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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyTer 27 Out 2020 - 22:53 por Zoey Montgomery

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptySeg 26 Out 2020 - 13:48 por Zeus

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQua 30 Set 2020 - 10:30 por Michael Biscatelli

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQui 21 Nov 2019 - 17:37 por Isabelle Duchanne

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQua 4 Set 2019 - 14:31 por Reyna K. Mavros

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQui 8 Ago 2019 - 20:47 por Emily Duchanne

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQui 8 Ago 2019 - 18:18 por Zeus

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQui 8 Ago 2019 - 18:16 por Zeus

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQui 8 Ago 2019 - 18:13 por Zeus

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQui 8 Ago 2019 - 18:05 por Zeus

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» Filhos de Hades
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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyDom 31 Mar 2019 - 14:29 por Alex R. Fabbri

» Teste para Filhos de Poseidon
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» Teste para Filhos de Zeus
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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQui 21 Mar 2019 - 15:00 por Luka S. Sinnoh

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptySeg 21 Jan 2019 - 16:41 por Zeus

» Salão de Festas
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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyDom 6 Jan 2019 - 1:33 por Melinda Äderbatch

» Sala de Jantar
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» Quarto
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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyDom 12 Ago 2018 - 14:20 por Sasha Ivanovna

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQua 1 Ago 2018 - 17:46 por Zeus

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQua 1 Ago 2018 - 17:41 por Zeus

» Filhos de Eros
TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptySeg 30 Jul 2018 - 9:39 por Nyx

» Sala de Jantar
TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQui 26 Jul 2018 - 19:28 por Sebastian V. Woljöden

» Espaço aberto
TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQui 26 Jul 2018 - 12:37 por Nyx

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQui 26 Jul 2018 - 9:15 por Nyx

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyQua 25 Jul 2018 - 11:50 por Johan Maximoff

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptyTer 5 Jun 2018 - 1:26 por Adam Phantomhive

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» Treino Mensal - 10 de Setembro de 2017 [Sacerdotisas de Nyx, Astrólogos de Asteris, Espectros de Érebo e Mênades]
TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] EmptySeg 22 Jan 2018 - 14:19 por Nyx

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Mensagem por Zoey Montgomery Qui 7 Set 2017 - 22:41


STANLEY HOTEL



Bem vindos ao treino



Zoey mantinha o grimório em mãos, lendo os feitiços que nele continham. Seu feitiço, Infinity Gems, lhe permitiria fazer o que planejava e somente esperava que Quíron não ficasse sabendo do perigo mortal que colocaria os campistas. Hades e Thanatos já estavam cientes do que faria, então não haveria tanto problema assim, já que haviam liberado o uso do feitiço. Um suspiro saiu dos lábios vermelhos.

Aquilo era cansativo, mas não fugiria de uma tarefa que lhe foi dada. Alisou a barriga que já aparecia, sorrindo e imaginando como faria o quarto de sua filha: talvez rosa, talvez lilás. Ainda não sabia e ainda não havia contado a Jhonn que estava grávida, afinal faziam dias que não aparecia em casa. Era certeza de que ele iria pirar.

As íris voltaram-se para os semideuses que chegavam. Então a menina olhou para seu próprio corpo: o vestido curto caía muito bem em sua silhueta pequena e a capa preta cobria o corpo, o capuz deixava o rosto coberto, uma sombra se fazendo presente, afinal a única luz presente era a da lua que adentrava pelas janelas e iluminava a escadaria que levava aos andares superiores. A neve que caía do lado de fora deixava o ambiente sombrio. Perfeito.

— Boa noite a todos. — falou em tom sério, baixando o capuz e revelando o rosto, as íris douradas. — Bom, hoje vocês irão fazer um treino... No limite. — a garota riu, enrolando uma mexa de seu cabelo roxo nos dedos. Ergueu uma das mãos, uma aura laranja contornando seu corpo. Os cabelos roxos ficaram laranjados, e o mesmo aconteceu com suas íris. Um feixe laranja atingiu cada um dos campistas ali. — Eu atingi suas almas. O objetivo de vocês é único: conseguir passar a noite aqui sem morrerem. Não garanto a segurança de vocês. É um "se virem", literalmente. — ela riu e, ao ver a expressão de confusão de alguns, voltou a falar. — Suas almas estão conectadas neste prédio. Se abandonarem o lugar no meio da noite... Bom, não garanto o que pode lhes acontecer. — soltou uma risada sombria. — Espero que tenham uma boa noite. Estarei no quarto 217, caso precisem de algo. — e, dito isso, a feiticeira deu-lhes as costas e subiu as escadas, indo em direção ao quarto.

Poderes Utilizados por Zoey:
Infinity Gems. Uma magia extremamente poderosa, que exige muito do corpo e da mente de Zoey, por isso são usadas apenas nos últimos casos. Cada ramo dessa magia tem uma cor diferente, e essas cores envolvem a arcana em uma aura, além de deixar suas íris colorida. Não é possível a arcana usar a magia duas vezes em uma mesma missão, uma vez que ela gasta 90% do EP total da menina.
♥ Alma. Cor: Laranja. O ramo do feitiço mais perigoso. Magia que permite que Zoey roube, manipule e até mesmo altere as almas dos vivos e dos mortos. Porém ela apenas tem a permissão de usar essa magia em favor a Thanatos ou Hades, ou qualquer deus da morte que lhe pedir. Se usado além disso, a semideusa sofrerá de intensa febre e delírios, além de ter uma parte de sua alma tomada pelas sombras da morte. Quando em uso, uma aura laranjada contorna o corpo da semideusa, além de deixar os cabelos e íris de Zoey laranjados.

Objetivos do treino:
♥ Digam o que estavam fazendo até receberem uma carta de Zoey, que foi levada por Timcanpy (imagem do golem aqui). Ela vai pedir para que vocês vão até o Colorado. Vocês deverão dar um jeito de chegar no horário combinado - 18 horas. Vocês encontrarão Zoey no hall de entrada e quero que narrem suas reações ao descobrirem que suas almas foram ligadas ao hotel.

♥ Depois disso, as luzes serão ligadas e a recepcionista aparecerá com uma bandeja com chaves para que cada um de vocês escolha um quarto, sendo que todos estarão no mesmo corredor - segundo andar, do quarto 215 ao 270. O jantar será servido às 20h30min e todos devem estar presentes. Após isso podem explorar o hotel da forma que quiserem, indo até a biblioteca ou a sala de jogos, vocês quem sabem. Mas, exatamente às 22hrs, as badaladas do relógio soarão e os empregados irão pedir para que vocês se dirijam a seus quartos, praticamente enxotando vocês para eles.

♥ Apesar de acharem estranhos, vocês irão mesmo assim. Podem fazer o que quiserem dentro do quarto e, em certo ponto, vocês pegarão no sono. No sonho de vocês uma menininha irá aparecer e pedirá por socorro. Então, de repente, ela cairá morta aos seus pés e vocês irão acordar assustados. Serão quase duas da manhã e, quando pensarem em voltar a dormir, um grito soará no corredor fazendo vocês levantarem e irem para fora dos quartos.

♥ No final do corredor haverá uma criança, a mesma do sonho. Ela dirá que corre perigo e desaparecerá no ar, se tratando de um fantasma. Vocês resolvem investigar o hotel - podem tentar pedir ajuda à Zoey, indo até o quarto dela - que fica no mesmo corredor do de vocês -, mas por alguma razão não conseguirão achar o número do quarto. Investiguem e, em certo momento, descobrirão que ali foi um palco de um assassinato, onde um pai matou a esposa e a filha, e agora os espíritos deles assombravam o lugar. Vocês tentarão libertar os espíritos - os corpos estarão escondidos no porão. Tenham pelo menos duas dificuldades para encontrar os corpos. Vocês podem ir juntos ou individualmente - eu aconselho irem juntos.

♥ Assim que encontrarem os corpos, os olhos dos mesmos irão brilhar e, após os três gritarem, o chão vai tremer e vários outros corpos irão surgir, cercando vocês. Podem lutar contra eles, mas não conseguirão vencer. Todos devem, obrigatoriamente, perder a batalha. Obrigatoriamente todos devem morrer nesse treino. Detalhes a mais serão dados no post de avaliação.

Ademais:
♥ Local: The Stanley Hotel, Colorado;
♥ Horário: inicialmente, 18 horas;
♥ Clima: frio, com neve. Cerca de -2ºC;
♥ Armas e poderes no final do texto, em code ou spoiler. Se usarem um poder, especifique. Se colocarem "considerar poderes até nível XX" ou algo do tipo, o uso do mesmo será ignorado;
♥ Em caso de dúvidas, podem me achar no chat ou via MP;
♥ Prazo: até às 23h59min do dia 25/09.
♥ Muito boa sorte a todos e que tenham uma boa morte ♥


Zoey Montgomery
Zoey Montgomery
Feiticeiros de Circe

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Mensagem por Hylla K. Werstonem Dom 10 Set 2017 - 9:20

in a land of gods and monsters, I was an angel living in the garden of evil


— {Lamúrias} —


Era fria. Se comparada às demais construções, aquela em específico trazia um ar gelado quase surreal. Talvez em discordância à morada dos filhos da deusa da neve ou num choque aos domínios da matrona daquela cabana afastada, o viveiro de semideuses apresentava um grau de melancolia condizente à natureza fantasmagórica. Em parte, era agradável para ela: quando a brisa soprava proveniente do sul, dava-lhe frescor, sensação essa que em nada se comparava ao gelar de seus olhos boreais. A menina suspirou, tocando a viga de sustentação na varanda, observando o grasnar de um corvo tão preto quanto o azar mortífero.

