ÁREA DESTINADA AOS TREINOS DE PIETRO BERTOLAZZO
FILHO DE DIONÍSIO
Eu já estava mais do que atrasado para meu treino diário. Desde que Quíron implicou comigo e passou a me observar todos os dias, eu não tinha mais sossego! Ele dizia que eu era fraco demais para alguém que já passou três anos no acampamento, o que era um modo indireto para me chamar de vagabundo. Porém, naquela manhã, eu até que estava com menos raiva ao ir para a arena. O sol já havia nascido há muito tempo, mas ainda não despontava no meio do céu. Estava quente, mas não o bastante para fazer-me desistir da ideia de treinar. Levantei-me de minha cama e vesti uma roupa nova, deixando a anterior jogada sobre meu colchão. Peguei minhas poucas armas; apenas um tirso e uma adaga, ambos empoeirados pelo pouco uso. Embainhei a adaga e empunhei o tirso, saindo do chalé XXII e caminhando lentamente em direção à arena. Eu nem lembrava muito como alguém deveria treinar, mas acreditei que conseguiria. Ao entrar na arena, vi diversos bonecos espalhados por todo o local, sendo alguns frágeis, cheios de areia e outros menos frágeis, cheios de palha. Havia também bonecos de metal mais ao fundo, alguns eram autômatos e se moviam rapidamente. Como fazia muito tempo que eu não fazia isso, decidi ir primeiro com os bonecos de palha. Seria ridículo um marmanjo com dezoito anos de idade treinando com bonecos destinados às crianças entre dez e treze anos de idade. Primeiro eu quis treinar os golpes com a adaga, que era um item padrão que todo semideus recebe antes mesmo de entrar no acampamento. Retirei ela da bainha, de um modo meio desajeitado, cravei-a no "peito" do boneco. Aquilo me pareceu muito patético, eu nem mesmo entendia o porquê de eu estar fazendo esse tipo de coisa. -Se esse boneco fosse um monstro, você estava morto! - Alguém gritou perto de mim, mas eu não vi bem quem era. Então eu notei que naquela parte dos treinos, o que mais contava era a imaginação, eu tinha que atacar rapidamente e me defender de um golpe imaginário dado pelo boneco, atacá-lo de novo... até eu achar que ele já estava morto. Como filho do deus do teatro, era minha hora de usar meu talento! Avancei na direção de um outro boneco, rapidamente cravei minha adaga nos braços dele. Retirei a arma do alvo e me abaixei, como se o boneco tivesse tentando me esfaquear pelas costas. Sem me levantar, acertei novamente a lâmina de minha adaga na parte de trás da cabeça do boneco, este foi um golpe certeiro que "matou" o inimigo. Aquilo foi legal, eu fui na direção de um novo boneco, mas decidi não continuar com os de palha, pois percebi que todos estavam me olhando como se eu tivesse alguma espécie de retardo mental. Avancei mais ao fundo da arena, onde encontrei os bonecos de metal e estava longe dos olhares dos outros campistas. Fiquei de frente com o boneco metálico e iniciei novamente minha ação, acertando-lhe o cabo da adaga em sua cabeça, amassando-a. Abaixei-me para desviar do golpe imaginário e acertei a lâmina nas pernas do monstro, que apenas foram riscadas pela arma. Com agilidade digna de um semideus, me levantei e acertei minha adaga bem aonde seriam os olhos do boneco. Aproveitei para fazer um combo de ataques, ao acertar novamente o cabo da arma na cabeça do alvo. Eu fiz o mesmo com mais alguns bonecos, até que me senti cansado. Voltei para o meu chalé, sem perceber que não tinha treinado as habilidades com o tirso, mas pouco me importava. Pelo menos eu pude me acostumar com uma nova rotina... | COM: Ninguém importante ONDE: Arena VESTINDO: Uniforme OUVINDO: The only Exception NOTAS: I'm sexy POST: 001 |
