— {Lamúrias} —
Era fria. Se comparada às demais construções, aquela em específico trazia um ar gelado quase surreal. Talvez em discordância à morada dos filhos da deusa da neve ou num choque aos domínios da matrona daquela cabana afastada, o viveiro de semideuses apresentava um grau de melancolia condizente à natureza fantasmagórica. Em parte, era agradável para ela: quando a brisa soprava proveniente do sul, dava-lhe frescor, sensação essa que em nada se comparava ao gelar de seus olhos boreais. A menina suspirou, tocando a viga de sustentação na varanda, observando o grasnar de um corvo tão preto quanto o azar mortífero.
O vento norte agitou-lhe as melenas longas e douradas como ouro, abrandando a ferocidade feminina que era conhecida em seu semblante real. Sentiu-se o resvalar da aquecida pelagem contra os jeans — desviou os olhos ao chão, presenciando o gato rechonchudo cuja imagem arrogante se esvaía ao requisitar-lhe carinho. Sorriu ao mascote, Cheshire, abaixando-se, frisando-lhe a cabeça macia e pequena, o polegar percorrendo o vale entre as orelhas brancas e rosadas em seu interior. Ronronou à ela antes de retornar, preguiçoso, ao chalé dezoito. Se antes a vontade de permanecer na cama era grande, no instante seguinte, parecia esmagadora. Hyl, talvez inconformada, talvez irritada, aceitou que deveria checar os trâmites no Acampamento. Agora no posto de líder de sua morada, era cabível aparar qualquer ponta solta deixada durante a ausência da conselheira anterior: Alasca era deveras ocupada, passando aquele cargo de confiança para a segunda pessoa mais apta à chefia.
Desceu os três degraus da varanda rapidamente, a face tocada pelo sol amarelo diurno, enquanto os lábios róseos se curvavam num sorriso ao cruzar o caminho de velhos conhecidos. Com o alento mental, ébria num mar de sensações, pensava em sua senhora. Nos conselhos sábios ou nas palavras de amor, nos braços acolhedores e no sorriso quente como o verão. Meneou a face, o olhar repousando no observatório não muito distante: o lar da residência dos Astrólogos remetia a uma pessoa que havia se perdido. Peregrine. O loiro fora seu amor outrora, não duradouro, mas memorável e intenso. Ele era sol, calor e vida, céu e música. O responsável por fazer florir o seu inferno pessoal.
Afastou os pensamentos sobre o ex amante quando algo pequenino cruzou o céu. Dourado e alado, deixou-lhe uma carta antes de partir novamente, fazendo-lhe erguer uma sobrancelha ao presente. Girou-o nos dedos esguios, analisando a estrutura mais do que comum do envelope, antemão rompia o selo. Leu suas escrituras, o olhar gelado percorrendo as linhas naquela caligrafia artística. Dobrou-o ao findar o trabalho, enfiando-o no bolso dos jeans antes de suspirar. Tocou o anel dourado no dedo da mão direita, vendo-o assumir a forma verdadeira: um cajado poderoso, um metro e meio, de obsidiana e ouro branco, com veios semelhantes a artérias humanas em sua extensão, feitos de ametistas ou rubis. Girou-o na mão, canalizando a energia ao ponto de partida. — Que assim seja. — suspirou a aprendiz de feitiçaria antes de um calafrio tomar-lhe o corpo.
As íris azuis vibraram, explodindo em tons violetas de puro encanto, flores venenosas que abriam-se ao revelar o poder contido naquele corpo sensual. Ah, Hylla. Uma garota fantástica. O cajado canalizou seu poder, curvava a mágica sob a vontade da feiticeira antes de os arredores dela modificarem-se. Já não estava na paisagem do acampamento, pois tudo escurecia como se o mundo perdesse luz. Entretanto, brilhavam aqui e ali amontoados fogosos, estrelas que multiplicavam-se num rol de cores, nebulosas e explosões solares. Supernovas ou asteroides, parecia estar cruzando um buraco de minhoca intergaláctico... Levada do estreito de Long Island diretamente a outro lugar dos Estados Unidos: o Colorado, mais especificamente, o ponto de encontro indicado por Zoey Montgomery.