O vento norte agitou-lhe as melenas longas e douradas como ouro, abrandando a ferocidade feminina que era conhecida em seu semblante real. Sentiu-se o resvalar da aquecida pelagem contra os jeans — desviou os olhos ao chão, presenciando o gato rechonchudo cuja imagem arrogante se esvaía ao requisitar-lhe carinho. Sorriu ao mascote, Cheshire, abaixando-se, frisando-lhe a cabeça macia e pequena, o polegar percorrendo o vale entre as orelhas brancas e rosadas em seu interior. Ronronou à ela antes de retornar, preguiçoso, ao chalé dezoito. Se antes a vontade de permanecer na cama era grande, no instante seguinte, parecia esmagadora. Hyl, talvez inconformada, talvez irritada, aceitou que deveria checar os trâmites no Acampamento. Agora no posto de líder de sua morada, era cabível aparar qualquer ponta solta deixada durante a ausência da conselheira anterior: Alasca era deveras ocupada, passando aquele cargo de confiança para a segunda pessoa mais apta à chefia.

Desceu os três degraus da varanda rapidamente, a face tocada pelo sol amarelo diurno, enquanto os lábios róseos se curvavam num sorriso ao cruzar o caminho de velhos conhecidos. Com o alento mental, ébria num mar de sensações, pensava em sua senhora. Nos conselhos sábios ou nas palavras de amor, nos braços acolhedores e no sorriso quente como o verão. Meneou a face, o olhar repousando no observatório não muito distante: o lar da residência dos Astrólogos remetia a uma pessoa que havia se perdido. Peregrine. O loiro fora seu amor outrora, não duradouro, mas memorável e intenso. Ele era sol, calor e vida, céu e música. O responsável por fazer florir o seu inferno pessoal.

Afastou os pensamentos sobre o ex amante quando algo pequenino cruzou o céu. Dourado e alado, deixou-lhe uma carta antes de partir novamente, fazendo-lhe erguer uma sobrancelha ao presente. Girou-o nos dedos esguios, analisando a estrutura mais do que comum do envelope, antemão rompia o selo. Leu suas escrituras, o olhar gelado percorrendo as linhas naquela caligrafia artística. Dobrou-o ao findar o trabalho, enfiando-o no bolso dos jeans antes de suspirar. Tocou o anel dourado no dedo da mão direita, vendo-o assumir a forma verdadeira: um cajado poderoso, um metro e meio, de obsidiana e ouro branco, com veios semelhantes a artérias humanas em sua extensão, feitos de ametistas ou rubis. Girou-o na mão, canalizando a energia ao ponto de partida. — Que assim seja. — suspirou a aprendiz de feitiçaria antes de um calafrio tomar-lhe o corpo.

As íris azuis vibraram, explodindo em tons violetas de puro encanto, flores venenosas que abriam-se ao revelar o poder contido naquele corpo sensual. Ah, Hylla. Uma garota fantástica. O cajado canalizou seu poder, curvava a mágica sob a vontade da feiticeira antes de os arredores dela modificarem-se. Já não estava na paisagem do acampamento, pois tudo escurecia como se o mundo perdesse luz. Entretanto, brilhavam aqui e ali amontoados fogosos, estrelas que multiplicavam-se num rol de cores, nebulosas e explosões solares. Supernovas ou asteroides, parecia estar cruzando um buraco de minhoca intergaláctico... Levada do estreito de Long Island diretamente a outro lugar dos Estados Unidos: o Colorado, mais especificamente, o ponto de encontro indicado por Zoey Montgomery.



— * —



A tontura atingiu-a após a chegada. Nunca fora adepta do uso do teletransporte, todavia, estava aprendendo suas técnicas. O salto de longa distância a fizera dar alguns passos vacilantes, mas rapidamente os olhos glaucos ajustavam-se. O ambiente era frio, com um vento que cortava e gelava suas mãos ao ponto de fazer com que os dedos doessem. Suspirou, fitando a construção altaneira e espaçosa, onde parecia resguardar em seu âmago a escuridão. Sentia a carga espectral mesmo dali (vantagem de ser filha de uma deusa de domínios nefastos). Abraçou a si mesma, os pés pequenos dentro das botinhas de salto levando-a brevemente até a porta de entrada, sanando a distância entre ela e o inferno que lhe fora preparado.

Como esperado, assim que abriu as portas e adentrou definitivamente no hotel, os olhos adaptaram-se após piscadelas rápidas ao ambiente escuro. Com a chegada da noite, podia sentir o universo infundindo em si ainda mais poder, enquanto a energia fantasmagórica daquele lugar a lembrava dos tempos passados com a mãe. Era como um peso: cheio de lamentações e lamúrias, com arrependimentos e muita dor. Pelo menos naquele espaço o frio não era tão incômodo, mas era indiscutível alegar o arrepio surreal que propagava-se pelas costas recobertas.

Quase como uma aparição, puderam seus olhos repousar sobre o corpo esbelto e um tanto distanciado de si, impecável na postura gélida daquele local, envolta nas sombras da noite sedutora. Podia ver as madeixas outrora loiras hoje tingidas em roxo, delineando a face de saudáveis maçãs, coradas, num semblante cheio de vitalidade. A gravidez de sua superiora prosperava e, ainda assim, estava ali para botá-los à prova. Hylla sorriu; desejava felicidades ao bebê e aos Montgomery após o nascimento da criança tão esperada. Mas aquele sorriso durou pouco após a chegada de outros semideuses, pertencentes a Ordens diferentes da sua — enquanto se aproximavam, davam por si só início ao que viria a ser um desafio por eles jamais esperado.

— Boa noite a todos. — a voz feminina ressoou pelo hall de entrada, melodiosa e suave como os primeiros raios de sol, o timbre condizente a uma filha do deus da música e das artes. — Bom, hoje vocês irão fazer um treino... No limite. — ouviu a risada estalar da boca pequena, exibindo brevemente a carga dentária branca e perfeita. Com um movimento seu, pareceu a Hylla que o poente se perpetuava ali.

Raios laranjas ganharam vida, vagueando no ar até item de encontro aos campistas. Ela própria não fora poupada, tendo um tentáculo de luz tocando-a um pouco acima do seio esquerdo. O corpo sensível estremeceu àquilo, mas rápido se foi, permanecendo com o sentimento vago de quem entendera parcialmente o efeito mágico daquilo. Sendo a jovem uma filha da deusa dos fantasmas, o espírito talvez lhe fosse a parte mais sensitiva em todo o corpo — saberia reconhecer quando fosse atingido e/ou utilizado para outros fins, como agora. Fechou os olhos, a teoria confirmada:

— Eu atingi suas almas. O objetivo de vocês é único: conseguir passar a noite aqui sem morrerem. Não garanto a segurança de vocês. É um "se virem", literalmente. Suas almas estão conectadas neste prédio. Se abandonarem o lugar no meio da noite... Bom, não garanto o que pode lhes acontecer. — ouvia com atenção as palavras de sua líder, acariciando o cetro que retornara ao formato anelar pouco antes. Retirou a cartola pequenina da cabeça, girando-a entre os dedos apenas para disfarçar sua ansiedade, tocando sua borda e acompanhando a circunferência macia. — Espero que tenham uma boa noite. Estarei no quarto 217, caso precisem de algo.

As luzes ganharam vida, fazendo-a recuar alguns passos antes de presenciar a saída da mentora. Uma recepcionista apareceu, talvez alguns anos mais velha que a semideusa, fornecendo aos presentes as respectivas chaves de suas acomodações. Apanhou uma cujo emblema em baixo relevo denotada um número triplo: 234. Subiu as escadarias apressada, cruzando um corredor amplo antes de localizar sua estadia. Hylla se precipitou para dentro, fechando a porta com um baque atrás de si.

Passeou pelo quarto, aquecido e confortável, sentindo as botinhas contra o tapete carmesim. Sentou na borda da cama, os dedos esguios e delicados como flores a correrem pela superfície macia como a bochecha de uma divindade. Deitou-se, enfiando o braço quase por completo no interior interminável da cartola mágica: os dedos fecharam-se ao redor do tecido, puxando a capa verde para si, prendendo-a ao redor dos ombros retos encobertos pela camisa. Retirou também um cilindro pequeno, a forma reduzida de um poderoso  chicote de água. As íris plácidas e melancólicas fitaram o teto liso ao respirar fundo. A viagem até ali não lhe fora tão cansativa, mas havia exigido seu pequeno preço. Sequer vira o tempo passar, lhe fora avisado sobre o jantar. Hyl seguiu à copa, sequer dando atenção aos demais ou puxando assunto. Fitava, vez ou outra, a jovem Pandora do chalé de Hades. “Você só falou com ela uma vez”, fez lembrar do ataque ao Acampamento, onde haviam se encontrado no dia seguinte para ajudar na limpeza do local. “São conhecidas, apenas”. Corada, não lhe dirigiu uma só palavra. Há quem acredite na timidez da moça Werstonem — fato esse verdadeiro.

Após a refeição, fora à biblioteca. Era um acervo incrível e invejável, imaginou que as crianças de Atena pudessem se divertir demais ali. Hyl não sabia quanto tempo havia passado ali, mas fora retirada de sua leitura quando uma moça chegou até ela. Bateu na mesa, nem um pouco cuidadosa, fazendo-a levar um susto:

— Está na hora. — disse, rude, os olhos castanhos brilhando com autoridade. — Já para a cama. — o dedo magro apontou o relógio, direcionando as badaladas que ecoavam pelo espaço amplo da biblioteca. Hylla levantou, relutante, dando-lhe um “tudo bem” quase inaudível. Fora ao quarto, jogando-se no colchão macio antes de fechar os olhos, entregando-se aos vales dos domínios dos sonhos.



