenção fazendo com que abrisse e destacasse uma, analisando seu formato e escrituras diferentes do que já havia visto. Deduziu ser uma moeda estrangeira, já que poucas vezes houvesse contemplado recursos monetários. Mas foi o papel pardo que convidou seu olhar, a letra similar ao que reconhecera ser de sua mãe, com dizeres diferentes.

“Meu querido,
Espero que um dia possa perdoar minha ausência, mas o mundo é cruel demais para crianças como você e seu irmão. Quis poupá-lo de tudo que fiz Isaac passar, por isso o entreguei a um lugar que tivesse a chance de uma vida normal.  Ainda que o significado disso fosse nunca mais ver os belos olhos que me fazem recordar de teu pai.
 Não posso dizer muito nesta carta, temendo que ela seja lida por outros. Mas saiba que eu sempre o amarei e desejo que tenha uma vida longa e feliz. No verso deixei instruções para auxiliá-lo se um dia precisar.

Com carinho, sua mãe.  “


Permitiu que por alguns instantes as palavras apenas pairassem diante de seus olhos, confuso demais para empregar nelas qualquer sentido emocional. Nunca havia conhecido aquela mulher e isso a tornava algo distante de sua realidade. Mesmo assim virou a folha, os dizeres que encontrou instruíam para que capturasse uma das moedas do pequeno saco preto, lançasse ao chão e citasse poucas palavras. Um pequeno suspiro se esvaiu de entre os lábios secos, fitou o céu por alguns instantes e tornou ele seu mantra para que pudesse permitir o correr das lágrimas silenciosas que findavam em suas bochechas alvas. O silibar ecoou. Os galhos quebravam. Um temor se apossou do coração da criança amedrontada.

Em um ato desesperado lançou-se na missão de seguir as instruções ditadas pela mãe por meios das palavras transcritas. Quando findou, o silêncio pareceu pesar ainda mais, na expectativa daquele exato momento em que sua vida dependia do ato de fé.  De súbito não estava mais só, assim que um carro de coloração amarela se materializou diante de si, o imaginário infantil não pode usufruir daquele momento, sendo pressionado pelas caçadoras escamosas que agora apressavam-se para alcançar o garoto que mancava em direção ao veículo, acomodando-se no assento traseiro e selando a porta com uma batida forte. Suas orbes venceram o vidro da janela para visualizar as criaturas grotescas que proferiam ofensas aos deuses e seus descendentes.

- Isso vai deixar a corrida mais cara, garoto. Para onde vamos? –
Tilintou uma voz feminina, pertencente a uma das três cabeças cujas faces não eram visíveis. Tudo que James fez foi recitar novamente o fim das instruções passadas pela progenitora, onde pareceu indicar um endereço. O movimento turbulento do veículo não foi capaz de perturbar um sonolento rapaz que entregava-se ao estado vegetativo, visando descansar sua mente e corpo de toda aquela confusão. Ignorou todas as próprias crenças, duvidando da própria sanidade.

[...]


De pé diante da colina, os dedos longos firmes na alça da mochila. Único pertence pessoal que possuía, lembrando-o de tudo que ocorrera nas últimas horas. Ainda atônito por tudo que seu cérebro descrente fora obrigado a absorver. Sorveu o ar límpido, aderindo a nova sensação de conforto que o abraçou gentilmente, induzindo ele a prosseguir sem receio. Sua fisionomia surrada pelos confrontos indiretos, foi com tal comprometimento que ele se permitiu acomodar de baixo da árvore imponente no topo. Foi ali que adormeceu novamente, esquecendo-se de todo medo voraz que assolava seu espírito.

- James? –
O timbre masculino alcançou seus ouvidos, temeu abrir os olhos e despertar novamente. Desejava encontrar o próprio paraíso e ali habitar por quanto tempo fosse possível. – Hm? – Grunhiu baixo, movendo as palmas pelo tecido que entrava em contato com sua epiderme, permitiu que os dígitos provassem dessa nova sensação. – Isaac. – Anunciou o visitante, despertando enfim a atenção do louro, que encontrou os traços do homem que visitara seus sonhos nas noites que antecederam aquele amaldiçoado dia. – Você está em casa agora.

A batalha...



Eu acho que vi um gatinho. – Memórias de um semideus.



Era necessário ainda mais que uma coragem juvenil para que os nós de seus dedos não afrouxassem ante o aperto doloroso em torno do punhal. Seu crânio pendia para trás lhe atribuindo nova perspectiva quanto ao campo de visão, o peito parecia prestes a irromper até que o timbre feminino lhe tragou para a penosa realidade.

Um ronronar que faz se calar até mesmo os deuses. Passadas largas e pausadas, dotadas da digna confiança de um caçador. Suas caças, James e Arabella, entreolhavam-se segredando anseios antes que as iris azulada do louro se fizessem percorrer todo o perímetro em torno de ambos. Ladeados por imponentes árvores que lhes serviram de abrigo nos dias que antecederam aquele momento, suas respirações tornavam-se quase audíveis, mesclando-se ao ar que carregava consigo um odor pútrido.

Era majestoso, surreal. A criatura cortava o ar acompanhada por um som grotesco que fez recuar até mesmo aqueles cujo medo era apenas um pensamento vago. Seus quatro membros se chocaram contra o chão, detendo o avanço dos semideuses. James chocou o antebraço contra o tórax da irmã para que a mesma recuasse antes que ambos ficassem imóveis diante de seu possível ceifador. O peito foi estufado ao conter nele uma grande quantidade de ar, tragada momentos antes e incapaz de esvair-se. As pálpebras quase ocultavam sua íris no semicerrar dos olhos. Não demorou-se em assimilar as características que denunciavam  aquele monstro como Leão de Neméia, eles o haviam caçado durante semanas e agora se tornavam as caças. – Cedo demais. – Grunhiu em áspero tom, seus lábios se crisparam enquanto o adversário passava a sitiar os semideuses. O olhar felino parecia estudá-los de forma quase racional e não apenas instintiva. – Precisamos ocupá-lo até que seja a hora certa. – As palavras foram proferidas pausadamente, tinha consciência que as costas da mais velha pareavam com a sua e ambos mantinham o olhar fixo no inimigo iminente.

Apolo recolhia-se vagarosamente, brindando os mortais com os últimos resquícios de sua dádiva mais honrosa, o astro que lhes regia naquele momento. Nyx passava a abraçar aquele cenário, um ato tão sorrateiro quanto o vento gélido que lhes bagunçava os fios louros. Sombras provindas – tanto das criaturas como das plantas – tornavam-se gradativamente mais evidentes, assim como estendiam-se até que algumas já estivessem interligadas. Tais pensamentos atiçaram o jovem James que percorria a própria mente com ânsia de solução. Os lábios entre abriram para que pudesse expor suas idéias, porém, nada além de um grunhido indecifrável lhe escapou. Seu peito foi comprimido pelo tecido da camisa que cobria o dorso, a sola destra se firmou no solo recuperando o próprio equilíbrio antes de girar sobre os calcanhares e se deparar com a companheira realizando o mesmo movimento depois de induzi-lo a recuar. Ambos dispararam mata dentro, as pernas do garoto pareciam arder com a adrenalina e repentino esforço aplicado nas mesmas, brandava sua espada diante do corpo para que pudesse corromper ocasionais obstáculos impostos pela mata. Mantinha o olhar fixo nas costas da menor. – Espero que tenha um plano! – Proferiu elevando-se aos ruídos que ambos produziam, para então ser ouvido pela mesma. Resposta alguma se fez presente, os ombros pareavam vez ou outra. Tinha consciência de que seu esforço logo seria reduzido a nada mais que uma tentativa fracassada, seria impossível vencer aquela criatura em questão de velocidade. – A gruta! - Foi então que James viu Arabella ser engolida pelas sombras e sequer seu rastro havia ficado para torna-la real. Curvou seu tronco imergindo no breu que havia se tornado aquela região, o ar penava em ser tragado enquanto a exaustão parecia toma-lo, sendo repelida apenas pela adrenalina. O jovem Foster então assimilou a imagem da caverna em que haviam dormido pelas redondezas, onde encontraram o rastro do felino pela primeira vez.