— * —
A tontura atingiu-a após a chegada. Nunca fora adepta do uso do teletransporte, todavia, estava aprendendo suas técnicas. O salto de longa distância a fizera dar alguns passos vacilantes, mas rapidamente os olhos glaucos ajustavam-se. O ambiente era frio, com um vento que cortava e gelava suas mãos ao ponto de fazer com que os dedos doessem. Suspirou, fitando a construção altaneira e espaçosa, onde parecia resguardar em seu âmago a escuridão. Sentia a carga espectral mesmo dali (vantagem de ser filha de uma deusa de domínios nefastos). Abraçou a si mesma, os pés pequenos dentro das botinhas de salto levando-a brevemente até a porta de entrada, sanando a distância entre ela e o inferno que lhe fora preparado.
Como esperado, assim que abriu as portas e adentrou definitivamente no hotel, os olhos adaptaram-se após piscadelas rápidas ao ambiente escuro. Com a chegada da noite, podia sentir o universo infundindo em si ainda mais poder, enquanto a energia fantasmagórica daquele lugar a lembrava dos tempos passados com a mãe. Era como um peso: cheio de lamentações e lamúrias, com arrependimentos e muita dor. Pelo menos naquele espaço o frio não era tão incômodo, mas era indiscutível alegar o arrepio surreal que propagava-se pelas costas recobertas.
Quase como uma aparição, puderam seus olhos repousar sobre o corpo esbelto e um tanto distanciado de si, impecável na postura gélida daquele local, envolta nas sombras da noite sedutora. Podia ver as madeixas outrora loiras hoje tingidas em roxo, delineando a face de saudáveis maçãs, coradas, num semblante cheio de vitalidade. A gravidez de sua superiora prosperava e, ainda assim, estava ali para botá-los à prova. Hylla sorriu; desejava felicidades ao bebê e aos Montgomery após o nascimento da criança tão esperada. Mas aquele sorriso durou pouco após a chegada de outros semideuses, pertencentes a Ordens diferentes da sua — enquanto se aproximavam, davam por si só início ao que viria a ser um desafio por eles jamais esperado.
— Boa noite a todos. — a voz feminina ressoou pelo hall de entrada, melodiosa e suave como os primeiros raios de sol, o timbre condizente a uma filha do deus da música e das artes. — Bom, hoje vocês irão fazer um treino... No limite. — ouviu a risada estalar da boca pequena, exibindo brevemente a carga dentária branca e perfeita. Com um movimento seu, pareceu a Hylla que o poente se perpetuava ali.
Raios laranjas ganharam vida, vagueando no ar até item de encontro aos campistas. Ela própria não fora poupada, tendo um tentáculo de luz tocando-a um pouco acima do seio esquerdo. O corpo sensível estremeceu àquilo, mas rápido se foi, permanecendo com o sentimento vago de quem entendera parcialmente o efeito mágico daquilo. Sendo a jovem uma filha da deusa dos fantasmas, o espírito talvez lhe fosse a parte mais sensitiva em todo o corpo — saberia reconhecer quando fosse atingido e/ou utilizado para outros fins, como agora. Fechou os olhos, a teoria confirmada:
— Eu atingi suas almas. O objetivo de vocês é único: conseguir passar a noite aqui sem morrerem. Não garanto a segurança de vocês. É um "se virem", literalmente. Suas almas estão conectadas neste prédio. Se abandonarem o lugar no meio da noite... Bom, não garanto o que pode lhes acontecer. — ouvia com atenção as palavras de sua líder, acariciando o cetro que retornara ao formato anelar pouco antes. Retirou a cartola pequenina da cabeça, girando-a entre os dedos apenas para disfarçar sua ansiedade, tocando sua borda e acompanhando a circunferência macia. — Espero que tenham uma boa noite. Estarei no quarto 217, caso precisem de algo.
As luzes ganharam vida, fazendo-a recuar alguns passos antes de presenciar a saída da mentora. Uma recepcionista apareceu, talvez alguns anos mais velha que a semideusa, fornecendo aos presentes as respectivas chaves de suas acomodações. Apanhou uma cujo emblema em baixo relevo denotada um número triplo: 234. Subiu as escadarias apressada, cruzando um corredor amplo antes de localizar sua estadia. Hylla se precipitou para dentro, fechando a porta com um baque atrás de si.