— * —



Acordou com o som das janelas quebrando-se; a ventania da tempestade fora o suficiente para dizimá-las, fazendo ressoar no quarto o som vitrificado. Os cacos caíram por terra, enquanto um pouco de neve e gotas geladas invadiam o recinto. Agitara os cabelos loiros e compridos, enquanto afastava o sono, meio grogue, ao levantar-se. Os olhos azuis reluziram o luar afiado, em seu brilho leitoso e empalidecido como a aparência de um cadáver. Excluiu qualquer chance de parar a tormenta que rugia lá fora, sentindo as gotículas frias escorrerem pela face como... Lágrimas.

— É bonito, não é? — indagou-lhe a voz fina, fazendo os arrepios subirem pelas costas. Girou vagarosamente, a surpresa evidente no semblante ao perceber a nova presença ali: estava sentada no meio de sua cama, com o lençol em cima do corpinho infantil e pequeno, como se estivesse vestida de fantasma. Hyl cerrou os punhos ao dar um passo para a frente, sentindo o arranhar do vidro quebrado contra a pele exposta da sola do pé direito. — O luar, digo. — murmurou, fazendo a moçoila olhar sobre o ombro para certificar-se da presença do satélite.

É muito bonito. — conseguiu dizer, forçando-se a abrir um sorriso fraco. Tratando-se de uma criança, não a trataria com grosseria, até porque não era de seu feitio fazê-lo. — Minha patrona diz que a lua é o espelho da Noite, sabe? Me instruiu a buscar nesse corpo celeste o poder que preciso para concluir meus rituais, ou até mesmo aperfeiçoar meus poderes. — segredou.

— Poderes? — ganhara a atenção do ser menor, ainda encoberto com o lençol quente e vermelho. — Você é uma heroína?

Eu sou uma feiticeira, mas não sou má. — garantiu com um sorriso a alargar-se, tomando a beirada da cama como assento. Afundou levemente no colchão, mirando a figura encoberta com o lençol. — Eu poderia te mostrar alguns truques; poderia até mesmo usar a lua para tal. — Hylla suspirou.

— Você parece gostar da lua. — sussurrou. — A deusa lunar é a sua mãe?

Não. A senhora Selene é uma deusa para mim desconhecida. — murmurou, delicada ao tratar do assunto sobre sua ascendência olimpiana.

— E a sua mãe é a deusa de que? — como você sabe que minha mãe é uma deusa?

Melinoe. — suspirou o nome fatídico.

— Ah, a deusa dos fantasmas. — ouviu a risadinha breve sob os panos, enquanto notava a criança ali embaixo agitar-se. Então, o som feliz do riso infantil morreu aos engasgos, dando espaço aos soluços cujo motivo lhe era desconhecido. Arqueou uma sobrancelha, a respiração se condensando no ambiente gelado em demasia. — Ela não é nem um pouco agradável, eu sei... E acredito que você também saiba.

Hylla puxou-lhe o lençol, revelando o rosto angelical e quase translúcido, cujos olhos encovados miravam-na com lágrimas doloridas. Os cabelos castanhos e desgrenhados, os lábios secos entreabertos; pálida, não estava entre os vivos.

— Me ajude, por favor, Hylla... — seu nome escapuliu dos lábios fantasmagóricos, enquanto o cheiro espectral preenchia o ambiente. A menininha gemeu, como se fosse afligida por dor, o corpo rijo quando um choque repentino a tomou. Delicadamente, caiu como folha que se desprende da árvore quando inverno, apodrecendo ao relento no chão.

Não! — gritou, buscando o ar. Olhou para os lados, a janela ainda intacta, o quarto silencioso e escuro. Sob o peito, seu coração batia com força, enquanto segurava na mão o cetro já ativado naquele momento de susto. O olhar lúcido desceu à cama, outrora palco de um cenário de horror por ela jamais imaginado, conforme o alívio lhe descia ao perceber: aquilo fora um sonho... Ou estaria ela enganada?

Os pauzinhos vermelhos luminosos marcavam o horário atual no relógio LED — quase 02:00 da manhã. Ajeitou o corpo no colchão, tocando a testa fria, afastando alguns fios longos e rebeldes antes de segurar a garganta. Ao primeiro momento, lhe parecia estar sufocando, mas aos poucos retornava ao comum, desativando sua arma de cunho mágico. As lamúrias do fantasma ainda lhe perseguiam mesmo fora do recente pesadelo e, uma vez semideusa, aprendera que aquelas visões deveriam ser aproveitadas a fim de tentar descobrir sugestões futurísticas com elas. “Lamenta-te, mas não me disseste a mensagem clara: quem te tirou a vida?”.

Estridente, como um alento de morte e dor, ouviu-se o gritar de apelo. Reconhecia aquele timbre, de forma que se levantou com um pulo, abrindo a porta às pressas antes de precipitar-se pelo corredor. “Você!”, pensou ao visualizar, lá no final, a figura por ela presenciara momentos antes. Arregalou os olhos.

— Eu preciso de ajuda. — disse, não somente para a semideusa em questão, mas para todos os outros que haviam saído de seus quartos. Confusos, atordoados e assustados, talvez exibissem o mesmo olhar que a loira detinha em seu cenho. A menininha desapareceu no ar perante os olhos azuis, fazendo Hyl olhar para os outros com as palavras presas na garganta. Sua visão recaíra sobre a filha de Hades, a moça Aërsterien, enquanto se ouvia o som das botas da Feiticeira contra o corredor longo. Se distanciava, quase correndo, não para fora; e sim para o interior do Stanley Hotel.



— * —



“O que está fazendo?”, indagou. Seu senso crítico lhe dizia para retornar ao quarto, voltar às cobertas aquecidas e esperar o dia raiar novamente; somente assim obteria sua liberdade. Poderia transportar-se à Ilha Santuário no dia seguinte, a fim de rezar aos pés de sua patrona, deusa e companheira, além de recobrar as forças. Poderia tantas coisas, mas se fizesse qualquer uma delas, já teria fracassado. Não com qualquer divindade ou semideus, mas consigo mesma. Se fosse embora, não seria Hylla, se ignorasse aquilo, não seria Hylla — se não fizesse algo imprudente e emotivo só para ajudar alguém... Não seria ela mesma.

A telepata seguia à biblioteca pessoal do hotel, os olhos exibindo aquele gelo determinado de uma bruxa em potencial. Cerrou os punhos ao ver um homem se aproximar, utilizando o uniforme devido àqueles que ali trabalhavam. Era maior que ela, robusto e até mesmo desengonçado, tinha o porte de alguém acostumado a mover bagagens.

— Senhorita, volte ao seu quarto. — requisitou, mas não lhe deu vazão. Hyl já estava farta de ter alguém dizendo o que deveria fazer; primeiro, irritou-se com Zoey ao fazer todos aqueles semideuses se meterem naquilo. E logo direcionou a raiva, ainda mais potente, ao servente do hotel. A porta atrás de si abriu-se, revelando a mulher que a expulsara da biblioteca, assim como um segundo homem. — Senhorita.

Estava prestes a alcançar a outra quando ele interpôs um braço em seu caminho. Era musculoso, percebeu, mas homem. Ela, em contrapartida, Feiticeira. Ativou o cetro mágico com um toque no anel, girando a arma acima da cabeça como um bastão, descrevendo um arco com a peça antes de atingi-lo com força no rosto — puderam todos ouvir o barulho do material encantado contra a cartilagem nasal do sujeito, vendo-o tombar para trás num coro de grunhidos de dor. Sob a premissa de mais atos violentos, o segundo homem avançou para detê-la antes que mais alguém pudesse se ferir. Mal ele sabia que o próximo a cair seria o mesmo.

Meteu-se em seu caminho, tentando segurá-la. Girou sobre os calcanhares como uma bailarina graciosa, dona de extrema leveza, recuando antes de fitá-lo. Então girou uma segunda vez, erguendo a perna até certa altura, o atingindo com um chute excelente nas costelas. Fê-lo cambalear, dolorido, antes de avançar até o homem e segurar-lhe um punhado de cabelos negros. Puxou sua cabeça para baixo ao passo que erguia o joelho, dando um golpe de boa maestria, fazendo-o retroceder.

— Senhorita! — sentiu as mãos fortes segurarem-lhe a cintura pequena, o primeiro adversário erguendo-a com facilidade. No momento da surpresa, deixara o cajado cair no carpete bordado em rubro, enquanto a outra funcionária da biblioteca assistia à cena, assustada, mas talvez aliviada por ver Hylla presa. A garota, todavia, era perita em combates. Lançou a perna para trás, a sola da botinha atingindo-o no rosto machucado, agravando a situação do nariz quebrado. Ele urrou, largando-a, de forma que a loira foi ao chão de pé como um gato de olhos azuis. Pescou do cinto um objeto frio que retirara da cartola horas antes e, sob a sua vontade, fez o fio de água se estender, compacto e claro. Fleuve d'étoiles. Com um agito, o fio encantado pareceu ganhar vida aos movimentos precisos, enquanto o lançava.

Enrolou-se com três voltas ao redor do pescoço do segundo inimigo, puxando-o ao chão, vendo-o tombar perante si antes de chutar sua cabeça. Desmaiou após ceder à força semidivina, girando no momento certo de acertar o grandalhão com o fio de água — a força pudera equivaler a um soco. Fê-lo cair, sangrando, contra o piso de madeira polida. Somente então voltou a atenção total à mulher, que surpresa, não esboçava nenhuma reação mediante a brutalidade dos dois conflitos. Quem olhasse ao corpo pequeno não imaginaria a perícia quando em situações como aquela, ou o grau de letalidade que Hyl escondia sob a face angelical. Pegou o cetro, prendeu o chicote à anca direita, abrindo um sorriso.