A manhã estava quente demais para que eu ficasse na minha cama. Desde quando eu fui para a parede de escalada, parece que meus instintos de semideus estão mais aguçados e eu não consigo ficar parado de jeito nenhum. Para ver se eu conseguia me livrar dessa agitação imensa, decidi pegar minhas armas e ir até a arena a fim de treinar um pouco. Arrumei bem mal a minha cama e fiz minha higiene matinal, vestindo meu uniforme e um shorts leve. Peguei o meu tirso e minha adaga de bronze e logo saí do chalé XII. Fui cumprimentando alguns amigos no caminho até a arena. Era por volta das nove da manhã e o calor era infernal, de modo que não demorou muito para que eu começasse a suar. Acho que eu sairia do treino encharcado de suor. Mas enfim, ao chegar na arena, eu tinha a opção de voltar a treinar com bonecos ou treinar com um monstro fraco. Em meus anos no acampamento, eu já havia chegado perto de monstros desmaiados e os tinha matado, porque às vezes os semideuses mais fortes não conferiam se o monstro virou mesmo pó. Era a primeira vez que eu ia enfrentar um monstro sozinho e eu estava com medo. Havia uma dracaena presa em uma jaula do lado direito da arena. Eu lentamente me aproximei do monstro e abri seu cativeiro, libertando-a rapidamente. Corri para o centro da arena a fim de escapar de um ataque surpresa. Retirei o tirso das minhas costas, apontando-o para o monstro. A mulher-cobra empunhava uma espada não muito boa, mas só o rosto dela já me era amedrontador. Golpeei a cabeça dela com o tirso e a acertei em cheio, mas era fácil demais pra ser verdade. O monstro logo tentou acertar minha cabeça com sua lâmina, por reflexo, eu me abaixei e acertei o tirso novamente sobre uma de suas caudas, mas não surtiu muito efeito. O golpe na cabeça havia deixado a dracaena mais lenta, então seria mais fácil pra mim. Me levantei e corri para trás do monstro, acertando minha arma em suas costas. Ela se virou e tentou golpear meu peito num corte horizontal. Eu fui para trás, mas ela conseguiu rasgar parte da minha camiseta e cortar superficialmente o meu peitoral. Doía, mas eu não ia deixar aquilo me atrapalhar. Deixei que a raiva me dominasse e golpeei a cabeça da dracaena com todas as minhas forças. Ela sibilou de modo agonizante e cambaleou para trás. Aproveitei que agora eu estava em vantagem e acertei a espada nas mãos do monstro, desarmando-o. Guardei meu tirso e eu pensei em pegar minha adaga, mas achei que seria melhor se eu usasse a espada do meu próprio alvo. Retirei a arma que fora usada contra mim do chão e desferi um golpe contra a mão esquerda da mulher-cobra. Agi com mais força do que pensei e acabei me desequilibrando com o peso da arma, caindo no chão como um bom bêbado. Por sorte, a dracaena já estava praticamente fora de combate. Eu simplesmente peguei minha adaga e desferi o ataque final sobre seu pescoço. A criatura caiu no chão e eu aguardei que ela virasse uma nuvem de pó dourado. Eu acho que eu nunca mais teria uma luta tão fácil. Assim que a adrenalina baixou, eu olhei para baixo e vi que o corte ainda sangrava em meu peitoral e que era mais fundo do que eu pensei, a dor também era muito forte. Saí da arena tentando limpar o sangue que escorria até a minha barriga e fui correndo para a enfermaria... de novo. | COM: Uma dracaena ;-; ONDE: Arena VESTINDO: Uniforme OUVINDO: I knew you were trouble NOTAS: I'm sexy POST: 002 |
Fazia alguns dias que eu estava deixando de cumprir o acordo que eu fiz comigo mesmo de que eu começaria a treinar direito e não teria mais preguiça, afinal; já era hora de eu começar a ser um semideus forte. Tive três anos relaxados e este era um ano de trabalho, pois eu passaria a morar no acampamento. O sol já estava começando a se pôr quando eu peguei minhas armas em meu chalé e fui para a arena. Eu vestia o meu uniforme e meu shorts surrado, como sempre. Eu não ligava muito para roupas. Em minha cabeça, estava o meu chapéu roxo, presente de meu pai. Eu levava o tirso nas costas e o cantil preso na cintura. Ao chegar na arena, vi que ela estava vazia, pois aquele era um horário pouco agradável para a maioria dos semideuses. Meus planos eram de enfrentar novamente uma dracaena e tentar escapar sem precisar correr para a enfermaria com o corpo sangrando. Porém minha surpresa aconteceu quando eu ouvi uma voz feminina me chamando: -Vai mesmo tentar esses monstros fracos? - Ela perguntou -Vou sim, por quê? - Respondi, sem paciência e sem olhar para trás. Quando eu me virei, vi que era uma garota baixinha e que não chamava muito a atenção das pessoas. Era branca e tinha cabelos louros e cacheados. Se apresentou como uma filha de Atena, a deusa da sabedoria. Seu nome era Mary Elizabeth. -É muito feio um cara desses treinando com monstrinhos. Já está na hora de enfrentar semideuses de verdade. Eu apenas ri do comentário dela. A última coisa que eu esperava é que alguém fosse me desafiar naquela arena, ainda mais àquela hora do dia. Mas aceitei amistosamente a proposta da garota bonitinha. Ela devia ser uns dois ou três anos mais nova do que eu e não parecia ser muito forte, só aparentava ser inteligente. Sua arma era uma faca de bronze e um boné que servia para alguma coisa. Meu chapéu não adiantaria nada na arena vazia, então eu tinha que confiar no meu tirso e no meu escudo. Eu e Mary nos preparamos um frente ao outro, nos encaramos por alguns segundos e eu ataquei de surpresa. Ela se desviou como se já esperasse aquilo e eu senti um chute nas minhas costas. Levantei-me rapidamente e por reflexo, acertei um chute no ar atrás de mim, mas não acertei nada. Virei-me com o tirso em mãos, a garota já preparava um ataque com sua faca, mas naquele momento, a agilidade foi mais rápida do que a inteligência e minha arma acertou a mão armada dela, tirando a lâmina de suas mãos e lhe aplicando o veneno da hera. Ela gemeu e mexeu as mãos, parece que a coceira já ia fazer efeito. Não seria tão forte porque o golpe mirou mais na arma dela do que em suas mãos. Ela vestiu o boné e eu entendi para que servia. A figura da garota sumiu e eu já não sabia mais aonde ela estava, obviamente. Eu ainda podia sentir o vento ao meu redor e eu via que ela estava rodando à minha volta, tentando me confundir. Porém, de tanto assistir às lutas alheias, eu havia me tornado um cara muito esperto. Bati os pés no chão e fiz uma prece rápida ao meu pai. Então à minha volta, surgiram videiras brotando do chão. Mary tropeçou em uma delas e eu pude ver o monte de areia se levantar no momento que ela caiu. Deduzi o lugar onde ela estava e lhe acertei um chute. Mary deixou o boné cair, mas assim que ela notou o erro, sua faca acertou o meu pé. Eu não tinha parado para ver se ela tinha recuperado a arma e o uso de meus poderes me deixou um pouco tonto. A dor se espalhou por parte da minha perna, mas Mary também estava fraca. Usei meu tirso para bater na cabeça dela e corri para longe, o mais rápido que a dor permitia. Meu pé estava sangrando muito. O golpe em Mary foi tão forte que eu fiquei com dó. A pobrezinha se levantou sem mal conseguir respirar, ela lançou sua faca contra mim, mas eu consegui me desviar sem muito esforço. Ela estava cansada, como eu. Ficamos nos encarando, até que ela caiu no chão, em seguida eu fiz o mesmo e tudo ficou escuro. Quando acordei, eu estava com os pés enfaixados na enfermaria e Mary estava ao meu lado. Eu sabia que aquela também deveria ter sido a primeira luta dela contra um semideus, foi rápida e sem graça, mas acho que valeu a pena. | COM: Um NPC :) ONDE: Arena VESTINDO: Uniforme OUVINDO: Little Talks, pois sou indie. Q NOTAS: I'm sexy POST: 003 |
Desde quando eu treinei com Mary Elizabeth, eu ainda não havia voltado à arena. Com certeza se alguém notasse a falta do monitor do chalé XII nos últimos treinamentos, Quíron me tiraria do meu cargo. Embora eu estivesse com muita preguiça, ainda me restava um pingo de responsabilidade no cérebro e isto foi o que me deu forças para me levantar na manhã de uma quinta-feira - por volta das nove horas - e ir treinar. Depois de vestir uma roupa decente e fazer a minha higiene pessoal matinal, peguei apenas o meu tirso e meu cantil-escudo debaixo de minha cama e saí lentamente do chalé. Meu andar era arrastado, como se eu estivesse sendo puxado por alguém até a arena e contra a minha