Passeou pelo quarto, aquecido e confortável, sentindo as botinhas contra o tapete carmesim. Sentou na borda da cama, os dedos esguios e delicados como flores a correrem pela superfície macia como a bochecha de uma divindade. Deitou-se, enfiando o braço quase por completo no interior interminável da cartola mágica: os dedos fecharam-se ao redor do tecido, puxando a capa verde para si, prendendo-a ao redor dos ombros retos encobertos pela camisa. Retirou também um cilindro pequeno, a forma reduzida de um poderoso chicote de água. As íris plácidas e melancólicas fitaram o teto liso ao respirar fundo. A viagem até ali não lhe fora tão cansativa, mas havia exigido seu pequeno preço. Sequer vira o tempo passar, lhe fora avisado sobre o jantar. Hyl seguiu à copa, sequer dando atenção aos demais ou puxando assunto. Fitava, vez ou outra, a jovem Pandora do chalé de Hades. “Você só falou com ela uma vez”, fez lembrar do ataque ao Acampamento, onde haviam se encontrado no dia seguinte para ajudar na limpeza do local. “São conhecidas, apenas”. Corada, não lhe dirigiu uma só palavra. Há quem acredite na timidez da moça Werstonem — fato esse verdadeiro.
Após a refeição, fora à biblioteca. Era um acervo incrível e invejável, imaginou que as crianças de Atena pudessem se divertir demais ali. Hyl não sabia quanto tempo havia passado ali, mas fora retirada de sua leitura quando uma moça chegou até ela. Bateu na mesa, nem um pouco cuidadosa, fazendo-a levar um susto:
— Está na hora. — disse, rude, os olhos castanhos brilhando com autoridade. — Já para a cama. — o dedo magro apontou o relógio, direcionando as badaladas que ecoavam pelo espaço amplo da biblioteca. Hylla levantou, relutante, dando-lhe um “tudo bem” quase inaudível. Fora ao quarto, jogando-se no colchão macio antes de fechar os olhos, entregando-se aos vales dos domínios dos sonhos.
— * —
Acordou com o som das janelas quebrando-se; a ventania da tempestade fora o suficiente para dizimá-las, fazendo ressoar no quarto o som vitrificado. Os cacos caíram por terra, enquanto um pouco de neve e gotas geladas invadiam o recinto. Agitara os cabelos loiros e compridos, enquanto afastava o sono, meio grogue, ao levantar-se. Os olhos azuis reluziram o luar afiado, em seu brilho leitoso e empalidecido como a aparência de um cadáver. Excluiu qualquer chance de parar a tormenta que rugia lá fora, sentindo as gotículas frias escorrerem pela face como... Lágrimas.
— É bonito, não é? — indagou-lhe a voz fina, fazendo os arrepios subirem pelas costas. Girou vagarosamente, a surpresa evidente no semblante ao perceber a nova presença ali: estava sentada no meio de sua cama, com o lençol em cima do corpinho infantil e pequeno, como se estivesse vestida de fantasma. Hyl cerrou os punhos ao dar um passo para a frente, sentindo o arranhar do vidro quebrado contra a pele exposta da sola do pé direito. — O luar, digo. — murmurou, fazendo a moçoila olhar sobre o ombro para certificar-se da presença do satélite.
— É muito bonito. — conseguiu dizer, forçando-se a abrir um sorriso fraco. Tratando-se de uma criança, não a trataria com grosseria, até porque não era de seu feitio fazê-lo. — Minha patrona diz que a lua é o espelho da Noite, sabe? Me instruiu a buscar nesse corpo celeste o poder que preciso para concluir meus rituais, ou até mesmo aperfeiçoar meus poderes. — segredou.
— Poderes? — ganhara a atenção do ser menor, ainda encoberto com o lençol quente e vermelho. — Você é uma heroína?