Você não precisa se machucar. Seria uma pena eu agredir um rosto tão jovial quanto o seu. — olhou sobre o ombro aos oponentes sangrando e derrotados, agora retornava a fitar as íris castanhas e temerosas. — É tão fácil: você me dá o que eu quero e pode ir. Você sequer gostaria de me enfrentar, assim como eles o fizeram. Estou certa, não estou?

— Bom, está certa sim... — lhe disse após alguns instantes de hesitação. A Werstonem tinha poder na voz e usava daquele recurso para persuadir a mente mortal fraca, tendo certa prática com aquela habilidade. — Eu realmente não quero me machucar, de fato é algo bem fácil de ser feito. Como uma cooperação.

Cooperação. — apreciou a palavra na língua vermelha antes de estalá-la contra os dentes. — É um ótimo termo a ser usado aqui. Vamos, me diga: algo de ruim aconteceu aqui dentro, não foi? O que?

— Sim, algo horrível aconteceu. Já faz algum tempo desde o ocorrido... — ela hesitou, parecia confusa, mas ainda sob a dominação da loira. — Uma família se hospedou conosco, pareciam felizes. Até a noite. O homem parece ter surtado, ou teria se irritado com algo que ninguém sabe, mas quando ouviram os gritos, já era tarde. Mortos, todos os três. Os funcionários levaram os corpos, mas a notícia aparentemente não é de conhecimento geral. — murmurou: — Os mais antigos ainda alegam ouvir a criança brincando, cantando suas cirandas com espectros.

Sabe onde estão os corpos? — Hylla ignorou o calafrio na nuca, como se houvesse sido soprada ali, tocada por flocos de neve que eram sensíveis aos nervos.

— Nunca me deixaram ir para o porão. — confessou. A loira mirou-a por alguns segundos antes de atingi-la com o cotovelo, derrubando-a. Tinha um novo local para investigar agora. Procurou-o por alguns minutos antes de localizar a entrada, até então fechada. Puxou a adaga do cano da bota, girando-a com perícia, utilizando-se da lâmina de Absolett para arrombar a fechadura. Quando o fez, empurrou a porta, olhando a escuridão que seguia abaixo. “Onde você nos meteu, Montgomery?”,  Hyl respirou fundo. Olhou uma última vez para trás, mas permanecia sozinha. Adentrou.



— * —



Não havia imaginado estar selada ali dentro a partir do momento que andasse alguns passos. Com um estrondo que fê-la tomar um susto, a porta pela qual viera agora estava fechada, enclausurando-a naquele ambiente novo como uma fera enjaulada. Piscou brevemente, os olhos adaptando-se ao breu, enquanto lá fora, a noite a alimentava com poder. Desceu degraus de madeira, o olhar fixo no que poderia haver alguns metros à frente em meio às trevas.

Então, sentiu o inconfundível cheio de morte e podridão a atingir-lhe o olfato sensível. Tapou o nariz com uma das mãos, parando brevemente, receosa, antes de continuar o trajeto até mais fundo no porão. Encontrou três formas indistintas, a priori, num canto. Corpos em putrefação em agonia eterna — não lhes havia sido cedido uma cerimônia fúnebre. Fechou os olhos, pedindo piedade à mãe pelas almas do trio de mortais, mesmo sabendo que qualquer petição feita à deusa lhe seria veementemente ignorada.

Os olhos localizaram o corpo magro e infantil entre os dois maiores, seus pais, percebendo suas roupas de menina, as mesmas de seu pesadelo. Era ela; mesmo sem a aparência frágil de infância ou mesmo os olhos melancólicos e espectrais, mas ela era. Morta, no pior estágio do corpo humano, aprisionada em dores pessoais que lhe jamais seriam curadas de fato... Talvez não enquanto estivesse ali.

Eu irei libertá-la. — conseguiu dizer, aproximando-se com passos hesitantes aos mortos. Todavia, o que ela imaginou estar sem vida e inanimado pregou-lhe uma peça horrorosa: os olhos do trio brilharam, fazendo-a tombar com o susto, caindo sentada, fitando-os. As bocas abriram-se, revelavam o segredo de seus dentes podres ou quedados, expandindo-se para gritar; era como expurgar o veneno de serpentes, ou libertar as lamúrias contidas nos corações tortuosos. Gritaram, um horror a ser ouvido. Berraram, alento à morte e quebra de sentimentos humanos. Uivaram, bestas ferozes determinadas à tortura. Como um chamamento, ouviu o som do solo partindo-se levemente, como rochas se separando... O piso estremeceu, logo, vagarosas, via as silhuetas movimentando-se na escuridão.

Seu hálito mortificado, os passos vacilantes, o silêncio de seus olhos. Mortos-vivos? Hyl pegou-se perplexa, ainda sentada no chão, enquanto tentava afastar-se deles de forma frenética. Levantou-se, querendo recorrer à saída do local, até sentir um par de mãos esqueléticas tocarem a capa verde levemente. Desviou-se quando ele tentou agarrá-la, não só um, mas vários outros. Estavam por todos os lados. Praguejou baixo antes de retomar o cetro, murmurando uma prece à sua deusa protetora e pedindo a ela forças para o que viria em sequência. Piscou com força, respirando fundo — sua mágica lhe seria vitalmente necessária. Estavam tão perto, suas mãos estendidas, prontos para segurá-la...

Phasmatos Incendia!

Disse ao virar o cajado em mãos, enquanto uma chama se estendia pela arma negra. Brilhou, afastando os focos sombrios com uma claridade repentina. Hyl pegou-a na mão, sem qualquer dano à pele branca, antes de mirar contra o oponente mais próximo. Disparou a orbe de fogo laranja contra ele e, ao atingir o corpo em decomposição, fê-lo queimar quase por completo. Era uma fogueira humana que fedia à carne morta e carbonizada, cambaleando ao perder as forças, iluminando ainda mais o porão escuro. Graças ao período noturno, mesmo um ataque simples tinha seu poder aumentado. Tombou, destruído, enquanto a Feiticeira girava o cajado acima da cabeça, atingiu o pescoço um segundo êmulo.

Chutou um terceiro, fazendo-o cair, mas logo se arrastava como um inseto em sua direção. O cajado brilhou novamente, rubro, quando as labaredas ganharam força em sua ponta. Os olhos da menina também eram vermelhos, assim como o ferro que passa tempo demais numa fornalha; suas íris queimavam em faíscas de fogo, graças ao elemento que conjurava. Ela rodopiou para longe de um outro corpo reanimado, logo fornecia à ele mais uma orbe de magia. Fê-lo ter a cabeça incendiada, grunhindo, tombando, mas eles não pareciam ter fim. No momento em que baixou a guarda ao procurar uma saída, sentiu as mãos frias lhe envolverem a garganta pálida.

Arregalou os olhos, assustada, cegada pelo pânico. O cetro caiu, seu barulho ecoando ao tocar o chão, ao passo que a praticante de magia se via encurralada. Outros dois caíram sobre ela, agarrando-lhe as pernas e os ombros, puxando-a ao chão. Estava sendo imobilizada e perdia o ar; morria, enquanto mãos esqueléticas e apodrecidas lhe tomavam o corpo — apertavam os braços e emaranhavam-se nos cabelos loiros. Sentira uma boca sem dentes precariamente fechar-se em sua coxa, tentando sugar sua carne sem sucesso. Alguns tentavam ultrapassar a capa verde, mas que permanecia firme e intransponível.

Quando os primeiros pontos negros dançaram em sua visão, soube que era seu fim. Não conseguia gritar por socorro, apenas sentia o calor dos corpos que ela mesma incendiara antes. Lentamente, parecia esquecer o aperto nos pulmões, enquanto o corpo desistia, fraco, de lutar. Os olhos ameaçavam fecharem-se, mesmo que ela os quisesse abertos.

Pensou no pai, Søren, confinado à residência de sua família em Copenhague, Dinamarca. Pensou na deusa que dedicava a vida servindo, enquanto a imortalidade lhe escapava nos últimos sopros de vida — falhara em combate. Perdoe-me, Circe. Mentalizou os deuses que a haviam ajudado um dia, assim como os que a odiavam. Pensou nos campos de morangos do Acampamento, nos chalés e na irmã, Alasca. Lembrou dos pégasos e da sensação maravilhosa de voar; lembrou da magia e do poder por ela adquirido enquanto Feiticeira. Recordou da Ilha Santuário, um SPA luxuoso. Isabelle, Christopher, Brianna, o velho Alecksej, Peregrine Falcon, a divertida Lizzie. Violett, sua adorada Pacífica, a inteligente Adelaide, a determinada e forte Astrid... Lembrou de cada sorriso, cada traço e cada momento. Sufocada, quis rir ao pensar na ironia que seus amigos poderiam tirar daquilo: entrara lá para salvar um fantasma, mas agora, ela própria era um.

Se aquele fosse seu fim, pensou que aquelas pessoas fizeram sua vida valer a pena. Cada batimento cardíaco ou lágrima, batalha ou festa. Agradeceu-os por tê-los conhecido em vida...

Assim sendo, Hylla Werstonem pôde morrer sorrindo.


Armas Utilizadas:

Poderes e Habilidades:

+ tagmensal, treino
+ notes The Stanley Hotel // Witchcraft
BY MITZI
Hylla K. Werstonem
Hylla K. Werstonem
Feiticeiros de Circe

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] Empty Re: TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio]

Mensagem por Kai Aërsterien Dom 24 Set 2017 - 18:59





stanley hotel.

death | training | ghosts here



Diáfanas eram as sombras que emolduravam-lhe o rosto liso, percorrendo-se entre os fios dourados dos cabelos longos. Refletiam nos olhos folheados em diamantes frios, os quais eram encravados na face, sob as evidentes sobrancelhas escuras que faziam sua marca. Nos embalos lânguidos do marasmo diurno, tocava com as pontas dos dedos esguios a superfície molhada do lago extenso — invejava a imagem do céu ciano, dono de nuvens fofas e esfarrapadas ao longo de suas esferas celestiais. Pandora, por sua vez, ancorada à terra, fazia esforço ao olhar os pássaros voando; era sensível ao brilho solar, assim como os demais irmãos que provinham da semente do Submundo. Em sua terra natal não existia a luz calorosa, apenas sombras e o fogo maldito aos torturados.

