[Treinos] William Davenport

O sol estava em seu ápice, era meio dia. Não havia vento e o ar estava seco, tão seco quanto o deserto. O som abafado de urros ecoavam no pequeno octógono de terra. Sobre o solo despojava-se um corpo musculoso, suas mãos, de punhos serrados, estavam contra o solo de areia, as costas arqueadas a dois palmos do chão e os pés nas pontas de pé contra o solo, seu dorso subia e descia a cada movimentação do loiro. O suor fazia com que a pele branca e em tons de dourado do menino ficassem mais lustrosas.

Os músculos de seus bíceps e tríceps estavam rígidos, semelhantes a quem estava a fazer a mesma repetição de movimento a muito tempo, uma mecha loira caia sobre a face do menino e pregava-se entre os seus olhos de modo que não o impedia de enxergar. Ele subia e descia, depois soltava e ficava de cócoras e por fim voltava a flexionar o corpo em direção ao chão. Ele repetia essa sequência incansável vezes.

Em outro momento ele cessou o aquecimento, molhou a face com um pouco de água e colocou os cabelos loiros para trás, sentou-se em um bando de madeira e pegou em uma pequena caixa ao lado duas bandagens de cor preta e enrolou em cada uma das mãos, que já estavam feridas devido o exercício anterior. Ele ficou de pé, estralou o pescoço para o lado direito, depois para o lado esquerdo, trançou os dedos uns nos outros e ergueu até o céu, assim, estralando suas costas e alongando todo o tronco, ele segurou a perna esquerda e abraçou contra seu corpo e do mesmo modo fez com a direita, por fim balançou as mãos e caminhou em direção a um boneco de borracha.

O menino ficou frente a frente com o homem de borracha, ele inclinou a cabeça para a direita e sorriu de modo sinistro. Sua perna esquerda estava posicionada na frente e sua direita atrás, o punho estava erguido tapando a guarda, a mão esquerda sempre na frente e a mão direita sempre atrás. Ele então começou a socar o instrumento de borracha, uma sequência inicial de Jeb, direto e cruzado, seis vezes seguidas com um intervalo curto de dez segundos. Ele alternava pequenos saltos para frente e para trás enquanto socava o adversário de borracha.

O impacto dos socos e o urro que o rapaz dava a cada golpe desferido contra o boneco de plástico ecoava por toda a arena como uma cena de filme de luta. William então parou e analisou seu oponente novamente, sempre com a guarda alta, ele então rotacionou seu corpo para a direita e com a perna esquerda golpeou na altura da costela do boneco Bob, uma, duas, três, quatro vezes. O coração do rapaz batia acelerado, ele respirava ofegante, ele colocou as palmas das mãos contra o solo e respirou fundo tomando fôlego, balançou a cabeça e voltou a ficar de pé, respirou e expirou o ar dos pulmões e novamente voltou a chutar, uma, duas, três, quatro, cinco, seis, cada chute estourava em um forte papoco que ecoava na arena.

Depois de treinar seus chutes circulares com a perna esquerda o rapaz mudou para a perna direita repetindo os mesmo processos de chutes, cada golpe parecia serem descontados toa a ira do rapaz, ele focalizava seu alvo como um predador escolhe uma presa.

O rapaz limpou o suor da testa, bebeu um gole de água e colocou a toalha azul contra o ombro e seguiu em direção ao seu dormitório. Ele necessitava imediatamente de um banho.