Suas pálpebras protegiam as iris até que as expusessem, turva era sua visão naquele novo ambiente que lhe faltava habilidades para explorar, recolheu para junto da silhuetas suas exuberante asas. Horas decorreram desde o evento protagonizado pelos semideuses e o Leão, os irmãos recuperavam-se imersos na escuridão daquela gruta. O dorso nu agora era comprimido contra uma pedra - a qual lhe servira de apoio para que seu corpo pudesse descansar -, com a lamina da espada apoiada sobre as coxas, entregaram-se a uma conversa serena e de baixo tom.

[...]


Ainda que seus olhos o vislumbrassem centenas de vezes, estaria admirado diante de magnífica criatura. Tão mortal quanto se pode imaginar, ela se movia pesadamente percorrendo o local como se faria em ambientes familiares para si. Não se demorou para que o rapaz tornasse visível seu próprio semblante, confirmando o que o rastro de seu odor já havia denunciado ao felino que agora se apoiava nas patas traseiras enquanto as dianteiras tentavam alcançar as crianças – sustentando o peso na pedra - . O Foster lançou-se sobre o inimigo, elevando a espada acima da cabeça enquanto seus músculos tencionavam para que pudesse desferir um golpe vertical no mesmo. A lamina se chocou contra a cabeça alheia, ricocheteando e atordoando ambos os protagonistas daquele ato, lançando o corpo esguio do menino na direção oposta, uma ação frustrada já que seu adversário possuía uma pelagem impenetrável. Erro de cálculo, poderia custar-lhe a vida e certamente custaria. Com as costas sobre o solo, James arregalou os olhos, arrastando-se para trás e tomando posse da arma que anteriormente portava, uma dor lhe aflingiu as costelas dando a certeza de que havia quebrado ao menos uma, senão várias. Cada terminação nervosa entrou em colpaso o  fazendo tremer repentinamente enquanto seu punho feria-se no solo que agora estava tão frio quanto sua epiderme. Havia tudo acontecido de forma tão rápida que ele foi incapaz de assimilar - o Leão já estava sobre si -, seu antebraço foi diante dos olhos, para que pudesse proteger a própria face enquanto movia sua espada de forma que pudesse apunhalar aquela criatura, o ato foi tardio. Arabella curvava-se diante do garoto, bloqueando a figura imponente que era a o animal até pouco atordoado pelos ocorridos, a garota quase tocava o chão no esforço de penetrar ainda mais a língua do animal com sua lamina, este que agonizou antes de ter sua vida roubada pela manobra provindo do garoto celeste, que modificou a forma física da própria espada assumindo assim a aljava de flechas. Em meio aos dedos canhotos materializou-se o arco de bronze celestial, ferramenta utilizada para disparar duas flechas, tendo uma com acerto no globo ocular da criatura.



Perturbação de Morpheu.


Suas pálpebras selavam-se constantemente, a visão turva devia-se ao despertar repentino causado por solavancos violentos provindos de Arabella. - James, acorde. -  A face daquela que lhe roubara da inconsciência se fez presente defronte a si, um praguejar escapou dos lábios de James enquanto o mesmo movia seu corpo amortecido pelas horas de sono. – É preciso que você vá até a Casa Grande, nosso nome foi convocado. - Daquela que compartilhava pouca semelhança apenas um acenar de cabeça foi oferecido como resposta aos dizeres, ambas as mãos lhe foram à face, cobrindo-a e utilizando da pressão das mesmas para desfazer-se da sonolência que ainda o atordoava.

Seus passos se detiveram perante o primeiro degrau cuja sequência findava na soleira proveniente da Casa Grande, a transição de alguns semideuses se fazia presente, passando apressados ou distraídos pelo par de cabeças que se entre olhavam. – Ei, anime-se. Estarei aqui fora te esperando. - Os lábios róseos da menor se desenharam em um sorriso encorajador enquanto incitava o corpo de Foster a voltar-se para a porta, a qual transpôs ausente da companhia de sua meia irmã.

A iluminação precária do local lhe era pouco convidativa, seu olhar vagou por objetos de origem e funções desconhecidas, sem direcionar real atenção para o que presenciava. O envelope pardo tragou o semideus dos devaneios, seus pés o guiaram sorrateiro até que estivesse diante da mesa onde o objeto que estimava pousava, simplório naquele local. O selo havia sido corrompido, sua tez franziu diante do fato, as íris oscilaram, olhando sobre o ombro para ter a garantia de que estava só. Os dizeres lhe incumbiam de uma missão onde detalhes cruciais se faziam ausentes. Seus lábios crispados e as palavras já gravadas na memória antecederam a súbito desconfiança que atingiu a prole de Zeus. – Olá ?! Quem deixou isso aqui... Alguém ? - As palavras ecoaram alcançando apenas o vazio, um sibilar do vento pronunciou-se ao agitar as cortinas dispostas na outra extremidade do cômodo.

[...]


Vira o cavalo alado partir, deixando para trás dois semideuses com uma disposição voraz. Roma havia sido seu destino, como fora instruído pela carta deixada horas antes. O couro da aljava de flechas ainda apertava-lhe o tórax, trazendo segurança ao louro que bocejava devido a fadiga sutil e constante que sempre lhe acompanhava. Esticou as asas afastando delas a dormência causada pela viagem longa.

– Eu não consigo entender o porquê de ocultar qual nossa real tarefa, nem mesmo sabemos o que procuramos! – Em seu timbre a indignação era explicita, entre as sobrancelhas uma ruga se formara evidenciando mesmo sentimento. A ausência de resposta o fez desviar um olhar para a garota que parecia entretida em procurar estabilidade para poder locomover-se pelas ruínas em que ambos se posicionavam. –  Eu sei o que viemos fazer, só não quis alarmar você antes de chegarmos. – James estava incrédulo, seus lábios crisparam e o mesmo tencionou o maxilar contendo a ira que fez sua têmpora latejar. – O que viemos fazer aqui? - Arabella curvava-se para avançar pelos destroços – Temos de descobrir porque duas proles de Ares não retornaram de uma missão, o rastro deles termina nesse lugar. - James semicerrava os olhos, protegendo sua íris da luz abundante cedida pelo astro que os regia. O garoto curvou seu corpo de forma que pudesse impulsiona-lo e saltar para um nível abaixo daquele que estivera até então, seguiu a trilha imposta pela irmã enquanto ambos sustentavam um conflitante silêncio, bom e pouco explicativo.  Enquanto afastava o fragmento da estrutura, devaneava sobre o esplendor que outrora fora aquele local. O grande Coliseu já vivera seus anos de ouro, banhado por sangue inocente e feroz, abrigara o sadismo em seu ápice e fora o circo dos tolos por décadas antes de findar em um ponto turístico.