Levantai-vos, espalhando o caos mediante os medíocres ordenados.

A voz de sua líder, a Discórdia, permanecia num eco no âmago mental da semideusa. Pudera ouvir seu riso ao despertá-la naquela manhã, embalando sua seguidora a exercer sua função: provar-se uma desordeira. Suspirou num devaneio, sentindo o queixo do animal negro repousar nas pernas brancas. O mascote repousava, um tanto preguiçoso, os olhos de íris vermelhas entreabertos após o sono. Acariciou-o entre as orelhas pontudas, enquanto a movimentação no ar revelava o aparecimento do ser alado. Passou por ela, rodopiando o corpo voluptuoso sob o vestido negro, deixando para ela um envelope branco. Etrigan, seu cão, perturbou-se com o surgimento repentino do outro, exibindo as presas afiadas e rosnando baixo.

“Está tudo bem”, mentalizou, acariciando-o pela linha da coluna. Abriu o embrulho novo quando a coisinha dourada voou adiante, revelando um endereço e a premissa de um treinamento especial: tanto aos que seguiam a deusa do caos quanto os serventes a outras entidades superiores. Olhou para o cão das profundezas infernais; era grande em relação aos outros, um demônio de quatro patas quando em combate. Tal qual sua mestra, era inconstante quando fora da ação por tempo demais. Os olhos da filha de Hades reluziram com avidez ao erguer-se, guiando-se aos chalés, parando mediante a porta de madeira da cabana designada aos filhos da deusa da magia. Bateu ali três vezes, os pés batendo no chão com impaciência, antes de ouvir o ranger das dobradiças.

O moreno enfiou a cabeça para fora e, ao deparar-se com a loira, saiu rapidamente. Magro, um pouco mais alto que ela, ajeitou os cabelos castanhos e lisos. Com dois passos, tentou aproximar-se para cumprimentar a moçoila, mas o cão negro interpôs-se em seu trajeto. O semideus recuou com um salto, rindo baixo em seguida antes de curvar-se e acariciar a pelagem escura e morna do animal. — Ele continua astuto, mas não poderia esperar menos de um bicho tão esperto. — sorriu quando Etrigan mordeu seus dedos com leveza, naquela brincadeira cautelosa.

— Ele está irritado. — tal qual eu. — Não suporta ter o sono interrompido.

— Bom. — Lars murmurou, colocando as mãos na cintura pequena. — Creio que veio pedir um favor para mim, correto?

— Preciso ir para esse endereço. — entregou-lhe o papel dobrado, vendo o filho de Hécate ler as escrituras por alguns segundos antes de retornar os olhos curiosos para ela. — Eu conheço os efeitos colaterais. Apenas faça isso de uma vez. — o rapaz sorriu com suas palavras, tirando do cinto o bastão pequeno antes de transformá-lo num cajado. Recitou um encantamento, fazendo brilhar aos pés dela o círculo de magia. Acendeu em chamas de cor púrpura, enclausurando a anarquista e seu animal naquele meio. Lars abriu os braços, fincando o cajado no chão, fazendo a Aërsterien sumir no instante em que as chamas brilhantes se encerraram.



~*~



Ela cambaleou alguns passos assim que chegou, os ombros curvando-se para a frente, abaixando a cabeça ao vomitar. O cão farejou o ar por alguns instantes, os pelos protegendo-o contra o frio daquele local. Mirou a construção com os olhos lúcidos, enquanto retirava do bolso acima do seio esquerdo a pequena chave dourada e reluzente, fazendo um x com a mesma no ar gélido. O vórtex abriu-se, negro e rodopiante, onde enfiou a mão após sua liberação. Puxou dali a espada, adaga e um casaco denso de couro preto. Pescou daquele meio um broche pequeno, prendendo-o na roupa, enquanto os dedos acariciavam por instinto o colar encantado, ou melhor, a forma reduzida de sua alabarda. Fechou o vórtice, guardando a chave consigo.

“Vamos”, indicou o hotel ao cão. Apertou ainda mais o casaco ao redor do corpo, sentindo frio nas pernas expostas enquanto caminhava rapidamente à porta de entrada, as botinhas fazendo sons leves contra a calçada enquanto andava. Adentrou rapidamente, encontrando um ambiente sombrio mesmo dentro do edifício. Os olhos claros repousaram na garota loira de olhar tranquilo. Encostou-se na parede, com Etrigan deitado aos seus pés, em alerta. Zoey deu início ao seu discurso de palavras firmes, logo, projetava a magia perante aqueles ali presentes. Sentiu o toque em sua alma, com um suspiro, após as falácias da aprendiz de magia. Ao ver a recepcionista aparecer, selecionou sua chave. Quarto 234. Seguiu pelas escadas ao segundo piso, onde encontrou seu ambiente rapidamente. Era simplório e aconchegante, surpreendendo-a; havia esperado por algo pior.

Tirou o casaco, largando-o na cama.

Aposto que você já sentiu o clima daqui. — disse seu fantasma particular, um rapaz esguio de cabelos escuros e pele pálida. Em outros anos, um de seus irmãos. Mas aquele filho de Hades morto há quatro décadas insistia em atrelar-se à ela. Pandora revirou os olhos. — Pesado e cheio de dor, quase parecido com os ares dos Campos Asfódelos.

— Eu sei, Chuck. — resmungou, deixando sua espada sobre os cobertores. Era negra e fria, emanava escuridão de sua lâmina mortal. — E você sabe o que aconteceu aqui, certo? — o fantasma sorriu. — E imagino que não vá me dizer.

Qual seria a graça nisso?

— Não sei porquê ainda o mantenho comigo. — mas ela sabia sim. Digo, o rapaz fora mais experiente que ela quando vivo, era um ótimo instrutor para ensiná-las sobre suas capacidades dos poderes diabólicos enquanto a menina descobria por si só as habilidades que Éris lhe proporcionava. Sentou na borda do colchão macio, dando alguns tapinhas ali, vendo seu mascote pular na cama e repousar.

Ah, Pandora. — ele sorriu, frio como o mar em tempos de inverno. — Se você soubesse...



~*~



Suspirou, apática, após o jantar. A comida estava deliciosa, de fato, mas pouco pudera explorar. Era uma assídua estudante de locais antigos cuja fama se dava pelo sobrenatural, ainda mais tratando-se de um lugar cujo clima pesado a deixava com uma pulga atrás da orelha. Vagueava como um espírito pelos corredores amplos e silenciosos, pois pouquíssimos semideuses interagiam entre si naquele meio. Os dois outros membros dos desordeiros poderiam estar ali, mas ela sequer parou para prestar atenção neles. A filha do Imperador dos Mortos parecia um fantasma: em suas roupas pretas, naquele silêncio sepulcral, agitando os cabelos longos como fios de marionetes.

— Está na hora de ir para a cama. — falou um funcionário ao deparar-se com ela. Por coincidência (ou não) o relógio anexado à parede indicou as 22 horas. Quando as badaladas tiveram começo, assustou-se, mas logo seu semblante duro retornava à face pálida. — Agora. — a forma autoritária como a única palavra soou fora o suficiente para mandá-la aos aposentos, procurando sua cama, sonolenta.

Deitou-se, ignorando a presença espectral e fria que o fantasma de Chuck trazia. Os olhos pesaram, exigindo dela um descanso merecido após a viagem mágica que a levara de um lado do país ao outro juntamente com seu cão. Podia sentir a essência de Éris sendo apaziguada em seu corpo, pois até mesmo suas estruturas semidivinas necessitavam de um repouso. Viu-se adormecida segundos depois, sob a presença de seu cão infernal, já transportada aos vales de suas memórias nos sonhos nefastos que a acometiam como doenças ou pragas.

Estava, daquela vez, no Mundo Inferior. Caminhava pelos corredores mais profundos cavados na rocha onde se assentava o palácio negro, penetrando pelas entradas e portais de pedra e ossos — local que nenhum outro semideus poderia conhecer além daqueles que traziam o sangue de Hades consigo. Empurrou uma porta de metal e ouro, revelando o compartimento pequeno e úmido, tão gelado que fez seus pelos arrepiarem-se. Os olhos fitaram o contorno humano, enquanto lhe eram erguidos os olhos fundos e sofredores. “Pandora!”, a voz ecoou na mente da princesa, alvo dos protestos das almas lamuriantes.

Almas...

Novos olhos fitaram-na, inúmeros pares, intermináveis naquele cubículo. Suas silhuetas sombrias agitavam-se em dor, apodrecendo aos poucos, se é que isso fosse possível a se acontecer a um espectro. Semideuses; filhos de outras entidades divinas que haviam zombado duramente de Hades em vida, ou desafiado o deus pelos piores meios, agora encontravam-se espremidos em uma cela indigna de suas linhagens. Mas pouco importava no inferno — nenhum outro governante poderia interferir ali. Assim, ela tinha total autorização para escolher qual espírito tomar para si, para torturá-lo ou divertir-se da forma que entendia.

Contudo, aquele sonho tomou um rumo diferenciado do costumeiro. A menininha ergueu-se, uma figura jamais vista pela loira anteriormente, caminhando a passos precários até a filha de Hades. Pandora cambaleou para trás, enquanto a outra estendia-lhe os braços magros em busca de misericórdia.