vontade. Cumprimentei de cara fechada algumas pessoas pelo caminho e assim que entrei na arena, a adrenalina começou a ser lançada no meu sangue. Eu poderia treinar com bonecos ou com monstros. Eu já estava bem grandinho e fortinho para treinar com bonecos, então me restava a opção de lutar com monstros. Como minha força não era suficiente para enfrentar grandes monstros, eu escolhi um tipicamente eleito como o melhor para novatos... a harpia. Não passava de uma mulher-galinha esquisita ciscando a terra em sua jaula, louca para fazer picadinho de semideus. Sem disposição para virar almoço de monstro, libertei a criatura de sua prisão. Ela voou por toda a arena, como se aquecesse as suas asas. Isso foi o suficiente para eu transformar o cantil em escudo e retirar o tirso de minhas costas. Quando finalmente todo o meu sono foi trocado por adrenalina, eu vi as garras da harpia bem à minha frente, a poucos centímetros do meu rosto. Num reflexo digno de um felino, bati o meu escudo contra as "patas" do monstro, produzindo um som que misturava unhas raspando em metal com ossos se quebrando. Saí correndo de perto da mulher-galinha, que grasnava, irritada por ter suas garras feridas. Provavelmente ela estava com muita dor. Virei-me para ela, esperando que ela parasse de voar. Assim que ela atingiu o chão, corri em sua direção, tentando golpeá-la com a ponta do tirso, mas infelizmente o meu ataque falhou e a harpia teve uma nova chance de me atacar. Ela voou na minha direção e as garras dela acertaram o meu peito, rasgando a minha camiseta e fazendo cortes superficiais no meu peito, porém eles sangravam e ardiam. Por sorte, o primeiro golpe meu impediu o monstro de me agarrar e me levar para os ares. Olhei para o alto e assim que avistei a criatura, não pensei duas vezes antes de lançar o meu tirso na direção dela. Seria bem difícil eu acertar a cara dela, que era o meu alvo, já que o tirso não é uma arma de lançamento. O projétil acertou a asa direita dela, que produziu uma chuva de penas e fez com que a harpia se desequilibrasse. O voo dela era praticamente impossível. Procurando ignorar a dor em meu peito, andei até onde o meu tirso havia caído e logo após, busquei encontrar a criatura derrubada. Ela se debatia no chão, tentando levantar voo, mas grasnava de dor. Se eu fosse esperto, conseguiria matá-la. Corri na direção do monstro e fiz uma prece rápida aos deuses, pedindo que eu não morresse com o ato que se seguiria. Pulei e caí em cima da cabeça da harpia, enfiando a cara horrenda dela na areia da arena. O golpe final foi dado com o meu tirso. Uni todas as forças que eu consegui e acertei a arma bem na nuca do monstro. Aquilo foi o suficiente para desacordá-lo e transformá-lo numa linda nuvem de pó dourado. Arfante e um pouco ferido, saí da arena, levando minhas armas para o chalé e indo para a enfermaria em busca de tratamento novamente. | COM: Uma harpia ONDE: Arena VESTINDO: Uniforme OUVINDO: When the sun goes down NOTAS: Bombeiro. qqq POST: 004 |
Encarando as marcas de mordida que se fixaram em meu tornozelo, pela primeira vez eu sentia raiva. Não era uma raiva saudável, era a raiva que me dava vontade de mandar matar todos os cães e lobos do mundo. Eu nunca havia gostado de nenhum canino, mas eu os deixava em paz... só que depois da mordida que eu levei daquele lobo, depois de ver a leoa que salvou a minha vida ensanguentada por causa de um lobo... eu não podia deixar barato. Era tarde, depois do almoço. Eu havia ido para o chalé com o intuito de descansar, mas aquele sentimento de rancor não me deixaria dormir enquanto eu não arrancasse o coração de um lobo e o visse agonizar até a morte. Levantei-me de modo determinado e peguei minhas armas: a adaga, o escudo e o tirso. Meu amuleto estava sempre comigo para me proteger. Saí do chalé XII e caminhei pisando fundo e de modo rápido até a entrada da floresta, bem aonde eu havia encontrado a leoa uma semana atrás. O filhote ou a fêmea daquele lobo que