– Qual o objetivo de ter ocultado aquelas informações de mim? – Suas palavras perderam-se, a morena estava mais adiante curvada à beira de uma cratera que denunciava um nível inferior ao que eles estavam, interno. James se pôs de joelhos ao lado da garota e utilizou dos membros para manter-se estabilizado, com um convite breve ela saltou em direção à recente descoberta, sendo engolida pela escuridão que sustentava o mistério. Um grunhido de protesto e logo os pés do maior se chocavam contra o solo, seus joelhos absorvendo boa parte do impacto. – Sistá... – Piscou algumas vezes seguidas acostumando sua visão ao novo ambiente, logo alguns detalhes entraram em foco, assim como a silhueta singular da irmã que já se distanciava. James tomou posse do arco transmutando ele em uma espada, a lâmina rente ao seu flanco conforme caminhava. – Sente esse cheiro? - Foi questionado de súbito, suas narinas inflaram e ele tragou o ar como um ato pouco praticado, este elemento mesclava-se ao cheiro pútrido que outrora já havia inalado, o que lhe atiçou a memória olfativa. Isso parecia amargar seu paladar e uma careta distorceu suas feições momentaneamente, Foster girou sobre o calcanhar direito, recuando alguns passos enquanto vislumbrava o que ocorria no caminho já percorrido pelos semideuses. Um silêncio torturante predominava naquele local de escassa iluminação e vida, diversas estruturas semelhantes à jaulas eram corrompidas pelo tempo e pareciam expressar precariamente o que já abrigara em seus interiores, seus pés recuavam arrastando-se alternadamente, queria abranger maior distância no campo de sua visão. A terra sofreu maior impacto à alguns metros partindo do ponto de onde James estava, ainda em recuo, as pálpebras do louro tornaram suas orbes mais evidentes, o ar pareceu cessar em seus pulmões. A terra por de baixo de seus pés estremecia de forma cada vez mais violenta, denunciando a aproximação de algo forte o suficiente para desestabilizar os semideuses antes mesmo de se fazer presente. A prole de Zeus girou sobre os calcanhares, no rosto o temor era estampado e logo se lançou em uma corrida movida pela adrenalina que lhe impeliu naquele instante, girou seu crânio e pode captar poucos fragmentos da criatura que se tornara sua perseguidora. Possuía patas capazes de cobrir todo o corpo do rapaz, se assim conseguisse.

O impacto de suas costas contra a parede lhe fez tossir involuntariamente, expulsando todo o ar e repelindo um pouco de saliva. – Que merda é essa?! –  Grunhiu antes de caminhar rente a estrutura  que lhe servia de apoio, o caminho era estreito e os escombros dificultavam ainda mais a circulação, por vezes seu abdômen e tórax eram comprimidos dolorosamente. A garota de traços asiáticos avançava cautelosa, eram incapazes de saber qual a real posição da criatura, suas narinas inspiravam grande parte da poeira que se agitara resultante daquela movimentação exasperada. Logo o local se tornou mais amplo, ainda que a luz fosse apenas um mito, ambos estavam entregues à própria sorte. James se curvou apoiando seus membros superiores nos joelhos, sentia náuseas e desejou ceder o peso e ser amparado pelo chão, sua íris acompanhava de forma atenta a movimentação de Arabella que tateava aquele subterrâneo instigada. – Eles estão mortos. – A afirmação não carregava emoção alguma, porém, preencheu aquele local com uma mórbida sensação. Como se fizesse jus as palavras alheias, um odor forte e repugnante se fez ainda mais presente e o garoto recuou como primeiro impulso, levando sua canhota defronte as narinas e bloqueando estas. Passos cautelosos o guiaram até estar pareado com a morena, logo seus olhos lapidaram na mente a cena que antes pertencia somente à Arabella.

“Dos corpos partes faltavam, sejam eles orelhas ou membros inteiros. Era capaz de ver seus interiores, de cada semideus. E então aquele barulho ensurdecedor, talvez tenha sido o momento em que cheguei mais perto do medo.“



Salvem suas vidas.


Tiveram de avançar crescentemente, ganhando aqueles degraus com a plena noção de que suas vidas dependiam da velocidade ali empregada.  James sentiu a pressão sobre seu calcanhar ser penosa, havia ficado preso em uma ruptura do coliseu quando tentara saltar além de sua capacidade, já livre ele tentava ocultar o corpo magro entre duas lacunas, sua cabeça pendeu para trás e seus olhos puderam alcançar a imagem de seu oponente plenamente.  Incalculável era sua altura, assim como a ferocidade nos três pares de olhos, cada cabeça movimentava-se em uma direção procurando pelos garotos que haviam se distanciado um do outro. Girou o crânio tendo o lado esquerdo de sua face colado a uma das colunas que lhe serviam de abrigo, sua íris escaneou tudo que foi possível almejando fisgar a irmã onde estivesse.

James impulsionou seu corpo e se esgueirou, mantendo na destra o punho de sua espada e a levando diante da face para proteger-se de alguns obstáculos imprevisíveis. Uma sombra mais densa se fez acima do crânio, um olhar breve e curvou seu tronco desviando do choque mortal de uma das cabeças que acabou fazendo desmoronar sobre si parte daquela estrutura, aquele guincho estrondoso reverberou por todo o Coliseu antes de transmutar em algo mais grotesco.
A própria respiração se tornara ruidosa, assim como as batidas de seu coração.

Um guincho alto roubou a atenção do garoto tremulo que agarrava-se com apenas uma mão ao degrau superior, seu corpo suspenso e pressionado contra a divisão concreta. Ele hesitou antes que uma força não pertencente a si o pusesse sobre a estabilidade almejada, manteve-se de bruços soprando a poeira do chão até que aquele mesmo guincho se fizesse presente uma vez mais, ergueu o crânio podendo vislumbrar o animal que agora relinchava e chocava nervosamente seu casco à frente do semideus. O pegasus havia retornado, James se pôs de pé e logo montou no equino que não se demorou em alçar voou.

A prole mantinha seu tórax tocando o dorso alheio, seus dedos canhotos firmes na crina enquanto o vento assoviava mortalmente por seus ouvidos, investidas frustradas provindas da Hidra a agitavam ainda mais, suas cabeças se moviam com tamanha violência que por vezes o próprio vácuo seria capaz de derrubar aquele garoto de sua montaria. O moreno brandia a lamina, tendo sucesso em nada mais que cortes superficiais, seus olhos oscilavam do inimigo à silhueta móvel que se distanciava mais adiante.  

– ARABELLA! –
Urrou enquanto inclinava seu tronco para o lado assim alterando a trajetória que seguiam, logo os cascos do cavalo alcançaram estabilidade sobre o concreto e James saltou do lombo, girou seu corpo buscando pela fonte e mais ao longe viu sua irmã curvada cobrindo o que seria uma ferida exposta, James lançou um breve olhar para a Hidra que mantinha-se entretida no Pegasus.

Assim que o equino foi brutalmente atingido, a diversão se voltou novamente aos semideuses. Induzindo certa euforia a príncipe dos céus, este que elevara a palma destra até diante da face, gesticulando ela vagarosamente para condensar uma névoa cada vez mais densa diante de si. Antes que pudesse findar o feito, teve a investida atropelada de duas das cabeças mortais, estas que atravessaram a fumaça forçando o garoto a lançar-se sobre o chão e cobrir a parte de trás do crânio, uma reação automática de defesa. Mas foi quando sentiu o peso esmagar suas costelas que ele arfou, arrastando-se com os ante braços para longe da criatura que caira em um sono profundo.  Entretanto, a punição por tamanho desafio fora a inconsciência. Sentiu as forças esvaírem de si sem que pudesse fazer nada. Sua audição fora a última que se perdera, a qual capturou o chamado de Arabella, assim como os cascos do cavalo alado ao qual fora jogado sobre a sela antes de alçar voou novamente.



Words: 545; Wearing: this; music: break free; note: Who I am? ♦️
James M. Foster
James M. Foster

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Mensagem por Zeus Qua 1 Ago 2018 - 1:07


James

Senhor.
James você narra bem, tem uns errinhos e tal, mas nada gritante. Porém você detalha demais, deixando a leitura bem cansativa, ainda mais utilizando a linguagem culta.
Mas assim, eu tava pensando em te aprovar, mas quando eu li "Leão de Nemeia" eu juro, que se pudesse, te jogava um balde de água fria. qq
Claramente você não se deu nem ao trabalho de ler o que foi solicitado na ficha, além de ter lutado e MATADO um monstro extremamente difícil (que só pode ser morto por players do nível 50 para cima), você não colocou nem os presentes, nem as habilidades. E ainda teve mais aquela parte com Morfeu, que eu não li, mas acredito que não era necessária nesse teste.