— Ajude-me! — implorou, o rosto infantil secando como até se transformar em terra árida, desfazendo-se mediante seus olhos ao passo que acordava com um susto. O quarto estava escuro e o relógio no criado-mudo marcava o avanço da madrugada. O frio apoderava-se dela, enquanto as sombras remexiam-se com a inquietação de sua dominadora.

— Chuck! — chamou, autoritária. Viu-o tornar-se visível num canto afastado, paciente, demorado e eterno. Os olhos escuros fitaram-na, como se estivesse tentando adiar o inevitável. — Conte-me o que aconteceu. — a voz baixou o tom, voltando ao normal, pacífica e tranquila.

Mas antes que o fantasma falasse, ouviram o grito estridente no corredor. Com um salto, pulou da cama até a porta, sendo seguida por Etrigan. Ao abri-la, assim como alguns outros semideuses, fitou o mesmo espírito presente em seu pesadelo. Os pelos de seu corpo se arrepiaram sob aquela visão, enquanto uma menina já conhecida por ela — Hylla — corria para as escadarias, o olhar determinado denotando o que iria fazer.

Voltou para dentro do quarto, enquanto abria novamente o armário interdimensional. Retirou dali de dentro jeans azuis e botas de caminhada, tal qual uma camisa e um casaco, alterando seu look para o novo visual. Enquanto se vestia, podia sentir os olhos do irmão morto sobre si.

Homicídio. Uma família se perdeu entre essas paredes e seus espíritos permanecem aqui, tal qual seus corpos. A garota médium de Melinoe, Hylla, deve tê-los sentido com ainda maior intensidade. — ele sussurrou atrás de Pandora. — Ache-os. Salve a garotinha.



~*~



Pandora Aërsterien nunca tivera medo de fantasmas. O Stanley Hotel parecia muito mais frio agora, sombrio e extremamente silencioso. Seus passos contra os degraus da escada eram audíveis, todavia, ela era cautelosa. Tinha os olhos grandes sempre alertas a qualquer coisa que pudesse acontecer, enquanto era seguida pelo cão infernal. Etrigan cobria suas costas, o que era bom, mas o perigo estava à frente.

Abaixou-se perante os corpos de dois homens caídos no chão, enquanto os olhos percorriam o ambiente até ver uma mulher desmaiada. — Hylla foi mais rápida do que eu pensei. — Chuck riu baixo, flutuando mediante aquela cena. A loira estava prestes a levantar quando seu mascote rosnou, fazendo-a virar o rosto. Não muito longe dali, um trio de funcionários chegava até o saguão onde estava ela, deparando-se com os corpos desacordados e uma suspeita para aquelas ações de violência.

— Você precisa retornar ao seu quarto, só irei avisá-la uma vez. — disse um deles, dando passos cautelosos até a garota.

— Isso não é o que parece! — Pandora ergueu as mãos brancas em sinal de rendição. Os dois outros vieram para cima dela, a fim de segurá-la e levá-la a força aos seus aposentos, quando o cão negro se interpôs entre sua dona e a dupla. — Etrigan...

“Ataque!”.

O animal latiu, saltando contra um homem franzino uniformizado. A mandíbula do mascote fechou-se ao redor do antebraço direito dele, puxando, fazendo o sangue escorrer rapidamente, rasgando sua vestimenta. Ele gritou, dando um fio de tempo para que a menina agisse nos outros dois. Correu contra o segundo oponente enquanto preparava-se, abaixando-se no último segundo, a perna descrevendo um arco no chão em uma rasteira perfeita: fizera o alvo cair de costas, atordoado, enquanto era abordada pelo terceiro.

— Eu não queria usar a violência! — ele tentou socá-la na face, mas com um giro, a semideusa deixou que o ataque passasse direto por ela, inofensivo. Agarrou o braço dele, puxando-o para si enquanto o chutava na barriga, fazendo o homem se curvar de dor.

Do outro lado, Etrigan afastou-se do inimigo machucado que sangrava e gemia de dor. Rosnou para ele, exibindo os dentes mortíferos. Quando seu alvo virou-lhe as costas para correr, o mascote atacou novamente. Ela ia juntar-se a ele quando Chuck surgiu frontal a si: — Atrás de você! — alertou, fazendo a menina girar a tempo de ver o primeiro homem que derrubara tentando atingi-la com um guarda-chuva. Abaixou-se, deixando que a arma improvisada passasse acima de sua cabeça num arco veloz, enquanto ativava a alabarda.

Chutou-o para longe de si, movimentando a arma maior num giro complexo, descendo sua lâmina afiada num rasante contra o mortal. Como esperado, viu-a  abrir um corte profundo e diagonal contra o seu inimigo, fazendo seu peitoral e barriga sangrarem em demasia. Tombou para a frente, desfalecido, enquanto o oponente restante vinha até ela com sangue nos olhos.

Pandora preparou a alabarda, estocando quando ele se aproximou o suficiente da arma longa. Empalou-o de uma só vez, vendo-o precariamente segurar a arma que projetava-se em si — cuspiu sangue quando ela libertou a lâmina, vendo-o tombar. O último deles também fora morto pelas mordidas fortes de Etrigan, cujos pelos ao redor da boca estavam sujos de sangue fresco.

O porão. — informou o fantasma que a seguia. Olhou aos mortos ali, dando um suspiro cansado. — É melhor se apressar, doçura.

— Etrigan. — chamou enquanto os passos velozes se direcionavam a outra direção, procurando qualquer entrada ao porão do hotel. Após alguns minutos de busca, viu-se na entrada fechada, guardando a alabarda novamente. Chuck parecia somente uma brisa ali, sua presença tornando-se mais fraca e distante. O que quer que houvesse lá dentro, ofuscava-o, sinalizando que aquele terreno era perigoso. Assentiu a ele uma última vez antes de chutar a porta, abrindo-a, avançando naquele meio. Avançou ao interior, contudo, com um estrondo, a porta tornou a fechar-se atrás de si. Estava presa! Voltou, batendo ali com as mãos, enquanto ouvia os latidos fortes e irritados do cão infernal. — É melhor você ficar protegendo a entrada, garoto... — mas sequer ela estava convicta daquilo.

Respirou fundo, virando-se, enquanto caminhava para o interior do lugar. Os olhos ajustaram-se ao breu profundo, vendo um mínimo foco de chamas por ali; ela surpreendeu-se ao ver um corpo carbonizado, sequer sabia de quem era. O cheiro de magia recente era forte naquele âmbito, de forma que ela olhou ao redor, mas não viu ninguém além de si própria. Finalmente, as íris repousaram nos corpos um tanto afastados de si. Caminhou até eles, cautelosa, abaixando-se... Quando seus olhos brilharam.

Arquejou, surpresa, recuando quando ouviu o trio de cadáveres emitir um grito ensurdecedor. Cambaleou, os calcanhares encontrando algo de surpresa; tombou de costas, havia tropeçado em algo. Ao observar, notou roupas comuns e cabelos loiros e longos, maiores que os seus. O rosto extremamente belo com traços angelicais dobrava-se na tranquilidade, enquanto a vida parecia estar extinta de seu ser. Reconheceu-a...

— Hylla. — sussurrou o nome quando percebeu que novos seres movimentavam-se por ali após o chão tremer. Ergueu-se, puxando a espada de lâmina negra feita de ferro estígio, enquanto percebia os caminhantes tropeçando até ela. Haviam matado a Feiticeira e teriam fazê-lo com a filha de Hades. — Não! — gritou quando um deles tentou alcançá-la, decepando sua cabeça com um único golpe.

A Anarquista chutou um segundo no peito, de modo a fazê-lo cair, enquanto descia sua espada contra o pescoço dele, separando sua cabeça do resto do corpo apodrecido. Todavia, eram muitos para ela lidar sozinha. Podia remeter aos poderes da esfera de controle de seu pai, de fato... Então sentiu mãos pesadas empurrando-a para o lado. Perdeu o equilíbrio momentaneamente, os pés escorregando, girando ao cair — ouviu-se o baque nauseante de sua cabeça contra o chão e, naquele instante, perdeu a batalha.

Os dedos enfraqueceram no cabo de Styx, largando a espada. Sangrava, o fluido vital empapando seus cabelos bem cuidados, trazendo uma sensação quente e viscosa por onde tocava-a. Pareceu conseguir ver o rosto da jovem Adelaide flutuando perante si, jovem e tão cheia de beleza, dona de traços surreais, um verdadeiro demônio da Noite. Esperava que Nyx e as demais Sacerdotisas cuidassem bem de sua irmãzinha, pois a própria Aërsterien não poderia fazê-lo.

“Perdoe-me, pai. Falhei com o senhor, com a minha deusa protetora, com minha irmã e com meus votos... Falhei comigo”.

Fechou os olhos, a vida esmaecendo-se, enquanto os outros mortos-vivos chegavam até ela.


Armas:

Poderes e Habilidades:

hi im bacon
Kai Aërsterien
Kai Aërsterien
Filhos de Hades

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TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio] Empty Re: TREINO MENSAL / 07 de Setembro 2017 [Feiticeiros de Circe, Anarquistas de Éris, Caçadoras de Ártemis e Curandeiros de Asclépio]

Mensagem por Luka S. Sinnoh Seg 25 Set 2017 - 12:16

don't cry little girl
daddy will always pray for you

Estava ocupado arquivando alguns documentos e tomando conta de Luisa, já que Louis foi ao supermercado comprar os mantimentos do mês, quando um bicho amarelo quebrou o vidro da cozinha e invadiu a sala.

— Como.. - não consegui concluir o pensamento, apesar de tentar decifrar a maneira que o ser voador tinha passado pela barreira mágica que envolvia a casa, pois ele parou bem diante do meu nariz.