eu matei não deviam estar muito longe. Andei por entre as árvores, observando cada canto para ver se eu encontrava algum vestígio daqueles caninos detestáveis. Eu não tinha o faro necessário para encontrá-los pelo cheiro, mas eu tinha boa visão e pude enxergar algo se mexendo à minha frente. Avancei e chutei o que se escondia no mato, como eu esperava, era um filhote de lobo. Sorri, de modo vingativo ao ver aquela pequena figurinha rosnar para mim ao ser chutada por um metro. Desembainhei a adaga, pronto para jogá-la bem na cabeça do lobinho e matá-lo, como vingança ao que a raça dele fez com Katy, a leoa. Só não fiz isso porque algo pulou sobre minhas costas e me derrubou no chão. Meus reflexos ágeis me fizeram acertar a faca em algum lugar por cima da minha cabeça. Eu ouvi um ganido doloroso e aquela coisa sair de cima de mim. Eu rapidamente me levantei e virei-me... como eu esperava, mamãe loba veio defender seu filhotinho oprimido por um filho de Dionísio bonitão. -Animal desprezível! - Exclamei, encarando os olhos da loba furiosa. Em resposta, ela avançou pra cima de mim, tentando morder-me o pescoço. Coloquei meu escudo na frente dela, bloqueando o ataque e em seguida acertei um chute na barriga dela, derrubando-a de costas no chão. Ela virou-se, arfante, como se estivesse pronta pra mais uma. Mas agora era a minha vez. Saltei sobre o lombo da loba, cravando minha adaga no que seria o bumbum dela. Ela latiu desesperada e saiu correndo, me derrubando de cara no chão. Ela chacoalhou o traseiro ensaguentado e a adaga saiu voando até cravar-se no tronco de uma árvore. Agora eu sabia que eu estava ferrado. A loba virou-se, agora a visão dela era assustadora, mas eu ainda queria matar um canino, então eu não iria fugir. Ela avançou, em alta velocidade e saltou sobre mim. Eu vi a boca dela muito perto do meu pescoço, mas por sorte, eu tive tempo de fazer minhas unhas tornarem garras e cravei-as nas costas da loba. O destino não queria que eu morresse, pois aquele golpe poderia ser o meu maior erro, já que com a dor, o animal não hesitaria em morder algo. Porém, eu acertei uma parte da coluna daquela criatura que a fez cair no chão, ainda mais ensanguentada e fraca. -Perfeito. - Comentei, num fala interdental. Chutei o queixo da loba com força, derrubando-a no chão e para garantir que ela não reagiria, fiz crescer videiras em torno das patas e da boca dela, a prendendo. Busquei a adaga com os olhos e assim que eu a encontrei, andei até ela. Escalei a árvore em que a arma se prendera e assim que a alcancei, voltei-me para a loba, que havia desistido de lutar. Cheguei perto do animal e pus a minha lâmina em seu peito, bem aonde batia o seu coração. Eu retiraria aquele órgão e o colocaria em exposição na porta do chalé, para mostrar aos caninos com quem eles estão mexendo. Porém... ao ver os olhos daquela loba e os grunhidos do filhote, entristecido por perder a mãe... me veio à mente a cena de minha mãe quando fomos assaltados certa vez, o olhar daquela loba para o seu filhote era como o olhar de Andre para Pietro, que dizia nada mais do que "fuja". Suspirei e retirei a ponta da adaga do peito da loba e desfiz as videiras. Coloquei a loba em pé, pois sabia que ela estava muito fraca para atacar. Ela olhou para mim, com um olhar de esperança. Aquilo ainda não me amolecia. -Corra, seu lixo. E nunca mais se meta com um filho de Dionísio. - Falei. Dei um pequeno chute no lombo da loba. Ela saiu andando, levando seu filhote junto para o meio da floresta. Embainhei a minha adaga e desejei que alguém tivesse filmado aquilo. Foi a prova viva de que eu não era apenas o maior beberrão do acampamento e muito menos um palhaço. Passei a mão no meu nariz, que sangrava um pouco devido ao tombo que eu levei na batalha, porém... sentia-me satisfeito e vingado. | COM: Caninos desprezíveis ONDE: Floresta VESTINDO: Uniforme OUVINDO: Nada NOTAS: Sou um gato POST: 005 |
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