Reprovado.
Favor corrigir seus erros e boa sorte em uma próxima tentativa.


PS: da onde surgiu aquela espada que vira arco?


Zeus
Zeus
Deuses

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Mensagem por James M. Foster Qua 1 Ago 2018 - 11:04

Camping...


Informações Básicas


NOME: James Foster
IDADE: 16
Por que deseja ser reclamado por esse Deus?  Desde quando passei a me envolver na mitologia grega, Zeus sempre fora a divindade que me chamou mais atenção. Seja por seu jeito mandão, ou bipolar, mas sempre tendo como principal característica o modo como lidera, e como conduz as situações.
A peculiaridade de optar por Zeus, foi o mais atraente, além das implicações desses deuses na construção do personagem. Além das habilidades como consequência, isso influencia em sua personalidade encaixando com o ideal que busco para James. Pesou também o fato de já ter uma pré trama disponível, encaixando-se melhor com essa escolha.


História e Luta...


O olhar soturno pouco refletia aquele sorriso tão gentilmente direcionado para si, decerto ela esperava alegrar o garoto de cabelos louros. Margareth pousou a mão sobre o ombro alheio, guiando um corpo infantil a deitar-se sobre o leito comum aos outros que também eram abrigados naquele cômodo tumultuado. Os murmúrios eram propagados por crianças despertas, desapegados das regras impostas pelos benfeitores do orfanato. Mas para James a sonolência já embriagava sua mente, conduzindo-o a um sono que lhe presentearia com uma liberdade tão almejada pelo pequeno órfão.

- Onde estamos? –
Murmurou para ninguém em especial, alcançando o tecido gasto de seu jeans e tateando até que os palmos fossem resguardados pelos bolsos. Não sentia frio, tampouco desejo de sair. Apenas desfrutava dos campos que se entendiam magníficos aos seus olhos, permitindo que a vida percorresse seu curso natural sem o envolvimento do garoto.

Pois então o gato lambeu as orelhas daquele cão. Seria este o curso natural? Não poderia afirmar, mas isso acalmava seu espírito e era recriado nos decorrentes sonhos. Sempre sentado sobre a relva, observando criaturas vistas apenas nos livros da freira Margareth, até que se tornassem habitantes de seu paraíso particular.

Agora compartilhado com uma nova criatura.  


As pálpebras. O vento lhe trouxe sussurros, estes instruíam sorrateiro. James então ergueu o queixo para que seu crânio nivelasse com a palma destra que pusera diante dos olhos, desejava minimizar o efeito da luz repentina que banhou seu corpo. Crispou os lábios adotando um semblante de evidente desagrado, foi quando sentiu as nádegas afundarem, clamando por sua atenção ao solo que modificara - não estava mais sentado sobre a grama verde e sim em meio a um lago cujas extremidades eram impossíveis de serem alcançadas pela visão. Sobressaltado se fez de pé, recuando em passos cambaleantes que lhe roubavam o equilíbrio, mas antes que caísse sobre as águas serenas, teve o apoio de uma palma composta por longos dedos. – A carta. – Murmurou o homem mais alto, que agora o fitava.

Pois então Apolo lhe despertou. Inconveniente.

A audição fora o primeiro sentido a retornar para realidade, capturando o som familiar de seus colegas já agitados pela manhã. Um sonolento Foster sentou-se na cama, esfregando as pálpebras com o dorso das mãos e afastando os lábios em um bocejo preguiçoso. Enquanto tomava posse das vestes e cobria a nudez com elas, fixou na mente as palavras que lhe foram ditas em outro plano – estas repetidas noite após noite.

[...]


James não se recorda quando fora acolhido pelo lar de crianças desamparadas por pais sem rostos. Tudo que possuem de legitimo eram seus nomes, pois foram batizados pelos membros do orfanato. Mas o louro tinha uma peculiaridade, a carta assinada por sua mãe, deixada junto ao seu berço quando fora abandonado na porta do abrigo. Segundo as palavras de autoria da patriarca, soube ser Galês e recebeu um nome. Além do mapa e uma declaração de afeto que dizia possuir, tudo isso em meia página de um papel pardo. Sem números ou explicações, apenas isso.

O ar comumente gélido da Grã-Bretanha carregava consigo uma expectativa diferente naquela amanhã, era o aniversário do nosso protagonista. Apesar de ter que esperar o dia em que uma grande festa parabenizava todos os órfãos aniversariantes do mês, já ostentava um sorriso sem dentes. Seu décimo sexto outono, este evento fizeram com que recebe alguns animados apertos de mãos nos corredores e abraços gentis das freiras que conseguiram recordar. Aquele era o dia dele e nada poderia corromper seu bom humor.

Se nosso garoto fosse afortunado com o controle do traiçoeiro destino teria alcançado suas expectativas, pois foi no dia em que deveria esquecer-se do mundo que ele veio fazer uma visita. Durante a refeição matinal foi exigido silêncio e um casal anunciado, eles passariam o dia acompanhando a rotina das crianças e selecionando aquela que integraria suas desfalcadas famílias. A ansiedade percorreu todo o castelo, ferindo o ego do jovem Foster, pois ele desejava que a atenção daquele dia se concentrasse unicamente em seu aniversário, praguejava mentalmente. Um olhar de soslaio e pode ver a figura de duas mulheres próximas da lareira, conversando com Margareth e indicando alguns garotos sentados perto de James, ele então curvou mais sua espinha dorsal e debruçou sobre o prato de sopa, deixando que o vapor quente aquecesse seu rosto.

As velas tiveram de ser acessas para iluminar cômodos onde as lâmpadas já não funcionavam, a fadiga pelo dia de tarefas físicas e estudos mentais fazia com que o louro arrastasse os pés ao invés de marchar e correr para ter em sua contagem o maior número de quartos acessos.  Quando parou ante um dos suportes posicionados no corredor, esticou a mão que abrigava uma vela, para que sua tímida chama alcançasse aquela sem vida. Seu nome foi citado como um eco, acompanhado de passos apressados que fizeram o garoto buscar encaixar no campo de visão. Baixou um pouco as pálpebras e franziu entre as sobrancelhas, na tentativa de enxergar mais longe e distinguir a silhueta uniformizada que tentava alcançá-lo. Com a fileira de dentes braços expostos a freira Margareth se aproximou, apenas o suficiente para que fosse ouvida sem que fizesse esforço. – Jay, eles querem você!

[...]

Um mês se passou e ele não havia tido a companhia dos novos tutores, sequer trocara uma única palavra com eles. Isento das tarefas, era designado todos os dias ao padre para que sua doutrina católica fosse mais rígida, como se ele estivesse sendo armado contra o mundo. A alma maculada, os pensamentos nem tanto.

Foi em meio a acenos animados que ele se despediu do único lugar que conhecia no mundo, não que isso fosse negativo, gostava do conforto e a sensação de familiaridade. Mas só se deu conta disso sentado no banco detrás do carro, fazendo do abrigo apenas um ponto distante e cada vez menor apesar de sua posição ao alto da colina. Uma música baixa preenchia o ambiente, por vezes a interferência tragava James de seus devaneios. Deveria ele puxar algum assunto? As dúvidas e curiosidade bagunçavam seu humor, fazendo com que transitasse desde a alegria até uma frustração inconsolável.  Aos poucos suas pálpebras pesaram, até que ocultassem as Iris e ele fosse embalado pelo sono.