Caso o monstrinho quisesse arrancar minha cabeça do corpo, conseguiria. Eu estava totalmente desarmado e despreparado. Contudo, ele apenas me entregou uma carta e se foi. Luisa batia palmas, pois gostou da confusão em minha face. Pestinha! Mesmo assim ela era adorável.

Depois do susto, abri o envelope e entendi como ele tinha conseguido chegar tão perto. Era de Zoey. A feiticeira mais poderosa que conheço. Na carta, um pedido. Que eu fosse ao Colorado e a encontrasse num hotel às 18h. Um pedido um quanto estranho, porque não envolvia meu marido ou filha no convite. Amassei a carta e sentei no sofá, pensante. Como eu sentia saudades do tempo em que minha maior preocupação era fugir de namoradxs ainda apaixonadxs.

Mais uma vez iria sair sem que Loius estivesse em casa. Talvez para mim fosse mais fácil não ter que me despedir.

Fiz as malas, colocando algumas poucas mudas de roupas, produtos de higiene e as armas que precisava levar. Sentia falta de algumas coisas, mas o principal eu levava no corpo, para não acontecer de ser pego de surpresa.

— Paris! Castos! - invoquei as aves que deviam estar fazendo seu voo matinal, tendo elas a minha frente em poucos segundos - Por favor, fiquem de olho em Luisa. Eu adoraria levar vocês comigo, mas preciso que fiquem e tomem conta da casa enquanto eu estiver fora. Qualquer coisa, eu ligo.

Fora a brincadeira, dava um beijo na pequenina e um forte abraço, colocando minha testa colada na dela em seguida, pensando o quanto ela era especial na minha vida. Por fim, dizia que a amava, antes de sair pela porta e entrar em Steve, o i30 divino.

— Steve. Tenho que chegar antes das 18h em Stanley Hotel, Colorado. - dizia, já dando a partida no carro enquanto ele localizava o destino no gps sem dizer nada em discordância.

...

O privilégio do seu melhor amigo ter 4 rodas e um gps poderoso encomendado por uma divindade era que: a) ele nunca te deixava na mão se você colocasse o combustível favorito dele; b) até mesmo no piloto automático, aquele gps nunca se engana. Contudo, eu dirigi desta vez pegando os atalhos indicados. Chegamos um pouco antes do requisitado por Zoey. Eu só queria saber o que a meia-irmã do Louis pretendia com esse convite.

Nevava no Colorado, dando um aspecto sombrio à região. Não esperava por um clima tão frio, mas ainda bem que tinha trazido um casaco. Como a jaqueta dos menestréis não tinha mais significado já que Orfeu não atendia mais minhas orações, de que adiantava manter essa lembrança comigo? Mas confesso que era minha vestimenta favorita. Eu me sentia parte de algo com ela.

Estacionei Steve e fui até o salão principal do hotel. Enfim avistei a feiticeira. Estava indo falar com ela, mas pediu para que eu esperasse. Percebi logo que não havia sido o único convidado para a "festinha" que ela estava preparando. Alguns instantes depois, outros chegaram e reconheci um ou outro. Semi-deuses, apostava. Às 18h em ponto, Zoey dava boa noite a todos revelando que nos chamara ali para um treino. Me senti traído. Achei que era algo importante. Queria acreditar que ela tinha me chamado pelo meu potencial, mas difícil. Mas o pior ainda estava por vir. Ela lançou sobre todos um feitiço, no qual comprometia a alma de cada indivíduo junto ao hotel. Eu ainda não conseguia acreditar. Por fim, a luz daquela sala acendia e aparecia uma recepcionista trazendo muitas chaves numa bandeja. Eu ainda estava paralisado pelo ocorrido, mas pegava o 215 já que a guria ficaria no 217. Suspirava e subia para ver o quarto e colocar minha mochila num canto da cama.

Dali, tentei encontrar um jeito de mandar uma mensagem de Íris pra casa, mas não consegui. Tinha muito pouco Sol pra fazer um arco-íris artificial e ainda não me sentia bem para sentir o poder de Éris outra vez. Só pude enviar uma mensagem simples por telepatia pro meu amor: "Estou bem, te amo". Tudo que tinha a fazer então era aguardar até o jantar.

Havia certa movimentação por ali, mas eu evitava o centro, preferia ficar à beira dos olhos de possíveis inimigos. Não gostava de surpresas, mas era assim que as piores ameaças surgiam. E foi pensando assim que senti um olhar frio sobre a nuca. Olhei para trás e não vi ninguém agindo de forma estranha. Adoraria pensar que era coisa da minha cabeça, mas aprendi a confiar nos meus instintos. Contudo, me atentei a visitar a biblioteca do lugar. Livros não estavam no top 10 hobbies, mas um bem pornográfico me deixaria alegre pelo resto da noite.

Já no meio das prateleiras de livros eu caçava aquele que mais me atraísse. Procurei por nomes bem sugestivos, mas nada era de acordo com o que procurava. Um se chamada "De volta ao campo", mas não tinha nenhuma experiência boa ali. Continuei procurando e ainda nenhum resultado até que senti de novo algo como se alguém me observasse, porém, nada via. Isso me fez lembrar de um nome que não estava nas escrituras do acampamento. Talvez num dicionário mortal ele pudesse existir. Esse foi fácil de achar, mas o nome que procurei não continha ali. Procurei um dicionário mais específico e procurei pelo que me lembrava em sonho. Tinha até medo do que podia encontrar, mas sentia vontade de saber. O que achei não foi muito informativo. Era querer demais de artigos mortais sobre algo que nem mesmo os meio-sangue tinham informação.

Já deviam ser por volta das 20h quando saí da biblioteca. Me sentia desconfortável naquele hotel. Tentava desvendar qual seria o propósito de Zoey com essa noite. Nem de longe isso parecia ser um desafio. Observei as imagens tentando desvendar aquele mistério, mas não via nada. Tive de aguardar até o horário da janta, onde todos nos reunimos mais uma vez. Senti naquele momento aquele mesmo olhar frio. Desta vez sabia de onde vinha. Uma mulher bem jovem. Ela me encarava como se fosse minha ex. Será que era? Não! Eu lembraria. Analisei ela melhor, depois de ter certeza que ela parara de me olhar e vi adereços de lua. Eu não acreditava que estava comendo na mesma mesa que uma caçadora. Agora entendia a revolta dela. Eu também odiaria ficar na mesa de: 1) filho de Afrodite; 2) subordinado de Éris. Ambas as deusas irritaram Ártemis em algum momento e agora eu quem pagaria por seus atos. Típico.

Terminei de comer e pedi licença para ir ao meu quarto. Não parecia haver mais nenhuma movimentação durante a noite. Gostaria que Zoey contatasse o irmão para dizer que estava tudo bem, mas por algum motivo ela parecia me evitar. Suspirava e seguia para o 215.

Enquanto me dirigia para o quarto, uma das empregadas me dizia que às 22h, quando o relógio tocar 10 vezes, será o horário de recolher. Agradecia pela informação, mas não pretendia ficar acordado, ainda mais andando pelo hotel.

Me despi das roupas das quais usei na viagem e procurar me banhar. Após estar limpo, vesti uma bermuda e uma regata, me preparando para dormir. Pouco antes disso, escutava as badaladas que tinham me dito.

...

Tudo estava escuro. Esperava uma noite sem sonhos. Parecia que seria assim até o amanhecer. Bem, isso até eu sentir aquela sensação novamente. Como se tivesse alguém atrás de mim. Então ouvi uma voz. Ela chamava por socorro. Logo a imagem de uma menininha se fazia visível. Ela ainda continuava pedindo por ajuda, mas eu não conseguia mover um músculo. Quando menos esperei, ela aparecia morta perante aos meus pés.

Acordei suando pelo susto.

Sonhos nunca significavam boa coisa. Secava o rosto com a coberta quando ouvi um grito vindo do corredor. Já deviam passar das 14h. O que alguém fazia acordado?

Sem ter muito no que pensar, pegar o chicote e a espada e saí do quarto, procurando pelo corredor a vós que gritou. Ao que parecia eu não era o único que escutara aquilo, pois alguns outros também saiam de seus quartos, preoupados. Quando percebi que quem gritara era a mesma menina do sonho, minhas pernas bambearam e me fizeram recuar dois passos. Não soube quando, mas ouvi ela falar que alguém corre perigo. Mas esse alguém era ela ou algum de nós?

Ao olhar para o lado, aquela mesma caçadora também parecia não acreditar, mas tive que dizer.

— Ela precisa da nossa ajuda. - a guria parecia não acreditar que eu dirigia a palavra a ela - A MENINA pediu a nossa ajuda!

Não esperei que ela me desse alguma resposta para dar as costas e rumar na direção do salão principal. Agora sabia que o que sentia era uma carga emocional muito forte naquela construção. Eu sentia e era isso que me arrepiava a nuca quando cheguei. Procurava por mais ajuda, mas ao que parecia os empregados estavam dormindo também. Quando penso que não a caçadora estava passando na minha frente, usando suas habilidades de rastreamento. Havia algo barrando o que parecia ser uma porta. Tivemos que usar, juntos, nossa força para mover o móvel da frente. Era mais pesado do que deveria para um semi-deus. Se não estivéssemos juntos talvez nenhum de nós conseguiria sem fazer um estrago, contudo, ainda éramos convidados. Em algum momento ela desceu para o que parecia ser o porão. Fui atrás com o chicote pronto. Lá, ela começou a verificar as paredes e as máquinas. Fazia barulho, de repente encanamento e aquecedores. Sentia o ambiente mais hostil.

— O que está acontecendo aqui? - questionava baixinho, procurando por algo, já não sabia mais se era a garotinha.