— Eu sou uma feiticeira, mas não sou má. — garantiu com um sorriso a alargar-se, tomando a beirada da cama como assento. Afundou levemente no colchão, mirando a figura encoberta com o lençol. — Eu poderia te mostrar alguns truques; poderia até mesmo usar a lua para tal. — Hylla suspirou.
— Você parece gostar da lua. — sussurrou. — A deusa lunar é a sua mãe?
— Não. A senhora Selene é uma deusa para mim desconhecida. — murmurou, delicada ao tratar do assunto sobre sua ascendência olimpiana.
— E a sua mãe é a deusa de que? — como você sabe que minha mãe é uma deusa?
— Melinoe. — suspirou o nome fatídico.
— Ah, a deusa dos fantasmas. — ouviu a risadinha breve sob os panos, enquanto notava a criança ali embaixo agitar-se. Então, o som feliz do riso infantil morreu aos engasgos, dando espaço aos soluços cujo motivo lhe era desconhecido. Arqueou uma sobrancelha, a respiração se condensando no ambiente gelado em demasia. — Ela não é nem um pouco agradável, eu sei... E acredito que você também saiba.
Hylla puxou-lhe o lençol, revelando o rosto angelical e quase translúcido, cujos olhos encovados miravam-na com lágrimas doloridas. Os cabelos castanhos e desgrenhados, os lábios secos entreabertos; pálida, não estava entre os vivos.
— Me ajude, por favor, Hylla... — seu nome escapuliu dos lábios fantasmagóricos, enquanto o cheiro espectral preenchia o ambiente. A menininha gemeu, como se fosse afligida por dor, o corpo rijo quando um choque repentino a tomou. Delicadamente, caiu como folha que se desprende da árvore quando inverno, apodrecendo ao relento no chão.
— Não! — gritou, buscando o ar. Olhou para os lados, a janela ainda intacta, o quarto silencioso e escuro. Sob o peito, seu coração batia com força, enquanto segurava na mão o cetro já ativado naquele momento de susto. O olhar lúcido desceu à cama, outrora palco de um cenário de horror por ela jamais imaginado, conforme o alívio lhe descia ao perceber: aquilo fora um sonho... Ou estaria ela enganada?
Os pauzinhos vermelhos luminosos marcavam o horário atual no relógio LED — quase 02:00 da manhã. Ajeitou o corpo no colchão, tocando a testa fria, afastando alguns fios longos e rebeldes antes de segurar a garganta. Ao primeiro momento, lhe parecia estar sufocando, mas aos poucos retornava ao comum, desativando sua arma de cunho mágico. As lamúrias do fantasma ainda lhe perseguiam mesmo fora do recente pesadelo e, uma vez semideusa, aprendera que aquelas visões deveriam ser aproveitadas a fim de tentar descobrir sugestões futurísticas com elas. “Lamenta-te, mas não me disseste a mensagem clara: quem te tirou a vida?”.
Estridente, como um alento de morte e dor, ouviu-se o gritar de apelo. Reconhecia aquele timbre, de forma que se levantou com um pulo, abrindo a porta às pressas antes de precipitar-se pelo corredor. “Você!”, pensou ao visualizar, lá no final, a figura por ela presenciara momentos antes. Arregalou os olhos.
— Eu preciso de ajuda. — disse, não somente para a semideusa em questão, mas para todos os outros que haviam saído de seus quartos. Confusos, atordoados e assustados, talvez exibissem o mesmo olhar que a loira detinha em seu cenho. A menininha desapareceu no ar perante os olhos azuis, fazendo Hyl olhar para os outros com as palavras presas na garganta. Sua visão recaíra sobre a filha de Hades, a moça Aërsterien, enquanto se ouvia o som das botas da Feiticeira contra o corredor longo. Se distanciava, quase correndo, não para fora; e sim para o interior do Stanley Hotel.
— * —
“O que está fazendo?”, indagou. Seu senso crítico lhe dizia para retornar ao quarto, voltar às cobertas aquecidas e esperar o dia raiar novamente; somente assim obteria sua liberdade. Poderia transportar-se à Ilha Santuário no dia seguinte, a fim de rezar aos pés de sua patrona, deusa e companheira, além de recobrar as forças. Poderia tantas coisas, mas se fizesse qualquer uma delas, já teria fracassado. Não com qualquer divindade ou semideus, mas consigo mesma. Se fosse embora, não seria Hylla, se ignorasse aquilo, não seria Hylla — se não fizesse algo imprudente e emotivo só para ajudar alguém... Não seria ela mesma.