- Acorda garoto! – Um timbre áspero chamou, seus ombros foram chacoalhados por mãos femininas e ele foi puxado para fora do carro. Atordoado apenas teve tempo de agarrar sua mochila e trazer para junto de si, varrendo com um olhar assustado em busca de compreensão.  O ar úmido era tragado ansiosamente, carregado de diferentes odores característicos da floresta que ladeava aquela clareira. Buscou apoio e certificou-se de que teria capacidade para ficar em pé, assim o fez, estapeando as vestes em uma tentativa de limpa-las. – Onde estamos? – Questionou ainda sonolento, enquanto a névoa que atordoava sua mente era dissipada. Mas foi então que um sibilar baixo silenciou sua respiração, o crânio moveu e as orbes azuis encontraram criatura horrenda. As mulheres de feições confiáveis agora ostentavam um semblante faminto, seus seios expostos e dorso nu, além das pernas que foram substituídas por algo semelhante a uma cauda. O coração frágil do garoto bateu mais lento, seus lábios entre abertos deixavam escapar o ar essencial aos pulmões e seus pés eram conduzidos a um recuo automático. Era como se o corpo armasse defesas contra o desconhecido, sendo guiado pela intuição apenas. As risadas estridentes o forçaram a reagir, tornando tudo aquilo real e palpável.

As solas dos sapatos prendiam-se nas raízes vez ou outra, diminuindo o ritmo de sua corrida. O rastejar silencioso das mulheres-serpentes não permitia deduções de suas posições, isso o deixava ainda mais alarmado. Os antebraços feridos pelos momentos em que teve de afastar galhos e cipós às pressas, vencendo com autoridade a mata fechada. James foi punido por tamanha ousadia, pois não era a ele que pertencia aquele lugar, os sapatos afundaram no desnivelar do solo, roubando seu equilíbrio e fazendo com que fosse lançado morro abaixo.

Antes que alcançasse o fim do trajeto a inconsciência se apoderou do garoto.

Seus sentidos pouco captavam, apenas fagulhas do que um dia havia sido o paraíso. Sabia estar sonhando, mas foi a ansiedade de achar aquele homem que o fez afastar os lábios e encontrar a própria voz – Eu preciso de ajuda! – Propagou a timbre sem quaisquer respostas, assim o fez até que a sensação de fracasso o fizesse se calar. – Você está seguro agora. – Proferiu o homem de semblante tão sereno quanto à postura que ostentava, ele estava de pé ao lado do garoto e recolheu a mão para dentro do bolso.  – Mas precisará despertar logo, ainda tem uma longa viagem. – Anunciou sem realmente fita-lo. James queria questioná-lo e exigir algo concreto, mas tudo que fez foi perguntar o nome. – Me chamo Isaac Foster. – Falou pausadamente, agora encontrando as feições do mais novo e assistindo toda confusão que o acometeu. Antes que pudesse reagir ao novo fato, retornou ao mundo real. As dores em pontos distintos restringiam seus movimentos, permitindo que ele apenas se pusesse sentado e escorasse o dorso sobre a pedra úmida, ocultando seu corpo nas sombras proporcionadas por esta. Não via sinais de suas perseguidoras, o dando liberdade da tensão no maxilar e músculos.

Atordoado pouco se dava ao luxo de raciocínio, apenas entregue aos pensamentos mais simples de sobrevivência. Foi quando tomou posse da mochila, ignorando as folhas que se prendiam a ela, esvaziou lançando tudo ao chão em busca de água ou algo que pudesse alimentar seu corpo. Foi quando um saco pesado aterrisou no solo, o som característico de moedas chamou sua atenção fazendo com que abrisse e destacasse uma, analisando seu formato e escrituras diferentes do que já havia visto. Deduziu ser uma moeda estrangeira, já que poucas vezes houvesse contemplado recursos monetários. Mas foi o papel pardo que convidou seu olhar, a letra similar ao que reconhecera ser de sua mãe, com dizeres diferentes.

“Meu querido,
Espero que um dia possa perdoar minha ausência, mas o mundo é cruel demais para crianças como você e seu irmão. Quis poupá-lo de tudo que fiz Isaac passar, por isso o entreguei a um lugar que tivesse a chance de uma vida normal.  Ainda que o significado disso fosse nunca mais ver os belos olhos que me fazem recordar de teu pai.
 Não posso dizer muito nesta carta, temendo que ela seja lida por outros. Mas saiba que eu sempre o amarei e desejo que tenha uma vida longa e feliz. No verso deixei instruções para auxiliá-lo se um dia precisar.

Com carinho, sua mãe.  “


Permitiu que por alguns instantes as palavras apenas pairassem diante de seus olhos, confuso demais para empregar nelas qualquer sentido emocional. Nunca havia conhecido aquela mulher e isso a tornava algo distante de sua realidade. Mesmo assim virou a folha, os dizeres que encontrou instruíam para que capturasse uma das moedas do pequeno saco preto, lançasse ao chão e citasse poucas palavras. Um pequeno suspiro se esvaiu de entre os lábios secos, fitou o céu por alguns instantes e tornou ele seu mantra para que pudesse permitir o correr das lágrimas silenciosas que findavam em suas bochechas alvas. O silibar ecoou. Os galhos quebravam. Um temor se apossou do coração da criança amedrontada.

Em um ato desesperado lançou-se na missão de seguir as instruções ditadas pela mãe por meios das palavras transcritas. Quando findou, o silêncio pareceu pesar ainda mais, na expectativa daquele exato momento em que sua vida dependia do ato de fé.  De súbito não estava mais só, assim que um carro de coloração amarela se materializou diante de si, o imaginário infantil não pode usufruir daquele momento, sendo pressionado pelas caçadoras escamosas que agora apressavam-se para alcançar o garoto que mancava em direção ao veículo, acomodando-se no assento traseiro e selando a porta com uma batida forte. Suas orbes venceram o vidro da janela para visualizar as criaturas grotescas que proferiam ofensas aos deuses e seus descendentes.

- Isso vai deixar a corrida mais cara, garoto. Para onde vamos? –
Tilintou uma voz feminina, pertencente a uma das três cabeças cujas faces não eram visíveis. Tudo que James fez foi recitar novamente o fim das instruções passadas pela progenitora, onde pareceu indicar um endereço. O movimento turbulento do veículo não foi capaz de perturbar um sonolento rapaz que entregava-se ao estado vegetativo, visando descansar sua mente e corpo de toda aquela confusão. Ignorou todas as próprias crenças, duvidando da própria sanidade.

[...]


De pé diante da colina, os dedos longos firmes na alça da mochila. Único pertence pessoal que possuía, lembrando-o de tudo que ocorrera nas últimas horas. Ainda atônito por tudo que seu cérebro descrente fora obrigado a absorver. Sorveu o ar límpido, aderindo a nova sensação de conforto que o abraçou gentilmente, induzindo ele a prosseguir sem receio. Sua fisionomia surrada pelos confrontos indiretos, foi com tal comprometimento que ele se permitiu acomodar de baixo da árvore imponente no topo. Foi ali que adormeceu novamente, esquecendo-se de todo medo voraz que assolava seu espírito.

- James? –
O timbre masculino alcançou seus ouvidos, temeu abrir os olhos e despertar novamente. Desejava encontrar o próprio paraíso e ali habitar por quanto tempo fosse possível. – Hm? – Grunhiu baixo, movendo as palmas pelo tecido que entrava em contato com sua epiderme, permitiu que os dígitos provassem dessa nova sensação. – Isaac. – Anunciou o visitante, despertando enfim a atenção do louro, que encontrou os traços do homem que visitara seus sonhos nas noites que antecederam aquele amaldiçoado dia. – Você está em casa agora.

A batalha...



Eu acho que vi um gatinho. – Memórias de um semideus.




Era necessário ainda mais que uma coragem juvenil para que os nós de seus dedos não afrouxassem ante o aperto doloroso em torno do punhal. Seu crânio pendia para trás lhe atribuindo nova perspectiva quanto ao campo de visão, o peito parecia prestes a irromper até que o timbre feminino lhe tragou para a penosa realidade.