Então a caçadora me gritou. Ela pensava que havia algo por debaixo do chão, mas era revestido com madeira boa. Desta vez nem se cavássemos juntos, conseguiríamos êxito. Eu era apenas um filho de Afrodite... mas tinha uma voz rindo na minha cabeça dizendo que eu teria que usar a influência da discórdia.

— Por favor, se afasta. - disse, envergonhado. - Eu posso ficar agressivo...

Sendo assim, eu me contorci, largando as armas e gurnindo de dor. Meu corpo sofria uma mutação, tendo os membros 10 vezes maiores e a estatura crescendo cada vez mais, até quase não caber dentro da sala, precisando ficar curvado. Quando abri os olhos, na verdade via o mundo com um olho. Eu era um Cíclope. Com um grito gutural, reuni mais força e com alguns punhos, arrebentei a madeira e cavei a terra debaixo dela até encontrar alguns sacos. Trazendo eles para cima, meu corpo voltou ao normal, mas foi preenchido pelo cansaço. Respirava pesadamente enquanto chorava pedindo perdão a mim mesmo por ter feito aquilo. Éris devia estar se divertindo como sempre. Depois percebi que estava quase nu. Apenas alguns trapos tapavam parte do corpo. Entendia que para a garota isso podia ser um problema, então fiz um esforço para transformar os trapos em uma sunga respeitosa num estalar de dedos.

Antes deu me recompor por completo, a caçadora abria os sacos e ficava perplexa. Tive que levantar e ir conferir. Eram os corpos de um homem, uma mulher e uma criança. Pedi licença, para a devota de Ártemis e a morta mais velha. Eu não era especialista em defuntos, mas consegui descobrir alguns segredos com apenas um toque. Ela amava muito a família: filha e marido. Contudo, algo aconteceu ali que rompeu com a vida delas. Ao tocar no homem, sentia que ele também às amava, mas provavelmente ele fora o culpado por aquelas mortes. A caçadora achou evidências de assassinato entre os ossos. Meu coração se tornou pesado de repente. Sentia uma empatia muito grande, pois eu também tinha família. Eu protegia eles de tudo e todos, mas nunca parei para pensar que eu também poderia ser uma ameaça um dia.

Logo após desencostar a mão dos esqueletos, as órbitas de onde ficariam seus olhos, brilharam! Então ambos os três gritaram. Me afastei com o susto e peguei minha espada e chicote novamente. O chão tremeu e do buraco, inúmeros outros corpos surgiam dali. Todos semi-vivos. Como isso era possível? Magia? Zoey estava ligada a isso assim como nós ao hotel?

— Sei que Ártemis pode se chatear com você, mas juro pelo Estige não te trair como parceira em combate. Lute ao meu lado!

A caçadora ficou pensativa por poucos segundos mais deu sua resposta atacando um dos mortos que avançava às minhas costas.

Ainda sentia a força de Éris percorrer sobre meus membros. Só fiz receber uma aura de luz para me acalmar e poder batalhar com melhores reflexos e força. O chicote parecia ter vida em minhas mãos. Ninguém chagava perto da nossa dupla. Eu derrubava vários aos montes. Agarrava um e o jogava para o outro lado, só qie eles não paravam de vir. Por enquanto não parecia ser nada demais, só que em algum momento a exaustão nos cansaria ou haveria alguma falha. Eu tinha quem pensar! Mais uma vez minha vida dependia de uma estratégia, pois a maioria dos meus poderes eram baseados em persuasão e não dava para controlar os mortos. Adoraria explodir o local, mas além de eu ter prometido que não trairia a caçadora, haviam outros no prédio.

— Dragon! - ergui a espada, invocando um mini-dragão. - Queime todos! Não deixe restar um.

Foi nossa chance. O fogo era uma arma poderosa. Nenhum deles conseguia acompanhar a velocidade em que as chamas se manifestavam.

Ainda lutávamos contra eles. Recebi dois cortes feios na perna e suspeitava que a caçadora também sofrera com algum golpe. A tensão ainda era grande, por isso soprei liberando toda a preocupação que insistia em mim, trazendo serenidade para a equipe e nos curando, mesmo que minimamente. Isso trazia mais força e confiança.

Talvez tenha sido isso! Excesso de confiança. Eu só estava olhando para o nível dos meus olhos e para o buraco. Quando senti que havia algo acima de nós, foi tudo muito rápido. Havia um deles no teto que saltou e estava para cair sobre a mulher. Me virei e usei o chicote para agarrá-lo, conseguindo impedir que ele investisse contra minha parceira. Só que com isso eu tinha virado de costas para o caos e vi uma espada de osso atravessar meu peito. A estática fora tanta que pela primeira vez alguém tinha tirado minha voz fora.

Caí de joelhos, ainda vendo a caçadora lutar, agora sozinha, pois o dragão se fora, assim como minha paz que acalmava nosso campo de batalha. Eu não sabia o que sentir. Dor? Clichê demais. Eu conseguia aguentar o peso da ferida, mas as vozes gritando em minha mente eram ainda mais assustadoras. Meu pai dizendo que eu era um inútil. Minha filha berrando. Éris rindo em deboche por eu ter dado às costas para sua divindade. Afrodite em prantos por menos um rostinho belo no mundo. Louis desesperado. E todos os outros amigos íntimos gritando "não" em coro.

Por mais que a voz não me pertencesse mais, meus lábios, secos, diziam: Eu falhei.




Armas:
Poderes:
Roupa: isso!
Off: Desculpe possíveis erros, não tive tempo de revisar.

Thanks Tess
Luka S. Sinnoh
Luka S. Sinnoh
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Menestréis de Orfeu

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Mensagem por Zoey Montgomery Ter 26 Set 2017 - 0:06

Treino encerrado, quem postou, postou, quem não postou, lamento qq


Amanhã posto o resultado, bjs q
Zoey Montgomery
Zoey Montgomery
Feiticeiros de Circe

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Mensagem por Zeus Ter 26 Set 2017 - 1:14


Avaliação

Zoey, adorei, mas quero mais mortes qqqq

+ 4 níveis
+ 40 Xpzinhos em Instinto de Sobrevivência
Zeus
Zeus
Deuses

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Mensagem por Zoey Montgomery Ter 26 Set 2017 - 9:54


STANLEY HOTEL



Avaliação



Um estalar de dedos foi ouvido por todo o porão e, de repente, o tempo parou, como se algo ou alguém tivesse feito aquilo. Tudo tremeluziu e voltou ao normal, sem corpos de mortos-vivos, sem olhos brilhantes, sem nada. Apenas o velho porão do hotel, com semideuses caídos sem nenhum ferimento. Mas como?

— Levantam-se, preguiçosos. Não tenho a noite inteira. — a arcana riu enquanto prendia seus cabelos em um rabo de cavalo e via os semideuses, um a um, levantarem-se do chão e olharem para si mesmos, perguntando-se como aquilo era possível.

Todos tinham certeza de que estavam mortos.

— Vocês caíram em minha magia. Sasame Yuki, uma magia ilusória capaz de enganar até mesmo um deus menor. — continuou sem se revelar. Para os presentes, a voz apenas soava no lugar, um timbre sem dono. Com delicadeza a menina puxou o capuz que envolvia sua cabeça e se revelou ao pé da escada. — Nada do que aconteceu aqui em baixo foi real, com exceção ao assassinato. Tudo que viram e ouviram não bastava de uma ilusão. Esperava que a magia fosse reconhecida por alguns, mas o objetivo não era esse.

A filha do sol soltou um suspiro cansado, sentando-se no terceiro degrau e apoiando os cotovelos nos joelhos, abrindo um sorriso gentil para todos.

— Sinto muito pelo estresse. Mas situações como essas podem ocorrer e vocês devem estar preparados psicologicamente para qualquer coisa. Podem fortalecer seu corpo... — a menina apontou para o próprio peito. — Mas se não fortalecerem seus corações, sua mente... Não passarão de pessoinhas assustadas, que lutam apenas pelo medo de morrer ou perder.

Apoiando-se no corrimão, a feiticeira ficou de pé novamente.

— Nunca estive no quarto 217, por isso nunca conseguiam chegar até mim. Estive ao lado de vocês o tempo inteiro, vigiando-os e cuidando para que não se matassem ou acontecesse algo pior. — admitiu com um suspiro, então abriu outro sorriso. — E, agora que o treino acabou, vocês podem desfrutar do hotel. Há sauna, piscina, spa e mais um monte de coisas para aproveitarem, além do excelente serviço de quarto. Está tudo incluso no pacote de aproveitamento, então... Aproveitem!

♥️ Poderes Utilizados por Zoey:

— Sasame Yuki (Light Snow): Encantamento de ilusão em massa, área e absoluta, não deixando escapar nem mesmo aqueles com resistência mental - a única livre de ser enganada é a portadora da magia. Ao ser ativada, um círculo púrpuro surgirá aos pés da arcana e se expandirá até que atinja 5 metros de raio. Diferente de Magdala Curtain, que mostra ilusões aleatórias a seus oponentes, Sasame Yuki pode ser manipulada por Zoey, fazendo com que todos em uma área de 5 metros de raio consigam cair em suas ilusões - ou simplesmente naquelas coisas que as pessoas desejam acreditar, tornando-se facilmente manipuláveis e fáceis de distrair. Pode ser desfeita apenas por Zoey. (50 EP por turno de ativação).



AVALIAÇÃO


Obrigada a quem postou no treino, de verdade q
Sinto muito por fazer vocês morrerem no final do mesmo, mas né? q Já que não podemos matar de verdade, matamos de mentira qqqq


Como eu estou boazinha hoje, todos os presentes ganham 3 níveis, 4000 dracmas e os 40xpzinhos na habilidade Instinto de Sobrevivência ♥️


Zoey Montgomery
Zoey Montgomery
Feiticeiros de Circe

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