A telepata seguia à biblioteca pessoal do hotel, os olhos exibindo aquele gelo determinado de uma bruxa em potencial. Cerrou os punhos ao ver um homem se aproximar, utilizando o uniforme devido àqueles que ali trabalhavam. Era maior que ela, robusto e até mesmo desengonçado, tinha o porte de alguém acostumado a mover bagagens.
— Senhorita, volte ao seu quarto. — requisitou, mas não lhe deu vazão. Hyl já estava farta de ter alguém dizendo o que deveria fazer; primeiro, irritou-se com Zoey ao fazer todos aqueles semideuses se meterem naquilo. E logo direcionou a raiva, ainda mais potente, ao servente do hotel. A porta atrás de si abriu-se, revelando a mulher que a expulsara da biblioteca, assim como um segundo homem. — Senhorita.
Estava prestes a alcançar a outra quando ele interpôs um braço em seu caminho. Era musculoso, percebeu, mas homem. Ela, em contrapartida, Feiticeira. Ativou o cetro mágico com um toque no anel, girando a arma acima da cabeça como um bastão, descrevendo um arco com a peça antes de atingi-lo com força no rosto — puderam todos ouvir o barulho do material encantado contra a cartilagem nasal do sujeito, vendo-o tombar para trás num coro de grunhidos de dor. Sob a premissa de mais atos violentos, o segundo homem avançou para detê-la antes que mais alguém pudesse se ferir. Mal ele sabia que o próximo a cair seria o mesmo.
Meteu-se em seu caminho, tentando segurá-la. Girou sobre os calcanhares como uma bailarina graciosa, dona de extrema leveza, recuando antes de fitá-lo. Então girou uma segunda vez, erguendo a perna até certa altura, o atingindo com um chute excelente nas costelas. Fê-lo cambalear, dolorido, antes de avançar até o homem e segurar-lhe um punhado de cabelos negros. Puxou sua cabeça para baixo ao passo que erguia o joelho, dando um golpe de boa maestria, fazendo-o retroceder.
— Senhorita! — sentiu as mãos fortes segurarem-lhe a cintura pequena, o primeiro adversário erguendo-a com facilidade. No momento da surpresa, deixara o cajado cair no carpete bordado em rubro, enquanto a outra funcionária da biblioteca assistia à cena, assustada, mas talvez aliviada por ver Hylla presa. A garota, todavia, era perita em combates. Lançou a perna para trás, a sola da botinha atingindo-o no rosto machucado, agravando a situação do nariz quebrado. Ele urrou, largando-a, de forma que a loira foi ao chão de pé como um gato de olhos azuis. Pescou do cinto um objeto frio que retirara da cartola horas antes e, sob a sua vontade, fez o fio de água se estender, compacto e claro. Fleuve d'étoiles. Com um agito, o fio encantado pareceu ganhar vida aos movimentos precisos, enquanto o lançava.
Enrolou-se com três voltas ao redor do pescoço do segundo inimigo, puxando-o ao chão, vendo-o tombar perante si antes de chutar sua cabeça. Desmaiou após ceder à força semidivina, girando no momento certo de acertar o grandalhão com o fio de água — a força pudera equivaler a um soco. Fê-lo cair, sangrando, contra o piso de madeira polida. Somente então voltou a atenção total à mulher, que surpresa, não esboçava nenhuma reação mediante a brutalidade dos dois conflitos. Quem olhasse ao corpo pequeno não imaginaria a perícia quando em situações como aquela, ou o grau de letalidade que Hyl escondia sob a face angelical. Pegou o cetro, prendeu o chicote à anca direita, abrindo um sorriso.
— Você não precisa se machucar. Seria uma pena eu agredir um rosto tão jovial quanto o seu. — olhou sobre o ombro aos oponentes sangrando e derrotados, agora retornava a fitar as íris castanhas e temerosas. — É tão fácil: você me dá o que eu quero e pode ir. Você sequer gostaria de me enfrentar, assim como eles o fizeram. Estou certa, não estou?