Um ronronar que faz se calar até mesmo os deuses. Passadas largas e pausadas, dotadas da digna confiança de um caçador. Suas presas, James e Arabella, entreolhavam-se segredando anseios antes que as íris azulada do louro se fizessem percorrer todo o perímetro em torno de ambos. Ladeados por imponentes árvores que lhes serviram de abrigo nos dias que antecederam aquele momento, suas respirações tornavam-se quase audíveis, mesclando-se ao ar que carregava consigo um odor pútrido.

Era, surreal. A criatura cortava o ar acompanhada por um som grotesco que fez recuar até mesmo aqueles cujo medo era apenas um pensamento vago. Seus quatro membros se chocaram contra o chão, detendo o avanço dos semideuses. James chocou o antebraço contra o tórax da irmã para que a mesma recuasse antes que ambos ficassem imóveis diante de seu possível ceifador. O peito foi estufado ao conter nele uma grande quantidade de ar, tragada momentos antes e incapaz de esvair-se. As pálpebras quase ocultavam sua íris no semicerrar dos olhos. Não demorou-se em assimilar as características que denunciavam  aquele monstro como um Cão Infernal, eles o haviam caçado durante semanas e agora se tornavam as caças. – Cedo demais. – Grunhiu em áspero tom, seus lábios se crisparam enquanto o adversário passava a sitiar os semideuses. O olhar felino parecia estudá-los de forma quase racional e não apenas instintiva. – Precisamos ocupá-lo até que seja a hora certa. – As palavras foram proferidas pausadamente, tinha consciência que as costas da mais velha pareavam com a sua e ambos mantinham o olhar fixo no inimigo iminente.

Apolo recolhia-se vagarosamente, brindando os mortais com os últimos resquícios de sua dádiva mais honrosa, o astro que lhes regia naquele momento. Nyx passava a abraçar aquele cenário, um ato tão sorrateiro quanto o vento gélido que lhes bagunçava os fios louros. Sombras provindas – tanto das criaturas como das plantas – tornavam-se gradativamente mais evidentes, assim como estendiam-se até que algumas já estivessem interligadas. Tais pensamentos atiçaram o jovem James que percorria a própria mente com ânsia de solução. Os lábios entre abriram para que pudesse expor suas idéias, porém, nada além de um grunhido indecifrável lhe escapou. Seu peito foi comprimido pelo tecido da camisa que cobria o dorso, a sola destra se firmou no solo recuperando o próprio equilíbrio antes de girar sobre os calcanhares e se deparar com a companheira realizando o mesmo movimento depois de induzi-lo a recuar. Ambos dispararam mata dentro, as pernas do garoto pareciam arder com a adrenalina e repentino esforço aplicado nas mesmas, brandava sua espada diante do corpo para que pudesse corromper ocasionais obstáculos impostos pela mata. Mantinha o olhar fixo nas costas da menor. – Espero que tenha um plano! – Proferiu elevando-se aos ruídos que ambos produziam, para então ser ouvido pela mesma. Resposta alguma se fez presente, os ombros pareavam vez ou outra. Tinha consciência de que seu esforço logo seria reduzido a nada mais que uma tentativa fracassada, seria impossível vencer aquela criatura em questão de velocidade. – A gruta! - Foi então que James viu Arabella ser engolida pelas sombras e sequer seu rastro havia ficado para torna-la real. Curvou seu tronco imergindo no breu que havia se tornado aquela região, o ar penava em ser tragado enquanto a exaustão parecia toma-lo, sendo repelida apenas pela adrenalina. O jovem Foster então assimilou a imagem da caverna em que haviam dormido pelas redondezas, onde encontraram o rastro do felino pela primeira vez.

Suas pálpebras protegiam as iris até que as expusessem, turva era sua visão naquele novo ambiente que lhe faltava habilidades para explorar. Horas decorreram desde o evento protagonizado pelos semideuses e o Cão, os irmãos recuperavam-se imersos na escuridão daquela gruta. O dorso nu agora era comprimido contra uma pedra - a qual lhe servira de apoio para que seu corpo pudesse descansar -, com a lamina da espada apoiada sobre as coxas, entregaram-se a uma conversa serena e de baixo tom.


[...]


Ainda que seus olhos o vislumbrassem centenas de vezes, estaria admirado diante da criatura. Tão mortal quanto se pode imaginar, ela se movia pesadamente percorrendo o local como se faria em ambientes familiares para si. Não se demorou para que o rapaz tornasse visível seu próprio semblante, confirmando o que o rastro de seu odor já havia denunciado ao cão que agora se apoiava nas patas traseiras enquanto as dianteiras tentavam alcançar as crianças – sustentando o peso na pedra - . O Foster lançou-se sobre o inimigo, elevando a espada acima da cabeça enquanto seus músculos tencionavam para que pudesse desferir um golpe vertical no mesmo. A lamina se chocou contra a cabeça alheia, ricocheteando e atordoando ambos os protagonistas daquele ato, lançando o corpo esguio do menino na direção oposta, uma ação frustrada já que seu adversário de alguma forma fora mais rápido contra a investida do Foster. Erro de cálculo, poderia custar-lhe a vida e certamente custaria. Com as costas sobre o solo, James arregalou os olhos, arrastando-se para trás e tomando posse da arma que anteriormente portava, uma dor lhe aflingiu as costelas dando a certeza de que havia quebrado ao menos uma, senão várias. Cada terminação nervosa entrou em colapaso o  fazendo tremer repentinamente enquanto seu punho feria-se no solo que agora estava tão frio quanto sua epiderme. Havia tudo acontecido de forma tão rápida que ele foi incapaz de assimilar - o Cão já estava sobre si -, seu antebraço foi diante dos olhos, para que pudesse proteger a própria face enquanto movia sua espada de forma que pudesse apunhalar aquela criatura, o ato foi tardio. Arabella curvava-se diante do garoto, bloqueando a figura imponente que era a o animal até pouco atordoado pelos ocorridos, a garota quase tocava o chão no esforço de penetrar ainda mais a língua do animal com sua lamina, este que agonizou antes de ter sua vida roubada pela manobra provinda da garota.

Presentes de Reclamação



Harpe / Espada [Feita de bronze celestial, mede em torno de 96 cm, não tem peso para o filho de Zeus. Seu punho é incrustado com diamantes, quando usada para cortar a garganta ou arrancar a cabeça do oponente a lâmina toma a forma de kopesh. Acompanha bainha e sempre que o semideus der o comando mental ela levita-se até a mão dele, possui o epíteto  Zeus Órquio – Quando apontada diretamente para o pescoço do oponente fará com que o mesmo responda qualquer pergunta sem poder mentir.]

Aegis / Escudo [Circular, feito de adamantium. É côncavo e, em alto relevo, há o desenho da medusa, transforma-se em um bracelete, do mesmo material, e pode conter um dos feitos ou epítetos relacionados a Zeus Olímpio – Uma vez por missão a prole de Zeus ao ativar o escudo poderá fazer todos os oponentes seguirem uma única e mesma ordem. Desde fazerem café até cometerem o suicídio.]

Lemnos / Lança [Com quase dois metros e a ponta indestrutível, assim que perfurar o corpo do adversário libera farpas laminadas sendo quase impossível retira-la sem matar o oponente. Transforma-se em um bracelete de adamantium, para completar com o escudo.]


Words: 545; Wearing: this; music: break free; note: Who I am? ♦️
James M. Foster
James M. Foster

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Teste para Filhos de Zeus Empty Re: Teste para Filhos de Zeus

Mensagem por Jake Callahan Qui 28 Mar 2019 - 19:23


Filho do Trovão

Ficha   de   Personagem



Nome: Jacob Joseph Callahan

Idade: 19 anos

Porque quer ser reclamado por esse Deus: Não vou mentir, no começo eu não gostava do rei do Olimpo, motivo? Eu não gosto de protagonismo, sempre sou meio contra gostar do principal geralmente tendo como meu preferido aquele cara que os outros tendem a esquecer ou simplesmente ignorar. Porém na mitologia me aparenta ser exatamente o contrário, as pessoas tendem a evitar Zeus seja lá qual o motivo, então decidi dar uma chance ao grande senhor dos céus e quando usei simplesmente me apaixonei. Liberdade é o que define esse personagem para mim, afinal ele não é limitado pela gravidade como a maioria dos outros, a ideia de poder voar por aí e usar eletricidade, o elemento mais maneiro que existe. Além disso tudo eu também tenho um gosto particular em quebrar paradigmas e fugir dos clichés, logo me agrada a ideia de um filho de Zeus que não quer ser o centro das atenções ou mandar nos demais, apenas viver a sua vida.

História:

Sabem como existe uma divisão AC e DC na contagem de anos? Então, eu pessoalmente nunca entendi direito o porquê que simplesmente não começaram a contagem do nada porque sim, eles tiveram que esperar um cara aleatório nascer e com isso marcar para sempre o dia de seu nascimento. Pelo menos era assim que eu pensava até meu aniversário de 12 anos, aquele dia ficou gravado em minha memória e consigo lembrar dos detalhes como se fosse ontem e desde então minha vida se tornou antes e depois daquele dia.

Era uma tarde chuvosa e eu estava em pé na frente de uma pequena mesa circular, ao redor dela tinha meus pais e 2 garotos que eu costumava trocar algumas cartas de Pokémon, esses estavam aqui porque eu não queria deixar claro para meus pais que eu não era lá uma das pessoas mais sociáveis, eles sempre queriam o melhor e realmente se esforçavam para que eu me desse bem na escola e tudo o mais.

O que eles queriam que eu fosse não era o que eu era e me doía o coração não ser o que eles queriam que eu fosse, minha notas eram de medíocres com dificuldade eu chegava na média e a dislexia não ajudava em nada, meu comportamento na escola era péssimo devido o TDAH e por algum motivo eu não me interessava por fazer amizade com a maioria dos garotos da minha idade, o que fazia com que nem popular eu fosse. Eu era um desastre, mas uma coisa eu tinha talento, esconder isso dos meus pais.

Arthur e o outro garoto que eu nunca lembrava o nome eram o mais próximo de amigos que eu consegui lembrar e que aceitariam ir em uma festa minha nem que fosse só para comer salgadinhos e doces. Eu havia inventado para a minha mãe que viria pouca gente porque teríamos um teste no dia seguinte e todos precisavam estudar. O tamanho do bolo me dizia que ela não havia acreditado em mim.

Tínhamos acabado de bater a primeira palma para começar a cantar o "Parabéns pra Você" quando os alarmes dos carros do lado de fora começaram a tocar, todos juntos como se tivessem sido programados. Todos achamos um pouco estranho, mas ninguém estava preparado para o que ocorreu em seguida. Após as leves risadas de todos se acalmarem tentamos mais uma vez e antes mesmo que terminássemos a primeira frase da cantiga a porta de entrada foi arrombada.

As cenas que se seguiram não me fizeram sentido no momento e não desejo pensar nelas o suficiente para conseguir descrever em detalhes para vocês (embora eu consiga), apenas entendam que foi feio e não desejo algo semelhante a ninguém. Por algum milagre, eu e meu pai (que estava muito machucado e sangrando muito) conseguimos fugir da casa por uma das janelas enquanto aquilo comia as entranhas de minha mãe, eu teria ficado se não fosse pelo puxar incessante de meu pai que dizia o tempo todo “É tarde demais pra ela, corre”.

Eu guiava meu pai em direção a casa da Sra. O’Donnell, mas ele não queria, falava que não era seguro, que tínhamos que por distância entre nós, afinal ele arrombou nossa porta poderia fazer o mesmo com ela. Aquela chuva caia fria pela minha roupa, minhas lágrimas escorriam conforme eu percebia que cada vez mais o peso de meu pai estava ficando em meus ombros, ele estava indo embora, eu conseguia perceber sua consciência se esvaindo.

- Socorro – eu comecei a gritar – por favor, alguém me ajuda. Meu pai... – eu não conseguia terminar a frase, era doloroso demais. Eu tombei não aguentando mais carregar aquele corpo pesado, sua respiração ficando cada vez mais fraca.

Conseguia ouvir os passos pesados atrás de mim, o bicho estava de volta, eu conseguia vê-lo melhor agora, sua forma era humanoide, mas suas feições animalescas, se eu tivesse parado pra pensar acharia que era um lobisomem, mesmo seus traços me lembrando mais um felino do que um lobo. Suas presas estavam a mostra e um rosnado escapava de sua garganta, eu não entendia o que estava acontecendo, apenas tinha aceitado que aquilo era o fim. Eu me recusava a ouvir meu pai falando que era para eu o abandonar e fugir, já tínhamos fugido e não tinha dado certo, ele nos encontrou então no mínimo morreríamos juntos.

O monstro pulou mas um zunido passou por perto de mim e algo o acertou o empurrando para trás alguns metros. Levo alguns segundos em descrença antes de me virar para ver o que tinha sido a origem disso, dois adolescentes estavam no final da rua. Um vinha correndo em minha direção e o outro estava parado com um arco e flecha nas mãos. Olho para a criatura novamente e vejo que era uma flecha que tinha sido encravada em seu peito.

O garoto que estava correndo em minha direção passa por mim e entra em uma batalha com o bestial que antes tentara me matar. Eu ouço os zunidos passando ao meu redor e em meio aquela loucura eu me acolhi na única coisa que me era familiar, eu abracei meu pai.

Um gemido de dor sai de seus lábios e não consigo conter as lágrimas, na verdade nem quero. Fico falando que vai ficar tudo bem, mas aquela frase era tão mentirosa que até doía os ouvidos. Em seus últimos suspiros meu pai falou:

- Tenho tanto orgulho de você, achei que tinha mais tempo – ele fez uma pausa para tossir fazendo com que o sangue que estava na sua boca respingasse em meu rosto - não trocaria esse tempo que tive com você por nada. Eu e sua mãe iriamos falar hoje com você, mas... – a sua respiração começa a ficar mais fraca, ele percebe que não pode demorar ou não vai conseguir me contar o que eu queria – você foi adotado – algo em minha expressão fez com que ele arranjasse forças do além para continuar – isso não te faz menos meu filho, você é. Mas isso significa que você tem mais uma família, esse não é o final pra vo...

Acredito que tinha muito mais que ele queria falar, mas lhe faltou forças. Abraço seu corpo inerte com força e então percebo que os outros dois estão ao meu lado, vendo tudo com uma emoção que de começo me pareceu pena, mas hoje eu sei que é empatia.

Eles eram parte de um grupo de semideuses, isso mesmo, filhos de deuses, aqueles da mitologia. Eles me treinaram e com eles eu fiquei por 3 anos. Aos 15 eu estava querendo conhecer o tal acampamento, ouvia falar demais sobre ele, um lugar que teoricamente os semideuses estavam seguros, mas que na verdade era o primeiro alvo de ataque em qualquer guerra que envolvesse os deuses, esses os quais estavam nem aí para os seus filhos (coisa que eu tinha visto em primeira mão que era verdade). Mesmo com todas essas histórias eu queria ver como era.

Aquele lugar era bonito, altas promessas e pessoas ingênuas, em alguns dias finalmente eu havia sido reclamado como um filho de Zeus, mas aquele lugar não era pra mim, em menos de 4 meses eu parti, em busca de meu próprio caminho, por 4 anos eu fiquei andando sozinho, apenas vivendo e procurando algum lugar ao qual eu sentisse que eu pertencia, não achando tal lugar, decidi voltar ao grupo que eu abandonei anos antes, apenas pra descobrir que eles haviam sido atacados e em sua maioria mortos, os sobreviventes estavam em algum lugar que eu não conseguia saber exatamente e por estar cansado de apenas vagar sozinho voltei ao acampamento, este o qual se encontrava em meio a uma guerra civil.