— Bom, está certa sim... — lhe disse após alguns instantes de hesitação. A Werstonem tinha poder na voz e usava daquele recurso para persuadir a mente mortal fraca, tendo certa prática com aquela habilidade. — Eu realmente não quero me machucar, de fato é algo bem fácil de ser feito. Como uma cooperação.
— Cooperação. — apreciou a palavra na língua vermelha antes de estalá-la contra os dentes. — É um ótimo termo a ser usado aqui. Vamos, me diga: algo de ruim aconteceu aqui dentro, não foi? O que?
— Sim, algo horrível aconteceu. Já faz algum tempo desde o ocorrido... — ela hesitou, parecia confusa, mas ainda sob a dominação da loira. — Uma família se hospedou conosco, pareciam felizes. Até a noite. O homem parece ter surtado, ou teria se irritado com algo que ninguém sabe, mas quando ouviram os gritos, já era tarde. Mortos, todos os três. Os funcionários levaram os corpos, mas a notícia aparentemente não é de conhecimento geral. — murmurou: — Os mais antigos ainda alegam ouvir a criança brincando, cantando suas cirandas com espectros.
— Sabe onde estão os corpos? — Hylla ignorou o calafrio na nuca, como se houvesse sido soprada ali, tocada por flocos de neve que eram sensíveis aos nervos.
— Nunca me deixaram ir para o porão. — confessou. A loira mirou-a por alguns segundos antes de atingi-la com o cotovelo, derrubando-a. Tinha um novo local para investigar agora. Procurou-o por alguns minutos antes de localizar a entrada, até então fechada. Puxou a adaga do cano da bota, girando-a com perícia, utilizando-se da lâmina de Absolett para arrombar a fechadura. Quando o fez, empurrou a porta, olhando a escuridão que seguia abaixo. “Onde você nos meteu, Montgomery?”, Hyl respirou fundo. Olhou uma última vez para trás, mas permanecia sozinha. Adentrou.
— * —
Não havia imaginado estar selada ali dentro a partir do momento que andasse alguns passos. Com um estrondo que fê-la tomar um susto, a porta pela qual viera agora estava fechada, enclausurando-a naquele ambiente novo como uma fera enjaulada. Piscou brevemente, os olhos adaptando-se ao breu, enquanto lá fora, a noite a alimentava com poder. Desceu degraus de madeira, o olhar fixo no que poderia haver alguns metros à frente em meio às trevas.
Então, sentiu o inconfundível cheio de morte e podridão a atingir-lhe o olfato sensível. Tapou o nariz com uma das mãos, parando brevemente, receosa, antes de continuar o trajeto até mais fundo no porão. Encontrou três formas indistintas, a priori, num canto. Corpos em putrefação em agonia eterna — não lhes havia sido cedido uma cerimônia fúnebre. Fechou os olhos, pedindo piedade à mãe pelas almas do trio de mortais, mesmo sabendo que qualquer petição feita à deusa lhe seria veementemente ignorada.
Os olhos localizaram o corpo magro e infantil entre os dois maiores, seus pais, percebendo suas roupas de menina, as mesmas de seu pesadelo. Era ela; mesmo sem a aparência frágil de infância ou mesmo os olhos melancólicos e espectrais, mas ela era. Morta, no pior estágio do corpo humano, aprisionada em dores pessoais que lhe jamais seriam curadas de fato... Talvez não enquanto estivesse ali.
— Eu irei libertá-la. — conseguiu dizer, aproximando-se com passos hesitantes aos mortos. Todavia, o que ela imaginou estar sem vida e inanimado pregou-lhe uma peça horrorosa: os olhos do trio brilharam, fazendo-a tombar com o susto, caindo sentada, fitando-os. As bocas abriram-se, revelavam o segredo de seus dentes podres ou quedados, expandindo-se para gritar; era como expurgar o veneno de serpentes, ou libertar as lamúrias contidas nos corações tortuosos. Gritaram, um horror a ser ouvido. Berraram, alento à morte e quebra de sentimentos humanos. Uivaram, bestas ferozes determinadas à tortura. Como um chamamento, ouviu o som do solo partindo-se levemente, como rochas se separando... O piso estremeceu, logo, vagarosas, via as silhuetas movimentando-se na escuridão.