Lute contra um monstro:

Como todas as vezes o pesadelo começa com meus pais e amigos em volta de uma pequena mesa e um bolo maior do que o necessário para aquela pequena quantidade de pessoas, eu não tenho controle sobre o meu corpo. Se o tivesse agora eu estaria correndo em disparada com todos ali para o mais distante daquele lugar possível, mas isso não era um pesadelo comum, era uma lembrança, uma que se eu pudesse a esqueceria.

As 12 velas foram acesas uma a uma e estávamos nos preparando para começar a cantar e quando batemos a primeira palma em uníssono todos os alarmes de carros do lado de fora da casa começaram a apitar ao mesmo tempo, todos nos olhamos com uma cara confusa, mas caímos na risada. A quebra de expectativa foi grande e demoramos alguns segundos para conseguirmos nos recompor e nos prepararmos para segunda tentativa, afinal as velas não durariam para sempre. Quando todos conseguem se recuperar do ataque de riso coletivo tentamos mais uma vez e tento fechar meus olhos para não ver o que iria acontecer, mas na minha memória eu estava de olhos abertos, logo eu agora estaria da mesma forma que 7 anos atrás.

Assim que batemos a primeira palma novamente a porta é arrombada com grosseria. As três crianças presentes (eu incluso) nos encolhemos atrás da mesa com medo, mas ainda assim tentando espiar pelos lados para ver o que estava acontecendo. Mamãe deu alguns passos para trás em direção a cozinha enquanto meu pai se colocou entre a porta e todos os outros que estavam na casa, seus braços estavam abertos como que em posição de proteção.

Embora ainda fosse de tarde as nuvens estavam fechadas o suficiente para que não conseguíssemos enxergar direito qualquer coisa que não o seu tamanho grande, maior do que qualquer um que eu já tinha visto antes.

- Quem é você e o que quer? – meu pai pergunta tateando a mesa as suas costas, eu não vejo o que é por enquanto, mas por já saber o fim da história sabia que ele tinha pegado a espátula de cortar bolo. Afinal o homem obviamente estava com uma atitude hostil.

Quando o vulto dá alguns passos para frente, a luz fraca da sala de estar o ilumina e mesmo eu como criança estava incrédulo do que estava na minha frente. A quantidade de pelos no corpo da criatura era enorme, seu corpo humano tinha uma semelhança muito grande com uma pantera ou algo do tipo, garras de uns 10 cm de comprimento se projetavam de seus dedos das mãos e dos pés, presas de 20 cm escapavam de seus lábios, seus olhos estreitos encaravam meu pai com uma raiva ainda mais explicita graças ao rosnado que saía de sua garganta. Minhas pernas tremiam como nunca.

O homem-pantera dá alguns passos apressados para frente e agarra meu pai pelo pescoço, este tenta fincar a espátula no olho da criatura, que solta um grito de dor e o joga para o lado com brutalidade. Antes que meu cérebro tenha tempo de processar o que estava acontecendo eu me jogo para frente correndo em direção a ele. Percebo que os meus colegas estão me seguindo, o monstro move a pata com velocidade em minha direção e meu corpo automaticamente pula fora do curso, porém Arthur não tem a mesma sorte.

Eu não me viro a tempo para ver o que exatamente aconteceu, mas o barulho dos ossos quebrando puderam ser ouvidos mesmo eu estando a uns 7 metros de distância de onde ele foi parar. Medo percorria o meu corpo, eu não me atrevo a hesitar, continuo correndo em direção ao meu pai que estava estirado no chão, mas a sua respiração pesada e gemidos de dor me diziam que ele estava vivo.

O outro colega que eu não sei mais o nome pulou a janela que estava bem em cima de onde meu pai estava caído e saiu correndo como um louco. Eu devia estar fazendo o mesmo, mas eu não queria abandonar quem um dia me deu a vida, pelo menos era o que eu pensava que ele tinha feito por mim.

Eu conseguia sentir o monstro se aproximando de mim pelas costas, mas eu estava abraçando o corpo de meu pai e não queria largar, aparentemente eu tinha aceitado a morte. Mas então eu a ouço, minha mãe vinha correndo gritando:

- SAI DE PERTO DO MEU FILHO!!!

E pulou nas costas da criatura, porém minha mãe como uma humana normal não tinha ideia do que estava lutando contra, a névoa não a deixou ver exatamente o que era aquilo, então a pantera apenas se virou e segurou aquela doce senhora que estava beirando os 40 e com um aperto tirou o ar de seus pulmões. Como se minha mãe fosse apenas uma boneca de pano, ele a pegou e jogou no chão, seu sangue se espalhou pelo chão, meu peito doía e minha garganta doía de tanto que eu chorava. Aquela criatura fareja o ar um pouco e sem aviso mete a boca no cadáver da mulher que estava em suas mãos e começa a devora-la. Eu não aguentava mais, larguei meu pai e ia pra cima do monstro, eu iria fazer tudo o que eu pudesse pra tira-la de lá, mas meu pai me agarrou pela camiseta, impedindo meu progresso.

- Foge, Jake, corre pra longe daqui, é tarde demais pra ela.

Meu rosto e camiseta estavam encharcados de lágrimas, mas alguma coisa dentro de mim sabia que ele estava certo, eu precisava sair daqui.

- Eu não posso ir sozinho – digo, e então chego à conclusão – eu vou te levar comigo, pai – eu o ajudo a levantar e mesmo sem jeito consigo fazer com que ele atravesse o quadrado que embora pequeno era a nossa única chance de liberdade. A criatura estava muito ocupada devorando minha mãe para notar que estávamos fugindo. Pelo menos naquele primeiro momento...

Habilidades: Força e Agilidade.

Presentes de reclamação:

Harpe / Espada [Feita de bronze celestial, mede em torno de 96 cm, não tem peso para o filho de Zeus. Seu punho é incrustado com diamantes, quando usada para cortar a garganta ou arrancar a cabeça do oponente a lâmina toma a forma de kopesh. Acompanha bainha e sempre que o semideus der o comando mental ela levita-se até a mão dele, possui o epíteto Zeus Naio – Antes de qualquer combate, se a prole quiser, na lâmina da espada irá ver pedaços do confronto. São várias coisas que podem ou não acontecer, uma delas é certa, mas a prole de Zeus não terá como saber qual.]

Aegis / Escudo [Circular, feito de adamantium. É côncavo e, em alto relevo, há o desenho da medusa, transforma-se em um bracelete, do mesmo material, e contém o epíteto Zeus Hóspites – Quando não utilizado, mas em posse da prole, criará uma barreira protetora, semelhante a do acampamento, cobrindo distâncias de até 50m. Só poderão se aproximar aqueles que são bem vindos pela prole. Válido tanto para monstros como para semideuses.]

метамарфоза  / Transformador [Um anel de ouro que duas vezes por missão pode fazer a prole de Zeus assumir qualquer forma humana.]


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Teste para Filhos de Zeus Empty Re: Teste para Filhos de Zeus

Mensagem por Zeus Qui 28 Mar 2019 - 20:04


Jake

Até hoje estou me perguntando se devo avaliar o menino ali em cima, ele postou a ficha faz 10 mil anos paola

Bem, Jake.
Foi uma história bem interessante, me chamou a atenção. Gosto de ver gente morrendo e isso teve de sobra na sua ficha, duas vezes, inclusive. Well, well, well, Jake você tem que ter mais cuidado com a repetição de palavras, é meio cansativo e desnecessário. Mas você está ReAprovado, porém cuide também o tempo verbal que narra seus posts, no inicio você estava contando algo que aconteceu, no passado, no final, você estava me contando algo que, se levado em conta o tempo verbal, estaria se passando no presente, naquele exato momento.



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