Seu hálito mortificado, os passos vacilantes, o silêncio de seus olhos. Mortos-vivos? Hyl pegou-se perplexa, ainda sentada no chão, enquanto tentava afastar-se deles de forma frenética. Levantou-se, querendo recorrer à saída do local, até sentir um par de mãos esqueléticas tocarem a capa verde levemente. Desviou-se quando ele tentou agarrá-la, não só um, mas vários outros. Estavam por todos os lados. Praguejou baixo antes de retomar o cetro, murmurando uma prece à sua deusa protetora e pedindo a ela forças para o que viria em sequência. Piscou com força, respirando fundo — sua mágica lhe seria vitalmente necessária. Estavam tão perto, suas mãos estendidas, prontos para segurá-la...
— Phasmatos Incendia!
Disse ao virar o cajado em mãos, enquanto uma chama se estendia pela arma negra. Brilhou, afastando os focos sombrios com uma claridade repentina. Hyl pegou-a na mão, sem qualquer dano à pele branca, antes de mirar contra o oponente mais próximo. Disparou a orbe de fogo laranja contra ele e, ao atingir o corpo em decomposição, fê-lo queimar quase por completo. Era uma fogueira humana que fedia à carne morta e carbonizada, cambaleando ao perder as forças, iluminando ainda mais o porão escuro. Graças ao período noturno, mesmo um ataque simples tinha seu poder aumentado. Tombou, destruído, enquanto a Feiticeira girava o cajado acima da cabeça, atingiu o pescoço um segundo êmulo.
Chutou um terceiro, fazendo-o cair, mas logo se arrastava como um inseto em sua direção. O cajado brilhou novamente, rubro, quando as labaredas ganharam força em sua ponta. Os olhos da menina também eram vermelhos, assim como o ferro que passa tempo demais numa fornalha; suas íris queimavam em faíscas de fogo, graças ao elemento que conjurava. Ela rodopiou para longe de um outro corpo reanimado, logo fornecia à ele mais uma orbe de magia. Fê-lo ter a cabeça incendiada, grunhindo, tombando, mas eles não pareciam ter fim. No momento em que baixou a guarda ao procurar uma saída, sentiu as mãos frias lhe envolverem a garganta pálida.
Arregalou os olhos, assustada, cegada pelo pânico. O cetro caiu, seu barulho ecoando ao tocar o chão, ao passo que a praticante de magia se via encurralada. Outros dois caíram sobre ela, agarrando-lhe as pernas e os ombros, puxando-a ao chão. Estava sendo imobilizada e perdia o ar; morria, enquanto mãos esqueléticas e apodrecidas lhe tomavam o corpo — apertavam os braços e emaranhavam-se nos cabelos loiros. Sentira uma boca sem dentes precariamente fechar-se em sua coxa, tentando sugar sua carne sem sucesso. Alguns tentavam ultrapassar a capa verde, mas que permanecia firme e intransponível.
Quando os primeiros pontos negros dançaram em sua visão, soube que era seu fim. Não conseguia gritar por socorro, apenas sentia o calor dos corpos que ela mesma incendiara antes. Lentamente, parecia esquecer o aperto nos pulmões, enquanto o corpo desistia, fraco, de lutar. Os olhos ameaçavam fecharem-se, mesmo que ela os quisesse abertos.
Pensou no pai, Søren, confinado à residência de sua família em Copenhague, Dinamarca. Pensou na deusa que dedicava a vida servindo, enquanto a imortalidade lhe escapava nos últimos sopros de vida — falhara em combate. Perdoe-me, Circe. Mentalizou os deuses que a haviam ajudado um dia, assim como os que a odiavam. Pensou nos campos de morangos do Acampamento, nos chalés e na irmã, Alasca. Lembrou dos pégasos e da sensação maravilhosa de voar; lembrou da magia e do poder por ela adquirido enquanto Feiticeira. Recordou da Ilha Santuário, um SPA luxuoso. Isabelle, Christopher, Brianna, o velho Alecksej, Peregrine Falcon, a divertida Lizzie. Violett, sua adorada Pacífica, a inteligente Adelaide, a determinada e forte Astrid... Lembrou de cada sorriso, cada traço e cada momento. Sufocada, quis rir ao pensar na ironia que seus amigos poderiam tirar daquilo: entrara lá para salvar um fantasma, mas agora, ela própria era um.
Se aquele fosse seu fim, pensou que aquelas pessoas fizeram sua vida valer a pena. Cada batimento cardíaco ou lágrima, batalha ou festa. Agradeceu-os por tê-los conhecido em vida...
Assim sendo, Hylla Werstonem pôde morrer sorrindo.
- Armas Utilizadas:
» ► Absolett - Adaga feita de titânio, banhada a ouro branco, encrustada com diamantes, absorve a alma de monstros temporariamente (1h), não fere profundamente o corpo, mas sim a alma.
Cetro mágico: Esse cetro é a fonte do seu poder, ou seja, nada de deixá-lo em casa. Cada cetro pode ser transformado em algo diferente. Vira um anel de serpente enrolada em seu dedo.
Livro de feitiços e poções:
Cartola, Chapéu Magico [Dica da tia Circe para quem entendeu a ironia: sejam espertos, não tirem coelhos da cartola e sim outras coisas]
♥ Fleuve d'étoiles / Chicote [Um chicote feito das estrelas, com cerca de 5 metros e de coloração azul celeste. Enquanto não estiver em uso, somente a alça dourada do chicote é visível. Esta possui uma forma cilíndrica simples, com uma parte central escura e bordas mais leves; o inferior tem uma pequena corda pendurada, com um pingente em forma de estrela. Quando a arma está sendo usada, um jato de água fluente é criada a partir da alça, que permanece compacta e torce como se fosse parte da corda de um chicote. A água parece ter propriedades sólidas, mostrando ser capaz de agarrar inimigos ou objetos com ele, assim como para realizar ataques.]
Tropa de Exploração: Uma capa verde com tamanho ajustável automaticamente para cada um, com um símbolo nas costas de duas asas entrelaçadas, representando as asas da liberdade, e com um capuz. Item exclusivo daqueles que enfrentaram os Titãs no evento Attack on Titan e defenderam o acampamento das criaturas. A capa é feita de alta densidade de titânio polimerizado, que serve como uma armadura flexível, capaz de defender seu usuário de algumas armas, geralmente adagas, flechas, espadas e até mesmo balas. Além disto, quando se é colocado o capuz, ele torna o usuário invisível – mas não inaudível. Transforma-se em um colar feito com uma corda inteiramente negra, com um pingente de esmeralda. (Recebimento: Evento de Reinauguração Attack on Titan)
- Poderes e Habilidades:
Voz de Poder: A voz do filho de Melinoe irá exalar poder, tendo uma grande capacidade de persuasão.[Filhos de Melinoe, Passivo, nível 10]
Poderes Ampliados: Circe é assimilada a escuridão e a noite sendo assim seus bruxos tornam-se mais poderosos durante a noite.[Feiticeiros de Circe, habilidade]
Visão Noturna: os bruxos podem enxergar perfeitamente mesmo que não haja nenhuma fonte de luz por perto.[Feiticeiros de Circe, habilidade]
Pericia com Cetros e Cajados: os bruxos recebem um cajado ao se juntar a Circe e criam uma grande afinidade com essa arma, sabendo lutar muito bem com cetros/cajados ou armas parecidas, como bastões e lanças.[Feiticeiros de Circe, habilidade]
Magia do Fogo [Nível 22]: Você tem um fraco controle sobre o fogo (inferior aos dos filhos de Hefesto ou de Hestia), podendo criar labaredas ou ataques mais simples relacionados ao fogo. [Gasta 20 de Energia][Feiticeiros de Circe, Ativo]
Teletransporte 2 [Nível 39]: As feiticeiras podem usar a magia para se teletransportar para qualquer lugar do mundo apenas com um nome, lembrança ou foto. [Gasta 65 de Energia][Feiticeiros de Circe, Ativo]
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